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Leituras que ajudam a curar

Projeto de extensão propõe que histórias sejam contadas para crianças em tratamento no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira

Valentina Leite                  
Estudante da ECO/UFRJ e estagiária da Adufrj
Fotos: Divulgação 

Era uma vez crianças que precisavam de cuidados médicos e eram tratadas em um hospital universitário. Certo dia, alguns professores resolveram reunir estudantes das mais diversas áreas do conhecimento para amenizar as dores da internação. Assim nasceu o projeto de extensão “Alunos Contadores de Histórias”, coordenado pelo Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG).

“A separação da família, do ambiente de casa, da escola e dos amigos é muito intensa para as crianças. Acreditamos que trabalhar com histórias lúdicas minimiza, de alguma forma, o sofrimento delas”, afirma Verônica Pinheiro Viana, da Divisão de Enfermagem do IPPMG e uma das coordenadoras do projeto.

Desde 2008, os voluntários vestem seus jalecos coloridos e revezam-se, todos os dias, para realizar atividades lúdicas com os pacientes. “Além de contar histórias, também organizamos festas durante o ano, como no Dia das Mães, Dia das Crianças e no Natal”, conta Verônica.

Qualquer aluno da UFRJ pode ser um contador de histórias. “Basta se inscrever pelo site e torcer para ser sorteado. Nos últimos dois anos, a procura aumentou tanto que tivemos de tornar a seleção um sorteio público”, explica Verônica. Se selecionado, o aluno deve participar de um processo de treinamento, que dura cerca de um mês. São escolhidos 70 alunos por semestre.IMG 4550 site

“No treinamento, eles assistem a palestras sobre literatura e psicologia, mas também sobre questões hospitalares, como higienização dos utensílios, lavagem das mãos e regras de conduta”, observa Verônica. Os participantes são provenientes dos mais diversos cursos, como Dança, Engenharia, Medicina, Comunicação e outros. “É só ter vontade de fazer alguém sorrir”, diz.

Troca diária
Carolina Ponce, aluna do curso de Defesa e Gestão Estratégica Internacional e contadora de histórias desde 2014, conta que é uma grande oportunidade poder fazer parte do projeto. “É uma troca diária e, para falar a verdade, eu mais aprendo do que ensino. As crianças me mostraram, com seus desafios e limitações, como ser uma pessoa melhor. Passei a olhar a vida com mais atenção, disposta a ouvir e a me identificar com as dificuldades dos outros”, comenta.

Com a proximidade do Natal, os alunos organizaram a campanha “Trenó dos Contadores de Histórias”. Eles utilizaram uma plataforma online de financiamento coletivo para arrecadar contribuições e conseguiram, no final do mês de novembro, alcançar a meta pretendida. Agora, o dinheiro arrecadado será revertido em presentes para as crianças.

Para ser um contador, acesse: www.alunoscontadores.com.br


Em busca de uma UFRJ para todos

Texto e foto: Valentina Leite
Estudante da ECO-UFRJ e estagiária da Adufrj

Para marcar os 10 anos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, o Fórum Permanente UFRJ Acessível e Inclusiva realizou a segunda plenária neste dia 15. O primeiro objetivo da instância criada este ano é mapear todas as pessoas com deficiência que frequentam o ambiente universitário. Depois, criar políticas que melhorem a acessibilidade e promovam a inclusão.

O grande desafio é barrar o preconceito: "É preciso que haja uma mudança de atitude. Queremos sensibilizar a todos para criar uma cultura de igualdade dentro da universidade", explica Mônica Pereira dos Santos, presidente da comissão executiva do Fórum. Outro problema é a estrutura física da UFRJ. "Os espaços não são democráticos. Quem sofre de alguma deficiência tem grande dificuldade para se locomover aqui". Fazem falta o piso tátil e orientações em braille para guiar pessoas cegas e rampas com inclinação ideal para cadeirantes, por exemplo.

O Fórum já conta com a participação de representantes de diversas unidades da UFRJ, como a Faculdade de Educação, Medicina, Arquitetura e Urbanismo, Núcleo de Computação, Serviço Social, dentre outras.  Ele é aberto a professores, estudantes e a todos os interessados em discutir o tema. "Sempre houve grupos de discussão sobre o tema, mas, com o Fórum Permanente, decidimos nos unificar para fortalecer”, observa Mônica. 



Unidos contra a PEC

Elisa Monteiro
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Fotos: João Laet 


O Rio de Janeiro não ficou calado diante da aprovação da PEC do Fim do Mundo, no Senado, dia 13. A manifestação fechou a Avenida Rio Branco por mais de uma hora. A comunidade da UFRJ fez a concentração para o ato em frente ao IFCS. O professor Fernando Santoro, diretor da Adufrj, lamentou o desfecho da votação: “Agora, temos uma PEC de um governo usurpador que irá legislar sobre os próximos cinco mandatos”.

A manifestação carioca foi encerrada em frente à Assembleia Legislativa e não houve incidentes com a polícia. Cenário bem diferente da capital federal, onde mais de cinquenta estudantes foram presos nos protestos. Segundo o Andes, todos foram liberados na manhã desta quarta-feira.
 

IMG 9932xO professor Fernando Santoro, diretor da Adufrj, criticou o desfecho da votação da PEC 55

Solidariedade a professor deportado do Brasil marca workshop de Física

Elisa Monteiro
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Deportado arbitrariamente do Brasil em julho deste ano por suposta associação ao terrorismo, o físico de partículas franco-argelino Adlène Hicheur recebeu um emocionante gesto de solidariedade internacional no último dia 13. Pesquisadores de diferentes países resolveram realizar um evento acadêmico em Vienne, cidade do interior da França onde Adlène está confinado por ordem da Justiça.

Cerca de trinta pesquisadores compareceram à reunião, no auditório de uma escola pública dentro do perímetro no qual o professor está autorizado a transitar. Outros quinze físicos acompanharam as discussões pela rede mundial. Dentre eles, cinco docentes — Leandro de Paula, Miriam Gandelman, Sandra Amato, Murilo Rangel e Irina Nasteva — do Instituto de Física da UFRJ, onde Adlène atuou como professor visitante até ser deportado.

Desde que foi expulso do país, Hicheur não podia mais comparecer aos eventos científicos em outras cidades. No mês passado, ele só apresentou trabalho Simpósio Latino-Americano de Física de Alta Energia, em Antígua, Guatemala, por meio de videoconferência.

O professor Leandro de Paula disse que, embora não haja mais vínculo empregatício entre Adlène e a UFRJ, os pesquisadores “mantêm sempre contato”. Adlène apresentou trabalho no evento como pesquisador da UFRJ.

 “O processo dele contra a ilegalidade da deportação do Brasil ainda está em curso”, destacou Leandro. Caso seja revertida a decisão governo brasileiro, ele acredita que o regresso “passa a ser uma possibilidade concreta”.

Recentemente, Adlène expressou a vontade de voltar a lecionar Física na Argélia, depois de receber autorização do governo francês para migrar. “Ele viaja domingo agora, 18”, confirma o colega brasileiro.

Leandro ressaltou o cerceamento enfrentado pelo pesquisador, na França: “Ele precisa ir três vezes ao dia até a delegacia, às 7h, 14h e 18h, apenas para assinar papéis”.

Relembre o caso

Adlène Hicheur ficou preso entre 2009 e 2012, ainda na França, sob as novas leis antiterroristas, por trocar e-mails com um suposto militante da Al-Qaeda. O processo, contudo, não encontrou indícios concretos da relação. E ele foi posto em liberdade.
 

O pesquisador veio ao Brasil recontruir a vida e começou a trabalhar no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Depois, na UFRJ. No clima do atentado contra o jornal francês “Charlie Hebdo”, a revista Época trouxe o caso à tona com uma matéria de tom sensacionalista ( “Um terrorista no Brasil” em janeiro de 2016). Perto das Olimpíadas do Rio, o pesquisador foi deportado pelo governo brasileiro em 15 de julho.

 

 


Consuni aprova déficit

Previsão é de um rombo de R$ 287 milhões nas contas da UFRJ até o fim de 2017

Texto e foto: Silvana Sá
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Em reunião extraordinária, no dia 13, o Conselho Universitário aprovou o orçamento da UFRJ para o ano que vem. A previsão é de um déficit de R$ 287 milhões. O valor é mais que o dobro do rombo de 2015 (R$ 121,4 milhões). E equivale a 70% do limite de gastos apresentado pelo governo para a instituição na Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do ano que vem: R$ 417 milhões. “É uma ordem de grandeza extremamente elevada”, reconheceu o reitor Roberto Leher. A Comissão de Desenvolvimento do colegiado apresentou parecer favorável à proposta, aprovada com apenas três votos contrários no plenário do Consuni.


O documento foi criticado por alguns conselheiros. O professor Ericksson Almendra (representante dos ex-alunos no colegiado) pediu que o Consuni trabalhasse com um orçamento real: “Eu nunca vi a universidade gastar mais do que o aprovado na Proposta de Lei Orçamentária Anual. Nós somos um Titanic a caminho de um iceberg. Acho que precisamos discutir como vamos gastar R$ 417 milhões”.


Os gastos projetados pela reitoria são de R$ 578 milhões, montante que supera em mais de R$ 160 milhões a previsão do MEC. As maiores despesas são com limpeza, vigilância e energia elétrica. Só a conta de luz deve ultrapassar a marca de R$ 60 milhões. “A nosso ver, temos de indicar o que compreendemos como básico para o nosso funcionamento. Mas vamos ter que tomar medidas muito duras para impedir que o valor de energia ultrapasse a previsão, que já é astronômica”, disse o reitor. Uma das possíveis medidas, segundo Leher, seria restringir o horário de funcionamento de alguns prédios e unidades.

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