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Pontos de vista

Polêmica na ciência nacional

Nos últimos dias, uma polêmica entre dois conhecidos nomes da ciência nacional ganhou destaque nas redes sociais. A discussão foi iniciada quando a professora Suzana Heculano-Houzel, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da UFRJ, anunciou à revista Piauí, em 3 de maio, que iria deixar o país e trabalhar em uma universidade norte-americana. Motivo: falta de condições para realizar suas pesquisas no país.

O professor Roberto Lent, do mesmo ICB, criticou a decisão da colega de tornar pública sua decisão. Para ele, a atitude transformou-se em uma “opção política individualista e de capitulação”. Lent acrescentou que a solução “não é abandonar o barco, e sim resistir e lutar”.

Suzana repudiou veementemente sua escolha ser tratada como “capitulação". Observou, ainda, que a crítica fundamentada apresentada à imprensa é uma forma de mudar a situação.

Nessa discussão, algumas questões foram pouco exploradas pela mídia: problemas enfrentados por Suzana poderiam ser resolvidos internamente à universidade? A política salarial deve ser modificada? O novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação pode levar à superação de dificuldades? Como andam as formas de financiamento da pesquisa no Brasil?

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Geografia ficou sem aulas

Motivos: falta de água e crise local de terceirização com limpeza

Elisa Monteiro e Silvana Sá

O Departamento de Geografia passou por dias turbulentos. As aulas e atividades de secretaria foram suspensas em 5 e 6 de maio por falta de água. E no dia 9, novamente, desta vez, por falta de limpeza: “Sem água e, depois, o acúmulo de uma anormalidade do funcionamento de limpeza nos banheiros, nossa avaliação foi que o mais razoável seria velar pelos alunos e professores e esperar por uma normalização”, explicou Letícia Ribeiro, chefe do Departamento.

 

De acordo com a gestora, o corpo social foi comunicado da ação. “Todos os professores e técnicos foram informados. A comunicação aos alunos de graduação foi feita via SIGA e aos da pós-graduação, por e-mail”.  Interrompido completamente no dia 5 e parcialmente retomado no dia 6, o abastecimento de água foi normalizado a partir do dia 7.

 

A decania do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN) informou que o problema com a água foi encontrado no início da semana. As raízes de uma pequena árvore comprimiram um dos canos subterrâneos do Centro contra uma pedra, perfurando uma tubulação de três polegadas. Na operação, com auxílio do Escritório Técnico da Universidade (ETU), outro encanamento acabou prejudicado. Segundo o superintendente Carlos Quintas, o reparo foi finalizado na quinta-feira (5). No entanto, segundo o administrador, não houve interrupção da água. “Temos duas caixas d’água e uma cisterna de 40 mil litros. Em nenhum momento, faltou água no CCMN. Apenas a Geografia suspendeu aulas”.

 

Limpeza

Já o problema com a limpeza diz respeito ao conflito com a empresa Limpe Top, que substituiu a Venturelli nos serviços de manutenção no Centro. Segundo o superintendente do CCMN, a prestação de serviço da firma no primeiro ano de contrato pode ser considerada satisfatória. Mas, desde dezembro de 2015, começaram os problemas com o não pagamento do décimo terceiro salário dos empregados.

Em janeiro, continuaram os atrasos salariais. “Até então, havia atrasos apenas no pagamento do auxílio-transporte e na entrega de materiais de limpezas”, relatou Carlos Quintas. “Pedimos ainda no ano passado à Pró-Reitoria de Gestão e Governança (PR-6) a substituição da empresa. Mas isso não aconteceu”. O contrato de dois anos de vigência se encerra em junho deste ano. A reportagem da Adufrj não conseguiu entrar em contato com a Pró-reitoria de Gestão e Governança (PR-6) sobre os problemas com a Limpe Top.

Há também um desentendimento entre Decania e a firma que se recusa a oferecer, conforme pactuado, o serviço no período noturno. A Geografia, por exemplo, tem curso noturno. “Esta semana, deslocamos um funcionário para suprir parcialmente a demanda”, afirmou Carlos. “Mas apenas para cobrir os banheiros e corredor, porque seria humanamente impossível dar conta ainda das salas de aula”.

O mais recente pomo da discórdia foi concessão de férias a 15 funcionários, sem substituição, o que, segundo o superintendente, agrava o quadro de desfalques: “Há dois em aviso prévio, licenciados, fora as pessoas que estão deixando de vir por causa dos atrasos de pagamentos”.

Enxugamento

Rebeca Steiman leciona no departamento e depõe sobre a situação na Geografia: “Hoje, vários banheiros estão fechados ou interditados. Os que estão abertos têm água, mas estão sujos ou cheios de papel. Não vi nenhum funcionário circulando ou indo às salas remover o lixo, mas os corredores parecem OK”.

A Superintendência do CCMN confirmou o encolhimento no quadro de pessoal: até dezembro de 2015 eram 71 funcionários entre 69 profissionais de limpeza e dois encarregados; caindo para 58 trabalhadores para atender à Decania, ao Instituto de Geociências (IG) e ao Núcleo de Computação Eletrônica (NCE).

As obras vão bem?

Projeto “inadequado” já consumiu milhões de reais

Mesmo em estágio avançado, construção da moradia estudantil CT-CCMN foi interrompida e não há qualquer movimentação para retomá-la

Elisa Monteiro
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O Complexo estudantil do CT-CCMN devia ser uma estrutura com restaurante universitário embaixo e moradias em cima. Só que, embora a obra esteja em fase avançada, os trabalhos encontram-se hoje completamente parados.

A justificativa para a interrupção da obra é que o conceito do projeto — feito pela administração anterior — foi considerado inadequado. Segundo o pró-reitor de Gestão e Governança, Ivan Carmo, a Superintendência Geral de Políticas Estudantis (SuperEst) questionou o tamanho e o padrão de apartamento dos módulos, compostos por quarto, sala, banheiro e cozinha. Para dimensionar a questão, o pró-reitor comparou-o ao alojamento antigo: “São 252 vagas em três pavimentos (em apenas um dos dois blocos). O modelo do CCMN é de 250 vagas com sete andares”.

A reavaliação convergiu com a inadimplência da universidade superior ao limite contratual (três meses de atraso nos repasses). “Como o fluxo de pagamento foi interrompido, a empresa também foi reduzindo o ritmo até parar”, admite o pró-reitor.

Outras dificuldades foram se acumulando, alegou Ivan: “Quanto mais uma obra demora, mais sujeita fica a alterações nas normas técnicas, o que acarreta mais custos”. Ele exemplifica com cobranças inicialmente não previstas da Light e da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). “A exigência da reserva de água de um dia passou para três. Só que isso, claro, aumentou o peso da caixa d’água e tornou necessário um reforço não previsto da estrutura”. A alimentação elétrica, inicialmente, viria do CCMN. Depois, argumenta, isso passou a não ser mais possível, sendo exigida a construção de uma subestação própria.

Os prazos iniciais eram de 14 de março de 2011 até 1º de janeiro de 2013. Um termo aditivo chegou a alargar o contrato até de 18 de fevereiro de 2015. Mesmo assim, a empreitada que tinha custo inicial previsto de R$ 23.234.599,58 e um contrato aditivo de R$ 32.280.497,87 não foi adiante. Atualmente, o encerramento do contrato está nas mãos da Procuradoria da UFRJ que estuda um acerto de contas entre o pago e o entregue até o momento.

Questionada se o estágio avançado da obra não compensaria um esforço para sua conclusão, a reitoria afirmou que “a prioridade zero” para moradia estudantil no momento é a reforma dos dois blocos do alojamento próximo à EEFD (cuja obra será tratada na próxima edição).

A desproporção entre os gastos previstos com a obra e o número reduzido de vagas a serem oferecidas no local, vale lembrar, foi tema de matéria do Boletim da Adufrj nº 8, de dezembro do ano passado.

Série especial

No segundo semestre de 2014, a Comunicação da Adufrj-SSind produziu uma série de matérias especiais sobre as obras da UFRJ, fazendo um raio-x em parte importante do seu projeto de expansão. Quase dois anos depois, retoma-se a investigação sobre o andamento destas grandes construções.

CPPD realiza processo eleitoral

Com pouca divulgação, eleição causou estranheza em muitos professores. Presidente da Comissão se defende

Silvana Sá
si
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Um processo eleitoral para a Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) pegou muitos professores de surpresa. Alguns deles reclamaram à Adufrj da pouca ou nenhuma divulgação para o pleito. Houve críticas à transparência do processo e ao acesso às informações. No CT, algumas unidades não receberam o comunicado e outras foram informadas. As reclamações são ainda pela dificuldade de contatos com a própria comissão. Não houve divulgação nos meios de comunicação oficiais da UFRJ: nem no site, nem no facebook e twitter institucionais. As eleições ocorrem até este dia 11, com apuração no dia 12 e divulgação dos resultados pela CPPD no dia 17. O Conselho Universitário precisa homologar o resultado, o que deve ocorrer na primeira sessão de junho.

A atual presidente da CPPD, professora Rosa Cristina Dias Peres, esclareceu que este processo é a continuidade das eleições que ocorreram em dezembro – ocasião em que, conta, houve grande divulgação tanto pela administração central, quanto pelos Centros. “Como alguns Centros ficaram sem representação, o Conselho Universitário achou por bem completar a composição para aprovar a portaria com os nomes de todos os integrantes. Sem isso, ficamos um pouco ‘amarrados’ em nossa atuação”, disse.

De acordo com a presidente, como as eleições visam a preencher vagas suplentes no CCS e CFCH e para titular e suplente no CT e FCC, ficou acordado que a divulgação seria feita no âmbito dos respectivos centros e unidades por eles compostas. Mesmo com o esforço de realizar um “processo eleitoral acessório”, “o CFCH não apresentou suplente e permanecerá, neste mandato, apenas com representante titular na comissão”, contou a docente.

Novo site da CPPD

A professora Rosa Cristina informou, ainda, que a partir deste dia 10 a CPPD ganha um importante meio de contato com os docentes da universidade: sua própria página eletrônica. A reivindicação é antiga. Agora, os professores poderão obter informações e meios de contato através do site: www.cppd.ufrj.br. A CPPD funciona no 8º andar do prédio da reitoria. 

Escola de Música da UFRJ debate conjuntura política

Comunidade acadêmica aponta a necessidade de mobilização em defesa da democracia e contra o ajuste fiscal

Samantha Su
Estagiária e Redação

Professores, técnicos e estudantes da Escola de Música da UFRJ reuniram-se, dia 5, para discutir a conjuntura política do país e seus impactos nas universidades. Convidados, docentes da Escola de Belas Artes e a presidente da Adufrj, Tatiana Roque, também se juntaram à atividade.

Pontos como aperto no ajuste fiscal, alterações no regime previdenciário do funcionalismo público, privatização do ensino e introdução do ensino pago em IES federais foram objeto de debate, visando ao esclarecimento da comunidade acadêmica e consequente debate sobre em que direção e como a comunidade acadêmica em geral deve se manter mobilizada”, resumiu o professor Samuel Araújo, um dos organizadores da assembleia local da Escola de Música.

Foram aprovadas propostas para manter o debate político na escola e para buscar ampliar a mobilização da comunidade acadêmica. Dentre elas, a realização de um concerto-manifestação, em frente ao prédio da Unidade, na Rua do Passeio, em defesa da democracia e contra o processo de impedimento do governo constitucionalmente eleito. O ato será rediscutido em uma próxima assembleia local, possivelmente neste dia 11, às 16h, na Sala da Congregação da Escola, com convite a outras unidades e entidades.

Além do ato, a assembleia também indicou a criação, com movimentos afins de outras unidades, de um fórum permanente em defesa da democracia, da sociedade e da universidade pública contra o ajuste fiscal.  

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