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Série condições de trabalho

Professores dividem sala com até nove colegas

Docentes da Praia Vermelha sofrem com a precariedade das instalações

Texto e fotos: Silvana Sá                    
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O cenário não combina com um centro de excelência acadêmica. Mezaninos improvisados, divisórias e mesas coladas, professores dividindo salas com até nove colegas — outros sem sala alguma. Esse é o cotidiano dos docentes da UFRJ do campus da Praia Vermelha, quase todos com elevados indicadores de produção acadêmica. Há cursos inteiros, como os de Administração e Ciências Contábeis, em que nenhum professor tem sala para trabalhar e nem mesmo espaço para orientar alunos.

 “O espaço é deficiente. Todas as salas são divididas por grupos grandes de pessoas. O ideal não é isto, mas é esta a realidade que temos”, disse o professor Rolando Garcia Otero, do Instituto de Economia. Mesmo com todos os problemas, ir para o Fundão não está nos planos dele: “Não tem a contrapartida quanto à segurança, acessibilidade, entre outras variáveis importantes, para que os professores considerassem a possibilidade de ir para lá”.

Margarita Olivera, também do IE, desabafa: “Nós dividimos esta sala entre pesquisadores e professores. Somos nove no total. Nós, professores novos, temos que nos arrumar, inventar espaços onde não há”, disse. A docente, que tem pouco mais de um ano de UFRJ, também não considera a hipótese de se deslocar para o Fundão: “Nem mesmo as Unidades de lá têm garantias de que seus projetos serão executados”.

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Contêineres para as aulas

A falta de espaço para salas de aula fez a reitoria da UFRJ, em 2012, apelar para uma solução atípica: instalou contêineres em parte do campo de futebol da Praia Vermelha (área “pertencente” à Escola de Educação Física e Desportos) para abrigar principalmente turmas dos cursos de Psicologia, Relações Internacionais e Pedagogia.

A estrutura, que não se converte em patrimônio para a universidade, começa a apresentar sinais de desgaste: o chão, nos corredores, começa a ceder. A água sempre falta e é comum que haja falhas nos ares-condicionados das salas. Por se tratar de estruturas modulares, é impossível a realização de atividades sem que o sistema de refrigeração esteja em funcionamento.

“Pior seria não ter nada, mas, certamente, os contêineres não correspondem às promessas de mais espaço. No início, o cheiro era ruim, de tinta fresca. A acústica não é boa, mas, ao menos, é um espaço para salas de aulas”, disse o professor Rolando Otero.

Educação não tem sala de professores

A Faculdade de Educação, realocada em outros espaços do campus por conta das obras de restauração do Palácio, não possui sala de professores. A orientação aos alunos, em geral, acontece no intervalo das aulas nos contêineres ou no café.

Uma parte da FE passou a ocupar uma ala do Palácio antes destinada ao Fórum de Ciência e Cultura, mas todas as salas de aula permanecem nos contêineres. “O segundo andar, que é a nossa casa, está inteiramente interditado. Apenas um dos corredores do segundo andar foi liberado e uma parte das atividades administrativas veio para este local. A outra parte continua funcionando improvisada em um espaço cedido pela Decania do Centro de Filosofia e Ciências Humanas”, disse a coordenadora do curso de Pedagogia, Ana Pires do Prado.

Ela revela que boa parte dos grupos de pesquisa está sem espaço para reuniões, assim como os docentes estão sem espaço para atendimento aos alunos. A Unidade aguarda a entrega do prédio no Fundão, prometida no Plano Diretor para 2012, mas cuja estrutura ainda não saiu do esqueleto. “É muito ruim para a Unidade estar espalhada pelo campus, sem possibilidade de convivência, de encontro”. O pior dos contêineres no campo de futebol, revela, não é a estrutura, mas a localização: “O acesso é muito ruim. Além da questão de não ter abrigo para a chuva, o caminho até lá é muito escuro. Falta iluminação para as turmas do noturno”.

Falta de estrutura afasta professores do campus

Alguns docentes e pesquisadores entrevistados entendem que a falta de espaço é um desestímulo à presença em dedicação exclusiva dos professores na Praia Vermelha. “Lugar de professor universitário é na universidade, mas se você tem que escrever um artigo, tem que receber alunos para orientação, grupo de pesquisa, a falta de espaço é um estímulo a ficar em casa”, disse Ronaldo Bicalho, técnico-administrativo e pesquisador da UFRJ.

“Há uma penalização das atividades de pesquisa. Existe uma geração de professores no Instituto de Economia que não tem grupo de pesquisa”, disse o professor Marcelo Colomer, do IE. Ele falou dos argumentos para a manutenção da Unidade no palácio: “Acredita-se que o melhor uso do palácio é o acadêmico e não o cultural. Há áreas na Praia Vermelha que não são bem aproveitadas hoje e poderiam ser utilizadas para a expansão”, defende.

Uma dessas áreas seria o campo de futebol, como alega o professor Helder Queiroz, do IE. “Eu acho que a Praia Vermelha é um local privilegiado do ponto de vista de localização na cidade. O campo de futebol é um dos exemplos de espaço subutilizado. Evidentemente, a construção de um prédio lá demandaria um custo grande. Neste sentido, poderia haver parcerias com o setor privado porque é uma maneira de conseguir condições adequadas de trabalho e ensino. É preciso juntar forças para ter um modelo de aproveitamento arquitetônico, urbano e acadêmico”.

A direção da Escola de Educação Física e Desportos, “dona” da área onde fica o campo de futebol, não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta matéria. 

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Drone filma manifestação na UFRJ


Veja estas imagens inéditas, capturadas por um drone, da manifestação que mudou a rotina do Centro de Tecnologia da UFRJ.

Foram mais de 500 pessoas da comunidade universitária (professores, estudantes, funcionários), juntas por meio do gesto simbólico de dar as mãos. O protesto foi contra o projeto do governo interino enviado ao Congresso que determina teto para gastos públicos. O ato também foi contra a fusão do MCTI com o Ministério das Comunicações.


Veja a matéria aqui


  

 












 

 

 

 

Escritor angolano visitou a UFRJ e encantou plateia com sua paixão pela leitura. “É preciso manter a chama acesa, continuem a ler

Elisa Monteiro
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O premiado escritor Artur Carlos dos Santos, conhecido como Pepetela, fez o público se espremer no auditório da Faculdade de Letras nesta terça-feira, 21. Seus romances retratam com dureza as transformações de Angola nos últimos quarenta anos. “Não há como escrever de maneira branda quando a realidade é terrível”, afirmou a respeito de sua mais recente obra, Se o passado não tivesse asas. A publicação ainda não foi lançada no Brasil.

Provocado pela plateia, Pepetela expressou sua visão sobre a política, traçando paralelo com a literatura. “Fala-se tanto em democracia, mas mantém-se uma ditadura sobre a literatura. A literatura deve também chegar aos diferentes personagens, deve ter as palavras das várias escritas. O autor não pode ser um soberano absoluto”, cutucou.

 A discriminação com escritores de regiões periféricas também foi acusada. “Um livro da África só é reconhecido depois que é publicado na Europa. Há muitas Áfricas, muitas literaturas africanas. Mas quando você vai ver, ela ocupa uma estantezinha de livraria ou na biblioteca”, criticou.

O autor atingiu notoriedade a partir de Mayombe, romance que registra sua própria participação na luta armada contra os portugueses pela libertação nacional de Angola. Escrito nos anos de 1970, a obra só veio a público na década seguinte.

Escrita

O estilo original do escritor motivou grande parte das perguntas. Pepetela recusou-se a palestrar e transformou o encontro em uma grande sabatina: “Um escritor não pode contar com uma arma só. Ele deve andar ao menos com uma de reserva”, provocou o ex- combatente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). A brincadeira se referia a um dos truques do autor para despistar eventual falta de inspiração: “Sempre se pode recorrer às memórias de infância”, deu a dica aos aspirantes a literatos. 

Em outro momento, relatou que suas histórias em geral partem de uma frase ou evento banal. “A partir daí começo a puxar o fio e a perseguir os personagens até que a coisa vai ganhando complexidade. Nunca sei como vai terminar. Se sei como será o final, nem principio a escrever”.

Utopia

Desde sempre, o angolano de ascendência portuguesa deu protagonismo ao Sul, aos considerados periféricos, aos “de baixo”.  Ele explica que a referência geográfica corresponde em grande medida à relação entre metrópole e colônia. Mas também diz respeito à histórica rivalidade entre a capital Luanda e sua cidade natal, Benguela.

“O contexto é sempre determinante, queira o escritor ou não”, afirmou sobre a política na literatura. Dissidente há décadas do MPLA, o autor assegurou que a separação foi “um divórcio amigável”. “Fui me afastando aos poucos da política para escrever como eu queria. Primeiro do governo e, em seguida, do partido. Eles perceberam, mas deixaram. Não os queria nem eles a mim. Desisti quando percebi que minha consciência não fazia diferença.”

Conhecido por retratar afetivamente, mas sem maquiagem, o desfecho político de autoritarismo e de corrupção de Angola depois da revolução socialista, Pepetela explicou a autodefinição como “socialista utópico”. “É uma referência a (Pierre-Joseph) Proudhon (1809-1865) e à ideia de combinação entre igualdade social e liberdade individual, o que, ao menos nos séculos XX e XXI, se mostrou inconciliável”, resumiu.

Confira trechos da conferência abaixo.

Ainda há espaço para utopias?

É preciso sonhar o impossível para tornar o possível uma realidade. Nesse sentido, a utopia é positiva. Talvez as pessoas em 1914 ou 1939 ou 1941 pensassem com o mesmo pessimismo de agora. Há ciclos não só na vida, mas na própria humanidade. Temos de manter cabeça tranquila e dizer que este ciclo ruim vai ter fim para um ciclo melhor. Eu acredito que um ciclo melhor só se alcança com muita luta junto aos que mais sofrem.

Os livros vão continuar, mesmo com a concorrência da internet?

Os livros vão continuar. O ato de ler vai permanecer apesar de todos os concorrentes que existem, pois é uma necessidade absoluta do homem. Quando a civilização praticamente desaparecer e ninguém souber ler e escrever, alguém fará um desenho de pessoa que outros irão ler. Portanto, penso que a leitura não vai desaparecer. Continuem a ler. 

Viver muito ajuda a escrever? Ou escrever muito ajuda a viver?

Há um impulso, quando você começa escrever e realmente entra na historia, começa a desvendar personagens. Dá prazer, mesmo nas coisas duras. Nesse sentido, ajuda a viver. Mas posso passar dois anos sem escrever tranquilamente. As pessoas me perguntam: ‘Seus editores não te obrigam a escrever? Já faz dois anos que não publica nada?’ Eu respondo que, se ele me obrigar a qualquer coisa, eu mudo de editor.

 

“Educação não é gasto. É investimento”

Professores, estudantes e técnicos da UFRJ deram as mãos contra as medidas do governo interino

Fotos: Claudia Ferreira

Mostrar a universidade unida contra a extinção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e contra a instituição de um teto de gastos para a educação, anunciado pelo governo interino. Esta foi a motivação de professores, alunos e funcionários técnico-administrativos e representantes dos terceirizados da UFRJ para alterar a rotina do Centro de Tecnologia nesta quarta-feira, 22.

A mobilização, organizada pela Adufrj, pelo Sintufrj, pelo Diretório Acadêmico da Escola de Química (DAEQ) e pelo Centro Acadêmico da Engenharia (CAEng), atraiu a participação de mais de 500 pessoas. Elas deram as mãos, ergueram faixas e cartazes e entoaram palavras de ordem contra a extinção do MCTI: “A nossa luta unificou. Agora é estudante, professor e funcionário”, celebraram os manifestantes.

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O formato da atividade realizada durante o horário de almoço, no corredor térreo do CT, agradou à comunidade universitária: “Gostei porque funciona sem parar trânsito ou coisas do tipo que acabam atrapalhando a população”, afirmou Bruno Costa, aluno da Ciência da Computação. Ele soube do ato por colegas, via internet. “Se o Ministério da Ciência e Tecnologia tivesse se transformado em uma pasta do Ministério da Educação, não digo que fosse o certo, mas faria mais sentido. Agora, no Ministério das Comunicações, parece um ato desesperado do governo para cortar gastos”.

Erica Polycarpo, professora do Instituto de Física, também aprovou: “Achei muito bom porque não precisamos parar de trabalhar para marcar nossa posição”, disse. Erica avalia que mobilizações para reverter a extinção do MCTI “são fundamentais e devem continuar”.


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Nadja Paraense, docente do Instituto de Química, compareceu com os colegas. “A UFRJ, sendo a maior universidade federal, não poderia se omitir neste momento”, disse.

Lavínia Borges, integrante do Conselho de Representantes da Adufrj e professora da Escola Politécnica, aposta na visibilidade da iniciativa, “Ficou muito legal! E tem tudo para criar impacto e uma boa repercussão na imprensa”. 

Professor do Instituto de Física e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ildeu de Castro Moreira considerou a manifestação um sucesso. Para ele, que foi um dos idealizadores da iniciativa, o “Vamos dar as mãos” pode inspirar a realização de atos semelhantes em outras instituições científicas e em outros pontos da própria UFRJ, que é muito grande. “Foi uma semente. Um ato feito de forma mais inovadora, sem muito discurso, que levou o protesto da universidade contra essas políticas lesivas à Ciência e Educação anunciadas pelo governo interino”, disse.

A presidente da Adufrj, Tatiana Roque, criticou a proposta do governo interino para criar um limite de gastos para o setor da educação, por 20 anos: “Essa mobilização é também contra o teto de gastos enviado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Isso pode prejudicar muito a universidade e significar um retrocesso no pacto da Constituição Federal de 1988 que implica na responsabilização do Estado pelo investimento em educação. Eu disse investimento, porque educação não é gasto”, destacou.

Estudantes em defesa do MCTI

Por meio de nota, após o ato do dia 22, a gestão do Diretório Acadêmico de Química disse que a fusão de ministérios promovida por Michel Temer afeta diretamente o funcionamento da pesquisa e a vida do estudante na universidade: “O MCTI trouxe conquistas imensuráveis desde sua criação para o nosso país. Nas Universidades, avançamos nas pesquisas de base e de ponta e vários cientistas brasileiros têm se destacado na área”. Para os estudantes, a fusão é um retrocesso enorme: “Pois teremos menos investimentos e, consequentemente, diminuição de projetos e bolsas de Iniciação Científica, bolsas essas que muitas vezes são o auxílio para a permanência de alunos na UFRJ”, respondeu a gestão do Daeq.

Os estudantes de química prosseguem com a mobilização: “Temos informado os alunos sobre a fusão do ministério e também fizemos uma campanha com textos e vídeos de professores pelo #FicaMCTI. Continuaremos mobilizando durante os próximos dias com todos os setores e não vamos desistir do MCTI.”

Já para a engenharia, a fusão também representa uma perda ainda maior para a sociedade civil: “Nós entendemos o MCTI como uma peça fundamental na construção e planejamento de políticas públicas para fortalecer as pesquisas científicas, a criação de tecnologia e a inovação que possam atender aos interesses nacionais, fortalecer a soberania nacional e melhorar a vida do povo”, observou o vice-presidente do Centro Acadêmico de Engenharia (Caeng), Eduardo Leal Ferreira.

Drone filmou a atividade

Imagens aéreas do protesto foram captadas por um drone e estão disponíveis no site e nos perfis da Adufrj nas redes sociais, nesta quinta (23). Veículos da imprensa tradicional acompanharam a manifestação. O jornal O Globo publicou reportagem com foto e texto sobre o dia em que a universidade deu as mãos.

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Veja as imagens captadas pelo drone durante a manifestação


UnB repudia ataques fascistas


Ato no dia 20 foi em resposta à invasão de grupos extremistas no dia 17. Estudantes foram alvos de injúrias raciais e homofóbicas

Fotos: União Nacional dos Estudantes
Texto: Silvana Sá

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Um grande ato na Universidade de Brasília no dia 20 repudiou os ataques fascistas organizados por um grupo de extrema-direita na sexta-feira (17). A atividade foi convocada por 35 centros acadêmicos e pelo Diretório Central dos Estudantes da UnB. Professores e servidores técnico-administrativos também participaram.

Diversas unidades e centros acadêmicos se manifestaram por meio de notas de repúdio. A Associação dos Docentes da UnB também condenou os ataques: “A ADUnB manifesta sua preocupação com a propagação de demonstrações de desrespeito à democracia, diversidade e tolerância”, disse a direção, em trecho.

Ex-decana de Ensino de Graduação, a professora Márcia Abraão pede urgência na apuração dos fatos: “Nossos estudantes ficaram com muito medo. É urgente que se tomem medidas em todas as instâncias contra este tipo de manifestação. A UnB foi criada para ser uma universidade de vanguarda, defensora dos direitos humanos, com a cultura da paz. Para nós, é particularmente muito grave o que aconteceu”, disse.

Além dos ataques à liberdade, a docente aponta outro problema: “Estamos vendo com muita preocupação este episódio, não só pelas violações, mas também porque demonstra a vulnerabilidade de nossa segurança. Somos um campus aberto. A menor parte dos agentes é da instituição e cresce o número de seguranças terceirizados, que têm atuação apenas patrimonial. Isto acaba se refletindo numa situação dessas”, completou.

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A comunidade acadêmica apresentou uma nota de repúdio: “É  muito  preocupante  que  tal  fato  ocorra  em  uma  Universidade pensada  por  Darcy  Ribeiro  e  Anísio  Teixeira  com  a  aspiração  de pensar o Brasil  com  a  liberdade de  pensar,  pesquisar  e  ensinar.  Consideramos  inadmissível  qualquer  tipo  de  discriminação  e  agressão, especialmente  voltadas às entidades  de representação  das/os  estudantes”. Veja a carta completa: http://www.noticias.unb.br/images/Noticias/2016/Documentos/Carta-da-comunidade-universitaria.pdf

A reitoria da UnB manifestou-se na própria sexta, também por meio de nota, na qual afirmou que “as ocorrências de natureza agressiva e intolerantes são devidamente apuradas e, quando se trata de ações que extrapolam a alçada administrativa da Universidade, os órgãos competentes são acionados”. A administração central pediu que todos os vídeos e fotografias do ataque sejam encaminhadas formalmente para os órgãos de investigação da universidade. Em pronunciamento na tarde do dia 21, o reitor Ivan Camargo fez uma dura fala contra as agressões. “Nós não vamos admitir qualquer retrocesso. Repudiamos com muita força e com muita coragem qualquer ato de intolerância. Vamos continuar atuando com toda serenidade para combater a intolerância, combater atos de racismo e homofobia”, disse.

O ataque

No dia 17, um grupo vestido de preto invadiu o campus da universidade. Com armas de choque, bombas caseiras e porrete, eles pediam a volta da ditadura, gritavam ofensas homofóbicas e tentaram depredar o Centro Acadêmico de Sociologia. Um estudante foi agredido.

Apontada como organizadora do evento, a jovem Kelly Cristina Cardoso, mais conhecida como Kelly Bolsonaro, foi denunciada no Ministério Público do Distrito Federal. Ela teria feito a convocação do ataque pelo Facebook após professores da Associação dos Docentes da UnB sugerirem levar ao congresso do Andes-SN uma proposta de greve até que Dilma Rousseff voltasse ao governo federal. A UnB e a Polícia Civil investigam o ataque.

*Com informações do site da UnB e do Congresso em Foco

 

 

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