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#Machistasnaopassarão

Kelvin Melo
Enviado especial

CUIABÁ (MT) - A partir de agora, todos os eventos nacionais do Andes contarão com uma comissão permanente para coibir casos de assédio e outros tipos de violência. A decisão foi anunciada em ato político realizado neste sábado (28), no início de uma das plenárias do 36º Congresso dos professores universitários, em Cuiabá (MT).

A iniciativa teve origem em denúncias de assédio no encontro da capital mato-grossense. A presidente do Andes, Eblin Farage, declarou que serão tomadas “todas as medidas necessárias” para lutar contra estas opressões: “Certamente, não é a primeira vez que, em algum espaço deste sindicato ou das nossas universidades, ocorrem casos de assédio sexual e moral. Mas esta é a primeira vez que, em um espaço nacional do Andes, as mulheres têm coragem de dizer não a isso, de forma coletiva. Esta não é uma questão só das mulheres. Deve ser de todo o sindicato”, observou.

Cinco mulheres vão compor a comissão permanente: três da seção sindical que sediar o evento e mais duas indicadas pelo Grupo de Trabalho Política de Classe para Questões Étnico-Raciais, Etnia, Gênero e Diversidade Sexual do Sindicato Nacional.

Sobre Cuiabá

 

A comissão, caráter provisório, que avaliou as situações ocorridas na capital mato-grossense ainda estudava – até o fechamento desta matéria -, em conjunto com a diretoria do Andes, as possíveis sanções aos assediadores identificados. A suspensão dos próximos congressos do Sindicato não está descartada. 

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Kelvin Melo
Enviado especial

CUIABÁ (MT) – Devem ser suspensos dos próximos congressos do Andes alguns  professores denunciados por assédio sexual a monitoras que ajudam a organizar o encontro da categoria, em Cuiabá (MT). A proposta surgiu na comissão especial criada para tratar do tema e já conta com o apoio da diretoria do Sindicato Nacional, informa Lélica Lacerda, professora da Universidade Federal de Mato Grosso que faz parte da organização do evento. Os assediadores ainda estão sendo identificados.

Segundo ela, em reunião ocorrida nesta sexta (27) para ouvir os relatos, algumas das meninas chegaram a chorar. “Foi uma reunião tensa. (O que ocorreu aqui) é muito decepcionante para elas, militantes do movimento estudantil, que acreditam na construção do congresso”, disse. Pior: depois da denúncia do machismo, alguns assediadores passaram a usar de sarcasmo com as estudantes. “Ah, ia elogiar seu cabelo, mas agora você vai chamar de assédio”, dizem, de acordo com um dos relatos ouvidos pela docente. Ela avisa: “Vamos tentar coibir isso”.

Ainda em função do ocorrido, há a proposta de tornar permanente uma comissão para avaliar casos de assédio em todos os congressos e conads do Andes. Assim como preparar futuros monitores para situações similares. “Houve, também, denúncia de assédio moral”, afirmou Lélica.

Sobre a divisão de funções

A professora também explicou a divisão de funções que causou certo estranhamento a alguns delegados, com muitas jovens na recepção aos professores. “Depende muito da dinâmica do dia. Há alunos na recepção também. Mas, em geral, os meninos ficaram encarregados de tarefas mais pesadas, como carregar galões de água”, afirmou. “Ninguém da organização imaginou que isso fosse acontecer. E dois meninos homossexuais também sofreram assédio”, completou. 

O “Calcanhar de Aquiles” da reforma da previdência

Kelvin Melo
Enviado especial

CUIABÁ (MT) - O ponto forte da reforma da previdência do governo Temer é também sua maior fragilidade: ao atacar todos os trabalhadores de uma só vez, a Proposta de Emenda Constitucional 287 pode fomentar a reação conjunta de milhões de pessoas. A análise é de Sara Granemann, da Escola de Serviço Social da UFRJ e pesquisadora do tema.

Segundo a professora, reformas anteriores atingiram frações de trabalhadores em períodos distintos: “O (ex-presidente) Fernando Henrique atacou o regime geral e fez alguma coisinha contra o regime próprio. O (ex-presidente) Lula atacou o regime próprio dos servidores federais e fez alguma coisa contra o regime geral”. Já a PEC 287 em tramitação afeta homens e mulheres, celetistas, servidores federais, estaduais e municipais, jovens e idosos, trabalhadores do campo e da cidade. “Vai ser a maior luta que já fizemos”, acredita Sara. Ela acrescentou que, como o Andes possui filiados de diversos regimes próprios e também celetistas, o Sindicato poderá dar uma amostra desta luta conjunta.

Ela, que realizou palestra durante o 36º Congresso do Andes, em Cuiabá (MT), desconstruiu o argumento da austeridade, usado pelo governo, para defender a reforma: “Austeridade é dirigida só aos trabalhadores. Não existe isso contra os capitais”, afirmou. Deu como exemplo a quebra da General Motors, empresa da indústria automotiva, que acabou recebendo bilhões de dólares do governo norte-americano para se reerguer.

O que motiva a proposta de reforma, para Sara, é a busca do capitalismo por novas fontes de recursos. A previdência pública tornou-se um alvo preferencial pela capacidade de acumular uma gigantesca massa de dinheiro: “É um recurso renovado mensalmente e de longo prazo; por 30, 35, 40 anos. (Para o capitalismo), é preciso transformar aquilo que é direito social em investimento financeiro. Tornar a educação uma indústria da educação, tornar previdência uma indústria da previdência”, disse. Ela completou: “Por isso, este ataque não é só localizado no Brasil e não só na previdência”, observou.

Idade mínima

Sara criticou, em especial, a elevada idade mínima para aposentadoria, de 65 anos, na PEC 287. “Muitos contribuirão por décadas e não receberão o benefício, especialmente homens nos estados do Norte e do Nordeste”.

Debates no Congresso

No Congresso do Andes, os debates sobre previdência ocorrem neste sábado (28).

Professores que participam do evento assediaram estudantes que auxiliam a organização das atividades

Kelvin Melo
Enviado especial

CUIABÁ (MT) - A denúncia de que alguns professores assediaram as estudantes que ajudam a organizar o 36º Congresso do Andes, em Cuiabá (MT), mexeu com a plenária do Sindicato no dia 26. “Se cuida/Se cuida/Se cuida, seu machista/Que a América Latina/Vai ser toda feminista” foi o canto de reação dos congressistas.

As situações de assédio sexual foram relatadas pela professora Lélica Lacerda, integrante da comissão organizadora do congresso: professor segurando a aluna pela cintura, insistindo para conseguir os contatos das jovens e oferecendo o pagamento do ingresso para uma festa dos docentes em cantadas.  “Foram vários casos. Nós não podemos tolerar isso num sindicato”, disse Lélica.

O que os assediadores não contavam é que, entre os critérios de seleção dos 20 monitores do congresso, constava algum histórico de militância estudantil. Muitas das jovens participam de coletivos feministas: “Essa situação só apareceu pelo perfil delas. Em outros lugares, talvez passasse despercebido”, completou Lélica.

Dentro da comissão organizadora do congresso, será formada uma subcomissão que vai avaliar as denúncias e ouvir as monitoras, para saber se há mais casos. Lélica não descarta a utilização da assessoria jurídica da seção sindical que sedia o evento  (Adufmat) contra os docentes que forem denunciados.

 A presidente do Andes, Eblin Farage, lamentou o ocorrido e anunciou que a diretoria nacional vai indicar um representante para esta comissão: “Nosso Sindicato não pode ser um espaço que reproduz o machismo da sociedade. Presto solidariedade e peço desculpas às companheiras”, afirmou.

Professores lideram pesquisas no AquaRio

Valentina Leite Estudante da ECO-UFRJ e Estagiária

Pouca gente sabe, mas o recém inaugurado AquaRio conta com ativa participação acadêmica de professores e alunos da UFRJ. Ao todo, 13 pesquisadores da universidade se dedicam a estudar e acompanhar as espécies do maior aquário marinho da América do Sul, na Zona Portuária. A UFRJ compõe 50% do comitê científico do aquário, que em breve abrirá um edital de pesquisas para novos projetos.

O foco das investigações lideradas pelos docentes do Instituto de Biologia é a comparação entre os animais de cativeiro e os da natureza. Há vários estudos sendo desenvolvidos com corais e arraias. Um dos principais é o que avalia o estresse dos animais que estão nos tanques. Os grupos responsáveis são o Laboratório de Biologia e Tecnologia Pesqueira, do professor Marcelo Vianna, e o Laboratório de Microbiologia Marinha, dos professores Alexandre Rosado e Raquel Rosado. 

Há também toda uma preocupação com a educação ambiental do público. De acordo com o professor Marcelo Vianna, vice-diretor do Instituto de Biologia e um dos envolvidos na iniciativa, a ideia é sensibilizar os visitantes com os problemas ambientas que afetam os oceanos. “Queremos criar consciência ambiental e fazer com que saiam de lá mais atentos aos desafios enfrentados pelos seres marinhos”, explica. Alunos da graduação fazem o trabalho de monitores. “Estamos formando biólogos aqui. Tem aula melhor do que essa?”, comenta o professor.

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