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O Boletim da Adufrj analisou as propostas para universidade, Ciência e Tecnologia apresentadas nos programas dos cinco presidenciáveis com melhor desempenho nas últimas pesquisas. Examinou também a posição deles sobre a emenda do teto de gastos. A comunidade acadêmica chega às vésperas das eleições presidenciais massacrada por uma crise sem precedentes, num cenário de sucessivos cortes orçamentários, ataques à autonomia universitária e ameaça de desmonte da pós-graduação. Compreender a visão de cada presidenciável sobre universidade, Ciência e Tecnologia, além de saber qual a fonte de financiamento para as políticas públicas do setor, é essencial para embasar o voto de outubro e definir um futuro menos sombrio. Com essa perspectiva, o Boletim da Adufrj fez um exaustivo levantamento sobre as visões de universidade, Ciência e Tecnologia apresentadas nos programas dos cinco presidenciáveis com melhor desempenho nas últimas pesquisas eleitorais realizadas pelo Datafolha e pelo Ibope. Também foi examinada a posição de cada um sobre a Emenda Constitucional 95, que instituiu um teto para os gastos públicos — tema estratégico para viabilizar o financiamento das áreas de saúde e educação. Foram usados exclusivamente os documentos registrados oficialmente no Tribunal Superior Eleitoral até a última data para a inscrição das chapas, 15 de agosto. De posse desse levantamento, o Boletim da Adufrj pediu que três professores da UFRJ, especialistas em políticas públicas, analisassem as propostas de cada candidato. O resumo do contéudo dos programas está nas páginas centrais do boletim, e as análises encerram a edição na contracapa. PROPOSTAS EM ANÁLISE Para a professora Esther Dweck, do Instituto de Economia, fica clara a divisão entre candidatos que apoiaram a EC 95 — Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin — e os que defendem sua revogação ou substituição: Lula e Ciro Gomes. “Marina propõe uma mudança que não tem o mesmo efeito danoso da emenda, mas continua sendo restritiva para os gastos públicos”, avalia Dweck. Da mesma forma, as propostas para Ciência e Tecnologia de Lula, Ciro e Marina traduzem melhor os anseios da comunidade científica por uma política consistente para o setor, segundo a análise de Jerson Lima Silva, professor do Instituto de Bioquímica Médica. “Bolsonaro mostra total desconhecimento de como o sistema evoluiu nos últimos anos. Ele e Alckmin não detalham propostas”, afirma Lima Silva. Há diferenças basilares entre as visões dos candidatos sobre a universidade pública, seu papel como produtora de conhecimento e as parcerias com a sociedade. Para Carlos Frederico Leão Rocha, professor do Instituto de Economia, Bolsonaro é o que mais explicitamente fala contra a universidade. Rocha destaca que Alckmin e Bolsonaro apostam no que chamam de inversão de gastos. “Partem de um erro inicial, achar que o gasto com universidade supera o do ensino fundamental”, afirma. DIRETORIA A Adufrj não terá candidatos, mas a diretoria ressalta a importância de se eleger políticos comprometidos com a universidade pública, gratuita e de qualidade. “Esse boletim especial — e uma futura newsletter semanal com artigos de docentes sobre as eleições, que será publicada a partir de 31 de agosto — é mais do que uma iniciativa jornalística, é um dever de cidadania do Sindicato dos Professores da UFRJ”, resume o professor Felipe Rosa, responsável pela comunicação da Adufrj.

Associação docente convida a comunidade acadêmica para o evento no campus da Praia Vermelha. Haverá debate com professores da ECO e jornalistas VEM AÍ UM CANAL no YouTube para os professores da UFRJ. É a TV ADUFRJ! A rotina da maior universidade federal do Brasil será contada através de vídeos. E, para iniciar a interação digital, a associação docente tem a honra de convidar a comunidade acadêmica para o lançamento, no dia 22 de agosto, às 17h, no salão Pedro Calmon, campus da Praia Vermelha. A nova forma de fazer audiovisual será o tema do evento. QUEM VEM? Os professores da Escola de Comunicação da UFRJ Ivana Bentes (diretora da ECO), Muniz Sodré (Emérito) e Cristina Rego Monteiro participam do debate. A troca de ideias conta ainda com o jornalista Antônio Gois, criador da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação) e a colunista de Educação do Globo, Cristina Serra, ex-repórter do Jornal Nacional e criadora do canal My News. “A ideia de criar esse canal é estimular a informação. O papel dos vídeos é mostrar o que está acontecendo na Adufrj e discutir educação, ciência, tecnologia e tudo o que acontece na UFRJ”, explica a diretora da Adufrj, professora Maria Paula Nascimento. Confirme presença no evento criado no Facebook: https://www.facebook.com/events/233727383977784/

Após dez anos de instalações provisórias em Xerém, a UFRJ inaugurou o campus de Duque de Caxias na segunda-feira, 6. “Que bom que viemos, onde estávamos não dava mais”, avaliou a coordenadora de pós-graduação Juliany Rodrigues. “Mas não será fácil, há muitas fragilidades”. Entre os obstáculos, a docente enumera o abastecimento de água, “ainda realizado por caminhão pipa”, e restrições elétricas, “como a falta de ar-condicionado”. “A prefeitura de Caxias fez a parte dela. Agora a universidade precisa fazer a sua”, avaliou. Na prática, apenas o trabalho teórico migrou para as novas salas. O laboratório compartilhado por graduações e pós-graduações continua na área antiga, em Xerém. A previsão de conclusão da mudança é fevereiro de 2019. “Esperamos dez anos para a transferência, o que nos garante que em seis meses trarão os laboratórios?”, questionou Juliany. O início das aulas foi adiado por causa da falta de segurança para travessia de pedestres na Rodovia Washington Luiz. Há a promessa de instalar uma passarela provisória. Outras duas preocupações recorrentes são a segurança - o campus fica numa área erma - e o transporte. Cerca de 70% dos estudantes são moradores da Baixada Fluminense. “Não terá ônibus interno toda hora, e é uma passagem cara. Só para ir ao estágio duas vezes por semana, estou calculando gastar mais de R$ 40”, relatou o estudante da Biofísica Michel Barbosa. O campus não dispõe de qualquer opção para alimentação. “Tem o espaço para o Bandejão, mas não tem Bandejão”, aponta Jully Regina, estudante de Nanotecnologia. “É aquilo, quando você faz o Enem vê, no site, fotos de estrutura muito legais, mas não é bem isso”, reclama. De acordo com a vice-reitora da UFRJ, professora Denise Nascimento, “serão servidas, diariamente e em caráter emergencial, 500 refeições prontas no almoço e outras 300 na janta”. Segundo ela, serão atendidos, além dos alunos, também docentes e técnicos-administrativos. Sobre o deslocamento, a vice-reitora informou que ônibus internos farão os trajetos entre o polo e o novo campus, assim como a integração com o Fundão. “Esse projeto de interiorização é muito importante e está se tornando realidade”, comemorou Tatiana Sampaio, diretora da Adufrj que compareceu ao evento e acompanha a construção do campus desde o início.

O BNDES adiou para 20 de agosto o pregão em que serão selecionados os responsáveis por desenvolver uma proposta para uso do patrimônio imobiliário da UFRJ. Segundo o Banco, o adiamento aconteceu porque interessados no pregão pediram mais tempo para apresentar propostas. O pregão estava marcado para terça-feira, 7 de agosto. Esta etapa consiste na análise das propostas recebidas, para verificar se elas estão em conformidade com o edital. Depois, os concorrentes habilitados apresentam seus lances. O contrato com o BNDES, assinado em julho, tem a finalidade de estruturar uma política de aproveitamento econômico dos imóveis da UFRJ. O Banco contratará uma consultoria para dimensionar o patrimônio e estudar opções de uso. O novo modelo poderá ser por concessão, constituição de um fundo de investimento ou alternativas que tragam aproveitamento financeiro à UFRJ. Integram o convênio a área do antigo Canecão, em Botafogo, terrenos da Praia Vermelha e do Fundão. Pelo edital, o pagamento pelo uso das áreas será feito na forma de contrapartidas, como construção e manutenção de infraestruturas para atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Após recuo sobre bolsas da Capes, governo prepara cortes no orçamento do CNPq e da Finep; associações científicas se mobilizam para garantir financiamento de pesquisas   Uma semana depois do anúncio de cortes de R$ 580 milhões na Capes, a intensa mobilização da comunidade científica provocou recuo do governo e manutenção das bolsas, mas ainda há ameaças contra o CNPq e a Finep. Pela proposta inicial do Ministério do Planejamento, o orçamento do CNPq baixaria de R$ 1,2 bilhão para R$ 800 milhões, e as bolsas só seriam pagas até setembro de 2019. Na Finep, a situação também é trágica: só R$ 745 milhões previstos, quando os contratos assumidos exigiriam R$ 1,6 bilhão. SBPC e Academia Brasileira de Ciências enviarão carta ao presidente Temer questionando os cortes previstos para o CNPq e a Finep. Só com os cortes na Capes, quase 200 mil pessoas seriam diretamente atingidas, e 4.186 programas de pós-graduação de 434 instituições de ensino superior seriam afetados. No modelo brasileiro, as bolsas pagas por agências de fomento são a única remuneração de pesquisadores de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Como resultado, 80% das pesquisas no Brasil se concentram nos programas de pós. “Só dá certo porque os pesquisadores têm dedicação exclusiva à sua formação e à produção do conhecimento”, destaca a professora Débora Foguel, do Instituto de Bioquímica Médica e ex-pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UFRJ. Para ela, cortar bolsas acabará com os programas. “Os alunos são a força- -motriz da pesquisa. Sem bolsas, não teremos alunos. Não há como nenhum laboratório de pesquisa sobreviver”. Foguel tem sob sua coordenação 15 bolsistas e desenvolve pesquisas ligadas ao Mal de Parkinson e Alzheimer. PRESSÃO Luiz Davidovich e Ildeu Moreira, presidentes da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, enviaram carta ao presidente Michel Temer solicitando que sancione a Lei de Diretrizes Orçamentárias mantendo os artigos 21, 38, 54, e 63, que preservam orçamentos para Educação, Saúde e hospitais universitários. No dia 3 de agosto, mais de 30 entidades científicas enviaram carta a Temer com a mesma reivindicação. Temer tinha até o dia 9 para assinar a LDO. “O financiamento da pesquisa é central para o desenvolvimento de um país”, explica Ildeu Moreira. Mas no Brasil o percentual de financiamento da pesquisa é um terço do de países desenvolvidos: só 1% do PIB, contra 3% investidos nos Estados Unidos e Europa. “O Estado participa do financiamento da Ciência e Tecnologia nesses países, porque entende que ajuda a gerar emprego e renda”, aponta o presidente da SBPC.

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