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Os desenhos que ilustram esta edição especial foram feitos por alunos do 5º ano do Colégio de Aplicação da UFRJ, em projeto que explorou as transformações pelas quais passou a cidade do Rio de Janeiro a partir de pandemias e endemias ao longo do tempo. A professora Caroline Trapp de Queiroz, uma das organizadoras do projeto, conta o que motivou o trabalho: “A ideia surgiu como uma forma de dar um fechamento e também uma materialidade ao conteúdo que estávamos trabalhando. Estudamos as reformas que ocorreram no Rio, conversamos sobre as fake news que já circulavam no passado e, como contraponto, abordamos as campanhas de vacinação. Sempre traçando um paralelo com o que estamos vivenciando hoje. A questão da circulação do ar foi justificativa para demolir o Morro do Castelo, no Centro, por exemplo. Na gripe espanhola, havia o debate sobre o uso de máscara, como ocorre hoje. A partir de toda essa trajetória, surgiu a ideia de eles fazerem suas próprias campanhas de conscientização para a vacina. Foram muito dedicados, participativos. E ficaram muito animados quando souberam que os cartazes estariam no jornal. São duas turmas, com 25 crianças cada. Agora, elas estão bastante ansiosas para ver o jornal com seus trabalhos. E muito curiosas com todo o processo de fazer o jornal”.

Professores que organizaram a proposta junto às crianças: Caroline Trapp de Queiroz (HISTÓRIA, GEOGRAFIA E CIÊNCIAS) e Felipe Andrade (Educação Física)
Coordenadoras do Setor Multidisciplinar: Alessandra Nascimento e Mariana Elena

 

Confira os trabalhos.

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Kim Queiroz
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Ser brasileiro na pandemia é experimentar um pesadelo diário que começa com o anúncio do número de mortos e se arrasta entre o medo de adoecer e a revolta pelo descaso das autoridades sanitárias. Em pesquisa feita pelo Lowy Institute, da Austrália, que analisou e classificou o desempenho de 98 países na gestão da pandemia, o Brasil ficou em último lugar. No dia 9 de março, com a morte de 1.954 brasileiros em apenas 24 horas, o país ultrapassou os Estados Unidos em número de óbitos diários pela covid-19.

“ É uma situação que, sem o apoio e orientação do Estado, não tinha como ser diferente”, explica o cientista político Josué Medeiros, diretor da AdUFRJ. Ele acredita que o comportamento de parte do povo brasileiro, aparentemente anestesiado pela explosão de adoecimentos, não representa um desrespeito generalizado às normas de distanciamento, mas sim uma necessidade de subsistência. “O brasileiro precisa sobreviver. Os dados das pesquisas mostram índices ótimos de resposta sobre vacinação. O problema não está na nossa população, e sim no modo como o governo inviabilizou as condições para que essa população conseguisse se proteger da pandemia”, critica.

A adoção do auxílio emergencial evitou uma contração ainda maior da economia do país, mas a iniciativa foi muito aquém do necessário. “Os auxílios reduzidos propostos pelo governo para 2021 são cruelmente insuficientes”, alega o economista Daniel Conceição, professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ. “Se o governo realmente retomar sua agenda radical de austeridade, teremos um agravamento da crise econômica e uma elevação do desemprego e da miséria a níveis socialmente insuportáveis”, aponta o docente.

Para se esquivar dos números da covid-19, o governo adotou uma postura negacionista, que alimenta o senso de inferioridade do povo brasileiro. “As declarações do Bolsonaro de que ‘brasileiro anda na vala e não acontece nada’, reforçam esse vira-latismo”, destaca Mayra Goulart, professora de Ciência Política no IFCS/UFRJ. Ela teme o impacto desses discursos na sociedade. “São opiniões pejorativas que têm consequências dramáticas, uma vez que desvalorizam a vida das pessoas. São vidas que supostamente valem menos e merecem menos cuidados”, ressalta.

Professora de Antropologia Social da UFRJ, Adriana Facina descreve que as camadas mais populares ficaram “à deriva”, pois havia uma força política agindo a favor da pandemia. “Não é à toa que a gente vê a pandemia vitimando muito mais a classe trabalhadora do que as elites, que se encontram em condições muito mais seguras de saúde, moradia, higiene, distanciamento e até mesmo lazer”, comenta.

“A pandemia vem escancarar o caráter necrófilo dos grupos bolsonaristas e de extrema-direita, que já estava se manifestando mesmo antes da covid-19”, reforça o antropólogo José Sérgio Leite Lopes. Professor titular do Departamento de Antropologia do Museu Nacional, Leite Lopes avalia que a população brasileira na pandemia pode ser caracterizada pela desigualdade social extrema. “Enquanto uma parte da população pode trabalhar e estudar de casa através do acesso à informática, a outra parte majoritária é obrigada a se deslocar para locais habituais de trabalho passando por situações de aglomeração”, completa.

Kim Queiroz
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O professor Irnak Marcelo Barbosa é o novo diretor-geral do Campus de Macaé. Eleito democraticamente para o período de 2021 a 2023, Irnak assume o cargo anteriormente ocupado pela professora Roberta Pereira Coutinho. “Uma grande prioridade nossa será a institucionalização dos nossos cursos, com uma estrutura média da UFRJ. A expectativa é poder ter os institutos das unidades acadêmicas, como de Química, Medicina, Nutrição, Farmácia e outros”, contou Irnak, que é professor de cirurgia pediátrica. O diretor se reuniu no dia 4 com os novos coordenadores para iniciar o planejamento da gestão. “A gente procurou pontuar as nossas metas de curto, médio e longo prazo. Foi uma reunião bem produtiva, e saímos dela com uma perspectiva positiva do trabalho a ser feito”, completou.

Kim Queiroz
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A História ensina que a queda de um governo antidemocrático depende da força dos protestos populares, mas como defender a democracia quando não se pode ir às ruas? Essa é a pergunta que desafia os movimentos sociais e tira o sono dos sindicalistas desde o começo da pandemia.

A necessidade do distanciamento social impôs limites a uma luta historicamente presencial, que precisou repensar suas estratégias para garantir uma efetiva mobilização através das redes sociais. “Isso tem desafiado o movimento sindical brasileiro a buscar alternativas para enfrentar o descalabro sanitário proporcionado pelo atual governo, e para se reinventar frente a uma legislação trabalhista que estimula a ação anti-sindical”, aponta o cientista político José Ricardo Ramalho, professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ.

Antes da pandemia parar o Brasil, os movimentos sociais do setor de educação já vinham desenvolvendo uma sequência de mobilizações. Estudantes, técnicos e professores planejavam uma Greve Nacional para o dia 18 de março, que daria seguimento aos atos bem-sucedidos de 2019, em defesa da universidade pública e da Ciência.

Mesmo  com a suspensão dos atos presenciais no #18M, a luta se mostrou resiliente, graças a uma responsabilidade histórica do movimento. “A gente está com a pauta de renovar o sindicalismo docente desde 2015, quando a Tatiana Roque foi eleita presidente da AdUFRJ e foi feita a primeira campanha do Conhecimento Sem Cortes”, lembra Josué Medeiros, diretor da AdUFRJ.

O projeto, renovado em 2017 com a gestão da professora Maria Lúcia Werneck, cresceu com a criação do Observatório do Conhecimento. “Quando veio a pandemia, a gente já tinha esse espírito. As áreas vinculadas à educação fizeram uma verdadeira chuva de mensagens e pressão, e o Congresso respondeu muito bem”, lembra a professora, em referência à aprovação do novo Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica, na Câmara dos Deputados, em julho de 2020.

As articulações internas, de acolhimento aos trabalhadores, foram igualmente importantes. “Nós oferecemos sala de zoom para reuniões, ampliamos nosso plantão jurídico, focamos na questão da insalubridade, realizamos reuniões do conselho de representantes, dentre outras iniciativas”, exemplifica Josué Medeiros.

Nesse contexto de mudanças no mundo do trabalho, a proteção sindical se faz ainda mais necessária. “O home-office traz novos custos, como contas de luz maiores e pacotes de internet melhores. Esses gastos devem ser reembolsados, e os equipamentos próprios para o exercício do trabalho externo devem ser garantidos”, destaca Neuza Luzia, coordenadora geral do Sintufrj. Essas novas condições de trabalho também preocupam Sandro Cezar, presidente da CUT-Rio. Segundo ele, a vida é o principal direito dos trabalhadores sendo ameaçado. “Primeiro os sindicatos têm um compromisso inquestionável com a vida. Esse foi o principal papel dos sindicatos, defender a vida dos trabalhadores. Defendemos a atuação inclusive via home-office, nos casos em que os trabalhadores pudessem fazê-lo sem prejuízo da sua vida cotidiana”, finaliza.

A UFRJ recebeu mais de 700 pedidos de inscrição para o Curso de Formação para Comissões de Heteroidentificação. Os pedidos vieram de todo o país, conforme informou a conselheira Noemi Andrade, representante dos técnicos-administrativos no Conselho Universitário. “O curso da Comissão e da Câmara de Heteroidentificação abriu uma porta para mostrar o combate ao racismo que é realizado pela nossa universidade”, comemorou a conselheira. “A Câmara é plural, formada por técnicos, professores, estudantes. Infelizmente não poderemos atender a todos, mas toda essa repercussão é fruto do trabalho sério realizado por todas essas pessoas”. As inscrições terminaram no último dia 10. O curso terá oito aulas e acontecerá de 17 a 31 de março. As aulas serão assíncronas pela plataforma AVA UFRJ. A aula inaugural poderá ser acessada pelo público por meio do canal da Câmara de Políticas Raciais: https://www.youtube.com/channel/UciqzeAJX39XDigt9iiFhBug.

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