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WhatsApp Image 2022 09 19 at 10.11.08 3Foto: Silvana SáA direção da Escola de Belas Artes suspendeu as aulas da graduação no dia 14. Os motivos: falta de limpeza, de elevadores funcionando e água. A volta está programada para segunda, 19. Mas nem todos os problemas estavam resolvidos até o fechamento desta edição.
A limpeza começou a ser realizada na manhã do próprio dia 14, mas a continuidade do serviço ainda é incerta. A reitoria, que emitiu nota no mesmo dia se dizendo surpresa com a suspensão das aulas, afirmou que o serviço seria de responsabilidade da decania do Centro de Letras e Artes.
Flávio Cozini, supervisor da empresa Soluções, apresentou outra versão. Ele informou à reportagem que, até esta sexta-feira (16), a Pró-reitoria de Gestão e Governança (PR-6) ainda não havia solicitado a revisão contratual. “Nesse momento realizamos uma intervenção pontual, a pedido da decania, mas é necessário um aditivo ao contrato para solicitar aumento de área atendida ou de efetivo”, contou o representante. “A PR-6 nos comunicou que entrará em contato conosco mas, até agora, não recebemos nenhuma solicitação. Aumentando a área ou o efetivo, aumenta o valor do serviço”, afirmou.
O funcionário não se responsabiliza pela manutenção da limpeza nas próximas semanas. “Se voltarem as aulas nesses andares, teremos novos problemas, porque será uma limpeza precária justamente por não haver previsão contratual”.
Diretora da EBA, a professora Madalena Grimaldi confirmou que não comunicou a interrupção das aulas à reitoria, mas rebateu as informações contidas na nota oficial. A versão da dirigente confirma o que a empresa informou à reportagem.
“As aulas começaram no dia 29 de agosto, mas desde maio vimos alertando sobre a limpeza. Em reunião com a PR-6, foi dito que não haveria como fazer um aditivo ao contrato por conta dos cortes orçamentários”, disse Madalena Grimaldi. “Então eu e a decana, professora Cristina Tranjan, sugerimos fazer um rodízio como forma de atender a todos os andares com o mesmo número de funcionários de limpeza. Mas a PR-6 não autorizou porque também seria necessária, antes, uma mudança contratual”, revelou a diretora. “A PR-6, o tempo todo, nos informava que estava negociando com a empresa”, afirmou Madalena. Mas nada aconteceu. “Os banheiros ficaram numa condição de insalubridade tamanha que seria irresponsabilidade minha manter as aulas”. O fornecimento de água foi restabelecido na quinta-feira.
O funcionamento insuficiente dos elevadores também foi decisivo para a decisão de descontinuar as aulas. São cinco, todos reformados, mas que não conseguem ser utilizados ao mesmo tempo. “Tenho alunos e professores com mobilidade reduzida. Subir sete andares no nosso prédio significa, na prática, subir 11 andares, por conta do pé direito mais alto. Alunos e técnicos ficaram presos nos elevadores diversas vezes nessas primeiras semanas de aulas até que na sexta-feira (9) não havia mais nenhum funcionando”, contou Madalena Grimaldi. “Eu tive aluno passando mal, professor com falta de ar. Estou aguardando a resolução desses problemas para retomar o semestre”, concluiu a diretora.
Nesta sexta-feira, 16, quatro elevadores voltaram a funcionar. “Acabei de ser informada que há quatro equipamentos em funcionamento. Vamos voltar na segunda-feira (19)”, afirmou a diretora.
As informações foram confirmadas pela decana do CLA, professora Cristina Tranjan, que esteve durante toda a manhã de quarta-feira (14), em reunião com a reitoria. A decana, no entanto, minimizou o incidente após a longa conversa com a administração da UFRJ. “Houve a reabertura dos andares que ficaram seis anos fechados, e a limpeza não deu conta. A situação já está voltando à normalidade. A gente lutou muito para a reabertura desses andares, é uma vitória. O que está acontecendo agora são ajustes por conta do aumento da circulação no prédio”, declarou.
Sobre os elevadores, a decana informou que houve uma varredura na rede elétrica para a empresa de manutenção diagnosticar o que gera o mau funcionamento dos equipamentos. “Na sexta-feira (9), um professor cadeirante precisou dar aula no meu gabinete – que fica no térreo do prédio. Realmente não há como manter o funcionamento de um edifício com sete andares sem elevadores”.
A PR-6 não atendeu às tentativas de contato. Já a reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho, que participou da reunião com a decana do CLA, na quarta, respondeu aos questionamentos da reportagem. “Aparentemente há um problema na carga elétrica que chega aos elevadores e a água precisou ser fechada por conta de um vazamento. É preciso solucionar esses dois itens para que as aulas sejam retomadas”, disse.

bandeira adufrjFaltam 16 dias para a eleição mais importante da história recente do Brasil. É a mais importante pelo que está em jogo, pelo que aprendemos a chamar de democracia, e que, na prática, atende por vários nomes entranhados no cotidiano docente: universidade pública, gratuita, de qualidade e inclusiva. Liberdade de cátedra. Financiamento público da Ciência, da Cultura e da Arte. Formação de professores críticos e qualificados.
Pois todo esse caleidoscópio civilizatório está ameaçado pela reeleição de Bolsonaro e, por isso, a atual diretoria da AdUFRJ defende desde a sua campanha eleitoral que o sindicato apoie a candidatura do campo democrático com maiores chances de derrotar o fascismo nas urnas. Hoje essa candidatura é a de Lula. Mas poderia ser a de Ciro ou a de um outro candidato mais à esquerda. E, se assim fosse, estaríamos igualmente aqui, nas ruas e nas redes, defendendo esses candidatos.
“Isso não é um capricho petista. Não estamos tratando de uma eleição normal, entre dois projetos políticos divergentes, como já ocorreu no passado, diversas vezes entre o PT e o PSDB. Antes tratávamos, por exemplo, de dois projetos antagônicos de universidade, um mais elitista e outro inclusivo. Agora, temos um candidato que quer a destruição da universidade. Bolsonaro é o candidato que defende a tortura, que defende o golpe, que prefere ser presidente por meio de um golpe do que pela eleição. Defender a vitória no primeiro turno nesse contexto não é, portanto, algo que pretende engolir a minoria, mas sim um gesto que defende o futuro das oposições”, pondera o professor Pedro Lima, do Departamento da Ciência Política da UFRJ, respeitado pesquisador da conjuntura eleitoral brasileira.
A interessante entrevista de Pedro está na página 5 desta edição. Na página 4, o cientista político Paulo Baía, professor da UFRJ, analisa as mais recentes pesquisas do Datafolha e do Ipec, nas quais o ex-presidente Lula mantém boa margem de votos à frente de Bolsonaro. Também na página 4, mostramos que, em encontro com comunicadores de todo o país, na terça-feira (13), Lula falou sobre sua expectativa de vencer a eleição no primeiro turno, e celebrou a chegada da primavera — a estação começa no próximo dia 22 — como um tempo de esperança para o país. A equipe de jornalistas da AdUFRJ participou do encontro.
Na página 6, publicamos a tradução concreta de como Bolsonaro ameaça a universidade. Desde o dia 14, a Escola de Belas Artes está sem aulas, castigada pela crise orçamentária, por dois incêndios, elevadores sucateados, banheiros sem água e serviços de limpeza sofríveis. A diretoria da AdUFRJ aproveita esse espaço para prestar solidariedade à EBA e se colocar à disposição para mediar soluções.
Vivemos um tempo de desalento, mas esperamos que a primavera nos devolva a esperança. Apostando nesse retorno da alegria, da discussão livre e da democracia plena, convidamos a todos para um encontro descontraído na próxima sexta-feira, 23, às 18h, no CBAE. Ali, entre amigos, sextaremos, debateremos políticas, beberemos, encontraremos os amigos e a força para lutar por dias melhores.

Boa leitura !

plataforma arquivoArquivo/Agência BrasilPor Estela Magalhães

Mais um golpe na Ciência. Aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal em agosto, a Medida Provisória nº 1.112/2022, agora convertida na Lei 14.440, permite às empresas que financiam a pesquisa na área de petróleo e gás redirecionar os recursos para a substituição da frota de caminhões. “Em vez de buscar fontes de recursos compatíveis, de transporte, ele retira da pesquisa, o que é um absurdo”, diz Fernando Peregrino, presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies).

Peregrino alerta que a UFRJ deve ser a instituição mais impactada pela medida, já que é grande usuária do financiamento. “Temos 170 laboratórios construídos com esses recursos, com equipe, bolsistas e pesquisadores contratados para aperfeiçoar essa tecnologia. Mas isso vai reduzir, porque ofereceram que as empresas petroleiras aplicassem seu fundo na sucata em vez de na pesquisa”, lamenta. O Programa de Aumento da Produtividade da Frota Rodoviária no País ficou conhecido como MP da Sucata.

“Somos o maior parceiro tecnológico das empresas de óleo e gás no país e a instituição com maior infraestrutura montada para atuação nessa área”, reforça o professor Romildo Toledo, diretor da Coppe. Ele explica que as empresas ainda vão poder optar pela adesão ao novo programa. “Não vejo nenhuma vantagem para as empresas deixarem de investir em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, que trazem benefícios inegáveis para os negócios”, diz.

O investimento na pesquisa em óleo e gás permitiu a implementação de uma estrutura utilizada para diversas áreas da ciência, que também seriam afetadas caso os laboratórios perdessem sua capacidade operacional. “Principalmente no momento que estamos vivendo de transição energética, muitas questões para descarbonização, empresas optando pela energia limpa, o investimento em pesquisa é fundamental para o sucesso dessas políticas”, explica o professor.

Agora, o esforço dos cientistas está voltado para a contenção de danos. O objetivo é conscientizar as empresas sobre a importância da pesquisa para que elas não optem pela adesão ao Renovar. “A comunidade científica se manifestou, visando impedir a aprovação da medida provisória, e temos nos dirigido às empresas para que elas continuem investindo na execução do projeto de pesquisa de desenvolvimento e inovação”, completa Romildo.

“É com certeza mais um ataque contra a pesquisa e a educação no Brasil. Esse governo não dá valor à educação, à cultura e nem à ciência”. Para o ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro, a MP apresenta às empresas uma vantagem a curto prazo, mas uma desvantagem a longo prazo. “Ela pode economizar mais trocando a frota, que é algo mais rápido do que o financiamento da pesquisa, mas não traz os resultados no desenvolvimento e inovação a médio e longo prazos”.

O professor pode circular pela universidade com o adesivo de seu candidato ou candidata? Pode, incluindo salas de aula. A participação em debates, mobilizações e protestos é liberada também. Só não é permitido pedir voto durante a aula.

Estas e outras orientações fazem parte de uma campanha produzida pela Associação de Docentes da Universidade de Brasília (ADUnb) para tirar dúvidas sobre o que pode e o que não pode ser feito pela categoria durante o período eleitoral. A AdUFRJ adorou a ideia e firmou uma parceria com a ADUnb para divulgar os cards da iniciativa. As peças serão compartilhados esta semana pela AdUFRJ, em suas redes sociais, com uma identidade visual própria.

A campanha tem respaldo em uma nota técnica — disponível AQUI — elaborada pela assessoria jurídica da ADUnb. Os advogados do sindicato, para produzir o documento, analisaram a cartilha “Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições – 2022”, publicada pela Advocacia-Geral da União (AGU). No caso específico das universidades, também consideraram os parâmetros fixados em julgamento do Supremo Tribunal Federal de 2020. O acórdão do STF tratou de abusos cometidos por autoridades públicas contra manifestações realizadas nas instituições de educação superior no pleito de 2018.

Confira os cads da campanha abaixo.

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CURSOAcontece neste sábado (10) a aula inaugural do Curso André Rebouças, projeto de educação de Exatas criado por estudantes de Engenharia do Coletivo Força Motriz, em parceria com o Clube de Engenharia e o Sindicato dos Engenheiros. A ideia do coletivo é promover iniciativas de inclusão social e fomento à cidadania. A atividade está marcada para o auditório do Senge, às 14h.

O Curso André Rebouças foi criado para ajudar estudantes cotistas que dividam o tempo entre a faculdade e um trabalho ou que atravessem qualquer outra dificuldade durante o curso. A disciplina de Cálculo é uma enorme barreira para os estudantes, com índices de reprovação altos. Na avaliação do Força Motriz, as constantes reprovações na disciplina levam muitos alunos a desistir dos cursos. Com menos pressão e mais didática, o foco das aulas será dar máxima atenção individual para cada aluno, acompanhando sua evolução e suas dúvidas.

O desafio agora é conseguir aumentar o número de professores participando da iniciativa. “Como a demanda de alunos foi grande, estamos precisando abrir mais de uma turma, daí faltam professores. Fora que, como um dos focos do curso é dar mais atenção individual para os alunos, ter mais educadores é fundamental”, contou Pedro Enrique Monforte Brandão Marques, mestrando do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Coppe e um dos organizadores do Força Motriz.

Os professores interessados em participar do Curso André Rebouças podem se inscrever através de um formulário eletrônico disponível no endereço bit.ly/formcursoandrereboucas.

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