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Pela primeira vez na história da AdUFRJ, os professores vão eleger uma diretoria e um Conselho de Representantes do sindicato por meio eletrônico. O formato e o cronograma do pleito foram definidos na assembleia geral desta sexta-feira, dia 9. As eleições ocorrem entre os dias 13 e 15 de setembro. “Todo o nosso esforço será ampliar a votação e fortalecer o sindicato nesse momento tão importante do país”, resumiu a presidente da AdUFRJ, Eleonora Ziller.

Os eleitores receberão uma senha e o link para o site onde vão marcar suas opções. O método, defendido pela diretoria, foi aprovado por 125 docentes contra 30 que queriam a votação pelo modelo telepresencial. No modelo rejeitado pela assembleia e apoiado por integrantes da oposição, a pessoa precisaria se identificar, via webcam, em uma seção eleitoral virtual, antes de votar. Houve, ainda, uma abstenção.

O colégio eleitoral será constituído por todos os filiados até 13 de julho. As chapas candidatas à Diretoria devem ser inscritas junto à secretaria da AdUFRJ até 12 de WhatsApp Image 2021 07 09 at 21.57.392agosto. Já as listas de candidatos ao Conselho de Representantes têm mais tempo: deverão se inscrever até 2 de setembro. “Temos os limites das datas dados pelo regimento. Nossa proposta é que não haja alteração”, explicou a professora Eleonora Ziller, presidente da AdUFRJ, logo no início da assembleia. A novidade do edital de convocação das eleições deste ano é a informação de que o processo se dará de forma remota. “Como está ocorrendo na universidade e como ocorreu no próprio Andes”, completou, em referência à eleição do Sindicato Nacional, no fim do ano passado. Eleonora ressaltou ainda que o procedimento de filiação à AdUFRJ se tornou mais fácil. Basta seguir as orientações que constam do site da entidade, na aba “Filie-se”.

A grande polêmica da reunião girou em torno do método de eleição eletrônica.

O professor José Miguel Bendrao Saldanha, da Escola Politécnica, defendeu o método telepresencial utilizado na votação do Andes. “Se você não tem a confirmação telepresencial, e estamos enfrentando esse mesmo problema na avaliação dos alunos no ensino remoto, é impossível garantir que o link não foi transferido”, disse. “Uma pessoa pode votar por outra”, criticou.

“Não vai ser o método que vai definir a vitória, mas o método vai definir a possibilidade de engajamento. O do Andes é quase meia hora para conseguir votar, apresentar identidade... É um sistema feito para a vanguarda eleger a direção”, rebateu o professor Eduardo Raupp, do Coppead, ex-vice presidente da AdUFRJ.  “A gente precisa de um sistema que facilite as coisas, que permita uma eleição massiva”, completou. Para Raupp, a proposta da diretoria reforça a democracia e fortalece o sindicato para enfrentar a conjuntura política complicada dos próximos meses.

O professor Felipe Rosa, vice-presidente da AdUFRJ, também avaliou a eleição remota do Andes de forma muito negativa:  “Foi muito pouco transparente. Os mesários caíam toda hora e não conseguiam voltar. Várias mesas funcionaram com mesários trocados. Teve gente da UFRJ que votou em Brasília, pois o sistema redirecionou para lá”, afirmou. “E um conjunto não desprezível de professores demorou muito para votar”.

Josué Medeiros, cientista político e diretor da AdUFRJ, citou que a universidade tem realizado eleições remotas institucionais fora do modelo telepresencial . “O risco de fraude existe em qualquer processo eleitoral, mas, no método que estamos propondo e que vem sendo testado na UFRJ, não há nenhuma evidência de fraude”, afirmou. Josué também argumentou que a eleição dessa forma favorece a participação dos eleitores. “Temos que fortalecer o nosso sindicato nesse momento tão difícil”.

A alternativa da votação por link não é exclusividade da UFRJ, como explicou o professor João Torres, do Instituto de Física. Diversas sociedades científicas adotaram este modelo. E antes mesmo da pandemia. “Vou usar o exemplo da Sociedade Brasileira de Física, que tem sete mil sócios. Fazemos eleição online há muitos anos e nunca houve o menor problema”, disse.

Uma relação de engajamento mínimo com o sindicato é a preocupação de Cristina Miranda, docente do Colégio de Aplicação, que disse estar em dúvida sobre o melhor formato. Mas a professora ponderou que o telepresencial se aproxima mais do que seria o presencial. “Acho importante sublinhar que a pessoa se engaja naquele processo. A votação por e-mail é fria, quase burocrática. A votação telepresencial é mais parecida com ir à urna dar o seu voto”.

Para ampliar a participação dos professores no processo eleitoral, a diretoria informou que tem se esforçado para atualizar o cadastro dos filiados, nos últimos meses. O objetivo principal é conseguir o endereço eletrônico de cada sindicalizado. Em função da pandemia, a divulgação dos materiais das chapas concorrentes e do próprio link da votação, como deliberado pela assembleia, vai ocorrer pelo e-mail. Por enquanto, falta o contato de aproximadamente 300 docentes.

MOBILIZAÇÃO
Ainda durante a assembleia, o professor Markos Klemz,  da Regional Rio do Andes, chamou atenção para a agenda de mobilização dos próximos dias. “Ficou decidido que no dia 13, às 17h, na Candelária, teremos um ‘esquenta’ para o dia 24”, disse, em referência à próxima data dos atos nacionais contra Bolsonaro. Os professores também manifestaram preocupação com a demissão de terceirizados do CCMN (leia mais na página 2 desta edição).

Confira algumas imagens de mais um ato contra o presidente Jair Bolsonaro, no Centro do Rio, no último dia 3. A AdUFRJ marcou presença. Os registros são do fotógrafo Fernando Souza.

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WhatsApp Image 2021 07 02 at 22.31.45Divulgação/MTSTA vacina já começou a chegar nos braços dos brasileiros, mas os pratos de milhões de pessoas ainda estão vazios. Estudo do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da USP mostra que o Brasil terá este ano 61,1 milhões de pessoas vivendo na pobreza e 19,3 milhões na extrema pobreza. Em 2019, eram 51,9 milhões e 13,9 milhões, respectivamente. Na prática, esse brutal aumento significa fome e falta de moradia.
Na semana passada, 150 famílias ligadas ao Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) ocuparam um prédio do governo do Estado do Rio. A ocupação foi duramente reprimida pela Polícia Militar e, depois de uma negociação entre representantes do MLB e a Secretaria Estadual de Obras, o prédio foi desocupado sob a promessa das autoridades de encontrar um teto para cada uma das famílias. São mulheres, homens e crianças que traduzem o sintoma de um país que testemunha a pobreza aumentar, especialmente depois da pandemia.
Segundo Paula Guedes, coordenadora do MLB no Rio, a ocupação estava programada desde março do ano passado, mas a pandemia adiou os planos. No final de junho, no entanto, a situação econômica dramática da população tornou a ocupação necessária, mesmo diante dos riscos. “Fazer uma ocupação durante a pandemia é arriscado, mas as condições em que a maior parte dessas famílias vive é muito pior. Viver em uma ocupação seria mais seguro”, explicou Paula. Ela garantiu que durante todo o período da ocupação foram tomadas medidas de segurança, com o uso de máscara e a distribuição de itens de higiene.WhatsApp Image 2021 07 02 at 22.33.32Divulgação/MLB
Nos últimos meses, Paula tem visto de perto o aumento da pobreza. “Muitas pessoas perderam o emprego. Trabalhadores informais estão sem trabalho. E todos assistindo ao custo de vida aumentar”, contou. “O ‘Minha casa, Minha Vida’ foi extinto, e o programa que o substituiu exclui famílias que ganham de zero a três salários-mínimos, justamente as mais pobres”, explicou. Para a militante, a ocupação também é uma maneira de pressionar o poder público. “A solução ideal para o problema da moradia é através de programas públicos que garantam não só o teto, mas o acesso ao trabalho, aos estudos, ao lazer. A forma de conseguir isso é através de programas públicos”, defendeu.

REFLEXÃO
“A pobreza e extrema pobreza seguem afetadas pelo elevado desemprego. A pandemia apenas agrava esse quadro, com a redução principalmente do emprego informal, que absorve proporcionalmente mais os mais pobres”, explicou a professora Celia Lessa Kerstenetzky, do Instituto de Economia da UFRJ. Para ela, o crescimento do Produto Interno Bruto no último trimestre — que pôs o PIB brasileiro no patamar de antes da pandemia — não atingiu os mais pobres por ter sido alavancado pelo setor agroexportador, que emprega pouco. E o cenário pode piorar, mesmo se o Brasil entrar em um ciclo de crescimento econômico. “Podemos estar em um cenário de crescimento com aumento de desigualdade, e até aumento da pobreza, se o crescimento não gerar empregos, especialmente empregos de qualidade”, avaliou a professora.
“O que estamos observando é uma recuperação econômica mentirosa. Esse resultado é desconectado de qualquer melhoria em termo de emprego e redução de renda das pessoas. Significa puramente um aumento do lucro dos exportadores”, classificou o economista Daniel Negreiros Conceição, professor do IPPUR-UFRJ.
Para ele, o cenário pode ser mais grave do que o imaginado, uma vez que a queda do PIB no ano passado só não foi pior graças ao auxílio emergencial. E uma política de corte de gastos, como a do ministro da Economia, Paulo Guedes, pode colocar o Brasil em um ciclo de recessão.
Para Daniel, o desemprego será fator importante na crise que se avizinha. o professor diz que há um divórcio entre o desemprego oficial — são 14,8 milhões de desempregados, segundo o IBGE — e essa massa de trabalhadores precarizados ou em desalento (os que não procuram mais por trabalho). “Quando essas pessoas forem para o mercado, seja porque o auxílio emergencial foi extinto ou por desespero, vamos ter uma explosão assustadora”, previu.
O compromisso do governo com a austeridade é, segundo Daniel, um entrave à retomada da economia. “A única forma de evitar isso é se o governo conseguir estancar a pandemia dando um estímulo para que se encerre esse ciclo depressivo iniciado com a ela”, propôs o professor. A pandemia pôs em recessão uma economia que já vinha “capenga”, e o Brasil entrou em um ciclo recessivo. “Para sair disso é preciso dar um estímulo. E um governo que está comprometido com ajuste fiscal a todo custo vai na contramão do que deve ser feito”, defendeu.

Leia mais: AdUFRJ apoia Cozinha Solidária


WhatsApp Image 2021 07 06 at 09.10.05Está chegando a hora de escolher a diretoria e o Conselho de Representantes da AdUFRJ para o biênio 2021-2023. Pelo regimento eleitoral, o pleito ocorre até o dia 15 de setembro dos anos ímpares.
Só poderão votar aqueles que estiverem sindicalizados há pelo menos 60 dias antes das eleições. Neste ano, o prazo vai até 13 de julho. Não perca tempo, participe desse processo, filie-se já! Agora ficou mais fácil e rápido. Confira aqui: http://www.adufrj.org.br/index.php/pt-br/filie-se

A Assembleia para a aprovação do edital de convocação das eleições será realizada nesta sexta-feira, 9 de julho, às 10h30. Para participar, envie mensagem para o Whatsapp da AdUFRJ, (21) 99365-4514, solicitando o link.

WhatsApp Image 2021 07 02 at 22.30.35Os que defendem a democracia, a ética e a vida colecionaram nos últimos sete dias mais alguns bons motivos para ir às ruas de todo o país neste sábado (3) e gritar bem alto “fora, Bolsonaro!”. A cronologia de denúncias e acontecimentos mostram que, definitivamente, não foi uma semana edificante para o desgoverno do genocida. O turbilhão começou na sexta-feira passada (25), com o depoimento dos irmãos Miranda à CPI do Senado, levando o escândalo de compra das vacinas para o colo do presidente da República: alertado pelos irmãos, em reunião em 20 de março, sobre suspeitas de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin, Bolsonaro teria dito que levaria o caso à Polícia Federal e que seria mais um “rolo do Ricardo Barros” (deputado federal pelo PP-PR, líder do governo na Câmara e um dos próceres do Centrão). Mas nada fez. Nesta sexta (2), após ser convidada a trabalhar pela ministra Rosa Weber, do STF, a Procuradoria-Geral da República promoveu a abertura de inquérito para investigar o presidente por prevaricação.
A instauração do inquérito pela PGR foi o ápice de uma semana de fortes emoções. Diante da repercussão do depoimento dos irmãos Luis Miranda (DEM-DF), deputado federal, e Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde — este denunciou ter sofrido pressões de superiores para liberar pagamento antecipado de US$ 45 milhões por um lote da Covaxin, por meio de uma empresa de paraíso fiscal que sequer constava do contrato —, as entidades do campo progressista que organizam os protestos de rua contra Bolsonaro decidiram antecipar de 24 para 3 de julho os próximos atos em todo o Brasil. “Acho que foi acertada a antecipação. Essas denúncias não podem passar em branco, o governo talvez esteja no seu momento de maior fragilidade, e temos que explorar esse momento. É hora de todo mundo ir pra rua para pôr um fim a esse governo”, avaliou o professor Felipe Rosa, vice-presidente da AdUFRJ.
Contribuiu muito para a decisão de antecipar os protestos a notícia-crime protocolada no Supremo Tribunal Federal pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO), na última segunda-feira (28). Os parlamentares sustentam que Bolsonaro — que, até o fechamento desta edição, não havia desmentido os irmãos Miranda — cometeu crime de prevaricação ao não determinar a abertura de investigação sobre a compra da Covaxin após ser alertado. “São novas revelações a cada dia, as coisas vão ficando mais explícitas. Com isso também cresce a indignação, a revolta, e as pessoas podem se sentir mais encorajadas a ir às ruas protestar. Esse governo está se desmanchando em todas as suas mentiras, e precisamos que essa mobilização popular cresça cada vez mais”, defendeu a professora Eleonora Ziller, presidente da AdUFRJ.

PIOR A EMENDA QUE O SONETO
Diante da mais séria denúncia de corrupção contra seu governo, e que a partir de então vem guiando os passos da investigação da CPI, Bolsonaro acusou o golpe. Além de ficar em silêncio, o presidente designou o ministro da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, para tentar, em coletiva, desqualificar e coagir o servidor Luis Ricardo Miranda, peça-chave na denúncia. Onyx disse que o servidor mostrara um documento fraudado — o que logo a CPI tratou de desmentir — e que o denunciante seria alvo de investigação. Na CPI, Onyx foi duramente criticado por coação a uma testemunha.
Como desqualificar o servidor não deu certo, o Planalto montou uma segunda versão: a de que Bolsonaro passara a denúncia dos irmãos Miranda ao então ministro Eduardo Pazuello no dia 22 de março, e que este, por sua vez, designara o então secretário-executivo Élcio Franco para apurar. Tudo isso nos últimos momentos de Pazuello à frente do ministério — ele foi exonerado em 23 de março, dando lugar a Marcelo Queiroga. Segundo o Planalto, em poucos dias, o zeloso coronel Élcio Franco não descobrira nada de anormal e a denúncia teria sido descartada. Como se varresse o problema para baixo do tapete, o Ministério da Saúde suspendeu esta semana, três meses após a denúncia, o contrato para a compra da Covaxin.

SILÊNCIO E ESPELHO
Entre os depoimentos desta semana na CPI, causou constrangimento e indignação o silêncio ensurdecedor do empresário bolsonarista Carlos Wizard diante de um vídeo em que ele ria de pessoas que morreram de covid-19, na quarta-feira (30). Na quinta, em história rocambolesca, o PM bolsonarista e aprendiz de caixeiro-viajante Luiz Paulo Dominguetti, foi chamado a depor na CPI por ter afirmado à Folha de S.Paulo ter recebido do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina para fechar contrato. O momento mais tenso foi quando ele sacou um áudio do celular com uma suposta negociação por vacinas feita pelo deputado Luis Miranda. O áudio, na verdade, tratava da compra de luvas, estava editado e levantou suspeitas de que fosse “plantado” na CPI para desqualificar Miranda. O celular de Dominguetti foi apreendido.
Bolsonaro rompeu o silêncio em viagem a Mato Grosso do Sul, na quarta-feira, onde afirmou a apoiadores: “Não vai ser com mentiras ou com CPI, integrada por sete bandidos, que vão nos tirar daqui”. Ao tomar conhecimento, durante a sessão, da declaração de Bolsonaro, o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), rebateu: “Presidente, pare de olhar no espelho e falar com ele. Quando a gente fala com o espelho, dá nisso”.
Certamente colaborou para mais uma explosão de Bolsonaro o ato em Brasília, na mesma quarta-feira, de entrega de um superpedido de impeachment, que reuniu até mesmo ex-aliados do presidente, como os deputados federais Joice Hasselmann (PSL-SP), Kim Kataguiri (DEM-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP). Com 46 assinaturas e 271 páginas, o pedido foi protocolado na Câmara. O texto foi elaborado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), atribui a Bolsonaro 23 crimes de responsabilidade e congrega mais de 120 pedidos já protocolados na Câmara desde o início da gestão do genocida. O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da oposição na Câmara, espera que pressão popular impulsione o movimento: “As últimas denúncias de corrupção na compra de vacinas trazem mais força ainda ao pedido”, afirmou.
Para que um processo de impeachment seja aberto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado do governo, precisa aceitá-lo. E ele já firmou que, para isso, é preciso “disposição política”. Seria louvável se Lira seguisse o exemplo da ministra Rosa Weber, do STF, que não guardou na gaveta uma resposta da PGR à sua consulta sobre a notícia-crime por prevaricação apresentada pelos três senadores contra o presidente Bolsonaro. Rosa não aceitou a alegação da PGR de que seria melhor aguardar a conclusão da CPI para só então avaliar o pedido e passou um “pito” nos senhores procuradores. Ao devolver a resposta da PGR, a ministra afirmou que o órgão “desincumbiu-se de seu papel constitucional”: “O exercício do poder público, repito, é condicionado. E no desenho das atribuições do Ministério Público, não se vislumbra o papel de espectador das ações dos Poderes da República”, escreveu Rosa. Se alguém aí pensou em Augusto Aras, acertou.
Nesta sexta, além do inquérito contra Bolsonaro por prevaricação finalmente aberto pela PGR — quem assina o documento é o vice-procurador-geral Humberto Jaqcues de Medeiros —, o governo sofreu mais um revés. A Procuradoria da República do Distrito Federal (PR-DF) abriu uma ação por improbidade administrativa contra o ex-ministro Eduardo Pazuello, que agora despacha em uma sala do Palácio do Planalto. A ação elenca irregularidades como omissão na compra de vacinas e adoção ilegal do chamado tratamento precoce com medicamentos sem comprovação científica contra a covid-19, como a cloroquina. O processo aponta prejuízo de pelo menos R$ 122 milhões e diz que Pazuello agiu de forma dolosa.
Talvez a “disposição política” a que Lira se referiu esteja mais próxima do que ele imagina.

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