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Moradores da residência estudantil sofrem com falta de manutenção de módulos e superlotação. Alunos também se queixam de infiltrações, vazamentos e insetos. Um ano depois do incêndio, bloco B ainda está fechado Larissa Caetano e Kathlen Barbosa Alunos dormindo em barracas, vazamentos, infiltrações, janelas quebradas, rachaduras nas paredes, infestação de ratos, baratas e cupins. Essas são as condições da residência estudantil da UFRJ. Exatamente um ano após o incêndio que destruiu parte da ala B do alojamento, o prédio atingido pelas chamas continua fechado. Mesmo no bloco A, reformado em 2016, muitos problemas dificultam a vida de 230 estudantes que não têm outro lugar para morar. Moradores relataram ao Boletim da Adufrj que, em muitos apartamentos do bloco A, parte do teto de gesso caiu. Segundo eles, uma semana depois da reforma já havia tetos sem revestimento e ralos entupidos. O temporal de fevereiro deste ano piorou os problemas, principalmente no quarto andar. “A água caía pela escada como cachoeira. Muitos quartos foram danificados, mofaram. Meu vizinho perdeu tudo. Tem banheiro sem porta. No meu quarto, o teto e a parede estão rachados. Tem risco de desabamento”, lamenta a aluna Joseane Rodrigues. Segundo ela, houve uma obra de fachada. “O que fazer se a universidade fecha os olhos? Preciso terminar minha graduação.”    Os moradores do alojamento pediram, pela terceira vez, uma assembleia em agosto com a Pró-Reitoria de Políticas Estudantis (PR7) para cobrar soluções para problemas estruturais e de limpeza. Uirá Clemente, aluno de Indumentária, residente há 5 anos do alojamento, cobra: “Precisamos de manutenção e dedetização. Assistência estudantil não é favor, é direito”.                     Os 222 moradores do bloco B, atingido pelo incêndio de 2017, recebem da Reitoria bolsas de R$ 1.050 para aluguel. Júlia Brandes, do DCE Mário Prata, disse que a situação do alojamento causa indignação: “A luta por melhor moradia continua”. O Boletim da Adufrj tentou ouvir um representante do conjunto dos moradores, mas eles informaram que só se pronunciariam após assembleia. PROMESSA DE NOVAS VAGAS A UFRJ informou que estão previstas 162 novas vagas no alojamento em construção na avenida Milton Santos, numa obra que foi iniciada em 2016 e tem custo total de R$ 7,6 milhões. Segundo o Escritório Técnico da Universidade (ETU), a obra deve ser concluída em novembro. Sobre o ritmo de trabalho, informou que, mesmo sem muita movimentação, é intenso: “Nesta metodologia em módulos, a confecção e o preparo das peças são feitos no galpão da empresa. Posteriormente, elas são montadas de forma ágil no local”. O ETU informou que está atualizando orçamentos para contratar a reforma do bloco B. Há outro projeto de alojamento, com mais 512 vagas em dois blocos, ao lado da Bio-Rio. O pró-reitor de Assistência Estudantil, Luiz Felipe Cavalcanti, disse que este projeto é destinado prioritariamente aos estudantes desalojados pelo incêndio e que a UFRJ está discutindo com o MEC recursos para a obra, já licitada, ao custo de R$ 6 milhões. Enquanto isso, está completamente abandonada a obra de alojamentos ao lado do CCMN - datada de 2011, segundo o site do ETU. A UFRJ informou que negocia com o MEC a liberação de recursos para concluir obras interrompidas. Outro caminho para viabilizar obras é pela parceria firmada com o BNDES para uso de imóveis da universidade, na qual o pagamento será na forma de contrapartidas. "Moradia estudantil é uma contrapartida que a UFRJ elege como fundamental nas negociações", afirmou a universidade.

No dia 1º de agosto, o presidente da agência de fomento, Abilio Baeta Neves, enviou ofício ao ministro da Educação com um alerta sobre os impactos da redução orçamentária prevista para 2019

Fernanda da Escóssia e Silvana Sá

Um corte no orçamento da Capes para 2019 terá impacto dramático para a pesquisa científica no país, com a suspensão do pagamento de 93 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado a partir de agosto do ano que vem. O corte é tão severo que, no dia 1º de agosto, o presidente da Capes, Abilio Baeta Neves, enviou ofício ao ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, alertando sobre os problemas. Segundo a Capes, além de suspender as bolsas, a medida interrompe programas de fomento à pós-graduação no país, tanto os institucionais (de ação continuada) como os estratégicos (parcerias com os estados e outros órgãos governamentais). O corte paralisa o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e outros programas de formação de professores, afetando 105 mil pessoas. De acordo com a Capes, serão paralisados também o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) e os mestrados profissionais do Programa de Mestrado Profissional para Qualificação de Professores da Rede Pública de Educação Básica (ProEB) – nos quais estão envolvidos mais de 245 mil pessoas (alunos e bolsistas – professores, tutores, assistentes e coordenadores) em 750 cursos oferecidos por 110 instituições. Praticamente todos os programas de fomento da Capes no exterior seriam afetados. “Um corte orçamentário de tamanha magnitude certamente será uma grande perda para as relações diplomáticas brasileiras no campo da educação superior e poderá prejudicar a imagem do Brasil no exterior”, afirma a carta. “Diante desse quadro, o Conselho Superior da CAPES apoia e solicita ação urgente do ministro da Educação”, segue. A Adufrj e outras instituições ligadas ao ensino e à ciência vêm alertando sistematicamente para os riscos de desmonte do sistema de pós-graduação. “A perspectiva é de fim de todo o sistema de pós-graduação. A nota é quase um anúncio do fim da pesquisa no país”, comentou o professor Eduardo Raupp, diretor da Adufrj. Ele destaca a necessidade de agir rapidamente em duas frentes para tentar reverter os cortes: “De um lado, seguir a mobilização para que sejam revistos os orçamentos das agências de fomento. Mas este movimento esbarra na Emenda do teto de gastos. Por isso é importante atuar na direção de derrubar esta emenda”, completou. Procurados, Capes, MEC e Ministério do Planejamento não deram o valor dos cortes. A Capes destacou que a suspensão seria só para 2019. Confira a manifestação do Conselho Superior da Capes aqui.

Em sessão realizada no dia 19, conselheiros criticaram o fato de o acordo ter sido preparado durante mais de um ano sem ser discutido pela comunidade acadêmica A assinatura do contrato entre a UFRJ e o BNDES para gestão do patrimônio da universidade foi o principal tema do último Consuni, dia 19. Conselheiros criticaram o fato de o acordo ter sido preparado durante mais de um ano sem ser discutido pela comunidade acadêmica. “Não sei o que poderíamos ter perdido se tivéssemos feito este debate aqui antes”, disse a estudante Thaís Zacharia. Sara Granemann, da Escola de Serviço Social, criticou a opção pela consultoria do BNDES: “É acertado investir em assistência estudantil, um espaço cultural público e infraestrutura. Mas não é alvissareira a abertura mais explícita da relação da universidade com o mercado”, afirmou. “Só é admissível com muitas condicionalidades”, completou. Um dos integrantes do grupo de trabalho que assessorou a reitoria na negociação com o banco, o professor Vicente Ferreira, do Instituto Coppead-UFRJ, explicou que qualquer vazamento de informação poderia comprometer a validade da licitação: “A melhor forma de a universidade aproveitar seus recursos é gerar o máximo de competição entre investidores. É importante que a divulgação das informações ao mercado se dê no mesmo instante”, completou. O contrato tem como objetivo avaliar ativos imobiliários da UFRJ e preparar um modelo de exploração econômica dos espaços “O que estamos tratando é de uma consultoria. Ao contrário do que saiu em alguns meios de comunicação, não estamos decidindo nada sobre cessão de área A, B ou C”, afirmou o reitor Roberto Leher. O aviso da licitação da consultoria foi divulgado no Diário Oficial da União, dia 16. A sessão pública para apresentação das propostas dos interessados será em 7 de agosto. Conforme informou o Boletim da Adufrj, os recursos provenientes de eventuais concessões deverão ser devolvidos à universidade em contrapartidas, como obras ou serviços de infraestrutura acadêmica e assistência estudantil. Ericksson Almendra, professor da Coppe, disse que entendia a preferência pelas contrapartidas em vez de dinheiro — hoje, a verba das concessões feitas pela UFRJ é recolhida ao Tesouro Nacional e, se não houver autorização orçamentária do governo, não retorna para a universidade. Mas observou que a contrapartida em obras não favorece a gestão: “Teríamos mais flexibilidade se trocássemos por recursos financeiros”. Questionado sobre a participação dos colegiados superiores nos desdobramentos da licitação, Leher respondeu: “Toda decisão será tomada por este conselho e pelo Conselho de Curadores”. Ele não disse quanto espera arrecadar com a iniciativa, mas deixou claro que acredita em um valor significativo: “Estes ativos valem muito”.

Durante três dias, pesquisadores, estudantes e empresários de diferentes países circularam pelo CT para o primeiro E-Fest South America, festival de engenharia da Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos Durante três dias, pesquisadores, estudantes e empresários de diferentes países circularam pelo Centro de Tecnologia para o primeiro E-Fest South America, festival de engenharia da Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos (ASME). De sexta (27) até hoje (29), foram realizados minicursos, palestras, visitas a laboratórios e feiras de estágio. A iniciativa foi promovida pela Escola Politécnica e pela Coppe. Faenna Araújo, aluna de Engenharia Mecânica e organizadora do festival, destacou a importância do evento. “Mostra o poder da engenharia do país e da UFRJ”, afirma. “Temos um polo tecnológico enorme e uma grande capacidade de evoluir. É importante levar o nome da universidade para todo o mundo”. A ideia foi proporcionar um ambiente de inovação e desenvolvimento da engenharia, incentivando a troca de experiências e contatos entre os participantes. Para Fernando Castro Pinto, professor da Engenharia Mecânica e coordenador do evento, a E-Fest South America incentiva as pessoas conhecerem melhor o que é produzido na universidade. “O evento é muito importante para quem está interessado em engenharia e não conhece o tamanho, qualidade e a importância do que fazemos, em termos de tecnologia, na UFRJ”. Foram feitas visitas ao tanque oceânico da Coppe e ao Cenpes, centro de pesquisa da Petrobras que é referência na área de óleo e gás. Também houve exposição de veículos construídos por estudantes de diversos países da América do Sul. Lucas Lessa, aluno de Engenharia Eletrônica, faz parte da equipe Minerva e-Racing, que desenvolveu um carro de corrida elétrico. “Um evento desse porte, com pessoas influentes de grandes empresas, nos mostra como está o mundo empresarial e como podemos nos reportar a eles para conseguir patrocínios.” A equipe participa da fórmula SAE, competição organizada por empresas do setor automotivo e que reúne times universitários de todo o Brasil.

A UFRJ Nautilus, equipe de robótica submarina, representará o Brasil na maior competição internacional de automação naval: a Robosub, em agosto, nos Estados Unidos. No torneio, robôs submarinos autônomos (AUVs) desenvolvidos por 47 instituições de ensino executarão provas de processamento de imagem, manipulação de objetos e lançamento de torpedos. Será a segunda participação da Nautilus, que em 2016 se tornou a primeira equipe da América Latina na disputa. As provas serão num tanque da Marinha americana. Nosso competidor no tanque é o robô BrHUE, controlado por inteligência artificial e fabricado nos  laboratórios da UFRJ, ao custo de R$ 50 mil, com apoio de empresas parceiras.Os AUVs executam tarefas variadas. Podem medir a concentração de coliformes fecais na Baía de Guanabara, reparar plataformas de petróleo e analisar correntes submarinas. “Ele pode ficar durante meses, 24 horas por dia, coletando dados de forma muito precisa”, afirma Willian Xavier, coordenador da Nautilus e aluno de Engenharia Naval. Cláudio Baraúna, professor da Engenharia Naval e orientador da Nautilus, ressalta a altíssima tecnologia do robô, primeiro AUV criado no Brasil em nível universitário. A equipe da UFRJ tem 30 alunos de diversos cursos, de engenharia a relações internacionais, e 13 deles viajarão. Uma campanha de financiamento arrecadou R$ 43 mil para ajudar a cobrir os gastos da viagem.

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