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07bWEB menor1141O campus Duque de Caxias Professor Geraldo Cidade acaba de comemorar 12 anos de fundação com mais autonomia. “Há dez anos, a gente vinha lutando pra ser unidade gestora, pois ainda tínhamos o nosso orçamento executado via Instituto de Biofísica. Agora, tivemos o nosso CNPJ criado e autorizado pelo Ministério da Economia, exatamente no dia 6 de agosto”, disse a professora Juliany Rodrigues, diretora geral do campus. A notícia se tornou o presente de aniversário da comunidade, por coincidir com a data de inauguração das novas instalações, em 6 de agosto, no bairro de Santa Cruz da Serra.
O papel social desempenhado na Baixada Fluminense pela universidade tem sido uma das grandes marcas do local nesses 12 anos, de acordo com a diretora. “Quase 90% dos nossos estudantes são os primeiros membros das suas famílias a cursar o ensino superior, e 80% deles vêm de escola pública”, ressaltou.
Outra característica é a intensa participação. Juliany destacou a criação do canal no youtube do campus durante a pandemia. “O ‘Caxias é Live’ tem sido quase que uma festa e um encontro semanal da comunidade”, lembrou. A adesão ao ensino remoto por parte dos cursos também foi comemorada pela professora. “A gente vai ter 100% dos professores oferecendo disciplinas no PLE, e com muitas das turmas lotadas”, completou.
Juliany acredita que a região tem a necessidade e o potencial de abrigar um complexo científico. A docente aponta a proximidade com muitas empresas instaladas na Baixada como um elemento favorável à criação dessa iniciativa. “Hoje eu olho para a UFRJ no campus de Duque de Caxias e não vejo muito a minha geração, mas vejo os próximos que virão. E eu quero que eles se orgulhem de dizer que a UFRJ atua na Baixada Fluminense”, finalizou.

HISTÓRIA
Criado em 2008 como “Polo Xerém”, a partir de uma articulação entre UFRJ, Inmetro, governo do estado do Rio de Janeiro e a prefeitura de Duque de Caxias, o campus recebeu em 2015 o seu nome atual, após o falecimento do seu primeiro coordenador geral, o professor Geraldo Cidade. As novas instalações do campus, em Santa Cruz da Serra, foram cedidas pela prefeitura e inauguradas em 2018.
Parte do importante processo de interiorização da universidade, o local abriga três cursos de graduação, quatro de pós, e um corpo social de 850 pessoas, entre estudantes, docentes, técnicos e terceirizados.

03aWEB menor1141O fim da primeira etapa de inscrições no período letivo excepcional revelou números surpreendentes. Foram ofertadas 4.066 disciplinas em 6.184 turmas de graduação da universidade. Elas corresponderam a 237.450 vagas disponibilizadas em toda a universidade. O número de de inscrições em disciplinas foi de 195.189, o que corresponde a 82,2% do total de vagas. Os dados, ainda preliminares, foram divulgados pela reitora Denise Pires de Carvalho, no Conselho Universitário, dia 13.
“No geral, há mais vagas do que inscrições no nosso PLE. Os problemas que foram identificados aconteceram em cursos e disciplinas pontuais. Sobre esses dados é que vamos nos debruçar para resolver da melhor forma possível”, afirmou a reitora. A professora Denise informou que a administração central vai apresentar relatórios sobre a adesão e as dificuldades do processo nos próximos dias, mas se monstrou otimista com os números. “Nos deixaram mais tranquilos. Isso mostra o vigor da UFRJ”, afirmou.
O alívio tem uma razão: na última semana as representações estudantis reclamaram seguidas vezes nos colegiados da universidade da oferta escassa de vagas em disciplinas oferecidas no PLE. Os dados preliminares, no entanto, mostraram que o número maior de procura não era algo gerado pelo período letivo excepcional, mas se repetia também em períodos regulares. “É uma questão histórica em algumas disciplinas e em algumas unidades”, argumentou a reitora.
Para se ter uma ideia, a disciplina mais procurada na primeira fase das inscrições teve 1.555 inscritos para 1.410 vagas ofertadas. A segunda com maior procura ofereceu 552 vagas e recebeu 993 inscritos. “Não dá para dizer que as unidades não ofertaram vagas. Agora com o novo prazo de inscrições, esperamos que mais estudantes sejam atendidos. Eles têm alta demanda por estudar”, afirmou Denise.


NÚMEROS

4.066
disciplinas
ofertadas

6.184
turmas

237.450
vagas

195.189
inscrições

82%
de vagas
ocupadas

08cWEB menor1141Arte a serviço da vida. No final de março, o pintor Wladimyr Jung decidiu doar à universidade metade do dinheiro arrecadado com a venda de uma recém-criada coleção de quadros. Desde então, Jung negociou quase 70 telas e repassou mais de R$ 5 mil ao fundo de apoio aos hospitais da instituição.
“Os problemas sociais interferem na produção de qualquer artista, e não poderia ser diferente”, diz. Quando a política de isolamento social começou no Brasil, Jung se mudou para o seu ateliê, na Tijuca.
Ali, sentiu a necessidade de transferir para as telas a solidão que vivia. Assim nasceu a série “Flor de quarentena”.
“Minhas pinturas são, no geral, abstratas. Minha inspiração em colocar uma flor surgiu dessa solidão que estava sentindo no começo”, explica. Jung também notou que outro elemento aparentemente simples ganhava significado especial nas obras.
“Quando assino atrás, é a data a informação mais importante. Quem tiver o quadro vai poder olhar para a data e pensar: ‘eu passei por isso’. O trabalho representa esse momento de pandemia”, define.

CORRENTE DO BEM
Após vender 13 pinturas na primeira semana, o artista resolveu doar parte do valor para alguma instituição. Neste momento, pesou a favor da UFRJ uma corrente do bem promovida por uma amiga de longa data e professora da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, Rita Afonso. A docente costuma chamar a atenção dos contatos do celular para a DoeUFRJ,  uma campanha que arrecada fundos para os hospitais e pesquisas da universidade. Logo depois do contato, Jung doou R$ 1.450,00 referentes aos 13 primeiros trabalhos vendidos.
“Pelo WhatsApp, divulgo a campanha para fazer pontes para doação, colaboração de artistas... Numa dessas, o Wladimyr recebeu”, contou a professora. Jung ligou para Rita, interessado em saber como funcionavam as doações. “Toda sexta-feira, ele deposita uma quantia diferente”, informa Rita, que comprou duas pinturas.
O ritmo das vendas caiu no último mês. “Parece que a pandemia acabou. As pessoas não estão se sensibilizando mais como no começo”, lamenta Jung
Ainda é possível adquirir uma “Flor de Quarentena” e impulsionar essa corrente do bem. Os preços variam pelo tamanho das obras, iniciando em R$ 250,00, acrescidos do eventual frete. Há mais de 150 pinturas disponíveis no Facebook do artista.

02WEB menor1141“Quando eu filmo um ancião mais velho, é um saber ancestral que estou guardando”, afirmou o cineasta indígena e professor da UFF, Alberto Alvares Guarani, na última sessão do CineAdUFRJ, promovido pelo sindicato e pelo Grupo de Educação Multimídia da Faculdade de Letras. Na atividade do dia 12, que encerrou a série “Racismo e Democracia”, as questões relativas às culturas e às línguas dos povos indígenas do Brasil foram destacadas. Para a pesquisadora indígena Márcia Kaingang, doutora em Linguística pela UFRJ, o audiovisual é uma ferramenta muito necessária à preservação dos saberes de cada tribo. “Porque traz ali a língua falada, não só escrita. A estrutura linguística pode ser acessada num video”, explicou. Atualmente, informou, há um movimento de indígenas mais jovens que se interessam pela retomada da língua, como os da tribo Pataxó, que buscam gravações para estudar como falavam seus ancestrais.

02aWEB menor1141Há mais de duas décadas, o trabalho de pesquisa da UFRJ em Macaé abria caminhos para a primeira frente de interiorização da universidade. Agora, o campus consolidado pode ser outra vez protagonista, atuando como plataforma para o debate socioambiental relacionado ao novo coronavírus. “Essa pandemia veio para alertar que estamos na direção errada”, afirma Francisco de Assis Esteves, mais conhecido como Chico Esteves, professor Titular e vice-diretor do Instituto de Biodiversidade de Sustentabilidade (Nupem).  “Um contingente enorme da população não tem espaço físico de cômodos nem acesso à água, em casa. E está exposto a muito esgoto não tratado”.
 Chico Esteves foi o convidado do encontro virtual semanal da Adufrj, #Tamojunto. O bate-papo sobre temas atuais aconteceu na sexta-feira 7. Nele, o docente falou sobre a urgência de rever “práticas, hábitos e comportamentos”.  E ele também defendeu uma postura ativa da UFRJ na educação ambiental. “Precisamos pelo menos organizar a nossa casa. Tudo que não pode acontecer é sairmos iguais dessa pandemia, porque tudo indica que haverá próximas ainda mais graves. A mudança climática é uma realidade”, avalia.
Para o pesquisador, a crise de saúde brasileira “escancarou a desigualdade” e o futuro é de enormes desafios. “Estamos no auge da insustentabilidade”, adverte. “A exclusão vai comprometer por completo o desenvolvimento do país”.
A alternativa está em um “enfoque local”, baseado na educação e na mudança de padrão de consumo.  Esteves sustenta que o momento exige mudanças “em quantidade e em qualidade”. “A globalização criou um padrão de consumo de base irracional. Atrás dos produtos estão o gasto absurdo de água e até trabalho escravo”, analisa o fundador do Nupem. “A solução não está sequer em saídas regionais. Mas, no local, como o caso de Macaé”, acrescenta ainda.
O município do Norte Fluminense inspira a reflexão de Chico Esteves. Ele destaca, por exemplo, o impacto socioeconômico frustrante da exploração do petróleo no local. “Não criou a distribuição de renda que se imaginava. Há pesquisas que mostram que a vida em Macaé não melhorou. Grande parte dos macaenses mora em comunidade”, argumenta. Já em relação à universidade, o docente faz um balanço inverso. “Hoje a literatura sobre lagoas e restingas de Macaé é produzida em Macaé”, observa. “Nós acreditamos na pesquisa como instrumento de mudança social. A presença da universidade mudou completamente a dinâmica da cidade”.  

Humanas: uma pendência ainda
Com cursos em Ciências Biológicas, Química, Farmácia, Nutrição, Enfermagem e Obstetrícia, Medicina e Engenharias (Civil, Mecânica e de Produção), a UFRJ de Macaé ainda não avançou para a oferta de vagas nas áreas de ciências humanas, sociais e aplicadas. “É meu sonho”, diz o vice-diretor do Nupem. “A gente está incompleto sem elas”.

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