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Convocamos cada um a ajudar a montar o outdoor de maio, na lateral do ex-Canecão: envie fotos que revelem os problemas de sua vida cotidiana na UFRJ para  a página do Facebook https://www.facebook.com/condicoesdetrabalhoufrj ao longo do mês de abril.

O Grupo de Trabalho de Comunicação e Artes da Adufrj-SSind vai produzir, inspirado por estas fotos, o novo painel que ficará exposto durante o próximo mês para que todos vejam a falta de prioridade do investimento público em educação!


1 - Fotografe sua precariedade cotidiana.
2 - Carregue a foto nesta página indicando em qual unidade ela foi tirada



Segundo ato sobre os 50 anos do Golpe e suas marcas na UFRJ
terça-feira, 8 de abril, 11h, no Teatro de Arena do CCS, Ilha
do Fundão.Com organização de: Adufrj-SSind, DCE, DASCF
e Coletivo de Mulheres da UFRJ

Regras da CLN/PR-2 tornariam universidade menos atrativa

IMG 6927Maria Malta. Foto: Silvana Sá - 2014-03-19Para quem ainda não entendeu a gravidade da situação, caso passe pelo Conselho Universitário a proposta da CLN/PR-2 de regulamentação interna da carreira, a professora Maria Malta diz o seguinte: “A UFRJ pode se tornar o pior lugar para um docente trabalhar entre as universidades federais”. Ela, que é integrante do Consuni como representante dos Adjuntos do CCJE, analisou esta proposição (conforme noticiado em edição anterior do Jornal da Adufrj).

Maria Malta cita alguns exemplos práticos (e problemáticos) do documento: “Pela tabela (da CLN/PR-2), o professor Adjunto que der duas 8 horas de aula semanais na graduação, publicar no perfil máximo, pesquisar e realizar atividades de extensão, será reprovado em sua avaliação de desempenho com apenas 90 pontos. Perderá 55 pontos porque não recebeu prêmios ou bolsas, não foi convidado para bancas de concurso público, não exerceu nenhuma função administrativa ou representativa e não encontrou inserção na pós-graduação (o que é o caso maioria esmagadora dos professores adjuntos da UFRJ). O mesmo ocorrerá com um professor que só ensine na pós-graduação. Não será suficiente ser o máximo em ensino, pesquisa e extensão para progredir na UFRJ”, afirma. As tabelas em discussão na Comissão de Legislação e Normas do Consuni podem ser encontradas no site da Adufrj-SSind.

Isso acontece devido à falta de flexibilidade dos perfis propostos pela tabela CLN/PR-2, pela qual o total de pontos disputáveis é igual ao máximo que pode ser atingido, para todas as classes. O que cria distorções significativas nos resultado possíveis de progressão, pois os professores seriam obrigados a exercer toda a gama de atividades, inclusive considerando aquelas que não são passíveis de serem feitas por um percentual expressivo de professores.

“Entendemos que um professor deve exercer ensino, pesquisa e extensão de forma indissociável. Atividades que não são passíveis de serem exercidas por todos dentro da UFRJ (administração, representação, ensino de pós-graduação, participação em bancas de concurso e premiação) não devem ser avaliadas como exigências, mas apenas como pontuação extra ou complementar na avaliação, ou seja, devem somar e não diminuir a pontuação do professor”, completa Maria Malta.

Diferenças entre as classes

 Como a tabela CLN/PR-2 cria diferenças de pontuação entre as classes para o mesmo tipo de atividade, pode ocorrer de um professor Assistente receber menos (10 pontos) que um Associado (30) com quem divida a autoria de um artigo de pesquisa. Um Adjunto pode ser o melhor chefe de departamento (ou integrante de colegiado superior) do mundo, mas vai receber a metade da pontuação (10) de um colega Associado ou Titular (20) pela mesma função.

 No dia 7 de abril (Dia Mundial da Saúde), haverá ato organizado pelo Fórum de Saúde do Rio de Janeiro. Com o lema "Da Copa eu abro mão; quero transporte, moradia, saúde e educação", a manifestação irá se concentrar no Largo da Carioca, às 16h.

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“Para turista ver”, dispara graduanda da Letras

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Luís Guilherme não dormiu em casa na noite de sábado (29 de março) para domingo com o objetivo de evitar a ocupação, pelas forças militares, da comunidade onde vive desde que nasceu: o Complexo da Maré, nas imediações do campus do Fundão da UFRJ. Estudante do Instituto de Matemática, optou por pernoitar na casa de uma amiga, na Ilha do Governador. “Só a palavra ‘operação’ já gerou uma tensão na comunidade”, disse.

Quando chegou à Nova Holanda, domingo (30) à noite, a princípio, achou “o movimento normal”, “com gente na rua”. Depois, observou duas mudanças que julga significativas. A primeira era que “não via bandidos armados como antes”. “Agora não tem mais”, relatou. “Esse aspecto pode se dizer positivo. Claro, bandido não é coisa boa”. 

A outra diferença foi “um banner enorme da Sky (operadora de TV a cabo)”. “O que a gente percebe é um movimento para estimular consumo, cobrar por serviços como luz (na comunidade, há muitos ‘gatos’ – ligações clandestinas de fornecimento de energia) e coisas do tipo. Mas só cobranças, nada de direitos. Nem temos uma escola decente ou posto (de saúde) decente”, criticou.

Sobre as notícias do “mutirão de limpeza” na comunidade – amplamente celebrado pela imprensa comercial – Luis Guilherme respondeu com ceticismo: “Acontece que há uma pequena favela na favela e parece que se pretende desmontá-la e remover essas pessoas ainda mais pobres”. 

Para o jovem, o otimismo da comunidade em relação à ação militar é parcial: “Às vezes, a pessoa tem uma visão positiva porque não conhece ninguém que sofreu constrangimento e violência”. Ele, que dá aulas de inglês em um curso preparatório para concursos, conta que relatos de abusos são comuns entre seus estudantes: “Tenho uma aluna que acordou com os cães de policiais subindo a cama de manhã. Outro disse que, no dia da invasão, saiu para ver tanque. Essas coisas mexem com as crianças. Uma coisa é um bandido armado; outra é uma polícia do Estado, que devia te proteger, altamente armado”. 

Além disso, há uma preocupação com “outras violências”, “até piores do que droga e arma”. Como exemplo, Guilherme cita o aumento de registro de estupros como se viu “em outras pacificações como a da Rocinha e do Cantagalo”.

Maquiagem

Já para Adriana Kairos, graduanda da Faculdade de Letras, a “pacificação da Maré é para turista ver”. A jovem, que mora ainda perto da Avenida Brasil, assistiu à entrada das tropas pela manhã e passou a acompanhar a ação pelos amigos que moram mais perto “do olho do furacão” pela internet, via redes sociais. Segundo sua avaliação, depois da Copa e das Olimpíadas, as Forças Armadas saem de cena e o tráfico volta. “Na verdade, nunca saíram. Só não estão mais mostrando armas nas ruas”. Para ela, logo depois da ocupação, já sobraram poucos militares “fazendo figuração” nos acessos da comunidade.

“Muito se fala que a operação durou apenas 15 minutos, mas se esquecem que estão aqui na porta de casa há pelo menos uma semana”. Adriana está de acordo com Guilherme e avalia que a falta de informação e formação faz com que “alguns acreditem que (a ocupação) possa ser algo benéfico”. “Mas, para a maioria mesmo, a invasão não é uma coisa feliz”, disse em seguida. Em sua visão, a “naturalização da violência, no convívio das duas forças que mandam na comunidade (polícia e tráfico)” contribui para que a presença militar seja lida como algo habitual. Adriana questionou ainda a forma como o tema foi abordado pela mídia, “como um espetáculo”. “Parecia um circo”, atacou.

Mandado coletivo preocupa

Mesmo entre os que fazem uma avaliação esperançosa sobre a ação militar, conforme o estudante Valdiney Silva, também do Instituto de Matemática, a liberação judicial para que a polícia reviste a casa de todos os moradores da comunidade é unanimemente rechaçada: “Isso não tem como achar certo, invade a privacidade das pessoas”, disse.

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