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bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

Foi um dia de esperançosa alegria. Organizar e participar do último UFRJ na Praça, no Parque Madureira Mestre Monarco, sábado passado (25), nos encheu de coragem para lutar por dias melhores. Professores e estudantes de graduação e pós-graduação da UFRJ arregaçaram as mangas e mostraram a potência de suas pesquisas e reflexões, em mais de 20 tendas com experimentos de diversas áreas do conhecimento, interagindo com públicos de todas as idades.
As crianças se deslumbraram com os jogos matemáticos, com os sapos conservados em formol, com a fumaça do nitrogênio líquido. Ciência na rua, ao alcance do povo. Foi a primeira vez que levamos o UFRJ na Praça ao Parque Madureira. A ideia foi da professora Nedir do Espirito Santo, diretora da AdUFRJ, incansável nos preparativos do evento. “Foi um acerto a escolha do lugar. Nós trouxemos atividades de várias áreas de conhecimento, com o objetivo de motivar jovens e crianças da região a ingressar na universidade”, observou Nedir.
Foi isso e muito mais. Para além de seus muros, a UFRJ que pousou em Madureira, reduto do samba de excelência, pôde mostrar à sociedade um pouco de sua produção científica, também de excelência, da Matemática às Ciências Biológicas, da Física à Ciência Política, da Bioquímica Médica à Farmácia. Assim como baluartes do samba, como Noca da Portela e Nei Lopes, agraciados com títulos de Doutor Honoris Causa da UFRJ, professores da nossa universidade se sentiram como baluartes da Ciência naquele sábado, levando à praça a defesa da educação pública e de qualidade no país.
“Foi muito importante trazer para a Zona Norte, para um equipamento tão bacana quanto o Parque Madureira, o que é feito na UFRJ”, lembrou o professor João Torres presidente da AdUFRJ, que fez a saudação inicial ao público no evento. A interação com o público foi constante e, em muitos casos, com forte apelo popular. Um bom exemplo veio da tenda do Centro Nacional de Identificação Molecular do Pescado (Cenimp) da UFRJ. Para explicar como é feita no laboratório a identificação de peixes investigando o DNA dos animais, os pesquisadores convidavam os visitantes a uma degustação de bolinhos de bacalhau. Encheu a tenda, viu?
E valeu muito a pena. Morador do bairro e frequentador assíduo do Parque Madureira, Rogério Assis Corrêa entendeu tudo e resumiu bem o que foi o evento. “Às vezes, as pessoas acabam tendo a impressão de que o ensino superior é algo distante e muito difícil. Então essas ações de aproximação com a comunidade acabam ajudando a derrubar isso”, disse ele, que elogiou, sobretudo, a oportunidade para as crianças, “que tiveram contato com trabalho científico, com informação”. Confira como foi esse dia intenso e encorajador nas páginas 4, 5, 6, 7 e 8.
Na contramão da alegria, o governo Bolsonaro fechou mais uma semana com nova facada na Ciência. O Fundo Nacional para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o principal instrumento público de fomento à pesquisa no país, sofreu um corte de R$ 2,5 bilhões, o que representa 56% do total de seus recursos. O bloqueio viola a legislação, mas parece que o governo Bolsonaro está disposto a tudo para destruir a produção científica do país. Saiba mais em nossa matéria da página 3.
Mesmo ferida de morte, a Ciência resiste. O evento no Parque Madureira mostra que o projeto de desmonte do governo Bolsonaro está com os dias contados. Bastava ver o olhar encantado de cada criança diante de um experimento do UFRJ na Praça. É esse olhar que nos encoraja a resistir.
A Ciência vive.
Boa leitura!

nei lopesEstela Magalhães

Exatos 60 anos depois de seu ingresso na UFRJ, o sambista e escritor Nei Lopes recebeu o título de Doutor Honoris Causa da universidade. O evento aconteceu no Salão Nobre da Faculdade Nacional de Direito na quinta-feira (30). Em seu discurso, Nei Lopes lembrou que, quando ingressou na FND, em 1962, apenas 1% dos brasileiros cursava uma faculdade, e certamente uma parcela ainda menor da população preta e parda tinha o privilégio. “Isso me levou a um caminho que até hoje é a fonte maior de meu interesse e fazer intelectual: a reavaliação do papel dos afrodescendentes na construção da sociedade nacional e o esforço na direção do equilíbrio entre os diversos segmentos étnico-raciais, a partir da eliminação do racismo e da exclusão”, disse.
Nei avaliou que o Direito teve um importante papel em seu movimento na direção da luta pela igualdade racial e contra o racismo. “Eu me afastei da advocacia, mas não do Direito, que nunca saiu de mim e sempre há de se manifestar no nosso respeito à lei e aos princípios constitucionais e a defesa do estado democrático de direito”, declarou.
O advogado Eloá dos Santos Cruz, também egresso da FND, entrou com o pedido de concessão do título ao sambista em 2019, mas o pleito foi negado pela congregação da faculdade em junho do ano passado por falta de “relação estreita com o campo jurídico”. Naquele momento, Nei Lopes já havia sido agraciado com o título pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em 2012, e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 2017.
Em março deste ano, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro também tornou o compositor Doutor Honoris Causa. Em sua fala, Eloá lamentou a perda do pioneirismo da UFRJ na concessão do título a Nei Lopes e celebrou as ações afirmativas da universidade, que hoje contribuem para uma maior presença de negros no ensino superior.
A reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, destacou a importância da luta pela educação no Brasil e contra os cortes orçamentários nas universidades. “Nós, egressos da UFRJ, levamos conosco o espírito da Minerva, a deusa da sabedoria e da guerra. Mas não é a guerra das armas, e sim do saber que nos levará à efetiva liberdade. E continuaremos lutando nessa guerra a favor do conhecimento, da cultura e da educação e contra a desigualdade social”, disse.
O vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha registrou a importância da concessão do título a personalidades admiráveis que compõem a história da UFRJ. “Estamos fazendo o que entendemos ser uma reparação no DNA que essa universidade deve ter. Isso aparece quando concedemos o título póstumo à Carolina de Jesus, quando concedemos ao Noca da Portela e agora ao Nei Lopes. Por isso, agradeço por aceitar fazer parte do nosso DNA”.

WhatsApp Image 2022 06 24 at 21.06.44Foto: Estela MagalhãesO lançamento da série de homenagens “Pinguelli, cidadão do mundo” aconteceu no dia 21 de junho, na Coppe. O professor Luiz Pinguelli Rosa, emérito da UFRJ e primeiro presidente da AdUFRJ, faleceu em março deste ano. Na ocasião também foi lançada sua autobiografia “Memórias - de Vargas a Lula: a resistência à ditadura e ao neoliberalismo”. Um dos convidados da mesa, o presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, destacou “o empenho de Pinguelli” para “colocar a pesquisa, a ciência e a tecnologia a serviço da independência nacional”, disse. “Ele nos deixou um legado e cabe a nós continuar essa tarefa tão importante. Hoje é um dia de luta contra os cortes na Ciência e na Educação, então nada mais justo que ter uma homenagem ao professor Pinguelli”, completou. O professor Ricardo Medronho representou a diretoria da AdUFRJ no evento.

289355851 333434445628275 5360869427281080463 nFoto: Renan Silva/SintufrjO auditório do Centro de Tecnologia (CT), na Cidade Universitária, recebeu na terça-feira (21) a cerimônia de posse da diretoria do Sintufrj que estará à frente da entidade até 2025. Os coordenadores gerais Marta Batista, Laura Gomes, Esteban Crescente; e Carmen Lúcia, da coordenação de Administração e Finanças, conduziram a solenidade. A gestão, a primeira com paridade entre homens e mulheres, deixou claro o compromisso pelo “Fora Bolsonaro”.
O presidente da AdUFRJ, professor João Torres, saudou a nova gestão e enfatizou o delicado momento político do país. O docente convidou o Sintufrj para a organização de um grande ato em defesa da UFRJ. “Neste momento tão difícil, vamos trabalhar juntos no que for possível”, disse. A reitora Denise Pires de Carvalho, com covid-19, enviou um vídeo saudando a nova diretoria-executiva do Sintufrj.

WhatsApp Image 2022 06 24 at 21.11.49 1Isadora Camargo

Iniciado na segunda-feira (20), o Mutirão 2022.1 de doação de sangue no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho vai até 1º de julho. A ação é uma parceria do HU com o projeto Sangue da UFRJ. O reforço no número de doadores neste período é essencial para abastecer os bancos de sangue da unidade, que necessita coletar, em média, 450 bolsas por mês para manter o estoque seguro.
O mutirão deste ano foi antecedido pelo Dia Mundial do Doador de Sangue (14/6), quando os estudantes que integram o projeto promoveram uma campanha de conscientização, com faixas e distribuição de panfletos na Cidade Universitária, convocando a comunidade a doar.
Os doadores são recebidos das 8h até 13h30 no terceiro andar do HU. Basta se inscrever pelo formulário disponível nos perfis do Sangue da UFRJ, nas redes sociais. Os voluntários do projeto entrarão em contato para agendar o horário da doação e tirar dúvidas. As inscrições vão até quinta-feira (30).
Estão aptos a doar todos aqueles que possuem entre 16 e 69 anos, pesam 50 quilos ou mais, e estão bem de saúde. Também é preciso ficar atento a prazos após infecções, realização de cirurgias, tatuagens ou colocação de piercings. No final, o doador ainda terá acesso aos exames realizados para averiguar qualquer impeditivo.
Victor Prado (foto), de 21 anos, é estudante de Ciências Matemáticas e foi doar pela primeira vez no segundo dia do mutirão. “Sempre quis começar, mas nunca tive coragem de tomar a iniciativa. Recebi o e-mail pelo SIGA e me inscrevi na hora. Os responsáveis me contataram e no dia me acompanharam do prédio onde estudo até o local de doação, respondendo quaisquer dúvidas”.
Um dos principais objetivos da campanha é conseguir doadores fixos, que possam manter constante o fluxo de coleta. “O HU é um hospital de alta complexidade e tem um consumo de sangue alto que precisa de um abastecimento constante para atender os pacientes. Não existe sangue artificial. Precisamos contar com as pessoas que queiram e possam doar. Se cada um de nós fizer uma ou duas vezes ao ano, já faz toda diferença”, destaca Carmen Nogueira, chefe do Serviço de Hemoterapia do HU.

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