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Donna Murch, professora da Rutgers University, nos Estados Unidos, participou do Seminário “50 Anos de 1968: a utopia quase no poder”. Promovido pelo Fórum de Ciência e Cultura, pela Comissão da Memória e Verdade da UFRJ e pela Adufrj, o evento analisou impactos dos movimentos políticos e culturais de 1968 no Brasil e no mundo. Especializada na luta de movimentos negros, em particular os Panteras Negras, Donna Murch falou ao Boletim da Adufrj. Qual o legado dos Panteras Negras? Eles criaram um patrulhamento utilizando autodefesa armada para proteger a população negra. Foi revolucionário. Explicavam às pessoas seus direitos. Tínhamos um contexto educacional de total democracia do ensino superior. Todos os que se formavam no ensino médio tinham acesso à universidade, e os Panteras Negras se estabeleceram nas universidades. Talvez o legado mais importante tenha sido a criação de escolas para educação política. Em 1968, os Panteras são declarados pelo FBI ameaça à segurança dos EUA. O que isto significou? 1968 marcou o início da criminalização e encarceramento em massa da população negra. Foram demonizados. Houve prisões, assassinatos de líderes, exílio. A perseguição foi tão forte que, a partir de 1968, os Panteras perdem força. Em 1981, são totalmente dissolvidos. Vê paralelo entre os EUA de 1968 e o que acontece hoje no Brasil? Havia lá, como há aqui, luta por ampliação de direitos civis e resistência a essas lutas. Há paralelos atuais também. O nacionalismo de direita é fenômeno global. Trump construiu a expansão da política reacionária durante o governo Obama, quando a apatia desmobilizou as pessoas. Este nacionalismo de direita tem caráter diferente, um discurso nazista. Bolsonaro revigora a questão militarista, como Trump. Bolsonaro e Trump aparentemente têm alinhamento político, como na questão de Israel e no discurso contra a Venezuela.

Elisa Monteiro e Kathlen Barbosa No ano em que a Escola de Música da UFRJ comemora 170 anos, ela também forma o primeiro bacharel em cavaquinho do país. Graduado em julho de 2018, Pedro Cantalice, de 33 anos, entrou na UFRJ no ano em que foi criado o curso de cavaquinho, em 2014. Pedro diz que entrar na universidade não fazia parte de seus planos, mas a origem de uma graduação sobre o instrumento popular o atraiu. “Sempre frequentei ambientes de música, mas não flertava com a universidade. Apenas quando ouvi falar que abriria uma graduação de cavaquinho eu disse: se tiver esse curso, eu vou para a UFRJ”, contou. E aquilo com o que ele nem sonhava virou seu novo amor. A Escola de Música se tornou uma segunda casa. “ A universidade é a escola que eu sempre quis ter, o lugar onde estudo o que eu amo. Só quem está dentro sabe o que é vivenciar uma universidade pública. A gente conhece o pessoal da Educação Física, da História, da Física, Química... e reconhece o mesmo sentimento de estar em casa, cada um na área de que gosta”, afirma emocionado. Pedro destacou a relevância de estudar na Academia um instrumento popular. “O cavaquinho entra na universidade com um repertório popular e uma história riquíssima, que talvez a Academia não conhecesse. Acho que todo mundo ganha com essa troca”, afirmou. Morador de Vila Isabel, Pedro começou a aprender cavaquinho aos 15 anos e desde muito jovem já trabalhava com música, não apenas na noite, mas como editor de partituras. “Trabalho há muito tempo para a Academia Brasileira de Música, fazendo uma espécie de tradução de composições manuscritas. Muitas vezes os compositores fazem as peças apenas para os instrumentos que tocam, então você vem e completa com as partes dos demais instrumentos”, comentou. A diretora da Escola de Música, Maria José Chevitarese, destaca o papel da instituição na formação de instrumentistas. “Muitos se destacam não só no Brasil, como também no exterior. São um orgulho nosso”, afirma.   TVADUFRJ: Para mais detalhes da entrevista de Pedro Cantalice, acesse a TV Adufrj no Youtube: www.youtube.com/user/adufrj

O que fazer se um aluno quer filmar a aula? O Cnasp (Coletivo de Advogados do Serviço Público) lança cartilha para tirar dúvidas sobre a liberdade de cátedra – direito garantido pela Constituição. Fernanda da Escóssia e Silvana Sá   O que fazer se um aluno quer filmar a aula? O professor pode ser impedido de incluir conteúdos na disciplina? Perguntas assim têm assombrado docentes de diversas áreas, do ensino básico ao superior, em meio ao clima de agressões amplificado pelas últimas eleições. Diante disso, o Cnasp (Coletivo de Advogados do Serviço Público) lançará uma cartilha para tirar dúvidas sobre a liberdade de cátedra – direito garantido pela Constituição e pela LDB. A advogada Ana Luísa Palmisciano, que atende no Plantão Jurídico da Adufrj, integra o Cnasp. “A ideia é reforçar a liberdade de cátedra como direito fundamental, que inclui liberdade de ensino e pluralismo de ideias e concepções pedagógicas. O professor não pode se sentir amedrontado”, afirma Ana Luísa. Professores que tiverem dúvidas sobre o assunto podem procurar o Plantão Jurídico da Adufrj ou enviá-las pelo SOS UFRJ, canal de Whataspp da Adufrj (99808-0672). A advogada lembra que o STF decidiu pela livre manifestação nas universidades. Antes do 2º turno das eleições, 21 universidades sofreram ações da Polícia e da Justiça Eleitoral. Docente do Instituto de Economia da UFRJ, Célia Kerstenetzky percebe um temor difuso: “Os estragos se fazem sentir pela atitude instintivamente defensiva que assumimos”. Ela diz que os professores devem estar atentos contra medidas em discussão no Legislativo. Na UFPE, circulou uma lista com insultos a professores e estudantes. A UFPE repudiou ameaças à liberdade de cátedra e solicitou investigação ao Ministério Público e à Polícia Federal. “A orientação é buscar primeiro meios administrativos para se proteger de situações que impliquem censura ou cerceamento antes de judicializar os conflitos”, explica Eduardo Raupp, vice-presidente da Adufrj e representante do seção sindical na reunião realizada pelo Andes em Brasília sobre o tema. O Andes também produziu material com orientações aos docentes e aprovou que cada seção solicite aos conselhos universitários normas para proteger seus docentes.   Dicas da Cartilha do Cnasp   DIREITO AUTORAL  - O professor é a principal autoridade em sala. Aulas e material de apoio, como slides e apostilas, não podem ser divulgados ou reproduzidos sem sua prévia autorização, sob pena de violação ao art. 46, IV, da Lei nº 9.610/98, que trata dos direitos autorais. (...) O professor deve avisar publicamente se permite ou proíbe gravação e filmagem da aula, e indicar que haverá sanção disciplinar para quem descumprir.   NADA DE SILÊNCIO - É fundamental que os ataques sejam levados a público. Por isso, professor(a), não fique em silêncio ao ser vítima ou presenciar casos assim.   JUNTE PROVAS - A existência de provas (materiais ou testemunhais) é essencial. (...) No caso dos ataques ou ofensas na internet, redes sociais e aplicativos, uma medida imediata é a captura de tela (print screen).   BOLETIM DE OCORRÊNCIA - Não é recomendável que se chame a polícia no campus, só em último caso (...). Se preciso, acione a segurança do campus, se houver. (...) O boletim de ocorrência policial, entretanto, é recomendável, após o fato ter sido registrado nas instâncias institucionais. CONTEÚDO OFENSIVO E DIREITO DE RESPOSTA - Em caso de veiculação de material criminoso ou ofensivo, recomenda-se fazer o registro e denunciar o conteúdo à própria rede social. Se a resposta demorar ou o conteúdo for mantido no ar, a solução é solicitar a retirada através de ação judicial. Quando a ofensa é veiculada por meios de comunicação tradicionais, uma alternativa é solicitar direito de resposta ao veículo. Caso seja negado, a ação judicial é novamente o recurso cabível.

A administração ficará a cargo do Parque Tecnológico. O anúncio foi feito na reunião do Conselho Universitário do último dia 8, A UFRJ passará a gerir o Polo de Biotecnologia, até então pertencente à Fundação Bio- -Rio, e todas as pesquisas realizadas no local. A administração ficará a cargo do Parque Tecnológico. O anúncio foi feito no Conselho Universitário do dia 8, que rejeitou o recurso da Bio-Rio para manter o convênio com a UFRJ. Em maio deste ano, a universidade havia rescindido o convênio com a fundação, que não pagava aluguel desde 2011. A universidade fixou para a segunda quinzena de 2019 o prazo final da reintegração de posse. No Consuni, o relator do processo, professor Flávio Martins, decano do CCJE, destacou que a Bio-Rio está inadimplente e sequer está entre as credenciadas para apoio da UFRJ. O decano considerou inviável prorrogar o contrato e indicou ações judiciais para ressarcimento da dívida, além de sindicância para apurar responsabilidades. Segundo o reitor Roberto Leher, a expectativa é ampliar pesquisas sobre medicamentos, como a parceria com a Fiocruz para pesquisa em biofármacos e farmoquímicos. A mudança foi celebrada pelo vice-diretor da Coppe, professor Romildo Toledo Filho: “A incorporação da biotecnologia torna o parque mais global”, afirmou. A UFRJ informou que o terreno entrará no acordo com o BNDES sobre uso de ativos imobiliários.

  Em 2018, a UFRJ recebeu 26 emendas orçamentárias da bancada, de 13 deputados e de um senador. As emendas somaram R$ 22,7 milhões e foram aplicadas em várias áreas da universidade, entre elas o Hospital Universitário e a Coppe. Do total, R$ 10,7 milhões foram para custeio e R$ 12 milhões para investimento. Captar emendas orçamentárias tem sido uma estratégia da reitoria para driblar a queda dos repasses federais: “Conseguimos uma boa interlocução com a bancada do Rio de Janeiro. A UFRJ recebe apoios independentemente de partidos. Isso tem sido muito importante para desenvolver inúmeras atividades”, afirma o pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, Roberto Gambine. Para o ano que vem, ainda não há definição. A Lei Orçamentária Anual (LOA) ainda não foi votada, mas a proposta que tramita no Congresso não é nada animadora: a universidade receberia, sem emendas, R$ 361 milhões para custeio e investimento — este ano, a UFRJ contou com R$ 388 milhões. O prazo para a apresentação das emendas termina esta semana. Cada parlamentar pode dispor de até R$ 15,4 milhões. As bancadas podem apresentar propostas de até R$ 169,6 milhões. A assessoria do deputado federal Hugo Leal (PSD/RJ), coordenador da bancada do Rio na Câmara, adianta que haverá uma emenda de R$ 55 milhões para a recuperação do Museu Nacional. A expectativa é que o dinheiro seja utilizado na reconstrução das fachadas e coberturas do prédio histórico entre o ano que vem e 2021. A confirmação desta emenda e de outras só será conhecida no final de dezembro, com a votação da LOA. Antes disso, até 6 de dezembro, os números devem passar pelo crivo da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso.

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