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Mandela enfrentou a chaga  capitalista do apartheid

"Durante a minha vida, dediquei-me a essa luta do povo africano. Lutei contra a dominação branca, lutei contra a dominação negra. Acalentei o ideal de uma sociedade livre e democrática na qual as pessoas vivam juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal para o qual espero viver e realizar. Mas, se for preciso, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer".

Nelson Rolihlahla Mandela (nome de batismo Rolihlahla Dalibhunga Mandela) faleceu na quinta-feira (05/12), aos 95 anos. As palavras acima foram ditas em 1964, durante seu julgamento. Em junho daquele ano, ele seria condenado à prisão perpétua. Enviado para a prisão da Ilha Robben, Mandela passou a ocupar a cela de número 466/64, cujas dimensões eram de 2,5 por 2,1 metros, e uma pequena janela de 30 cm. Viveu ali por 27 anos.
O prolongado período de cárcere ao qual Mandela foi submetido era uma manifestação direta do brutal regime segregacionista do apartheid imposto pelos sucessivos governos do Partido Nacional na África do Sul. De 1948 a 1994, ano das primeiras eleições livres no país – conquistadas pelo líder popular –, os direitos da grande maioria dos habitantes eram cerceados pelo governo, formado pela minoria branca. De fato, a segregação racial data do período colonial, mas o apartheid foi introduzido como política oficial no final dos anos 1940.
Com ele tiveram origem os bantustões, pseudoestados de base tribal criados pelo regime para manter os negros fora dos bairros e terras brancas, mas suficientemente perto delas para servirem de fontes de mão-de-obra barata.
Pouco tempo antes, o jovem Mandela, membro de uma família de nobreza tribal da etnia Xhosa, nascido em uma pequena aldeia do interior, se mudou para capital, Johannesburgo, com 23 anos e começou a atuar na política. Naquele ambiente cosmopolita, em contraste com o cenário rural no qual havia vivido até então, Mandela se formou em advocacia e passou a liderar a resistência não-violenta da Liga da Juventude do CNA (Congresso Nacional Africano).

Na Fort Hare, primeira universidade da África do Sul a ministrar cursos para negros, Mandela fez muitos amigos com quem mais tarde formaria o núcleo de comando da Liga, movimento de resistência ao apartheid que se transformou em partido político a partir de 1994, o CNA.

Na capital, Mandela trabalhou como vigia de uma mina e conheceu Walter Sisulu, ativista político, em 1941. Sobre o encontro Sisulu diria, mais tarde: "Queríamos ser um movimento de massa, e então um dia um líder de massa entrou no meu escritório."

Alguns anos depois, Mandela se juntou a outro ativista, Oliver Tambo, com quem inaugurou o primeiro escritório advocatício negro do país. Biografias de Mandela analisam que, somente em Johannesburgo, quando já não era mais tratado como um garoto da nobreza tribal, e sim como mais um negro pobre do interior, o jovem percebeu a dimensão do abismo entre brancos e negros. Essa, provavelmente, foi a fagulha determinante para o início da luta contra o racismo.

Em 1951, Mandela é eleito presidente da Liga e no ano seguinte presidente do CNA na província de Transvaal, o que o coloca como vice-presidente nacional da instituição. Em 26 de junho do ano seguinte, é lançada na África do Sul a “Campanha de Desafio”: por todo o país, negros são convidados a usarem os espaços reservados aos brancos – banheiros, escritórios públicos, correios. Ele é condenado, junto a outros 19 companheiros, com base na Lei de Repressão ao Comunismo, a uma pena de nove meses de trabalhos forçados.

Em 8 de abril de 1960, o CNA é banido e Mandela fica preso até o ano seguinte, quando passa para a clandestinidade. Em 1961, ele cria o Umkhonto we Sizwe – "Lança de uma Nação" – também conhecido pela sigla "MK”, braço armado do CNA. O movimento surge em resposta ao Massacre de Sharpville, em 20 de março de 1960, quando 69 negros foram metralhados pelas forças de segurança em um protesto do PAC (Congresso Pan-Africano) contra a Lei do Passe, que obrigava os negros da África do Sul a usarem uma caderneta na qual estava escrito aonde eles poderiam ir.

Segundo Mandela, o treinamento militar seria paralelo ao político, de forma a ficar bem definido que a revolução serviria para tomar o poder, e não para habilitar atiradores. "Nós adotamos a atitude de não violência só até o ponto em que as condições o permitiram. Quando as condições foram contrárias, abandonamos imediatamente a não violência e usamos os métodos ditados pelas condições”, explicou na ocasião. Em 1962, Mandela vai a Londres, onde adquire livros sobre guerra e guerrilha. Ele e Tambo se reúnem com vários políticos e, dali, percorrem diversos países africanos em busca de apoio contra o Apartheid. (do site Opera Mundi).
 
 
 
Ao noticiar a morte de Mandela, a mídia conservadora tentou seqüestrar a história, exaltando o lado “conciliador”do primeiro presidente negro da África do Sul. Mas foi a coragem para o confronto ao segregacionista da minoria branca que pôs abaixo o apartheid e que lhe custou quase três décadas de cárceres.
 
A frase
"Quando é negado a um homem o direito de viver a vida na qual ele acredita, ele não tem outra alternativa a não ser se tornar um fora-da-lei"
 
 

O Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ realizou, nos dias 27 e 28, a 5ª edição da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat).  Com o tema “Prevenir, Agir e Cuidar”, a programação deste ano trouxe palestras e discussões sobre as ações na área de segurança do trabalho na UFRJ, sistema elétrico e anti-incêndios, primeiros socorros, cuidados com a pele e ortopédicos, ginástica laboral e atividade motivacional.

A mesa de abertura contou com a presença do decano do Centro, Walter Suemitsu; do pró-reitor de Pessoal (PR-4), Roberto Gambine; e dos professores Fernando Sepúlveda (Coppe) e Marcos Lopes Dias (Instituto de Macromoléculas). Suemitsu destacou a importância de uma cultura preventiva e sugeriu o debate sobre a possibilidade de inclusão de disciplinas relacionadas à segurança desde a graduação, “estimulando a prática também entre os docentes”.

Já o pró-reitor enfatizou a reflexão permanente sobre os cuidados com o ambiente de trabalho. “Se eu vou aposentar com 60 anos, quer dizer que passarei 43 anos na universidade. Ou seja, bastante tempo! Isso (o longo tempo no mesmo local) por si só já justifica uma preocupação e olhar permanente sobre o ambiente”.

Caso Geraldo Nunes: sindicância rejeita demissão 

O Consuni do dia 28 acolheu parecer da comissão de sindicância sobre o caso do professor Geraldo Luiz Nunes, demitido sumariamente pelo ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, em 21 de dezembro de 2012. De acordo com o relatório da comissão de sindicância, instituída pelo reitor Carlos Levi em 8 de julho para apurar fatos que deram origem à pena de demissão, “conquanto o procedimento do servidor Geraldo Luiz dos Reis Nunes não tenha sido absolutamente regular, dele não resultou qualquer prejuízo para a Universidade, e dele não resultou qualquer lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional. Ao contrário, os atos praticados  foram no âmbito do processo que, desde 1994, ele desenvolvia para o credenciamento da Universidade no campo das Relações Internacionais”.

Segundo o documento, endossado por parecer da Comissão de Legislação e Normas e aprovado no plenário do Consuni, a investigação do sistema de controle interno apurou não haver “razões que justifiquem uma penalidade, muito menos a de demissão”.  

Nunes foi exonerado do magistério superior da UFRJ em 12 de abril por ter contratado, sem licitação, a empresa da qual seria sócio-proprietário( a Turbulência Consultoria e Serviços Ltda.) para prestar serviços no valor por R$ 27,7 mil no setor que comandava, de Convênios e Relações Internacionais. O caso é tratado no Consuni como uma grave violação da autonomia universitária.

A assessoria da reitoria informou que os decanos dos Centros formaram uma comissão para entregar ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em mãos, o relatório da Comissão de Sindicância, o parecer da Comissão de Legislação de Normas e a ata do Consuni que aprovou os documentos. A reunião está sendo agendada. 

Documentário retrata drama dos cortadores de cana

Exibição foi o primeiro evento público da recém-criada Universidade da Cidadania, na UFRJ

O lançamento na UFRJ do filme Linha de Corte, de Beto Novaes, no último dia 28, marcou o primeiro evento público organizado pela Universidade da Cidadania (UC) – órgão suplementar do Fórum de Ciência e Cultura criado para dialogar com movimentos sociais e servidores públicos.

O documentário trata do impacto da exploração do trabalho na saúde dos cortadores em modernas usinas no interior de São Paulo. Submetidos a condições de trabalho semelhantes ao regime escravo, alguns empregados chegam a coletar 52 toneladas de cana por dia, o que provoca danos irreversíveis na vida deles. Cirurgias no braço e na coluna, por exemplo, são frequentes, como relata Pedro Salveriano, um dos entrevistados.  O ambiente de exploração retratado no filme de Novaes é lastreado por entrevistas com professores da Unicamp e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Nessas entrevistas, fica demonstrado que todo o sistema nos quais os cortadores de cana estão inseridos fica distante das condições de trabalho adequadas, a começar pelos equipamentos utilizados. Estima-se que cada cortador faça 3.500 flexões de coluna e desfira 13.500 golpes de facão por dia. Após a exibição do documentário, o diretor Beto Novaes e a diretora da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Ferais), Carlita Costa, debateram o tema com a plateia.

“Nas usinas, agora existe o ‘colaborador’, porque a categoria trabalho se perdeu”, ironizou Beto. “O aumento da mecanização do corte da cana aumentou a exploração do trabalhador. Com o documentário, talvez vocês consigam entender melhor a nossa realidade”, completou Carlita.

Objetivos

Os objetivos da Universidade da Cidadania (leia matéria na próxima edição do Jornal da Adufrj) foram explicados pelos professores Maria Malta e Fabrício Leal antes da apresentação do documentário na mesa de abertura, que contou com a 1ª Vice-Presidente da Adufrj-SSind, Luciana Boiteux.

A Seção Sindical e a Fiocruz apoiaram a atividade realizada no Salão Pedro Calmon, no campus da Praia Vermelha.

Estudante da Farmácia questiona polícia no campus

Ponto de vista é bem diferente do apresentado pelo diretor daquela Unidade, no Jornal da Adufrj nº 824

Integrante do Centro Acadêmico condena postura truculenta da PM

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Aumentar a vigilância terceirizada e a presença da polícia militar (PM) no entorno do novo prédio da Faculdade de Farmácia não é a melhor resposta para recentes assaltos e sequestros-relâmpago naquela área do campus do Fundão. É o que pensa Ana Clara Newlands, integrante do Centro Acadêmico local e aluna do sétimo período do curso noturno. Ela discorda da opinião do diretor daquela Unidade, Lúcio Cabral (exposta no Jornal da Adufrj nº 824), favorável a essas medidas: “Nosso curso já tem três anos e meio e só agora, depois da construção do prédio (inaugurado em agosto), que esse debate veio à tona. No nosso entendimento, parece muito mais uma preocupação com o prédio do que com a gente”. 

Pessoalmente, Ana afirma ser contra a PM no campus “por entender que esta polícia não é diferente da que nos joga gás lacrimogêneo na manifestação e que mata pobres na favela”. Ela completa: “Dentro da universidade, (os policiais) se portam como em qualquer lugar, abordam os estudantes de forma truculenta e amedrontadora, porque esse é o treinamento. E não dá para separar que os terceirizados são em sua maioria ex-policiais, com o mesmo treinamento”, justifica a jovem. Em sua visão, a segurança universitária deveria seguir uma linha “de inteligência”.

“Ninguém quer correr o risco de ser assaltado ou sequestrado no seu local de estudo”, apressa-se em dizer Ana Clara, mas ela aponta outros aspectos que deveriam ser cuidados primeiramente na Cidade Universitária, como o estímulo à maior circulação de pessoas no campus, no período noturno. Ana também engrossa a reclamação do diretor da Farmácia de que os ônibus demoram muito para passar: “O que deixa as pessoas com mais medo ainda”.

 

Corpo discente discorda de extensão do curso

A prioridade dos estudantes do curso noturno de Farmácia tornou-se evitar o atraso geral na colação de grau. No último dia 12, o centro acadêmico local foi notificado oficialmente por uma proposta da direção que aumenta em um semestre letivo o prazo mínimo de conclusão do bacharelado (de 12 para 13). O tempo extra seria necessário pelas dificuldades de segurança e pessoal enfrentadas pelo novo prédio daquela Unidade (conforme noticiado pelo Jornal da Adufrj nº 824).

As aulas deveriam ocorrer entre 18h e 22h30, mas o diretor Lúcio Cabral alegou que a reitoria só informou – depois do curso já iniciado – que não haveria pagamento de horários noturnos para servidores. Hoje, a maioria das atividades acadêmicas vai de 17h30 até 21h30. Além disso, a falta de vigilância, também na visão de Cabral, prejudicaria mais intensamente os alunos do turno da noite. Para não diminuir a qualidade da formação, a solução apresentada foi a extensão das atividades por mais um semestre.  

Ana Clara Newlands, que faz parte da primeira turma do curso noturno, não vê com bons olhos essa opção: “Entregamos uma contraproposta para adequação da grade de forma que sejam mantidos os 12 períodos previstos de quando entramos”, avisa a estudante. Diminuir a carga horária de algumas disciplinas, reduzir créditos de eletivas e transformar algumas obrigatórias em eletivas são algumas sugestões do corpo discente.

“Estamos criando uma bola de neve de disciplinas previstas que não cabem em uma semana e, no noturno, não temos horários vagos para disciplinas eletivas. E, para nos formarmos, precisamos de 20 créditos de eletivas, o que significa praticamente um período inteiro”, explica Ana. Ela classifica como uma “irresponsabilidade” da diretoria e da reitoria promover a expansão do curso, sem as condições adequadas. Vale lembrar que o curso noturno da Farmácia foi iniciado em 2011, por meio do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

Segundo ela, a possibilidade de compensações por meio de aulas no final de semana foi “bastante rechaçada”. Ana argumenta que muitos “são de fora” e voltam para suas casas nos fins de semana. Além disso, em “muitas turmas”, há pessoas que trabalham durante o dia e estudam à noite: “O momento de descanso tem que ser sempre garantido”.

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