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WhatsApp Image 2022 10 10 at 08.02.48Foto: Lucas AbreuA diretoria da AdUFRJ esteve em Macaé para uma reunião com os professores do Centro Multidisciplinar da UFRJ naquele município, na quarta-feira (5). O objetivo era ouvir os docentes do Centro pessoalmente, suas sugestões e reivindicações. O presidente do sindicato, João Torres, apresentou as ações da gestão. A diretora Karine Verdoorn mostrou os principais convênios, especialmente os planos de saúde, conquista recente da AdUFRJ.
A conversa durou mais de duas horas. A atual conjuntura política e as condições de trabalho dos professores do Centro foram os principais assuntos debatidos. Uma das demandas mais fortes é que os docentes de Macaé não tenham mais que ir ao Rio para realizar perícias trabalhistas e médicas. Os professores querem garantir um bom atendimento pela equipe de saúde do trabalhador naquele campus.
Os planos de saúde também estiveram em pauta. A professora Inês Leoneza de Souza, do Instituto de Enfermagem, ponderou sobre o paradoxo vivido pelos docentes que, ao mesmo tempo, defendem o SUS e precisam do plano de saúde. As promoções e progressões funcionais também foram discutidos.
Na quinta-feira, a diretoria da AdUFRJ participou da cerimônia de posse do primeiro decano eleito do novo Centro, o professor Irnak Marcelo Barbosa. Na ocasião, a reitora Denise Pires de Carvalho invocou a união da universidade contra os cortes orçamentários que, até então, não tinham sido revertidos. “Somos resistência, seremos força. Não vencerão a nossa força e a nossa resistência”.

bandeira adufrjA semana chega ao fim com um alento. Depois de uma reação enfática, o governo recuou e anunciou nesta sexta-feira (7) a devolução às universidades e institutos federais dos R$ 328,5 milhões confiscados na antevéspera da eleição. Se confirmada, a tesourada poderia inviabilizar o funcionamento das instituições, deixando uma multidão de alunos sem aulas. Só na UFRJ, o confisco representaria R$ 18 milhões, comprometendo o pagamento de serviços básicos, como mostra nossa matéria da página 8. A situação, contudo, segue dramática: as verbas da Educação vêm caindo progressivamente no governo Bolsonaro.
A reação vitoriosa ao corte, que uniu estudantes, professores, funcionários e dirigentes, pode servir de inspiração à campanha de Luiz Inácio da Silva (PT) neste segundo turno. Ela teve foco, foi organizada e coletiva. Apesar de seus seis milhões de votos de dianteira no primeiro turno, ou mesmo por causa deles, a campanha de Lula está tendo o cuidado de traçar estratégias segmentadas e territoriais para confirmar a vitória no segundo turno. Por seu lado, o QG de Bolsonaro aposta nas máquinas dos governos de Minas, São Paulo e Rio para tentar uma virada. Veja as estratégias dos dois lados na página 3.
Nas páginas 4 e 5, trazemos um balanço dos resultados do primeiro turno, com destaque para um levantamento sobre a reeleição de candidatos “abençoados” pelo orçamento secreto. A nova configuração da Câmara dos Deputados, com análise do perfil das bancadas de mulheres, minorias raciais, LGBTQIA+, religiosos e armamentistas, é o tema da reportagem da página 6. Na página 7, especialistas avaliam as pesquisas no primeiro turno e cogitam alguns motivos para as diferenças entre as suas projeções e os resultados das urnas, como os dados defasados do censo do IBGE.
Mobilizada para levar a candidatura de Lula à vitória no segundo turno, a AdUFRJ vai participar de atos de rua nos próximos dias, como uma manifestação neste sábado, às 10h, na Quinta da Boa Vista. Mas não se afasta do dia a dia da atividade sindical. Esta semana, a diretoria foi até o Centro Multidisciplinar UFRJ Macaé para mostrar as ações em desenvolvimento e colher sugestões e reivindicações dos docentes. Confira AQUI. A luta continua, em todas as frentes.
Boa leitura!

WhatsApp Image 2022 09 26 at 14.32.16Foto: Fernando SouzaA AdUFRJ lançou, dia 22, no Salão Pedro Calmon do campus da Praia Vermelha, um manifesto em defesa da universidade. O documento recebeu o apoio de 10 entidades nacionais. Entre elas, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o Andes e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). “Juntos, caminharemos neste sentido, com a convicção de que defender a universidade é defender a vida”, conclui o documento.
Vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do Observatório do Conhecimento, a professora Mayra Goulart avalia a universidade não só como um espaço de ensino, mas de inclusão e transformação da sociedade. “É esse projeto que a universidade pública representa. E é esse espaço que está em ameaça hoje”, disse. A docente chamou atenção para a necessidade de eleger representantes ao Legislativo que tenham compromisso com a Ciência e a Educação.
Representante da SBPC, a professora Ligia Bahia disse que é preciso avançar no processo de democratização das universidades públicas. “O número de médicos negros hoje formados pelas universidades públicas é igualzinho ao de 20 anos atrás. A gente precisa avançar muito mais”, disse. “A gente precisa que a universidade mude de cara, mude de cor em todas as áreas, e para isso é preciso muito mais investimento do que nós temos no momento”, completou.
Aos 92 anos, o jornalista e escritor Ivan Cavalcanti Proença arrancou muitos aplausos do público ao comparar grandes figuras da área da Educação, como Darcy Ribeiro e Paulo Freire, com os quadros indicados no governo Bolsonaro. “É tão horroroso conviver com a mediocridade desses indivíduos”. Mas o representante da ABI não perdeu a esperança e empolgou todos os participantes do ato. “É proibido perder a esperança, algum dia isso vai terminar”.

WhatsApp Image 2022 09 30 at 20.22.54Foto: Fernando SouzaA AdUFRJ realizou uma panfletagem pró-Lula na tarde de terça-feira (27), no Largo do Machado. “Havia muita gente panfletando, de diferentes campanhas, mas não houve nenhum problema. Foi bem tranquilo”, afirmou o presidente do sindicato, professor João Torres. “Foi uma oportunidade de dialogar com a população e distribuímos todos os adesivos”, completou.

WhatsApp Image 2022 09 26 at 14.34.00Foto: Fernando SouzaO Brasil pós-Bolsonaro vai exigir enormes esforços de reconstrução de políticas públicas. O diagnóstico foi apresentado pelo ex-ministro da Saúde (2007-2011) José Gomes Temporão. Também ex-diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (Inca) de 2003 a 2005, o ex-ministro falou ao Jornal da AdUFRJ sobre os principais desafios em sua área.
Temporão participou de um ato da campanha da professora Tatiana Roque a deputada federal pelo PSB, no Rio, segunda-feira (19). Na ocasião, Tatiana assinou o Pacto pelo Conhecimento, iniciativa do Observatório do Conhecimento que lista cinco compromissos essenciais para o fortalecimento da educação pública, da ciência e tecnologia. O documento já foi subscrito por 18 candidatos à eleição e reeleição para os legislativos estaduais e federal.
“O Orçamento do Conhecimento calculou perdas de R$ 100 bilhões, nos últimos anos, no orçamento da C&T e educação superior. Daí a importância dessas propostas e desse compromisso dos candidatos”, explicou a professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do Observatório.

Jornal da AdUFRJ - Qual deve ser o papel do próximo governo para recuperar a área da Saúde depois do governo Bolsonaro?
Temporão
– Acho que a primeira medida é abrir de novo as portas do Ministério da Saúde para a ciência. Segundo, reconstruir imediatamente o diálogo e o trabalho conjunto com governadores e prefeitos. O pacto federativo foi rompido pelo governo Bolsonaro. Terceiro é recuperar, e isso é possível, a qualidade técnica e a respeitabilidade do ministério. Retomar os projetos e programas consagrados, como a Farmácia Popular, o SAMU, a política de transplantes, de direitos sexuais e reprodutivos, de atenção à AIDS, o Programa Nacional de Imunizações.

O senhor mencionou o PNI, e vivemos um momento crítico, com baixas taxas de vacinação e o risco da volta da poliomielite. Como recuperar o Plano Nacional de Imunizações?
Esse é o mais simples. É colocar uma pessoa séria à frente da coordenação do programa, recolocar a ciência sentada no conselho consultivo, fazer grandes campanhas de massa, de mobilização, e mobilizar os profissionais de saúde e a sociedade para alcançar essas metas. Nós fizemos isso em 2010, vacinamos 90 milhões de brasileiros, em três meses, contra o H1N1. Vacinamos 50 milhões de jovens e adultos, o que é muito difícil, contra a rubéola congênita em quatro meses, em 2009. É questão de vontade política, vamos fazer.


E quais outros desafios devem ser enfrentados na reconstrução da saúde pública brasileira?
Temos que enfrentar uma questão estrutural, que é o grande desafio que o Brasil tem. Ou nós construímos, de fato, um sistema universal para atender a todos, sem qualquer tipo de discriminação, que é o que está na Constituição, ou vamos manter a situação atual, onde você tem uma fragmentação da atenção. Setenta e cinco por cento da população usa o SUS para todos os seus cuidados e necessidades, mas 25% usam plano de seguros privados. E dentro desses 25% há muita segmentação e muita diferenciação no acesso. Então equidade, integralidade e democracia são as questões centrais do SUS. Esse é o grande desafio estrutural.

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