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Uma semana depois da morte do estudante Marcos Vinícius da Silva, baleado durante uma operação policial na Maré, estudantes e professores das escolas da comunidade participaram na última quarta-feira, 27, de um ato pedindo paz e justiça. Os colegas de Marcos fizeram cartazes e uma faixa cobriu o Ciep Operário Vicente Mariano, onde ele estudava. Na quadra, houve rap, poesia e discursos em memória de Marcos, de outros alunos baleados e da vereadora Marielle Franco, assassinada em março. O ato terminou com um abraço ao Ciep. A mãe de Marcos, Bruna da Silva, cobrou ação concreta do Estado. “O luto será luta. Sou uma mãe da Maré, mais uma que perdeu seu filho”, afirmou. Entre os participantes, estavam vários alunos da UFRJ moradores da comunidade, incluindo o grupo do Musicultura, um dos 25 projetos de extensão da universidade na Maré. Samuel Araújo, professor da Escola de Música e coordenador do projeto, disse que a UFRJ tem um papel importante em mediar anseios por mais justiça e menos violência na comunidade. Muitos estudantes, porém, cobraram maior participação da universidade na comunidade e compreensão dos professores. “É difícil fazer trabalho no meio de 12 horas de tiroteio”, diz Wagner Rodrigues, do Instituto de Física. “A UFRJ é perto, mas ainda é muito longe.”

Decisão do Conselho de Ensino de Graduação e do Conselho Universitário garante direito a estudantes trans da instituição a partir deste semestre A partir deste semestre, estudantes trans da UFRJ terão direito de incluir o nome social em diplomas e documentos oficiais da universidade. A decisão foi aprovada este mês no Conselho de Ensino de Graduação e no Conselho Universitário. A UFRJ já garantia desde 2015 o uso do nome social em documentos internos, como listas de chamada e inscrição em disciplinas. Agora, a medida foi estendida aos documentos externos, como diplomas e históricos oficiais. “É uma questão de identidade, um direito do aluno”, afirma o pró-reitor de Graduação, Eduardo Serra. O diploma terá em destaque o nome social indicado pelo aluno e, menor, o registrado civilmente em documentos como identidade e certidão de nascimento. Segundo Serra, é uma forma de assegurar que o diploma seja reconhecido em outras instâncias como sendo daquela pessoa. Em solenidades, será usado só o nome social. Em processos seletivos, o nome social e o número de inscrição. Para Helena Maria de Souza, aluna trans de Medicina, a mudança é uma conquista, mas está aquém do necessário. “É bacana, mas vem com atraso. Seria melhor se usasse o nome social e o número da identidade. Acho um avanço, mas, na sociedade, o problema se mantém”, afirma Helena, que planeja alterar o nome também no registro civil. Na Medicina, a luta dos alunos diante de denúncias de preconceito motivou a criação da disciplina de Saúde LGBT, como mostrou o Boletim da Adufrj em abril deste ano. A direção da Faculdade de Medicina aguarda apenas o envio dos programas para incluir a disciplina na grade. Éli Reis, diretor da pasta LGBT do DCE Mário Prata e aluno de Letras, disse que a conquista resulta da mobilização dos estudantes, embora não contemple todas as necessidades. “Manter o nome de registro no diploma abre espaço para constrangimentos “, afirmou. Lucas Laurentino, aluno trans de Engenharia Elétrica e presidente do Centro Acadêmico de Engenharia, acompanhou o debate como diretor suplente do DCE Mário Prata. Ao longo do curso, usou o nome social. Às vezes, havia erros, e ele pedia ao professor que fizesse a mudança. “No momento, a alternativa é essa, o nome social maior e o nome civil menor. Já é um avanço”, afirma Lucas, que quer o diploma com o nome social quando se formar ao fim do ano. Alunos maiores de 18 anos podem cadastrar o nome social no SIGA, sem requerimento administrativo. Menores devem ir à Divisão de Registro Acadêmico, com autorização do responsável e firma reconhecida. Desde 2013, docentes e técnicos trans da UFRJ podem usar o nome social na identidade funcional, no contracheque e em atos administrativos. Universidades como USP e UFJF já usam o nome social nos diplomas. Pessoas trans que quiserem mudar o nome de registro devem ir ao cartório. Em março deste ano, o STF garantiu o direito sem necessidade de cirurgia, autorização judicial ou avaliação médica. Mas nem todos os cartórios agem da mesma forma. A Defensoria Pública e grupos de defesa LGBT solicitaram que o procedimento seja regulamentado.

Pesquisa mostra percepção positiva da maioria dos brasileiros sobre o ensino superior público: eles valorizam inclusão pelas cotas e são contrários à cobrança de mensalidades *colaborou Fernanda da Escóssia As universidades públicas são melhores, formam cidadãos conscientes e estão menos elitistas graças às cotas. E quem pensa assim não são pessoas que estudam ou trabalham nessas universidades, mas a população em geral. É o que mostra pesquisa do Instituto Ideia Big Data com 2.168 brasileiros de todas as regiões do país, realizada entre abril e maio. Segundo o levantamento, 85% dos entrevistados avaliam que as instituições públicas formam melhor, e 88,9%, que servem ao desenvolvimento científico e social. Apenas 38,4% dizem que elas são restritas a ricos. Para 64,7%, o acesso foi ampliado com as cotas. O detalhe: só 8% declararam ter ou ter tido vínculo com alguma universidade pública. “Muitos acreditam que só quem é diretamente beneficiado acha a universidade importante. Mas a pesquisa mostra reconhecimento coletivo do papel dela”, destaca o professor e pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças da Universidade Federal de Pernambuco, Thiago Galvão, que tem apresentado os dados nos encontros do MEC. O secretário-executivo da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), Gustavo Balduíno, disse que a pesquisa mostra a relevância da universidade e a necessidade de explicitar os vínculos com a sociedade. “Quando alguém é atendido num hospital ou passa numa estrada, usa serviços de um profissional formado na universidade pública”, afirma. O estudo não foi encomendado pela Andifes, mas a associação está divulgando o trabalho em seu site justamente porque ele traz a percepção da sociedade sobre a universidade pública. Entre os entrevistados, 7% afirmam que as universidades públicas custam demais e não beneficiam a sociedade. Outros 20% concordam parcialmente com isso. E só 19,6% consideram muito altos os salários dos docentes. A rejeição à cobrança de mensalidades é clara: só 17,2% concordam com a proposta. QUALIDADE E JUSTIÇA SOCIAL O levantamento aponta que 68,9% reconhecem nas cotas uma política de inclusão e só 30,2% acreditam que isso baixou a qualidade do ensino. Autor de vários estudos sobre inclusão no ensino superior, André Lázaro destaca a aprovação das cotas: “Para a sociedade, qualidade tem que vir com justiça social. Num momento de ataques e redução orçamentária nas federais, é muito positivo”, afirma Lázaro, pesquisador da Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), professor aposentado da Uerj e diretor da Fundação Santillana. O otimismo com a inclusão é maior no Norte/Nordeste. No Sudeste, 56,7% afirmam que as públicas não são só para ricos; no Norte, 73,4%. No Sul e no Sudeste, 59,7% dizem que as cotas ampliaram o acesso, proporção que supera 70% no Norte e no Nordeste. Como ponto de reflexão, Lázaro destaca o fato de 61,8% dos entrevistados apontarem interesses corporativos muito fortes na universidade pública.

Conselho de Representantes da Adufrj apoia ideia de evento para debater UFRJ, mas proposta da reitoria que circula nos colegiados superiores não agrada no formato atual A proposta da reitoria de realizar um Congresso Universitário é bem-vinda, mas o conteúdo e o formato do evento descritos em documento que circula nos colegiados superiores da UFRJ causam preocupação. Esta foi a avaliação da diretoria da Adufrj apresentada ao Conselho de Representantes da entidade no último dia 26, no Centro de Tecnologia. A direção da Adufrj faz sugestões sobre princípios, temas e método de trabalho do Congresso. Observa, por exemplo, que a comissão organizadora do evento deve ser escolhida pelo Consuni. E cobra a divulgação do Plano de Desenvolvimento Institucional, tido pela administração central como documento de referência para os trabalhos do Congresso. O texto da diretoria (clique aqui) foi distribuído no Conselho de Representantes para ser levado às unidades. “Ainda que os procedimentos não estejam rigorosamente definidos, achamos que estas notas podem ser um ponto de partida para o debate”, disse a presidente da Adufrj, professora Maria Lúcia Werneck. Maria Lúcia fez referência à reunião do Consuni do dia 21 em que o reitor Roberto Leher se comprometeu a reiniciar o processo de organização do congresso, chamando entidades representativas da comunidade para uma participação efetiva. Além de uma reunião ocorrida na véspera do Conselho, estão marcados encontros com a administração central nos dias 4 e 11 de julho. O professor Frederico Tavares (Coppe) manifestou receio com o curto cronograma do Congresso disposto na proposta da reitoria, que se encerraria em outubro próximo: “Os prazos precisam ser suficientes para permitir a discussão de assuntos de tal importância”, disse. Carlos Frederico Leão (Instituto de Economia) criticou o formato do Congresso e considerou que há um esvaziamento do papel político do Consuni. SINDICALIZAÇÃO No Conselho, a diretoria apresentou uma das ideias para ampliar o número de sindicalizados da Adufrj: cobrar taxas menores de contribuição mensal dos professores que ingressaram na universidade a partir de janeiro de 2013. As alíquotas aumentariam gradualmente a cada dois anos, até o patamar atual. O objetivo é atrair aqueles que sofreram com mudanças na carreira e no regime previdenciário. A medida, que seria aplicada também aos já sindicalizados, está aberta a sugestões. Antes de entrar em vigor, a proposta será submetida a uma assembleia geral. “Esperamos conseguir entre 150 e 200 novos associados”, afirmou o diretor Felipe Rosa.

Cerca de 300 pessoas participaram na manhã desta quarta-feira, 27, de um ato no Complexo da Maré em memória do estudante Marcos Vinícius da Silva, morto na semana passada durante uma operação policial na comunidade. Cerca de 300 pessoas participaram na manhã desta quarta-feira, 27, de um ato no Complexo da Maré em memória do estudante Marcos Vinícius da Silva, morto na semana passada durante uma operação policial na comunidade. Professores e estudantes das escolas da região se reuniram na quadra do Ciep Operário Vicente Mariano, onde Marcos estudava, levaram cartazes e lembraram episódios de violência na região. O ato terminou com um abraço ao Ciep. A mãe de Marcos, Bruna da Silva, acompanhou tudo vestindo uma camiseta com o rosto do filho. Disse que vai cobrar uma ação concreta do Estado pela morte de Marcos. "Vamos transformar esse luto em luta. Hoje sou uma mãe da Maré, mais uma que perdeu seu filho", afirmou. Entre os participantes estavam vários alunos da UFRJ e ex-alunos da UFRJ que são moradores da Maré. Entre eles Alexandre Dias, professor de História no Ciep Vicente Mariano. Graduado pela UFRJ, onde também fez mestrado, Dias disse que a operação que resultou na morte de Marcos não foi a primeira a causar pânico na comunidade. "Na hora do tiroteio eu estava em sala, levei os alunos para o corredor. É muito difícil para os alunos viverem tudo isso", afirmou Dias.    

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