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Para ampliar a mobilização

Reuniões nas Unidades, seminário e ato no Consuni são as tarefas do movimento docente aprovadas na última Assembleia: objetivo é aumentar o engajamento dos professores na luta por carreira, melhores salários e condições de trabalho e autonomia

Calendário de atividades foi aprovado na AG do dia 24

Texto e foto: Silvana Sá
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No dia 24 de abril, os professores da UFRJ se reuniram na Praia Vermelha em Assembleia Geral para deliberarem sobre as ações da Seção Sindical para os próximos dias. O entendimento majoritário, apesar de apontar a necessidade de realização de uma greve como forma de pressão sobre o governo federal, foi que a universidade ainda não possui as condições necessárias de mobilização para deflagrá-la imediatamente. Dessa maneira, foi aprovado um calendário (quadro 1) que busca intensificar ações e reuniões de unidade nas quais os professores possam dialogar sobre os pontos essenciais da pauta, resultantes dos debates do dia 10 (veja quadro 2). O debate sobre carreira, atrelado as questões salariais, e a discussão das condições de trabalho são os temas centrais.

O debate

Durante a análise de conjuntura, ficou claro que o professor federal sofre graves ataques do governo, tanto na constituição de sua carreira, quanto nas condições salariais e de trabalho. Luciana Boiteux, 1ª vice-presidente da Adufrj-SSind, deu seu depoimento sobre a situação da Faculdade Nacional de Direito: “Temos vários concursos abertos na FND, mas não há candidatos. Pouquíssimas pessoas hoje querem ser professores da UFRJ. Os salários não são atraentes. Quem entra no início da carreira não consegue sobreviver no Rio de Janeiro”.

Cleusa Santos, 2ª vice-presidente da Seção Sindical, alertou para o processo de degradação do ensino superior público em todo o mundo e citou o exemplo de Portugal: “A precarização do trabalho não está localizada. Em Portugal, as universidades públicas não contratam mais. Elas concedem bolsas. São os chamados bolseiros. E, aos poucos, estamos vendo isso ocorrer no Brasil também”.

“Temos uma situação de degradação real. Temos um quadro de perda salarial”, argumentou o professor Roberto Leher, da Faculdade de Educação. “Se examinarmos nossa carreira, veremos que parte de nossa categoria, uma imensa parte, já possui perdas acumuladas”. 

Nesta mesma linha, falou o presidente da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro: “A intensificação do trabalho chega com a desvalorização do salário e com o aprofundamento das desigualdades na carreira. Tem classe que está perdendo 12%. Outras já acumulam perdas de 30% no mesmo período. Estamos todos trabalhando muito mais do que deveríamos e ganhando muito menos”. 

“Efetivamente, há uma insatisfação entre nós. O quadro que temos é de profunda precarização, mas ainda estamos numa etapa de ampliação das mobilizações”, ponderou o professor Luis Acosta, da Escola de Serviço Social.

Eleições do Andes-SN

Nesta assembleia, foram aprovados os nomes que compõem a Comissão Eleitoral Local. Ela encaminhará, na UFRJ, a votação da nova diretoria do Sindicato Nacional. As eleições do Andes-SN ocorrem nos dias 13 e 14 de maio. São eleitores os sindicalizados até 13 de fevereiro de 2014 e que estejam com suas contribuições em dia até 7 de março de 2014.

Esta comissão também organizará a eleição, aproveitando a infraestrutura montada para o pleito do Andes-SN, de ampliação do Conselho de Representantes da Adufrj-SSind. São titulares: Cristina Miranda (CAp), Rogéria de Ipanema (EBA) e Luciano Coutinho (integrante da diretoria e docente da FACC). E suplentes: Lenise Fernandes (ESS), José Henrique Sanglard (da diretoria e Escola Politécnica) e Maria Malta (IE).

 

Quadro 1

Veja o conjunto de deliberações da Assembleia Geral da Adufrj-SSind

Entre os dias 28/4 e 16/5
rodadas de Reuniões de Unidade para aprofundar as prioridades da pauta local e nacional e, também, a possibilidade de adesão dos docentes à greve do setor da educação federal, acompanhada de campanha que dê visibilidade às tarefas de mobilização e aos pontos de pauta;

Realização de Seminário sobre Carreira Docente
(além de discutir o Encontro Nacional de Educação, que acontecerá em agosto) no dia 10/5 (sábado), organizado pelo GT Carreira da Adufrj-SSind;

Realização de Assembleia Geral
entre os dias 14/5 e 18/5 para ratificar as posições tiradas no Seminário do dia 10 e fazer avaliação das Reuniões de Unidade;

Dia 22/5 – Ato no Consuni
que votará a regulamentação da progressão da carreira para garantir o reconhecimento das atividades dos professores da maneira mais diversa e democrática.

 

Quadro 2

Pontos essenciais da pauta de reivindicação sistematizados a partir dos debates realizados nos dias de paralisação nacional (19/03 e 10/04) na UFRJ. 

1 – Carreira e salário:

a – (pauta específica UFRJ) – A regulamentação da progressão deverá ser debatida de maneira conjunta e de modo a promover a diversidade da universidade, respeitando os diferentes perfis dos professores, privilegiando a ação na graduação/ensino básico e infantil e integrando atividades de extensão e pesquisa de maneira equânime;

b – Resgatar a proposta salarial realizada como contraproposta na greve de 2012, a partir da carreira do Andes-SN, atualizando seus valores, como forma de esclarecimento da pauta salarial e da carreira, revelando as distorções que ocorrem entre os diferentes níveis de professores no que diz respeito a perdas salariais;

c – Lutar pela linha única no contracheque;

2 – Condições de trabalho:

a – Denunciar a dificuldade do acesso às verbas públicas pelo setor da educação: seja no âmbito interno da UFRJ, seja em relação à forma de aplicação das regras de licitação que não acompanham a dinâmica universitária;

b – (pauta específica UFRJ) – Aprofundar o combate ao assédio moral;

c – Denunciar as inadequadas instalações físicas da universidade: seja nos edifícios novos pós-Reuni, seja nos contêineres, ou nos edifícios mais antigos.

3 – Autonomia:

a – (pauta específica UFRJ) – Retomar o debate a respeito da Estatuinte para aprofundar a autonomia e a democracia na UFRJ;

b – Ampliar o combate ao novo Plano Nacional de Educação e a contrarreforma universitária em curso, incluindo aí a lei da Andifes; 

c – Aprofundar o combate sobre a terceirização de tarefas na universidade como um problema universitário e não apenas particular dos trabalhadores daqueles setores.

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Se a administração pública continuar negando o direito à conversão do tempo especial, medidas judiciais poderão ser tomadas pelos sindicatos

 

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou no dia 9 de abril, por unanimidade, a Proposta de Súmula Vinculante (PSV) 45. Ela prevê que, até a edição de lei complementar regulamentando norma constitucional sobre a aposentadoria especial de servidor público, deverão ser seguidas as normas vigentes para os trabalhadores sujeitos ao Regime Geral de Previdência Social. Trata-se apenas da aposentadoria em decorrência de atividades exercidas em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física dos servidores.

A PSV foi proposta pelo ministro Gilmar Mendes em decorrência da quantidade de processos sobre o mesmo tema recebidos pelo STF, nos últimos anos. Advogada da Adufrj-SSind, Ana Luisa Palmisciano explica que uma das ações foi ajuizada pelo Andes-SN: “A aposentadoria especial do servidor público está prevista na Constituição Federal, em seu artigo 40, mas até hoje não houve regulamentação deste dispositivo. Por isso, na prática, os servidores públicos permaneceram sem ter direito a este benefício por muitos anos. Diante da inércia do Legislativo, vários sindicatos e entidades de defesa dos servidores ingressaram com ações denominadas  de ‘mandado de injunção’ perante o STF para pedir a aposentadoria especial”.

Histórico

Logo após o julgamento dessas primeiras ações, o Ministério do Planejamento (MPOG) baixou algumas Orientações Normativas dispondo sobre a forma de concretizar o direito aos servidores. E assegurou, nessas Orientações, além da aposentadoria especial, também o direito à contagem do tempo especial.

O problema é que, desde o ano passado, o MPOG alterou o entendimento e passou a aceitar apenas pedidos de aposentadoria especial (e não mais de contagem de tempo especial). Isso significa só permitir a concessão de aposentadoria especial para quem comprova exercício ininterrupto de atividades especiais.

Foi neste contexto que o Supremo baixou a recente súmula com uma redação genérica de que se aplicam aos servidores as regras do Regime Geral referentes à aposentadoria especial enquanto não forem regulamentados os dispositivos constitucionais.

Avaliação

Na avaliação da assessoria jurídica da Adufrj-SSind, a redação da súmula abrange tanto o direito à aposentadoria especial como o direito à conversão do tempo especial. Ainda não se sabe como a administração pública vai interpretar o documento.

 Caso seja negada a conversão do tempo de serviço na UFRJ, a Seção Sindical poderá interpor ações judiciais para garantir a todos o reconhecimento do direito.  (Com informações do site do STF)

UFRJ não cedeu salas a militares

A informação segundo a qual instalações do CT da UFRJ estavam sendo utilizados para a logística de militares envolvidos na ocupação da Maré foi negada com veemência pela Reitoria. Veja a nota divulgada pelo gabinete do Reitor.

140414111Universidade diz que não colaborou com invasão da Maré. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil - 31/03/2014A UFRJ autorizou a Marinha a realizar manutenção de antenas repetidoras, localizadas no terraço do prédio do CT. Em momento algum, houve autorização para instalação de base policial ou militar nos espaços da universidade. Assim como diversas outras instituições federais, estaduais e municipais, a Marinha utiliza o terraço do prédio para transmissão de dados. O projeto Baixada Digital, que retransmite dados para escolas públicas da rede estadual, por exemplo, é um dos que possuem antenas no local.

A Reitoria tem acompanhado com atenção os desdobramentos da ocupação da Maré e seu impacto na vida dos moradores. Essa atenção se estende a docentes, técnico-administrativos e alunos da UFRJ que atuam em diversos projetos de extensão na comunidade e temos total interesse em acompanhar, cooperar e fortalecer os projetos e políticas públicas no local.

Migração

Está prevista para os próximos dias mais um encontro na Praia Vermelha sobre a migração de seus cursos para o Fundão.

Acredite

Bandejão em contêineres seria uma  proposta da reitoria para o campus da Praia Vermelha. 

PNE

A votação do Plano Nacional de Educação (PNE) na comissão especial da Câmara foi novamente adiada, dessa vez para o dia 22 de abril. 

Para ser aprovado, o texto do relator Angelo Vanhoni (PT-PR) tem que passar por votação, assim como os quase vinte destaques apresentados. 

Conferência

O Sindicato Nacional também participa da construção do Encontro Nacional de Educação, que acontecerá no Rio de Janeiro, entre os dias 8 e 10 de agosto. 

O Encontro tem caráter de independência das esferas oficiais e neste aspecto faz um contraponto à Conferência Nacional de Educação (Conae), prevista para o início deste ano, mas adiada pelo governo.

Plim Plim

Em dez anos de governo petista, o Palácio do Planalto transferiu para a TV Globo R$ 6 bilhões em verbas publicitárias, isso mesmo com a queda notável da audiência da emissora. A Globo perdeu cerca de um terço do público na última década.

 
Universidade homenageia professor mexicano
140414112Foto: Marco Fernandes - 07/04/2014O Professor Leoncio Lara Seanz (foto) recebeu na última segunda-feira (7) o título de Doutor Honoris Causa, em sessão solene, realizada no Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ. Seanz é membro da Comissão Nacional de Direitos Humanos do México, fundador da Rede de Defensores Universitários e foi o único advogado geral das três universidades mais importantes do México: UNAM (Universidade Nacional Autônoma do México), Instituto Politécnico e UAM (Universidade Autônoma Metropolitana).
Em entrevista à Adufrj-SSind, o docente, considerado um grande constitucionalista e romanista no campo Direito, principalmente de direitos humanos, aproveitou a ocasião para comentar sobre os abusos da Polícia Militar durante manifestações pacíficas e a brutalidade exercida nas classes mais pobres. Para ele, a solução é recorrer à órgãos internacionais.


Foto: Divulgação

O presidente da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro (da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) e a professora Mariana Trotta (Faculdade Nacional de Direito e Assessoria Jurídica Popular do Centro Mariana Criola) participaram, na tarde de ontem (16/4), de um debate sobre “Remoções forçadas”. Foi durante o programa Tema Livre, na Rádio Nacional. A desocupação forçada de cinco mil famílias do terreno da antiga Telerj, no final da última semana, ganhou destaque.

Problemas da cidade como déficit habitacional e especulação imobiliária, além dos impactos dos megaeventos esportivos na população local, também foram discutidos. Participaram do programa ainda Tatiana Lima e Jhenifer Raul, do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas - MLB.

Destacamos neste link  {play}images/stories/RadioNacionaldia16.mp3{/play} 
um trecho com declarações da professora Mariana sobre a função social da propriedade urbana e o direito à moradia. Cláudio, por sua vez, analisa o projeto de encarecimento da cidade, que é o grande “legado” dos megaeventos para a população carioca.

 

Para quem quiser ouvir o programa, na íntegra, acesse: https://archive.org/details/DIA16REMOOFOROADA

Mais Saúde, menos Copa

Manifestação critica milionários gastos dos megaeventos em detrimento dos investimentos no setor público

Atividade ocorreu em 7 de abril

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

140414121Depois do Largo da Carioca, a manifestação prosseguiu até a Cinelândia. O encerramento ocorreu nas escadarias da Câmara. Foto: Samuel Tosta - 07/04/2014Mostrar o absurdo contraste entre os gastos dos megaeventos esportivos (Copa e Olimpíadas) e a falta de investimento no setor público de Saúde. Esse foi o objetivo de um protesto realizado no Largo da Carioca (centro do Rio) em 7 de abril, justamente o Dia Mundial da Saúde.

Para Luiz Sérgio Ribeiro, da CSP-Conlutas, não havia o que comemorar na data: “Hoje é um dia de luta e não de celebração. São milhões de reais destinados aos juros da dívida. Outros milhões gastos em megaeventos, enquanto nós amargamos o abandono da Saúde e da Educação”.

Pelo Andes-SN, a professora Sônia Lúcio (da Regional Rio) chamou atenção para o aprofundamento da privatização dos serviços da área: “A Saúde não é mercadoria. A população precisa entender que seus impostos não têm sido dirigidos para os serviços públicos, mas para sustentar o lucro do empresariado. Para barrar esse processo, é necessária a unidade da classe trabalhadora”. 

A dirigente também falou da luta no estado contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, proposta privatizante do governo para os HUs: “O Rio tem sido fundamental na luta contra a privatização da Saúde. Nós barramos a Ebserh nos hospitais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFF (Universidade Federal Fluminense) e UniRio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)”.

“Este é um ato contra a privatização da vida”, destacou a professora Maria Inês Bravo, da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde. “Várias entidades que aqui estão compõem o Fórum do Rio de Janeiro e a Frente Nacional. Andes-SN, Fasubra e Sindsprev são fundamentais na defesa da Saúde Pública”.

 “Infelizmente não temos o que comemorar, porque vivemos uma situação de crescente precarização. Entre tantos problemas, a única vitória foi termos conseguido barrar a Ebserh (nas universidades federais do Rio)”, afirmou Fátima Siliansky, conselheira da Adufrj-SSind e componente do Fórum Estadual de Saúde.

Pela Fasubra, o coordenador geral Francisco de Assis, que também é dirigente do Sintufrj (sindicato dos técnicos-administrativos da UFRJ) reforçou as críticas: “Precisamos denunciar os seguidos ataques que o governo e o capital têm feito à Saúde. A luta é de todos nós, trabalhadores, estudantes, ativos e aposentados”.

“Da Copa eu abro mão”

Alexandre Pessoa, dirigente do Sindicato Nacional dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Asfoc-SN), também atacou o desperdício de dinheiro público com os megaeventos: “O governo parece só se preocupar com a Copa do Mundo, em transmitir uma imagem que não é a realidade dos trabalhadores do nosso país”, destacou. 

Tatiani Araújo, pelo Coletivo Mulheres em Luta, lembrou da precária assistência à população, em especial à mulher: “Enquanto milhões são gastos em estádios, nossa população está completamente desassistida. Desde que o Sistema Único de Saúde foi fundado, o que vemos é um crescente processo de sucateamento na atenção à Saúde. Nós, mulheres, somos vítimas constantes. Programas como a Rede Cegonha são uma completa falácia. Servem apenas para gerar mídia favorável ao governo, enquanto nossas mulheres estão tendo seus filhos nas portas dos hospitais por falta de leitos”.

Planos de saúde sem fiscalização

A Associação dos Servidores e demais Trabalhadores da Agência Nacional de Saúde Suplementar (Assetans) denunciou a Medida Provisória 627/2013, de relatoria do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB). A MP prevê a drástica redução no valor das multas a operadoras de planos de saúde que se neguem a realizar procedimentos. Além da diminuição do valor, a medida reduz também o número de procedimentos pelos quais elas podem ser multadas: de um máximo de 50 para somente dois. Na prática, a MP acaba com o poder de fiscalização da ANS. A MP foi aprovada na Câmara dos Deputados e foi enviada recentemente para o Senado.


140414122Continua a luta contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) em todos os atos do Fórum de Saúde do Rio. Foto: Samuel Tosta - 07/04/2014

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