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Milhares de pessoas foram às ruas em todo o país para manifestar o repúdio às reformas previdenciária e trabalhista, na sexta (28) Fotos: Alessandro Costa Milhares de pessoas foram às ruas em todo o país para manifestar o repúdio às reformas previdenciária e trabalhista, na sexta (28). No Rio, o ponto de encontro foi a Cinelândia, tradicional palco de reivindicações políticas da capital. Estava bonito de se ver: jovens e idosos, trabalhadores e estudantes, representantes de sindicatos e movimentos sociais. Vários professores da UFRJ marcaram presença. A Adufrj realizou um debate como “esquenta” para o ato e levou à praça imensos balões contra os cortes em Ciência e Tecnologia. Mas todos foram recebidos com bombas e cassetetes de uma Polícia Militar mais violenta do que nunca. A PM foi absolutamente irresponsável no trato com a multidão. O coletivo Mídia Ninja compartilhou um vídeo que mostra o ataque injustificável ao palco central do ato, no momento em que se cantava o hino do Brasil (veja no link:https://www.facebook.com/MidiaNINJA/videos/877483419076471/). Outro vídeo registra o início do lançamento das bombas à Cinelândia: https://www.facebook.com/adufrj.ssind/videos/623275077796984/ Em nota oficial, a Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio de Janeiro, criticou a ação das forças de segurança. O Ministério Público do Estado já avisou que “serão apurados os episódios de violência, tanto em relação aos excessos praticados pelos agentes públicos que devem garantir o direito legítimo de manifestação, quanto daqueles que depredaram e incendiaram bens públicos e de uso comum”. Na internet, goleada no governo O movimento contra as reformas também ganhou a internet. Segundo relatório de análise estratégica de redes sociais, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, a greve geral representou o evento político de maior repercussão dos últimos tempos: “O movimento de apoio à greve geral nas redes sociais foi a maior ação da oposição ao governo Temer em um ano. As menções relacionadas à greve geral no Twitter ultrapassaram a marca de 1,1 milhão. O volume faz do evento o maior - nas redes - dos últimos anos, superando inclusive os maiores atos em favor do impeachment, ocorridos em março de 2015 e março de 2016”, diz o relatório.

atraiu, na última sexta (10), quase duzentas pessoas à exibição do filme “Eu, Daniel Blake” Da Redação Fotos: Fernando Souza O projeto CineAdufrj atraiu, na última sexta (10), quase duzentas pessoas à exibição do filme “Eu, Daniel Blake”, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes. A ideia do cineclube promovido pela Seção Sindical é estimular a perspectiva crítica por meio da narrativa cinematográfica. No debate que se seguiu à sessão, foi inevitável relacionar o drama do personagem-título com a reforma da Previdência em tramitação no Congresso. A película conta a história de um carpinteiro, que se vê obrigado a parar de trabalhar, por problemas no coração. Ao tentar um subsídio do Estado para sobreviver, Blake fica enredado na burocracia do governo. “O debate da previdência é colocado como uma questão meramente contábil e não como algo que diz respeito a um projeto de país”, disse Carlos Frederico Leão Rocha, 1º vice-presidente da Adufrj. “A forma como se está discutindo a questão dos benefícios (sociais) hoje no Brasil segue a lógica do filme: é uma questão puramente contábil.” “É um filme simples: cidadania é a palavra”, comentou Fernando Santoro, 2º vice-presidente da Adufrj. “Ele traz uma reflexão muito pertinente nesse momento em que são discutidas aposentadorias e pensões: o que se quer em relação ao futuro”. Aula ao ar livre Muitos professores aproveitaram a oportunidade para levar a discussão para além da sala de aula. “Sugeri que meus alunos viessem assistir para que possamos debater na próxima aula”, afirmou Andrea Teixeira, diretora da Escola de Serviço Social. “A situação no Brasil não é diferente do resto do mundo, sobretudo agora que estamos com tantas propostas de reforma na Previdência”.  

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Elisa Monteiro Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. Fotos: Fernando Souza 

Diretor da Anfip (entidade nacional dos auditores fiscais da Receita Federal), Floriano Martins de Sá Neto foi o convidado da Adufrj para um debate sobre Previdência, dia 15, no Centro de Tecnologia. A Anfip critica o argumento de déficit na área, utilizado pelo governo para tentar justificar as mudanças.

Como os servidores serão atingidos?

Todo brasileiro será atingido, se a reforma passar. Você terá aposentadoria apenas aos 65 anos de idade. Existe uma regra de transição (para homens, com mais de 50 anos, e mulheres com mais de 45). E mais: os 65 anos passam a ser, na realidade, móveis. Toda vez que a expectativa de vida completar um ano, o que vem ocorrendo nos últimos tempos, haverá um acréscimo. Além da idade, vamos ter 25 anos de contribuição. Um exemplo: se alguém entra no serviço público com 50 anos de idade, não vai sair com 65. Ele vai ter que sair na compulsória com 75 anos.

Como é o cálculo da Anfip para dizer que há superávit na Previdência?

O que fazemos é uma leitura da Constituição Federal de 1988. A Constituição é muito clara nos artigos de 194 até 204, que trata da Seguridade Social, estipulando seu orçamento próprio. Neles, está a maior contribuição, que é sobre a folha de salários, mas há também outras fontes relevantes. O governo fala em déficit porque considera com única fonte de financiamento a contribuição da folha de salário. E, como não dava mais para sustentar essa linha, o governo resolveu entrar na discussão do que é ou não Seguridade Social.  


Regime próprio dos servidores federais está estabilizado

Já em apresentação no IFCS, na tarde do dia 15, a economista Esther Dweck observou que o regime próprio dos servidores federais está estabilizado e não precisaria sofrer mais nenhuma mudança. Segundo ela, a longo prazo, a tendência é que os gastos com aposentadoria do funciona - lismo diminua, em relação ao PIB do país. A economista criticou várias crueldades da proposta de reforma, como a proibição de acúmulo de pensão e aposentadoria. (Kelvin Melo)

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Eduardo Côrtes promove reuniões sobre a situação do Hospital do Fundão e não descarta adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Silvana Sá          Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. Foto: Fernando Souza

 Preocupado com a situação do Hospital Clementino Fraga Filho, o diretor Eduardo Côrtes tem realizado uma série de reuniões com a comunidade local sobre alternativas para superar a crise. Entre os assuntos abordados, a possibilidade de aderir à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, criada no governo Dilma Rousseff para gerir os HUs. Neste dia 16, ele conversou com os estudantes. Na reunião, que durou quase quatro horas, Côrtes pediu que os alunos discutam o assunto. “Temos que decidir nos próximos dois meses. Não podemos perder o momento de negociar. Pensem, conversem com as turmas. Eu vou respeitar qualquer decisão”.

O diretor não quis dar declarações à reportagem da Adufrj sobre o assunto. No dia 15, em entrevista à GloboNews, Côrtes afirmou que o hospital não é orçamentado e que a Ebserh não resolveria este problema, mas traria agilidade na contratação de pessoal. Ele deixou claro que qualquer decisão neste sentido cabe ao Conselho Universitário. No mesmo dia 15, o diretor conversou com os chefes de serviço da unidade. Na segunda-feira (13), com o setor de enfermagem. De acordo com algumas pessoas que acompanharam as duas reuniões — e que preferem não se identificar —, os profissionais concluíram que a sobrevivência do hospital passa pela empresa. A reitoria, por meio de nota, afirmou que “a contratação da Ebserh é uma alternativa que entra em conflito com a autonomia e altera o escopo jurídico da universidade”. Segundo a assessoria de imprensa, este posicionamento diz respeito a todas as unidades hospitalares da UFRJ, não somente ao Hospital Universitário.

Relação com a empresa

Entre 2012 e 2013, durante as discussões da Ebserh na universidade, Eduardo Côrtes e Roberto Leher eram os principais atores contrários à contratação da empresa. Em 2013, o Conselho Universitário tirou o assunto da pauta. Em novembro passado, o presidente da Ebserh, Kleber Morais, visitou o hospital a convite de Côrtes. No Rio de Janeiro, somente os hospitais universitários da UFRJ não aderiram à gestão da Ebserh.

“Já está patente para todas e todos que é preciso se manifestar contra este conjunto de reformas. Não é só a da Previdência”, analisou Marco Aurélio Santana, diretor do IFCS

Kelvin Melo Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. Fotos: Fernando Souza 

“Já está patente para todas e todos que é preciso se manifestar contra este conjunto de reformas. Não é só a da Previdência”, analisou Marco Aurélio Santana, diretor do IFCS, durante o protesto de quarta-feira. “O que está em jogo é o nosso passado de conquista dos direitos; o nosso presente, de manutenção destes direitos; e o nosso futuro, sem precariedade”, completou o professor.

A comparação com as jornadas de junho de 2013, quando as manifestações pararam o país durante mais de um mês, foi inevitável. Desta vez, houve a organização por parte das centrais sindicais e movimentos sociais. Mas ficou claro que não apareceu apenas a base das entidades envolvidas. A presidente da Adufrj, Tatiana Roque, também destacou a amplitude do ato do Centro do Rio, que levou mais público que as ações de rua contra a Proposta de Emenda Constitucional do teto de gastos, ano passado: “Foi um público bastante variado. O ato conseguiu juntar pessoas que não estão vinculadas à base dos movimentos e dos sindicatos. E independentemente da posição sobre o governo. Só assim vamos conseguir barrar esta reforma”, afirmou.

O diretor da Faculdade Nacional de Direito, Flávio Martins, também fez coro com os colegas de UFRJ e foi para a rua na quarta-feira. “Se não lutarmos, corremos o risco de chancelar um futuro sombrio para todos os trabalhadores, especialmente para as mulheres”, observou, sobre a Proposta de Emenda Constitucional nº 287, que causa prejuízos específicos para elas. Em tempos de criminalização da luta política, o professor também fez questão de apontar que a passeata representava a manifestação do livre pensamento não só da universidade.FSOU3167

Fábio Garcez, professor do Colégio de Aplicação, contou que a unidade paralisou todas as atividades naquele dia 15. Segundo ele, o projeto do governo é “draconiano”: “Estamos aqui não só pela nossa geração, mais próxima da aposentadoria, mas também pelas futuras”, disse.

 

Ao final do ato, houve conflito entre black blocs e as forças de segurança. A situação causou correria, mas não afetou a vibração da gigantesca passeata.

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