Foto: Fernando Souza/Arquivo AdUFRJA vacinação nos postos da UFRJ é um sucesso. Essa é a avaliação da diretora da Escola de Enfermagem Anna Nery, Carla Araújo. Supervisora dos cerca de 500 voluntários que atuam nos postos, a professora afirma que após a escassez de vacinas do início do ano, agora há um fluxo melhor de insumos. “O próprio Sambódromo está funcionando de segunda a sábado. Todas as pessoas que foram ao Sambódromo foram atendidas, ninguém ficou para trás. Acho que foi um êxito. Creio que esse processo seja acelerado porque é o que nós queremos, no entendimento mundial para evitar a questão das novas cepas”, diz Carla.
No último sábado (27), foram aplicadas 910 doses no posto do Sambódromo. Entretanto, na Cidade Universitária a realidade é diferente. “Precisamos de uma maior divulgação do Fundão, temos poucas pessoas procurando atendimento lá”, conta Carla. Ela se divide com outros docentes na supervisão do processo, fornecendo orientações e explicações necessárias para realizar a vacinação de forma correta, adequada e segura para os voluntários e para a população.
Os voluntários estão devidamente documentados no programa vinculado ao Centro de Ciências da Saúde (CCS). A organização dos turnos ocorre por grupo no WhatsApp, e eles são distribuídos nos postos do Sambódromo, do Fundão e do Centro de Saúde da Gávea. Apesar de haver um posto drive-thru de vacinação na Praia Vermelha, não foram necessários voluntários da universidade. Os estudantes são distribuídos nas atividades de acordo com a evolução no curso, e os que estão mais adiantados normalmente atuam na aplicação da vacina.
É o caso de Marlon de Carvalho, do 8° período do curso de Medicina, que atua aos sábados como vacinador nos drive-thru do Sambódromo ou do Fundão. Para ele, a vacinação tem ocorrido de modo muito organizado e bem estruturado. “O modelo de drive-thru é ótimo para diminuir o fluxo nas Clínicas da Família, tornar a vacinação mais dinâmica e evitar que se formem filas e aglomerações na porta das clínicas, como tem ocorrido em outros municípios”, avalia. “A divisão é feita em duas partes em que há, inicialmente, uma triagem e, posteriormente, a aplicação da vacina”, explica. “Isso torna o trabalho mais eficaz já que, enquanto um grupo está colhendo os dados, contraindicações e preenchendo formulários, outro está preparando a dose e aplicando o imunizante na população”, relata.
Cristiane Santos, professora do Departamento Médico Cirúrgico, é voluntária no posto do Sambódromo aos sábados, de 7h às 12h. Para ela, as atividades desenvolvidas vão além da supervisão. “É um trabalho também de educação, porque a gente acaba nesses momentos discutindo conceitos relacionados às boas práticas da vacinação, demonstramos as técnicas. Então os conceitos acabam se envolvendo”, explica. A experiência como voluntária está sendo prazerosa para a docente. “Estou aprendendo muito sobre vacina e amando trabalhar com isso, me apaixonando por essa área da Sáude Pública”, conta. “Além disso, é um prazer ser voluntária nesse processo histórico. Nós docentes também somos vacinadores, não ficamos só na supervisão”, reflete.
Os professores que estão em trabalho remoto devem ficar atentos a mudanças no contracheque. A Pró-reitoria de Pessoal (PR-4) informou que os descontos de auxílio-transporte e adicionais ocupacionais não foram realizados na folha de março em função de um erro na transmissão do arquivo relativo à frequência. O acerto dos valores será feito no próximo pagamento.
Uma instrução normativa do governo cortou os auxílios e adicionais ocupacionais para todos os servidores federais que estão realizando as tarefas de casa, durante a pandemia.
Nos contracheques da UFRJ, isso se expressa da seguinte forma: uma linha contém a identificação e o valor que seria recebido em condições normais; outra linha contém o mesmo valor, mas cortado. Na próxima folha, haverá um desconto duplo para compensar o ganho deste mês. A situação também atinge aqueles que estão enquadrados sob o código de dispensa do trabalho (DT).
Superintendente administrativa da PR-4, Maria Tereza Ramos não tem o número de quantos servidores sofrerão o duplo desconto no mês que vem, mas que seria a “maioria de docentes e técnicos”. Os valores são variáveis. “Os adicionais dependem do vencimento básico e do grau do adicional (mínimo, médio ou máximo) e o auxilio-transporte depende do local da residência”, diz. A superintendente acrescentou que não haverá prejuízos em termos de imposto de renda. “Auxilio-transporte não é tributável e o desconto do adicional é abatido da base de cálculo do IR”.
Assessora jurídica da AdUFRJ, Ana Luisa Palmisciano ressaltou que há uma ação conjunta com o Sintufrj para impedir o corte dos auxílios e adicionais ocupacionais durante a pandemia. O processo tramita no Tribunal Regional Federal, mas não há previsão de data para o julgamento. Enquanto isso não ocorre, a restituição informada pela PR-4 é amparada pela lei. “Os professores podem procurar o plantão remoto jurídico da AdUFRJ, se tiverem dúvidas”, afirmou a advogada.
A presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller (como delegada, com direito a voto), e os professores Herli de Menezes e Luis Acosta (como observadores) compõem a delegação da universidade ao 11º Conselho Extraordinário do Andes (Conad), uma das instâncias deliberativas do Sindicato Nacional dos docentes universitários. Os nomes foram eleitos em assembleia realizada no dia 19.
O encontro ocorre entre os dias 27 de março e 3 de abril, de forma virtual, e tem como tema central “Em defesa da vida, dos serviços públicos e da democracia e autonomia do Andes-SN”. Eleonora defendeu que o evento seja uma oportunidade para a união de todos os professores em torno de uma agenda clara. “Espero que a gente saia do Conad com orientações claras e unitárias, e que não haja a repetição de um discurso que só favorece disputas internas”, disse a professora.
Ainda na assembleia, alguns professores demandaram que a AdUFRJ atue em ações sociais, como as cozinhas solidárias do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O diretor Josué Medeiros respondeu que o sindicato já fez uma doação de R$ 5 mil para a iniciativa. “Nossa ideia era não só apoiar financeiramente, mas visitar o local onde funciona a cozinha com uma comitiva de docentes da UFRJ”, explicou. Mas a visita ficou impossibilitada pelo recrudescimento da pandemia.
Na avaliação de Josué, a assembleia foi bastante positiva. “Já estamos fazendo ações de solidariedade desde o começo da pandemia. Ver a ideia pautada na assembleia reforça que esse caminho tem que continuar”, ponderou. Josué também considerou positiva a unidade em torno do discurso de enfrentamento às políticas do governo. “Estamos tendo unidade no movimento de enfrentar Bolsonaro e impedir que o genocídio continue”.
Unidade em defesa da vida, pela vacinação já, contra o governo genocida e em defesa do serviço público. Esses foram os principais temas que marcaram a Plenária de docentes das instituições de ensino superior do Rio de Janeiro, na quarta-feira (25). O evento virtual, organizado pela Regional Rio de Janeiro do Andes-SN, contou com o apoio da AdUFRJ, ADES Faetec, Asduerj, Adunirio e Aduff.
Cerca de 130 docentes, de todas as instituições de ensino superior do estado, participaram da plenária. “Apesar do momento muito triste que estamos vivendo, é uma alegria poder estar em uma plenária composta por docentes das diversas seções sindicais do Rio de Janeiro”, saudou a professora Elizabeth Barbosa, 1ª vice-presidente da Regional Rio do Andes-SN. “Queremos afirmar aqui a defesa da vida. Estamos aqui pela rejeição da reforma administrativa, que ataca os serviços públicos, pelo lockdown, para defender um auxílio-emergencial digno e pela vacinação urgente de toda a população”, justificou.
O professor Felipe Rosa, vice-presidente da AdUFRJ, fez uma avaliação positiva do encontro. “Foi demonstrada uma unidade muito grande, e que o objetivo dos docentes deve ser batalhar por vacina para todos, pelo fim desse governo destruidor e lutar contra as reformas que estão por vir”, disse. “A PEC emergencial passou, mas agora temos de batalhar para conseguir resistir à reforma administrativa e a outras investidas do governo, como o estrangulamento do orçamento das universidades e da pesquisa”, apontou. Para Felipe, a plenária mostrou que há muita vontade política de fazer uma luta unificada. “O clima construtivo da plenária estava muito bom”, afirmou.
A diretoria da AdUFRJ expressa seu pesar pelo falecimento do professor Luciano Menezes (foto), da Escola Politécnica. Luciano foi vice-presidente do sindicato na gestão 2003-2005. “Muito obrigado pelo muito que fez pela UFRJ, pela AdUFRJ, pela educação e pela ciência do país”, escreveu o presidente da SBPC, professor Ildeu Moreira, nas redes sociais. “Era um militante 24 horas da AdUFRJ. Não tinha vaidades. Era do Comando de greve, colava cartazes, fazia e carregava faixas. Era o primeiro a falar nas Assembleias. Sempre alegre, amigo e muito guerreiro nas suas defesas”, observou o professor Helio de Mattos Alves, da Faculdade de Farmácia.
MORRE EX-DIRETOR DO IMPG
A reitoria da UFRJ divulgou nota sobre o falecimento do professor Fernando Steele da Cruz, ex-diretor do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes (IMPG/UFRJ). Ele lutava contra o câncer. Fernando tinha larga experiência na área de Farmacologia, com destaque em Etnofarmacologia. Entre os diversos prêmios recebidos estão a Medalha Oswaldo Cruz e o Prêmio Getúlio Vargas. “Lamentamos profundamente esta perda à ciência brasileira e transmitimos força aos familiares e amigos neste momento de intensa consternação”, diz um trecho da nota.
PERDA NA ARQUEOLOGIA
Faleceu, no dia 31, o egiptólogo Antonio Brancaglion Junior. Era professor do Museu Nacional desde 2002. Sua morte é uma grande perda para a arqueologia brasileira. Durante a carreira no Museu Nacional, atuou na preservação, na pesquisa e no resgate da história de múmias e diversos outros itens que fazem parte da coleção.
Eleito em maio de 2019, o professor Maurício Saldanha Motta foi finalmente nomeado diretor-geral do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Cefet-RJ), nesta quinta-feira (25). Durante o período de quase dois anos, o Cefet esteve sob o comando de interventores indicados pelo governo Bolsonaro.
A nomeação reflete o início de um julgamento no Supremo Tribunal Federal. A ministra Cármen Lúcia votou, semana passada, pela inconstitucionalidade do trecho do decreto presidencial que permite ao ministro da Educação indicar interventores para a direção de institutos federais de educação. A ministra é a relatora do caso.