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UFRJ ocupava 5ª posição em 2016. Caiu para 8ª em 2017 e para 12ª em 2018. Docentes responsabilizam cortes orçamentários pelo desempenho. Brasil ainda está em posição acanhada no cenário internacional.

A divulgação do ranking universitário britânico Times Higher Education surprendeu a comunidade acadêmica da UFRJ. De acordo com o levantamento - que examina 13 indicadores –, a universidade não está mais entre as dez melhores da América Latina: caiu para a 12ª posição.

Mais preocupante do que o desempenho deste ano é a tendência sinalizada pelos números. A UFRJ estava em 8º lugar em 2017 e em 5º lugar há dois anos. Significa uma queda de sete posições em três anos.

Para o professor Jerson Lima Silva, do Instituto de Bioquímica Médica, o ranking mostra que a conta da crise chegou para as universidades públicas do Rio. Além da UFRJ, a Uerj também caiu uma posição (para 25º) e a UFF se manteve em 45º lugar. “Somos duplamente punidos aqui, pelo corte nos recursos federais e pela situação da Faperj. Há mais de R$ 500 milhões em projetos contratados pela Faperj que foram empenhados pela obrigação constitucional e que não foram pagos pelo governo estadual desde 2015”, afirmou o ex-dirigente da Fundação.

A pró-reitora de Pós-graduação, Leila Rodrigues, minimizou o resultado. Segundo ela, a UFRJ aumentou o número de publicações e estudantes. Já o pró- -reitor de Graduação, Eduardo Serra, ressaltou que os números em ensino melhoraram, mesmo com os cortes orçamentários. Universidades como UnB e UFMG melhoraram a performance. O Brasil, no entanto, ainda está numa posição acanhada no cenário internacional. As instituições melhor colocadas no país, Unicamp e USP, não estão nem entre as 200 primeiras do ranking mundial.

 

No início de setembro, os professores das universidades federais começam a receber o salário com o acréscimo referente à segunda etapa da lei de reestruturação da carreira. O reajuste, referente a agosto, faz parte de um acordo firmado com o governo no final de 2015 e transformado em lei no ano seguinte. Pelo acordo de 2015, foram acertados dois reajustes lineares para os docentes do magistério superior e do ensino básico, técnico e tecnológico (EBTT): o primeiro, em agosto de 2016 (5,5%); o segundo, em janeiro de 2017 (5%). Já a reestruturação foi dividida em três etapas: agosto de 2017, agosto de 2018 e agosto de 2019. O objetivo da reestruturação é, ao final deste período, recuperar alguma lógica nas diferenças salariais dos professores. Passará a existir uma relação percentual entre vencimento básico e a retribuição por titulação; entre os regimes de trabalho (o salário de Dedicação Exclusiva será o dobro do de 20h e o salário de 40h será 40% superior ao de 20h); e entre os níveis e classes. Por ser uma reestruturação, os ganhos variam bastante, conforme a titulação e o regime de trabalho. Por exemplo, considerando docentes que possuem o título de doutor e são contratados em dedicação exclusiva, o aumento pode ser de apenas R$ 15,26 para quem está no nível inicial e de até R$ 544,76 para quem é Titular. Muitos professores ficaram em dúvida se ocorreria o reajuste deste ano. O governo Michel Temer editou a Medida Provisória nº 805/17¸ que adiava os reajustes de salário e aumentava a alíquota de contribuição previdenciária dos servidores públicos de 11% para 14%. Mas a MP perdeu o prazo de validade para ser votada pelo Congresso e caducou. Questionada pelo Boletim da Adufrj, a assessoria do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão confirmou o pagamento. As tabelas salariais de agosto podem ser conferidas nesta página. REAJUSTES GARANTIDOS NA LDO Na noite desta quarta-feira (11), uma nova ameaça ao funcionalismo público foi afastada no Congresso: o trecho que proibia reajustes, criação de cargos e novos concursos em 2019 não foi aprovado durante a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A oposição propôs um destaque para o artigo 92-A, que barrava os reajustes. Apresentado pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), o destaque foi aprovado na Câmara por 209 contra 45 votos, com três abstenções, e em votação simbólica no Senado. A proposta orçamentária foi aprovada e seguirá para sanção presidencial. O Congresso pode entrar em recesso parlamentar a partir de 18 de julho, com a volta dos trabalhos em 1º de agosto. Fonte das tabelas: Proifes

Os dois casos de sarampo diagnosticados em estudantes da Faculdade Nacional de Direito na segunda-feira (9) provocaram preocupação na comunidade acadêmica. A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Saúde, após as amostras serem analisadas pela Fiocruz. Na semana passada, um mutirão de vacinação de bloqueio foi realizado em professores, alunos e técnicos da FND para evitar a proliferação da doença. O Centro de Vacinação de Adultos da universidade, localizado no CCS, informa que disponibiliza a vacina para quem não tiver se vacinado na infância. Ainda não foi recebida nenhuma orientação para realizar uma imunização em massa. Gláucia Castro, diretora da Coordenação de Políticas de Saúde do Trabalhador, responsável pelo CVA, explica que qualquer mudança na rotina só pode ser autorizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “O protocolo de vacinação vem com ordem do município. Notificamos o que acontece e eles vão contabilizando para fornecer a estratégia que temos de adotar.” Ela diz que o centro está em contato constante com a secretaria. “Temos recebido muita gente pedindo a vacina, mas até agora a secretaria não liberou a vacinação em massa.” Kayene Micheli, estudante do 7º período do curso de Farmácia, foi na quarta-feira (11) ao local e recebeu uma dose de reforço da vacina, pois trabalha na área da saúde. Ela é funcionária do Hospital Universitário e diz que está preocupada com o surgimento de novos casos da doença. “O sarampo não deveria estar voltando. É preciso campanha e conscientização para não virar uma pandemia”, argumenta. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a imunização está presente nas vacinas Tríplice Viral e Tetra Viral, disponíveis conforme calendário definido pelo Ministério da Saúde para crianças entre os 12 e 15 meses. Adultos até 49 anos, que não tenham recebido as doses, também devem procurar as unidades de saúde para serem vacinados. Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo, mas a doença retornou este ano.

Pesquisadores da UFRJ venceram o 1º Prêmio Internacional Fiocruz Servier de Neurociência. O grupo liderado por Flávia Gomes, do Instituto de Ciências Biomédicas, receberá 120 mil euros pela contribuição no estudo das células gliais durante o desenvolvimento e envelhecimento do sistema nervoso. “O conhecimento sobre os mecanismos de funcionamento dessas células pode levar ao desenvolvimento de um fármaco para curar e tratar doenças, como o Alzheimer, Parkinson e a Esclerose Múltipla”, afirma. “Essa premiação representa a excelência da universidade, apesar dos problemas do país.” Stevens Rehen, também do ICB, receberá 30 mil euros para seguir com a pesquisa sobre a infecção do vírus da Zika em células-tronco reprogramadas e modelos embrionários do cérebro humano.

Fernanda da Escóssia, Kelvin Melo e Larissa Caetano Num domingo de sol e calor, o Dia Nacional da Ciência, realizado na Quinta da Boa Vista, 8 de julho, mostrou o interesse da população pelos experimentos científicos - em contraste com o explícito desinteresse do governo federal, que corta sucessivamente os recursos da pesquisa no país. Ao todo, 22 organizações, a Adufrj entre elas, apoiaram o evento, que lotou os jardins do Museu Nacional e transformou a Quinta num grande laboratório. Os jardins do Museu Nacional se transformaram numa imensa Feira de Ciências. Os expositores eram professores, cientistas, pesquisadores experimentados e alunos que se transformavam em mestres para ensinar sobre o impacto da ciência no dia a dia de cada um. Teve telescópio para ver o sol, teve aula sobre mosquito da dengue e criança aprendendo a montar moléculas químicas com jujubas coloridas. O evento celebrou os 70 anos da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador. A conselheira da SBPC Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos, uma das responsáveis pela organização, destacou a necessidade de obter o apoio efetivo da população. Lembrou que a produção científica demanda tempo, estudo e investimento.“A simpatia e a solidariedade da população ficaram evidentes. É preciso mostrar que, para que tudo isso aconteça, a ciência precisa de orçamento, de uma política eficaz no setor. E não é o que temos visto por parte desse governo”, afirmou a vice-presidente da Adufrj, Ligia Bahia. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, lembrou que foi a pesquisa científica que permitiu uma resposta ao surto de casos de zika. “A Fiocruz está aqui porque é um dia dedicado à Ciência, ao pesquisador. Além disso, são 70 anos da SBPC. Estamos unidos para colocar como ponto central que não pode haver cortes na Ciência, Tecnologia, Inovação. Esta atividade é vital para a sociedade brasileira, para nosso futuro como Nação. Foi a atividade científica, com a Fiocruz ao lado de várias instituições, que permitiu a resposta à questão da zika”, afirmou. Os deputados Carlos Minc (PSB-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Celso Pansera (PT-RJ), além da candidata a deputada federal Tatiana Roque (PSOL-RJ), ex-presidente da Adufrj, acompanharam o ato. A vice-reitora Denise Nascimento representou a UFRJ e disse que, mesmo sob ataques, as universidades públicas mostram força e ultrapassam seus muros. “O povo gosta, precisa e quer acesso à ciência. Cabe a nós lutar por orçamento para o setor”, afirmou a deputada Jandira Feghali. Uma equipe do Instituto de Microbiologia da UFRJ apostou em ensinar como uma atitude corriqueira, a lavagem correta das mãos, tem impacto efetivo no controle de doenças. Uma caixa com luz negra permitia observar as mãos antes e depois da lavagem. Kits com lâminas de laboratório mostravam a quantidade de bactérias em objetos manuseados no dia a dia, como uma maçaneta de porta e um celular. Crianças faziam fila nos experimentos. Marina Silva, mestranda em Turismo na UFF, levou o filho Vicente, de 3 anos, para ajudar a montar esqueletos de dinossauro. “A gente precisa mostrar aos filhos que a ciência está na vacina, no dia a dia, em tudo”, afirmou a mestranda.

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