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“Quando eu nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra, disse: vai, Ziraldo, ser amigo do Carlos Drummond de Andrade”. Foi com essa irreverência que o cartunista e escritor iniciou o discurso de agradecimento após ser consagrado com o título de Doutor Honoris Causa da UFRJ, em 27 de novembro, no Colégio Brasileiro de Altos Estudos. “O título da Universidade Federal do Rio de Janeiro é, para mim, um dos maiores, senão o maior prêmio que já recebi em toda minha vida, só comparável à honra de me saber amigo do imenso poeta de Minas”, completou. Na mesma solenidade, foi apresentado um vídeo com o projeto de restauração do mural “Última Ceia”, pintado pelo homenageado em uma das paredes do Canecão, em 1967. O desenho arquitetônico está pronto: a recuperação do painel de 32 metros de comprimento por seis metros de altura seria acompanhada de salas menores com os ateliês de suporte ao trabalho e de outras atividades artísticas, como exposições da obra de Ziraldo. Tudo aberto ao público, que poderia ver como uma restauração é feita. A iniciativa, porém, esbarra na falta de recursos. Coordenador do Fórum de Ciência e Cultura, Carlos Vainer estima que todo o projeto, com reforma parcial do prédio para funcionamento de uma “infraestrutura mínima”, custaria entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,5 milhão. A ideia é buscar apoio de empresas por políticas de incentivo fiscal à cultura. Mas mesmo um “crowfunding”, financiamento coletivo com depósito em uma conta, não está descartado. Neste caso, como a cidade já estaria em um período de “baixa rotação”, o lançamento da campanha ocorreria após o carnaval. Professora da Escola de Belas Artes e coordenadora do curso de composição de interiores responsável pelo projeto executivo do laboratório de restauro, Franci Furlani reforça o pleito por verbas: “Qualquer parceria é bem vinda”. Ziraldo, com 85 anos, avisou que pretende participar dos trabalhos. Ele já imagina qual será a sensação ao ver o mural inteiramente refeito: “Aí vai ser o máximo”  

Os estacionamentos do Centro de Tecnologia serão cobrados. O edital para a licitação já está sendo preparado pela Pró-reitoria de Gestão e Governança, responsável pelos contratos da universidade. A expectativa da decania do CT é implantar o serviço no primeiro semestre letivo de 2018. Professores, estudantes, técnicos e prestadores de serviço vão pagar R$ 3,50 por acesso, ou R$ 77 ao mês. O decano Fernando Ribeiro explica que a decisão foi motivada pela falta de segurança no campus: “É minha responsabilidade impedir que nosso corpo social sofra assaltos e sequestros nas dependências do CT. Licitar o estacionamento é uma solução ruim, mas hoje não vejo alternativa”, diz. A proposta foi aprovada no Conselho de Centro, no Conselho Superior de Coordenação Executiva, no Conselho de Curadores e pela Procuradoria da UFRJ. A superintendente do CT, Wilma Almeida, explica que toda a infraestrutura dos estacionamentos será disponibilizada pela empresa que vencer a licitação. “Estão previstas a recuperação dos pavimentos dos estacionamentos, delimitação de vagas, colocação de cancelas, telefones, guaritas e 85 câmeras”, disse. Serão licitadas as vagas do Bloco B ao Bloco H, Bloco A (fundos), Bloco A (frente), Bloco H (fundos) e estacionamento do painel solar fotovoltaico. “Só ficou de fora o estacionamento do CT2”, completa Wilma. Os estacionamentos terão um sistema de tolerância de 15 minutos para embarque e desembarque de passageiros. “Os visitantes poderão acessar também. Bastará se identificar na guarita. Pelo telefone, o funcionário fará a conferência e liberará o acesso”, explicou o decano. Os usuários poderão escolher a modalidade de pagamento: diarista ou mensalista. “A vantagem do mensalista é que a pessoa poderá entrar e sair várias vezes ao dia e só pagará um acesso. Temos muitos professores que dão aulas ou têm reuniões em outras unidades e centros e precisam sair e retornar”, diz Fernando Ribeiro. O software de cadastro de todos os usuários do CT já está pronto e utiliza informações do SIGA. Antes da implantação da nova gestão dos estacionamentos, o sistema terá os dados atualizados. A decania informará futuramente os prazos.

As universidades públicas são as melhores do país. É o que aponta o Índice Geral de Cursos (IGC), avaliação anual feita pelo Inep. Doze delas receberam a nota máxima (5) As universidades públicas são as melhores do país. É o que aponta o Índice Geral de Cursos (IGC), avaliação anual feita pelo Inep. Doze delas receberam a nota máxima (5). No Rio, a UFRJ e a Uenf alcançaram o conceito. O resultado, relativo ao ano passado, leva em conta a qualidade dos cursos, o aprendizado dos alunos, a formação dos professores e infraestrutura. A divulgação dos dados acontece menos de uma semana após o relatório do Banco Mundial que recomenda a cobrança de mensalidade nas instituições públicas. Nenhuma universidade particular atingiu o conceito máximo. Maria Lúcia Werneck, presidente da Adufrj, comemora resultado. “Os dados mostram que estamos certos em nossa análise: cobrar mensalidades não é sinônimo de melhorias na educação”, disse, fazendo referência ao relatório do Banco Mundial. Pela nota máxima, o reitor Roberto Leher elogiou o esforço da universidade. “Esse desempenho expressa uma conquista dos estudantes da UFRJ, que vêm se dedicando com afinco aos seus cursos. A Reitoria também reconhece como mérito dos seus professores e técnicos”, afirmou. Mas o dirigente expressa preocupação com os próximos anos. “O orçamento previsto para 2018 das 63 universidades federais é 20% menor do que o de 2014 (custeio) e 90% menor em investimentos, no mesmo período”. Mesmo sem ser obrigada a participar do índice, por ser universidade estadual, e combalida com a crise no Rio de Janeiro, a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) também se destacou com a nota máxima. Em greve, a instituição tenta manter seu funcionamento. Os servidores do estado estão sem salários desde setembro e ainda não receberam o 13º de 2016. A Uerj, que vivencia a mesma crise, obteve conceito 4, assim como a UFF, a UniRio e a Rural. Cerca de 12% das instituições do Rio obtiveram conceito 2, considerado insufi ciente. Outros 61% receberam nota 3 e 20% ficaram no conceito 4. Banco Mundial A professora Hustana Vargas, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFF, compara o resultado do ICG com o relatório do Banco Mundial. “Esse indicador mostra que a qualidade do ensino superior está nas mãos das universidades públicas. Isso é ser eficiente, é produzir conhecimento com excelência”, argumentou. Rosana Heringer, vice-diretora da Faculdade de Educação da UFRJ, destacou o desconhecimento da agência multilateral sobre as atividades realizadas pelas universidades e a expansão realizada na última década. “O que o Banco faz é comparar gastos com uma conta e dizer que particulares são mais eficientes. É descabido”, disse.  *colaborou Elisa Monteiro

Primeiro encontro reuniu professores de diferentes unidades para refletir sobre a conjuntura e formular propostas de ação. Um dos pontos da pauta foi o projeto de construção de uma sede própria para a Adufrj O novo Conselho de Representantes estreou com o pé direito. Em sua primeira reunião, durante toda a manhã de 24 de novembro, 38 professores discutiram temas importantes para o destino da universidade e do sindicato. O encontro ocorreu no Instituto Coppead e terminou com uma confraternização. O primeiro ponto de pauta foi o projeto de construção de uma sede própria para a Adufrj, hoje instalada em uma sala do Centro de Tecnologia. Com apenas três abstenções, os conselheiros consideraram a ideia importante para garantir a autonomia do movimento docente. Um grupo de trabalho foi designado para dar agilidade à tarefa. A preparação de estratégias para responder aos ataques sofridos pelas universidades públicas também ganhou destaque no conselho, que resolveu criar uma força-tarefa para aprofundar o tema. As recentes manifestações do Banco Mundial, recomendando a cobrança de mensalidades nas universidades públicas receberam especial atenção. “Foi um encontro produtivo e importante para traçarmos as estratégias para enfrentar 2018”, analisou a presidente Maria Lúcia Werneck. “Faremos reuniões trimestrais do Conselho. Essa parceria com os conselheiros é fundamental para fortalecer a ação da Adufrj e a defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade”, completou a vice-presidente, Ligia Bahia. Por unanimidade, os conselheiros criaram grupos de trabalho com temáticas diferenciadas, como obras, orçamento, carreira, condições de trabalho, nova sede e atualização do perfil atual dos docentes da UFRJ. Um calendário inicial para reuniões de unidades e do Conselho foi aprovado. No dia 15 de dezembro, uma reunião extraordinária define os trabalhos finais de 2017 e do início de 2018. Confira alguns temas e trechos da reunião: Sede própria “Uma sede é mais do que um local de encontro e convivência, ela também é uma estratégia de atração e aumento da sindicalização docente. Ou seja, vai nos fortalecer para resistir aos ataques cada vez mais furiosos a que assistimos contra a universidade”. Maria Lúcia Werneck · presidente da Adufrj “Um espaço próprio é importante. E o caminho é pelo Plano Diretor, com sede no Fundão”. Fernando Santoro · IFCS “Ter uma sede própria é fundamental para o futuro da Adufrj”. Ligia Bahia · vice-presidente da Adufrj Ataques à universidade “O documento do Banco Mundial é uma volta ao passado em vinte ou trinta anos. É uma lista similar às apresentadas nos anos de 1990. Seria importante termos um Grupo de Trabalho sobre a universidade pública nesse momento”. Alexis Saludjian · Instituto de Economia “O debate sobre universidade não é técnico, nem se limita ao pagamento. O que está em curso é uma grande discussão de projetos, de projetos de país, de mundo, de humanidade. E a universidade precisa mostrar seu papel, valorizar sua função, trazendo a sociedade para sua defesa”. Eduardo Raupp · Coppead “A discussão sobre o ajuste no Brasil hoje não está restrita a economistas ou ao setor da Educação. A Saúde, por exemplo, é a segundo mais afetado. Em 2018, teremos eleições no Brasil e a discussão nacional deve ser feita. Há setores na disputa claramente contrários à universidade pública como entendemos”. Ligia Bahia · vice-presidente da Adufrj Campanhas e GTs “É difícil não ser reativo em um cenário de tantos ataques. Precisamos mostrar para a sociedade a nossa importância e o valor social de nossa produção”. Denise de Carvalho· Instituto de Biofísica “A Adufrj conseguiu no último período respostas rápidas para a conjuntura Acho que devemos voltar com uma política de campanha de comunicação para isso: fazer é dizer”. Leda Castilho · Coppe “Um dos GTs deveria olhar para o patrimônio da universidade. A Faculdade de Educação funciona em aulários na Praia Vermelha. Nossas obras estão paradas no Fundão”. Jorge Ricardo · Faculdade de Educação Conhecendo a categoria “A Adufrj pode e deve ajudar os professores se conhecerem e se reconhecerem, realizando matérias e levantamentos para, no futuro, termos algo como um Observatório da Universidade”. Jackson de Souza Menezes · Macaé Propostas aprovadas - Grupo de trabalho para a sede própria da Adufrj; - GT “Quem somos e o que fazemos?”, com levantamento, no Portal da Transparência, de indicadores sobre os professores da UFRJ; - GT Carreira e GT Aposentados; - GT de Acompanhamento da Gestão da UFRJ; - Nova reunião do CR no dia 15 de dezembro volta às definições sobre grupos de trabalho, campanha de sindicalização, congresso do Andes e prestação de contas da diretoria anterior.

Ex-reitor da Universidade de Lisboa, ele hoje atua como professor visitante da Faculdade de Educação da UFRJ. A cerimônia aconteceu na quarta-feira, 29, no Colégio Brasileiro de Altos Estudos

“Sem liberdade, a universidade não estará à altura dos desafios do século XXI”, sublinhou António Sampaio da Nóvoa ao receber o título de Doutor Honoris Causa da UFRJ. O professor português foi homenageado por sua tríplice faceta: notória referência acadêmica no campo da Educação, liderança na formação da nova Universidade de Lisboa e segunda colocação, como independente, na última eleição presidencial de Portugal, em 2016. A cerimônia aconteceu na quarta-feira, 29, no Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE).

O ex-reitor da Universidade de Lisboa (ULisboa) hoje atua como professor visitante da Faculdade de Educação da UFRJ. Associado ao campo pedagógico de Paulo Freire, Sampaio da Nóvoa traz como marca a valorização da escola pública, de seus protagonistas estudantes e educadores e das utopias para o conhecimento.

No Honoris Causa, Sampaio da Nóvoa falou de crise como um combustível para mudanças nas universidades: “Portugal vivia talvez seu pior momento de crise profunda, desde a redemocratização, quando fizemos o impossível”, disse Nóvoa, referindo-se à fusão da Universidade Técnica com a antiga Universidade de Lisboa, em 2013.

Seu colega de empreitada, e atual reitor da ULisboa, António Cruz Serra compareceu à reunião solene na UFRJ. Juntos, os portugueses incentivaram com entusiasmo uma parceria institucional além-mar. “Mais do que uma colaboração, podemos falar em uma verdadeira união”, frisou António Cruz.

O reitor da UFRJ, Roberto Leher, respondeu com animação sobre a “desburocratização da dupla-diplomação”. E fez menção à ampliação da parceria para “além das áreas clássicas”, e também para mais instituições portuguesas, “como a Universidade do Porto”.

“Sentimos-nos honrados com a opção e a dedicação do professor Nóvoa pela UFRJ”, destacou o dirigente da UFRJ. “Sabemos que havia convite de outras universidades nos Estados Unidos e na Europa quando ele optou pelo Brasil a despeito de todas as dificuldades vividas pela universidade”.

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