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Após esse período, será desligada a energia de quase todo o prédio do Centro de Tecnologia, onde fica localizada a sede da Seção Sindical Na sexta-feira, 1º de dezembro, só haverá expediente na Adufrj até 13h. Após esse período, será desligada a energia de quase todo o prédio do Centro de Tecnologia, onde fica localizada a sede da Seção Sindical. A queda de luz faz parte de um teste para aumentar a carga de energia do CT. A decania solicita que todos os aparelhos e equipamentos sejam desligados das tomadas para evitar possíveis danos.

Matemático e cervejeiro. Ricardo Rosa, professor de equações diferenciais da UFRJ, divide seu tempo entre fórmulas matemáticas e a cerveja. E foi graças à primeira que começou a conhecer o mundo das cervejas artesanais. O hobby nasceu de uma visita científica à Universidade de Indiana, lá pelos anos 2000, onde fez seu doutorado. “Fiz um curso de degustação de cervejas. Por quatro dias provei cervejas do mundo inteiro e descobri uma variedade que nem sonhava”, lembra. Ao retornar da viagem, teve uma surpresa curiosa: o avô também fora cervejeiro. “Conversei com meu pai e descobri que meu avô, já falecido, também fabricava cervejas em casa”, conta. O professor explica o destaque que conseguiu com o blog Cervejarte. “O diferencial do blog era esse aspecto técnico. Ele trazia fórmulas e receitas, não era só de gostos”, avalia. Apesar da paixão, o professor admite: “Gosto muito mais da matemática”. O hobby catapultou o docente como referência nacional na produção de cervejas artesanais. O auge veio na colaboração com a Cervejaria Colorado: Ricardo é “pai” da premiada Demoiselle. Marcelo Carneiro, dono da cervejaria na época, participou como jurado de um concurso organizado pelo professor. “O Marcelo tinha o desejo de fazer cervejas com ingredientes típicos brasileiros, e eu tinha feito um artigo para o blog sobre o café”, conta. Daí nasceu a parceria. “O que distinguia era essa coisa de brincar com a produção”, avalia. Hoje, a Demoiselle é uma das quatro principais cervejas da marca.

O documento já tinha sido aprovado pelos colegiados acadêmicos de graduação e pós-graduação (CEG e CEPG), em 31 de outubro. Serão 230 concursos imediatos e 47 para edital futuro Sem surpresas, o Conselho Universitário realizado no dia 23 confirmou a distribuição das 277 vagas docentes feita pela Comissão Temporária de Alocação de Vagas e divulgada no Boletim da Adufrj nº 102. O documento já tinha sido aprovado pelos colegiados acadêmicos de graduação e pós-graduação (CEG e CEPG), em 31 de outubro. Serão 230 concursos imediatos e 47 para edital futuro. O ranqueamento privilegiou, sobretudo, a relação entre a carga horária e o número de docentes. O parecer favorável ao relatório da Cotav foi apresentado pela professora Ana Célia Castro, representante dos Titulares do CCJE e integrante da Comissão de Desenvolvimento do Consuni. A relatora, porém, acrescentou sugestões. Uma delas é a manutenção do funcionamento da comissão com o objetivo de torná-la anual e evitar a última lacuna de quatro anos sem concursos autorizados pela Cotav. Outra recomendação é a atualização da fórmula de distribuição para contemplar casos especiais. Foram citados pela docente as curadorias e os casos especiais dos cursos que exigem baixa relação docente/aluno como Fisioterapia e Música. “Há muitas atividades realizadas pela UFRJ difíceis de avaliar de maneira qualitativa”, destacou o professor Francisco de Assis Esteves (Titulares do CCS). “Essa é uma Cotav de reposição, mas a universidade precisa olhar para o futuro”.

Três trabalhos, defendidos ano passado, foram selecionados pela agência entre os melhores do país. As campeãs são das áreas de Ciências Biológicas, Antropologia e Geografia A excelência da UFRJ foi novamente reconhecida na última edição do Prêmio Capes de Teses. Três trabalhos da universidade, defendidos ano passado, foram selecionados pela agência entre os melhores do país em diferentes áreas de conhecimento. Os autores receberão diploma, medalha e uma bolsa de pós-doutorado nacional de até 12 meses; o orientador ganha um auxílio de R$ 3 mil para participação em congresso no país. A cerimônia de premiação será no dia 7 de dezembro, em Brasília. Na área de Ciências Biológicas, Mychael Lourenço ganhou com uma pesquisa relacionada à Doença de Alzheimer: “Nosso estudo reforçou a relação entre a diabetes e a perda de memória, além dos efeitos benéficos de exercícios físicos no controle das doenças”, explicou o estudante do Instituto de Bioquímica Médica. Mychael foi orientado pelos professores Sérgio Teixeira Ferreira e Fernanda De Felice. “Para nós, orientadores, é uma felicidade ver o progresso e crescimento dos alunos que trabalham conosco”, pontuou o docente. Teixeira endossou a necessidade estratégica de valorização da Ciência no país. “Apesar de todas as dificuldades que enfrentamos para fazer Ciência no Brasil, é ótimo ver o reconhecimento pelo trabalho sério que nosso grupo vem desenvolvendo há anos”, disse. “Nosso objetivo é fazer Ciência realmente de qualidade, e não apenas mais do mesmo”, completou. As outras duas teses premiadas da UFRJ são da Antropologia e da Geografia. Orientado pela professora Adriana de Resende, Paulo Victor Leite Lopes é o autor da pesquisa “Homens autores de violência doméstica: relações de gênero, formas cotidianas de governo e processos de formação de Estado”. Adriana comemorou o resultado do orientando: “Considero que sua premiação indica o reconhecimento por pares da relevância de aprofundarmos pesquisas sobre formas cotidianas de governo e sua relação com diversas dimensões da vida social, como gênero, família, sexualidade, entre outras”. Mas a docente não deixou de criticar a situação da pesquisa no país: “Cabe notar, porém, que os prêmios nem de longe podem compensar o quadro assustador que vivemos de cortes de toda ordem: de recursos de infraestrutura, de financiamentos, de condição de permanência e, o que não é menos grave, de horizontes de ampliação da vida universitária em todos os aspectos”, afirmou. Em Geografia, o professor Marcelo José Lopes de Souza foi orientador de Rafael da Costa Gonçalves de Almeida, com a tese “Favelas do Rio de Janeiro: a geografia histórica da invenção de um espaço”. O aluno também falou sobre as dificuldades da pós-graduação no país: “Doutorandos no Brasil sofrem. A bolsa é insuficiente como única fonte de renda, embora a dedicação exclusiva seja uma exigência. Além disso, a pesquisa é raramente encarada como um trabalho”, lamentou Rafael.

Com dados defasados, os tecnocratas da agência multilateral recomendam a cobrança de mensalidades nas universidades federais e a expansão do programa de financiamento estudantil, FIES A universidade pública, gratuita e de qualidade sofreu mais um duro ataque nesta semana. As flechas dessa vez vieram do Banco Mundial. Em relatório encomendado pelo governo federal, o Banco faz críticas severas aos gastos públicos e ao modelo de previdência social. Os investimentos em educação superior são analisados entre as páginas 131 e 136. Com dados defasados, os tecnocratas da agência multilateral recomendam a cobrança de mensalidades e a expansão do programa de financiamento estudantil, FIES, hoje restrito às instituições particulares. Especialistas ouvidos pela reportagem da Adufrj desmentem as proposições do relatório. O Banco diz, por exemplo, que alunos de famílias ricas predominam nas federais, mas estudo da Andifes demonstra que apenas 10,6% dos estudantes têm renda média familiar acima de 10 salários mínimos. “O documento é muito direcionado para a mercantilização de bens sociais”, analisa a professora Sonia Fleury, da Fundação Getúlio Vargas. “O relatório concebe os estudantes como clientes”, completa o professor emérito da Faculdade de Educação, Luiz Antônio Cunha. Proposições do relatório e o contraponto O gasto médio por aluno no ensino superior não é alto, mas é consideravelmente elevado nas universidades federais Presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich observa que nas universidades públicas se concentram cursos como os de Engenharia, Biologia, Química e Física, que exigem equipamentos custosos, e professores pesquisadores capacitados. “É surpreendente que o documento do Banco Mundial ignore essa diferença fundamental entre o setor público e o setor privado com objetivo de lucro”, lamenta. [caption id="attachment_9909" align="alignright" width="300"] Luiz Davidovich - Foto: Divulgação/ABC[/caption] A cobrança de tarifas aumentaria os recursos das universidades Pesquisa feita pela Andifes mostra que isso seria suficiente para 30% do orçamento necessário, além de comprometer 25% da renda bruta familiar por aluno. “Os argumentos de que os ricos deveriam pagar funcionaria melhor com uma lei que taxasse grandes fortunas e destinasse os recursos para a Educação”, defende Emmanuel Tourinho, presidente da Andifes. O FIES deveria ser expandido para financiar o acesso a universidades federais, combinado com bolsas para os mais pobres Para Lena Lavinas, professora Titular do Instituto de Economia da UFRJ, o sistema financeiro será o maior beneficiado, caso avance a proposta do Banco Mundial. As famílias serão obrigadas a contrair empréstimos, sujeitos a juros elevados, para os filhos cursarem as universidades. Ela justifica o argumento com a atual situação do FIES, com 47% de inadimplentes. Os alunos das universidades públicas são de famílias ricas Segundo pesquisa da Andifes, em 2014, apenas 10,6% da população estudantil nas IFES tinha renda familiar média acima de dez salários mínimos. O professor Carlos Frederico Rocha, do Instituto de Economia, acrescenta que o levantamento ainda não mostra completamente os efeitos da lei das cotas, de 2013. “O mais provável é que esteja subestimada a participação dos estratos inferiores de renda”, afirma.

Pesquisa Andifes: ricos são minoria nas universidades

Apenas 10,6% dos estudantes das universidades federais vêm de famílias com renda superior a dez salários mínimos. Esse percentual está caindo desde 2010 O diagnóstico e as recomendações do Banco Mundial foram rejeitados por educadores, representantes de sociedades científicas, dirigentes universitários e sindicais. Para todos, a cobrança de mensalidades nas instituições públicas não tem cabimento. Eles denunciam, ainda, o movimento privatista por trás das diretrizes do organismo multilateral. “Parece que o Banco Mundial não sabe fazer conta. O que eles propõem não teria impacto relevante no orçamento das universidades públicas”, ironizou o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad. Ele sublinhou, ainda, que a maioria dos estudantes já vem de escolas públicas: “O perfil dos alunos das federais já mudou completamente e vai mudar ainda mais”. [caption id="attachment_9908" align="alignright" width="200"] Fernando Haddad - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil[/caption] Para Lena Lavinas, professora Titular do Instituto de Economia da UFRJ, o sistema financeiro será o maior beneficiado, caso avance a proposta do banco. As famílias serão obrigadas a contrair empréstimos, sujeitos a taxas de juros elevadas, para os filhos cursarem as universidades. “Se entrarmos no site da Estácio para simular os custos de um curso como Medicina, por exemplo, estamos falando em valores superiores a R$ 500 mil. Quem pode pagar isso, mesmo sendo de classe média?”, questiona. “Os bancos e outras instituições financeiras, cujo número se multiplica rapidamente, em meio à retração da oferta de FIES, já oferecem crédito estudantil a juros de 2% a quase 5% ao mês, quando a previsão de inflação não deve ultrapassar 3%”. A tese do banco de que alunos ricos predominam no ensino superior federal é desmentida por pesquisa realizada pela associação de reitores das federais (Andifes), em 2014. A tabela (nesta página), extraída da revista Debate Econômico, mostra que a distribuição dos alunos do ensino superior público federal por estratos de renda acompanha a participação dos mesmos segmentos na população brasileira. O ponto de vista da agência multilateral também foi criticado por Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências: “O relatório é, para mim, um exemplo das limitações da econometria, que não pode substituir análises mais gerais sobre a qualidade e a estrutura da educação superior em nosso país”. O presidente da ABC considera urgente uma reforma do ensino superior: “Não será, no entanto, um documento do Banco Mundial que levará à transformação necessária das instituições de ensino superior no Brasil”. Já o professor emérito da Faculdade de Educação, Luiz Antônio Cunha considerou as recomendações do Banco Mundial coerentes com as medidas neoliberais do governo. “Concebe os estudantes como clientes, como se o ensino superior fosse um serviço qualquer. Pensa instituições como se fossem empresas”, criticou. O professor também comparou o atual governo com a ditadura militar. Uma diferença que ele sublinha entre aquele momento e o de hoje em dia é que, na década de 60, apesar das perseguições, os militares estabeleceram uma aliança estratégica com os pesquisadores. “As universidades, que eram apenas nominais passaram a ser universidades substantivas, com professores em tempo integral e produção científica, tecnológica e cultural”. Ele completou: “Agora é o contrário. Estamos retomando uma perspectiva perversa de 64 e acrescentando o elemento mais perverso da política econômica atual”, lamentou. Luis Eduardo Acosta, 1º vice-presidente do Andes, afirmou que, em momentos de crise, o empresariado e os governos sempre voltam a debater a cobrança de mensalidade em universidades públicas. O reitor Roberto Leher reforçou a preocupação com o documento: “A manifestação do banco é congruente com a Emenda Constitucional 95, do teto de gastos públicos. Nós dissemos que a Emenda inviabiliza direitos sociais e ignora o direito fundamental humano ao conhecimento científico, artístico e cultural”.

* Colaboraram: Elisa Monteiro, Silvana Sá e Imprensa Andes

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