facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Professora Ligia Bahia, vice-presidente da Adufrj, afirma que planos de saúde empurram cidadão a desempenhar o papel de Joseph K. , personagem de Kafka enredado num processo sem chance de defesa   Ligia Bahia*   Um dos planos de saúde de professores da UFRJ (Unimed) aumentou 42,5%. A péssima notícia atinge uma categoria com salários estagnados e gastos crescentes para trabalhar. Além de ter que tirar do bolso ajudas diversas às atividades de ensino e pesquisa, estamos gastando mais com transporte, livros e até com medicamentos. O reajuste oito vezes maior que a inflação da economia e quatro vezes superior ao concedido pela Agência de Saúde Suplementar causou espanto e indignação. O que poderia justificar essa discrepância com outros índices de preços? Diversos professores procuraram a Adufrj. A pergunta que está pairando no ar é: o que faremos? E quem questionou já adiantou: ficar de braços cruzados, nem pensar. Para quem estuda o tema há muito tempo, um valor tão elevado também surpreendeu. Nem todas as evidências acumuladas sobre reajustes abusivos poderiam ter nos preparado para lidar com esse fato como mais um ponto. O entendimento geral da dinâmica do mercado contribui para saber de onde vem uma política tão agressiva, mas não foi suficiente para antecipar, evitar o problema. O plano que está abrigado na Unimed, na realidade, está subalocado na Asparj e é operacionalizado (em termos de negociação dos contratos) pela IBBCA, uma administradora de saúde. Assim mesmo muito confuso. Traduzindo: o plano tem a rede credenciada e própria da Unimed, nossos professores foram inseridos em um pool com outros servidores públicos e o corretor trabalha para diversas empresas, inclusive para a IBBCA. Na hora de contratar parece meio difícil entender, mas fica claro que o atendimento tem a Unimed por trás. Contudo, quando se trata de contestar o reajuste é diferente. As responsabilidades se evaporam. Ao interpelar a diretoria da Unimed Rio soubemos que o valor só poderia ser negociado com a administradora e que não existe um contrato com a Adufrj e sim com a Asparj. É a administradora e não a Unimed que pode “dar desconto”. Foi exatamente como o corretor agiu: propôs para os mais jovens um aumento de “apenas” o dobro daquele definido pela ANS e para quem tem acima de 65 anos, ônus integral. Uma crueldade que sequer preserva princípios básicos da solidariedade intergeracional de qualquer mutualismo. Desde a semana passada, a atenção de toda a equipe da Adufrj, inclusive dos assessores jurídicos, está voltada para impedir esse assalto (sem violência física, mas portador de ameaças objetivas à organização da vida) aos professores. Estamos reunindo informações para arguir o aumento pela via judicial. Por exemplo, planos de servidores públicos como o dos fiscais da Receita Federal não aumentaram ou tiveram reajuste máximo de 7,2% (uma categoria também constituída fundamentalmente por profissionais de nível de idade média). Paralelamente, divulgamos entre especialistas o que está ocorrendo na UFRJ. Temos sido procurados por pessoas interessadas em apresentar esquemas assistenciais que garantam estabilidade assistencial e financeira para os usuários. Consideramos que características tais como: existência de concursos e admissão permanente de novos associados, adimplência e estabilidade no plano devem ser consideradas nos processos de precificação. Encarar a briga pela saúde em um contexto de forte expansão de negócios é uma tarefa árdua. Certamente foi na seguradora na qual trabalhou que Kafka se inspirou para escrever “O Processo”. Os planos de saúde, a seu modo, nos empurram para desempenhar o papel de Joseph K. O que oferecemos para contrarrestar as tendências de expansão da mercantilizarão da saúde não é pouco. A população brasileira, quando consultada por diversas pesquisas, declara peremptoriamente sua insatisfação com a privatização da educação e saúde e atesta má qualidade de serviços inclusive das operadoras de planos. A justiça está repleta de ações contra planos e tem se manifestado majoritariamente a favor dos pacientes. E a Adufrj tem de sobra esperanças e compromissos para encontrar melhores perspectivas para a saúde.   * Vice-presidente da Adufrj e pesquisadora em saúde coletiva

Na Faculdade de Odontologia da UFRJ, as aulas práticas melhoram a saúde da população. Toda semana, os alunos atendem cerca de duas mil pessoas nas clínicas da faculdade, no CCS. O atendimento é supervisionado por docentes e tem importante peso na formação acadêmica.

Os pacientes são examinados por alunos de variados semestres. “Para os alunos, é como um estágio. Eles se aprimoram, e ainda podemos prestar um serviço à sociedade”, afirmou a chefe do departamento de Clínica Odontológica, professora Amara Eulalia Chagas Santos, vice-diretora da faculdade - de onde também foi aluna.

Em algumas clínicas, o atendimento é realizado por profissionais já formados, alunos de especialização, mestrado e doutorado. O curso de Odontologia da UFRJ está entre os melhores do país.

Os alunos são avaliados pelo trabalho e, à medida que avançam no curso, o papel do professor vai sendo reduzido. Alunos do oitavo e último período, coordenados pela professora Amara, já atuam de modo mais independente. “Passar pela clínica foi fundamental para que eu pudesse aprender e ganhar segurança”, afirmou a professora Lorrane Salvador de Mello, enquanto supervisionava o trabalho de uma aluna na colocação da prótese de um paciente. “Tive ótimos professores e pacientes, e hoje tento repetir a experiência com meus alunos”.

Quem busca o serviço das clínicas passa por uma triagem, para que possa ser encaminhado para o tratamento correto. É muito comum que o paciente precise de vários serviços.

Cada atendimento custa R$ 30. Segundo a professora Amara, o dinheiro vai para a Fundação José Bonifácio, cadastrada no MEC para atuar junto à UFRJ para este tipo de parceria, e volta para a Faculdade, que o utiliza para custear equipamentos e material odontológico.

Há clínicas específicas para ortodontia, cirurgia, próteses, radiologia, estomatologia e odontopediatria, que atende bebês e pacientes especiais. Às segundas, quartas e sextas, há uma pequena emergência, com prioridade para quem já é paciente.

_________ SERVIÇO: O telefone para informações é 3938-2048.

Prezad@s colegas, Diante do aumento abusivo do plano de saúde Unimed, temos envidado esforços diariamente para encontrar alternativas. A recusa da empresa em rever o aumento e a insuficiência das providências da empresa que celebrou os contratos levou-nos a romper o credenciamento para a contratação de novos planos, e requer de todos nós um esforço para superar a situação emergencial minimizando prejuízos. Assim, é importante atentar para o seguinte:  
  1. Aqueles que desejarem migrar para uma apólice com menor reajuste devem procurar o Sr. Miguel Gomes, tel: (21) 98463-0886, o mais rápido possível para orientações;
  2. Os sindicalizados com mais de 75 anos que tiveram o aumento de 42% na mensalidade devem agendar atendimento jurídico com a Adufrj para ingresso de ação individual contra o reajuste; e
 
  1. Casos não mencionados acima, inclusive envolvendo outras operadoras, devem agendar atendimento com o jurídico da Adufrj.
  Estamos trabalhando incessantemente para que, em breve, possamos ter novas opções de planos de saúde em condições realmente condizentes com as necessidades e a relevância dos docentes da UFRJ. Seguimos à disposição,   Diretoria Adufrj-SSind

Em meio à comemoração dos 70 anos, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) fará sua reunião anual na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Maceió, de 22 a 28 de julho. Num 2018 marcado pela crise política do governo de Michel Temer e pelas eleições presidenciais, o encontro prevê conferências científicas, palestras e minicursos, mas também debates sobre os cortes orçamentários que atingem a área. Na programação geral da SBPC consta um encontro com os presidenciáveis, mas a organização da SBPC não informou quais deles já confirmaram presença. Estão previstas conferências e palestras de pelo menos 13 pesquisadores ligados à UFRJ. Dois diretores da Adufrj, Felipe Rosa e Ligia Bahia, participarão do evento, organizado por mais de 142 sociedades ligadas à ciência.  O presidente da Academia Brasileira de Letras, Marco Luchesi, professor da Faculdade de Letras, falará de literatura e ciência. “A UFRJ sempre teve uma presença muito grande na SBPC, participa desde o início”, afirma Ildeu de Castro Moreira, presidente da entidade e professor do Instituto de Física da universidade. Para Ildeu, a reunião será um espaço para chamar a atenção das autoridades sobre a importância do investimento na ciência. “Estamos vivendo um momento muito delicado no país para as áreas de ciência e educação”, afirma. “Vamos discutir o acesso a políticas públicas que promovam o desenvolvimento científico, humano e sustentável.” Luiz Pinguelli Rosa, Diretor de Relações Institucionais da Coppe, será um dos palestrantes da mesa-redonda “Desafios do pré-sal”. Ele promete analisar a situação da indústria petroleira no país e no exterior. “Farei críticas à política de petróleo do governo Temer e contra as privatizações no setor”, explica. “Eles são pessoas que atentam contra o interesse nacional, são funcionários das grandes multinacionais.” O pesquisador lembra, inclusive, que o aumento de preços dos combustíveis deu origem à greve dos caminhoneiros que aconteceu em maio. Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, vai apresentar a conferência “Dragões Alados: Novidades do Front”, que vai trazer ao público estudos científicos sobre os pterossauros. “Vamos apresentar as novidades e avanços realizados nas pesquisas sobre répteis alados”, explica o paleontólogo, um dos maiores especialistas do mundo no assunto. Ele também vai coordenar uma sessão especial sobre o bicentenário do Museu, instituição científica mais antiga do Brasil. “Serão apresentações sobre a história do Museu Nacional e suas coleções antropológicas, zoológicas e paleontológicas. É uma maneira de mostrarmos para a SBPC nossa importância ao longo desses 200 anos.”

Dois meses depois do sequestro de dois professores no Fundão, não saíram do papel medidas cobradas para melhorar a segurança. Convênio com a PM não foi assinado, e retornos de acesso ao CCS seguem fechados

Dois meses depois do dramático sequestro de dois professores no Fundão, ainda não saíram do papel algumas medidas cobradas pela comunidade universitária para melhorar a segurança. Não foi implementada nem mesmo a mais simples das promessas da reitoria: a reabertura das passagens de veículos em frente ao CCS – hoje os motoristas são obrigados a fazer o retorno numa área erma, a mesma onde o casal de docentes foi capturado em maio.

A mudança no local do retorno foi sugerida por um técnico numa manifestação na escadaria do CCS em 23 de maio, na presença do reitor e de sua equipe. Naquele mesmo dia, ainda durante o evento, a reitoria reconheceu que a ação era simples e se comprometeu a executá-la imediatamente.

“Faço esse retorno todo dia, sinto insegurança total. Se eu gritar, ninguém ouve. Viver assim não é normal”, reclama a professora aposentada Yocie Yoneshigue-Valentim, do Departamento de Botânica. Este mês, bandidos de fuzil roubaram um pedestre no estacionamento do CCS.

Para Sônia Costa, professora do Instituto de Pesquisa de Produtos Naturais, a situação é inadmissível. “Não sabemos quando seremos assaltados. Muitas medidas não dependem de dinheiro, mas da vontade”, relata.

Questionada, a Prefeitura Universitária não respondeu sobre o retorno. Em junho, foram instaladas câmeras de alta definição nos pórticos, além de contadores para medir o fluxo de veículos.

Também não saiu do papel a assinatura do convênio do Proeis (Programa Estadual de Integração na Segurança). Esse convênio, a ser assinado entre UFRJ, Petrobras e Polícia Militar, prevê o pagamento para que PMs de folga trabalhem na segurança do campus. Segundo a Prefeitura, enquanto o Proeis não saísse do papel, o policiamento seguiria reforçado, o que tem ocorrido.

A Prefeitura diz que a demora é da Petrobras. Segundo a assessoria da empresa, o processo está em andamento para discussão de detalhes contratuais, mas ainda sem expectativa de conclusão. Como medida de efeito provisório, o Estado do Rio está pagando, após reivindicação da UFRJ, o Regime Adicional de Serviço. Ele amplia o policiamento com policiais trabalhando nos dias de folga e, segundo a Prefeitura, vai permanecer até a efetivação do Proeis.

“Reconhecemos a presença maior de soldados do Exército nas entradas do Fundão, mas lamentamos a morosidade para a execução de promessas”, diz Felipe Rosa, diretor da Adufrj.

 

Topo