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Orçamento: UFRJ não tem o mínimo emergencial

E apenas 20 das 63 universidades federais receberiam reforço para pagar contas até fim do ano

MEC apresentou ajuste fiscal às Ifes no dia 6

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Durante a sessão do Conselho Universitário do dia 8, o reitor Roberto Leher retomou o assunto das contas da universidade. O dirigente também deu um panorama do (trágico) quadro nacional: em reunião com os dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) na terça-feira (6), o Ministério da Educação (MEC) informou um limite de R$ 480 milhões para complementação orçamentária das universidades em 2015. Detalhe: apenas 20 das 63 instituições vão receber algo do recurso extra. 

Déficit estimado pela Andifes em 2015:
R$ 1,6 bilhão

O limite informado pelo MEC é:
R$ 480 milhões

Em relação à UFRJ, “que, de longe, foi a contemplada com os maiores valores”, a situação é a seguinte: da previsão de R$ 250 milhões para custeio e R$ 57 milhões de capital, a universidade, a partir de reuniões com decanos e diretores, enxugou para um “mínimo emergencial” de R$ 90 milhões e R$ 30 milhões, respectivamente. A contraproposta final do MEC ficou em R$ 26 milhões para custeio e R$ 6,7 milhões para investimento. Isto é, cerca de um quarto da cota crítica.

“Como mínimo, estamos falando do valor necessário para manter o funcionamento até o fim do ano sem que as dívidas (ainda que pesadas) ultrapassem três meses de atrasos em relação às empresas terceirizadas e quatro meses no caso das demais empresas, como a de energia elétrica”, esclareceu o dirigente. “Obviamente, com esses números, não vamos chegar ao fim do ano com condições sequer do mínimo do mínimo”, disse em seguida. “E seguramente isso vai nos levar a uma situação em que, num futuro próximo, a execução orçamentária precisará chegar ao Conselho Universitário. Já estamos preparando isso”, completou. 

Farinha pouca

De acordo com Leher, apesar da solicitação da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o MEC se recusou a apresentar, na reunião, a demanda consolidada do conjunto das Ifes. “Incitamos o ministério a apresentar todas as contas, nomeando-as, porque não há sentido em manter segredo sobre esses números”, relatou. “Exatamente para evitar essa cultura de busca, em separado, por apoio de parlamentares, da chamada política de balcão”, criticou. 

UFRJ pediu, como mínimo emergencial:
R$ 120 milhões

O MEC promete entregar à UFRJ, no máximo:
R$ 32,7 milhões 

 A projeção da Andifes é de um déficit, entre custeio e capital, na ordem de R$ 1,6 bilhão. Segundo o reitor, a proposta do aporte de apenas R$ 480 milhões para 20 das 63 universidades causou “enorme mal-estar”. “Alguns dirigentes de universidades não contempladas sugeriram a reprodução da matriz Andifes (fórmula de distribuição dos recursos entre as Ifes)”, contou Leher. “O que seria uma impropriedade, tendo em vista que a questão era o fechamento das contas até o fim do ano. Depois de muita polêmica, prevaleceu a distribuição, priorizando as instituições com maiores dificuldades para ajustar as dívidas”.



Pesar

O Conselho Universitário prestou homenagem ao professor Angelo da Cunha Pinto, professor Titular do Instituto de Química, falecido na quarta-feira, 7. Uma moção de pesar foi aprovada com destaque para as quatro décadas de atuação do docente na UFRJ.
 
  
 
 
 Crise sem fim da terceirização na universidade
Conselheiros do CT e CCMN pediram esclarecimentos sobre a prestação de serviços da empresa Venturelli, de limpeza: “Na Física, nenhum terceirizado foi essa semana”, afirmou Bruno Souza de Paula (Adjuntos do CCMN). O decano João Graciano Filho confirmou o problema: “Nossa manutenção das salas de aulas depende 100% de terceirizados”. Já a decana do CCS, Maria Fernanda Quintela, relatou que o problema em seu Centro com a mesma empresa tinha fundo administrativo. “A universidade não havia efetuado o pagamento porque a própria Venturelli não havia enviado as faturas. Esta semana, acertamos o procedimento”.

De acordo com pró-reitor de Gestão e Governança (PR6), Ivan Carmo, além do não envio de documentos para efetivação de pagamento, outro número significativo das faturas continha erros e também não pôde ser pago. A administração, contudo, reconheceu outras dificuldades. “É fato que 5% desses trabalhadores estão com problemas cadastrais e algumas dessas (empresas) estão há três meses sem dinheiro”. Segundo o pró-reitor, uma reunião conjunta com a pró-reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR3), em setembro, mediou uma negociação entre a Venturelli e a associação dos terceirizados da UFRJ (ATTUFRJ). Contudo, o prazo para cumprimento do acordo terminou esta semana sem respostas da empresa. “Podemos fazer uma nova licitação”, disse Ivan. “Mas nada garante que não teríamos os mesmos problemas”. De acordo com o dirigente, a administração busca “corrigir rumos”.
Já o reitor ratificou que a partir da quebra de acordo a universidade realizará audiência com o Ministério Público do Trabalho nos próximos dias. “Não fizemos essa semana porque aguardamos o retorno da procuradora que já acompanha a Venturelli. Para se ter uma ideia do que significa o problema com a terceirização, a procuradoria já ‘especializa’ procuradores por empresa. Para não ter que resgatar todo histórico da Venturelli, preferimos aguardar até o início da semana que vem e trabalhar com essa procuradora”.
 
Ainda em relação à terceirização, o reitor afirmou que a administração investe em uma estratégia de “fatiamento” para evitar que uma mesma empresa atue em várias unidades. “O lado negativo é que, com isso, não conseguimos evitar empresas menores, que muitas vezes não dispõem de capital para arcar com os contratos”.

Desabafo
O perfil da Adufrj-SSind no facebook divulgou uma carta de Terezinha da Costa, vice-presidente da Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ, com duras críticas à Venturelli.

UFRJ não terá nem o mínimo emergencial para fechar 2015

E apenas 20 das 63 universidades federais receberiam reforço para pagar contas até fim do ano

MEC apresentou ajuste fiscal às Ifes no dia 6

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Durante a sessão do Conselho Universitário do dia 8, o reitor Roberto Leher retomou o assunto das contas da universidade. O dirigente também deu um panorama do (trágico) quadro nacional: em reunião com os dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) na terça-feira (6), o Ministério da Educação (MEC) informou um limite de R$ 480 milhões para complementação orçamentária das universidades em 2015. Detalhe: apenas 20 das 63 instituições vão receber algo do recurso extra. 

Déficit estimado pela Andifes em 2015:
R$ 1,6 bilhão

O limite informado pelo MEC é:
R$ 480 milhões

Em relação à UFRJ, “que, de longe, foi a contemplada com os maiores valores”, a situação é a seguinte: da previsão de R$ 250 milhões para custeio e R$ 57 milhões de capital, a universidade, a partir de reuniões com decanos e diretores, enxugou para um “mínimo emergencial” de R$ 90 milhões e R$ 30 milhões, respectivamente. A contraproposta final do MEC ficou em R$ 26 milhões para custeio e R$ 6,7 milhões para investimento. Isto é, cerca de um quarto da cota crítica.

“Como mínimo, estamos falando do valor necessário para manter o funcionamento até o fim do ano sem que as dívidas (ainda que pesadas) ultrapassem três meses de atrasos em relação às empresas terceirizadas e quatro meses no caso das demais empresas, como a de energia elétrica”, esclareceu o dirigente. “Obviamente, com esses números, não vamos chegar ao fim do ano com condições sequer do mínimo do mínimo”, disse em seguida. “E seguramente isso vai nos levar a uma situação em que, num futuro próximo, a execução orçamentária precisará chegar ao Conselho Universitário. Já estamos preparando isso”, completou. 

Farinha pouca

De acordo com Leher, apesar da solicitação da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o MEC se recusou a apresentar, na reunião, a demanda consolidada do conjunto das Ifes. “Incitamos o ministério a apresentar todas as contas, nomeando-as, porque não há sentido em manter segredo sobre esses números”, relatou. “Exatamente para evitar essa cultura de busca, em separado, por apoio de parlamentares, da chamada política de balcão”, criticou. 

UFRJ pediu, como mínimo emergencial:
R$ 120 milhões

O MEC promete entregar à UFRJ, no máximo:
R$ 32,7 milhões 

 A projeção da Andifes é de um déficit, entre custeio e capital, na ordem de R$ 1,6 bilhão. Segundo o reitor, a proposta do aporte de apenas R$ 480 milhões para 20 das 63 universidades causou “enorme mal-estar”. “Alguns dirigentes de universidades não contempladas sugeriram a reprodução da matriz Andifes (fórmula de distribuição dos recursos entre as Ifes)”, contou Leher. “O que seria uma impropriedade, tendo em vista que a questão era o fechamento das contas até o fim do ano. Depois de muita polêmica, prevaleceu a distribuição, priorizando as instituições com maiores dificuldades para ajustar as dívidas”.



Pesar

O Conselho Universitário prestou homenagem ao professor Angelo da Cunha Pinto, professor Titular do Instituto de Química, falecido na quarta-feira, 7. Uma moção de pesar foi aprovada com destaque para as quatro décadas de atuação do docente na UFRJ.
 
  
 
 
 Crise sem fim da terceirização na universidade
Conselheiros do CT e CCMN pediram esclarecimentos sobre a prestação de serviços da empresa Venturelli, de limpeza: “Na Física, nenhum terceirizado foi essa semana”, afirmou Bruno Souza de Paula (Adjuntos do CCMN). O decano João Graciano Filho confirmou o problema: “Nossa manutenção das salas de aulas depende 100% de terceirizados”. Já a decana do CCS, Maria Fernanda Quintela, relatou que o problema em seu Centro com a mesma empresa tinha fundo administrativo. “A universidade não havia efetuado o pagamento porque a própria Venturelli não havia enviado as faturas. Esta semana, acertamos o procedimento”.

De acordo com pró-reitor de Gestão e Governança (PR6), Ivan Carmo, além do não envio de documentos para efetivação de pagamento, outro número significativo das faturas continha erros e também não pôde ser pago. A administração, contudo, reconheceu outras dificuldades. “É fato que 5% desses trabalhadores estão com problemas cadastrais e algumas dessas (empresas) estão há três meses sem dinheiro”. Segundo o pró-reitor, uma reunião conjunta com a pró-reitoria de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (PR3), em setembro, mediou uma negociação entre a Venturelli e a associação dos terceirizados da UFRJ (ATTUFRJ). Contudo, o prazo para cumprimento do acordo terminou esta semana sem respostas da empresa. “Podemos fazer uma nova licitação”, disse Ivan. “Mas nada garante que não teríamos os mesmos problemas”. De acordo com o dirigente, a administração busca “corrigir rumos”.
Já o reitor ratificou que a partir da quebra de acordo a universidade realizará audiência com o Ministério Público do Trabalho nos próximos dias. “Não fizemos essa semana porque aguardamos o retorno da procuradora que já acompanha a Venturelli. Para se ter uma ideia do que significa o problema com a terceirização, a procuradoria já ‘especializa’ procuradores por empresa. Para não ter que resgatar todo histórico da Venturelli, preferimos aguardar até o início da semana que vem e trabalhar com essa procuradora”.
 
Ainda em relação à terceirização, o reitor afirmou que a administração investe em uma estratégia de “fatiamento” para evitar que uma mesma empresa atue em várias unidades. “O lado negativo é que, com isso, não conseguimos evitar empresas menores, que muitas vezes não dispõem de capital para arcar com os contratos”.

Desabafo
O perfil da Adufrj-SSind no facebook divulgou uma carta de Terezinha da Costa, vice-presidente da Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ, com duras críticas à Venturelli.

Mafalda em exposição

Mostra fica na Biblioteca Parque Estadual, no Centro do Rio

Personagem dos quadrinhos foi criada em 1964

Samantha Su. Estagiária e Redação

Uma das personagens mais famosas dos quadrinhos, a argentina Mafalda é conhecida por questionar o mundo em que vivemos de forma bem-humorada. Agora, a criação de Quino Julieta Colombo poderá ser vista gratuitamente até 24 de outubro na Biblioteca Parque Estadual do Rio de Janeiro, próximo à Central do Brasil.

Inventada em 1964, época em que muitos países latino-americanos passavam por processos de golpes militares, Mafalda simbolizou a resistência, retratando o cotidiano da ditadura de forma irônica. É o que apresenta parte da exposição, com relatos de militantes de oposição que escreviam a Quino sobre o convívio com o quadrinho, mesmo durante o cárcere. 

“A Mafalda virou um símbolo que passa uma mensagem de rebeldia e contestação que surgiu na época da ditadura, mas recriada com o passar dos anos”, disse Rafaela Pessoa, monitora da exibição na biblioteca.

A curadoria da mostra selecionou rascunhos das tirinhas, cartas de leitores e vários objetos com o desenho da personagem. Na exposição, a declaração do diretor da Biblioteca Nacional argentina sintetiza o poder do desenho de Quino: “Mafalda, na incessante ramificação entre leitores do mundo e em todos os idiomas, significa a pergunta adulta que precisa ser tornada infantil para sentir uma surpresa primigênia sobre o mundo que nos rodeia. Para fazê-lo objeto de uma dúvida, um escrúpulo ou uma perplexidade com relação à realidade que já aparece calcinada e selada para sempre perante nós. O célebre desenho de Quino é um grande gesto antropomórfico semelhante ao qual acompanha toda a história da filosofia. Dar às ideias a forma humanizada de um rosto cândido, portador das perguntas mais inquietantes”, é o que diz Horacio González. 

Defesa da educação

Uma das temáticas que Quino abordava recorrentemente em suas tirinhas era a educação — não à toa, Mafalda tornou-se musa inspiradora do movimento docente da UFRJ —, o cuidado do cartunista em questionar a finalidade do sistema educacional e o interesse de mercado no setor são algumas das características marcantes.  Quino afirma: “Para mim, é uma necessidade estar com gente preocupada com a educação. Um país que não quer isso é um país suicida”, frase também estampada na mostra. 

Centro de Tecnologia sinaliza vagas para motos

Desde 11 de agosto, o estacionamento do Centro de Tecnologia conta com a demarcação de área específica para motos (foto). Segundo o arquiteto urbanista da decania do Centro, Waldir de Mendonça Pinto, as vagas foram pintadas por três motivos: desocupar o passeio térreo do CT das motocicletas, respeitando o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), evitar atropelamentos e para responder a reclamações de pedestres (estudantes, professores, visitantes e usuários em geral) sobre a obstrução nas calçadas, causadas pelos veículos.

O arquiteto relata que, para criar as 63 vagas de motos, foram suprimidas 23 (das até então 907) vagas de carro. De acordo com Waldir, o impacto da conversão “é mínimo diante dos problemas causados por veículos motorizados estacionados dentro do prédio do Centro de Tecnologia”.

Ele informou ainda que a obra compreendeu também a repintura de 14 vagas exclusivas para pessoas com necessidades especiais. (Elisa Monteiro)

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