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Por 38 votos a 9, os professores da UFRJ, reunidos em assembleia convocada pela diretoria da AdUFRJ, aprovaram a proposta do governo de recomposição emergencial linear de 9% nos salários de ativos, aposentados e pensionistas, além de reajuste de R$ 200 no auxílio-alimentação. A decisão será levada ao Andes nesta quinta-feira para deliberação. O setor das instituições federais de ensino se encontra em Brasília para discutir o índice que foi apresentado pelo governo na última sexta-feira (10) e formalizado nesta terça-feira (14).

O índice, no entanto, foi muito criticado e a aprovação foi acompanhada de um conjunto de condicionantes:

- que o governo reconheça as perdas de 27% durante o governo Bolsonaro e se comprometa a compensar a diferença de 16,5% mais a inflação de 2023, em janeiro de 2024.

 

- que o governo abra imediatamente mesas setoriais para tratar das especificidades das diversas carreiras do funcionalismo público federal.

 

- que o governo se comprometa com a equiparação dos benefícios com os servidores do Legislativo e do Judiciário.

 

Ainda será apresentada ao Andes a solicitação de que o sindicato nacional calcule as perdas salariais totais dos docentes desde a última recomposição salarial, com o objetivo de levar o índice para a mesa setorial dos docentes federais.

 

Os professores também aprovaram que a AdUFRJ apoie todas as ações propostas pelo Andes com vistas à negociação salarial.


A matéria completa você encontra no Jornal da AdUFRJ de amanhã.

Por Milene Gabriela

No ano de 1975, a Organização das Nações Unidas assumiu oficialmente o 8 de março como dia Internacional da Mulher, reconhecendo uma série deWhatsApp Image 2023 03 09 at 18.57.18 1 mobilizações por direitos que as mulheres vinham construindo ao redor do mundo desde o início do século XX. Entre os eventos mais marcantes dessa longa luta estão o incêndio na fábrica de roupas Triangle Shirtwaist, em Nova York, em 1911 — que revelou as péssimas condições de trabalho a que as mulheres eram submetidas — e a marcha das mulheres russas por pão e paz, em 1917.

Mais de um século depois dessas manifestações históricas — e de tantas outras que se seguiram a elas —, as mulheres ampliaram seus espaços na sociedade, mas ainda lutam por direitos básicos. Embora elas sejam maioria em várias esferas — como entre os estudantes e técnicos da UFRJ —, as mulheres ainda convivem com o status de “minoria”. Vice-presidente da AdUFRJ, a professora e cientista política Mayra Goulart avalia que esse status é mais uma faceta de opressão. “As mulheres são uma minoria não demográfica, ou seja, uma população que, embora grande, é sub-representada na sociedade por questão de opressão simbólica e econômica. A mulher só vai deixar de ser uma minoria não demográfica quando essa estrutura patriarcal que nos oprime for transformada”, diz ela.

Mayra considera importante a luta por direitos: “Nós nos lembramos da nossa responsabilidade de lutar não só por nós, mas por todas as outras, aquelas que não têm força e aquelas que não podem. A luta é sempre coletiva”.

WhatsApp Image 2023 03 09 at 18.57.19Ainda é preciso avançar para garantir a entrada de mais mulheres em posições de liderança na estrutura administrativa das universidades. Em 102 anos, Denise Pires de Carvalho foi a primeira mulher a ocupar o cargo de reitora da UFRJ. Luzia Araujo, ouvidora-geral e ouvidora da Mulher da UFRJ, acredita que ter uma reitora mulher estimula que mais mulheres ocupem cargos de liderança. “Devemos lutar ainda mais para que se abram mais espaços para nós, a fim de que tenhamos mais oportunidades ao longo de nossas carreiras”, defende Luzia.

A ouvidora frisa a necessidade de que se intensifique o comprometimento da UFRJ com a diversidade, a equidade e a inclusão. “É preciso que se desenvolva uma política que garanta a admissão de servidoras mulheres na universidade, para todos os cargos e, especialmente, para docentes, já que ainda somos a minoria,” comenta Luzia. “É necessário, ainda, a promoção de capacitação permanente de todas as mulheres e a sua introdução em atividades que envolvam a tomada de decisão e o gerenciamento junto à sua equipe”, completa.

MULHER NA CIÊNCIA
Ainda é longa a luta por mudanças de paradigmas na Ciência e no meio científico. Sabrina Baptista, professora e pesquisadora do Instituto de Química de QuímicaWhatsApp Image 2023 03 09 at 18.57.19 1 da UFRJ, diz que, mesmo em 2023, as mulheres ainda precisam lidar com o preconceito de homens na profissão. “A mulher na Ciência não quer nenhum privilégio, ela quer condições em que consiga trabalhar e crescer profissionalmente”, opina.

A pesquisadora é embaixadora do projeto “Parent In Science” na UFRJ e conta que já recebeu olhares atravessados quando falava sobre maternidade e sobre equidade de gênero. “Nas duas vezes que engravidei fui questionada por estar começando a carreira e já ter engravidado. Escutei que ter filhos estragaria a minha carreira profissional”, recorda.

Sabrina acredita que ainda falta reconhecimento às mulheres e que há um longo caminho para que elas não sofram discriminação ao ocupar cargos. “Desejo que a gente termine um dia sem ser atravessada em uma fala, que a gente não seja interrompida ou assediada”, diz a professora. “Melhorou muito, se comparado com os anos anteriores, mas ainda precisamos melhorar em escala mundial”.

DEPOIMENTOS

WhatsApp Image 2023 03 09 at 18.57.19 2Natália Trindade,
estudante e presidenta da APG

Quando entrei na graduação, em 2008, a maioria da sala era de mulheres; os docentes, homens brancos e heteros. As questões de gênero e LGBT não eram discutidas em sala de aula. E havia uma necessidade de ser viril, de não demonstrar emoções e nem afeto por pessoas do mesmo sexo, pois iria te comprometer profissionalmente. Houve um avanço, mas ser mulher negra no movimento estudantil e na APG são desafios semelhantes. Vivi situações em que as pessoas, sejam progressistas ou conservadoras, queriam resolver coisas com um homem, não com uma mulher, sempre numa perspectiva de que somos difíceis de lidar e emotivas. Estou construindo uma carreira na academia e na política, e tenho que ter atenção na forma com que me comunico, porque tenho mais chances de ser má interpretada, e toda minha biografia virar pó. Para ocupar mais espaços de poder, as mulheres precisam de recursos e condições. Só com as mulheres ocupando o espaço da política os debates vão ser feitos, e com pessoas pretas também. (Igor Vieira)

WhatsApp Image 2023 03 09 at 18.57.19 3Luciana Marta dos Santos,
secretária-executiva


Gosto de trabalhar na universidade, não sou discriminada aqui. Sou respeitada por mulheres e por homens. Se eu fosse um homem, um gestor, eu olharia o profissional, não o gênero. O que seria dos homens se não tivessem as mulheres? A cobrança é muito mais em cima da mulher, não só na questão profissional, em tudo: como você se veste, como você fala e como se dirige a alguém. Ter mulheres nesse espaço influenciou que eu estivesse aqui hoje. A mulher na universidade está tendo mais destaque, a gente está evoluindo. A sociedade ainda é preconceituosa e até a gente mesmo é: não vemos uma mulher que conserte ar-condicionado, muito difícil de encontrar. Algumas áreas profissionais ainda são mantidas por homens. O recado que deixo é nunca desistir do que a gente quer ser, seja o que for, na área profissional, na área pessoal, como filha, como mãe. Não desistir nunca dos seus sonhos, do que você acredita e que tudo é possível para todo mundo. (Miliene Gabriela)

WhatsApp Image 2023 03 09 at 18.57.19 4Débora Foguel,
professora e pesquisadora


Fui mãe quando ainda estava na graduação em Biologia na UFRJ. Aprendi a organizar meu tempo para dar conta das exigências dos estudos, da maternidade e da casa. Tive suporte, em especial de minha família. Mas não é a realidade de todas. Eu não podia ir a eventos quando quisesse. Os pesquisadores homens e pais convidados a palestras e congressos respondem imediatamente “sim, eu posso”. Para as mães, isso requer a montagem de uma estratégia complexa em casa. Esse é apenas um pequeno exemplo. O dia a dia também é desafiador. Apesar dos avanços, falta suporte para as mães, inclusive na nossa comunidade. Por exemplo, vagas na creche, salas de amamentação e até uma rede de mulheres que se apoiem. Se uma professora está com o filho doente, quem sabe alguém da rede poderia substituí-la em sala de aula? Para as alunas, os avanços são ainda menores nos prazos e licença-maternidade. Mas o dia 8 de março nos trouxe muito alento com as medidas anunciadas pelo atual governo, até mesmo na área da pesquisa. (Igor Vieira)


Por Francisco Procópio


Cores, rostos, histórias e mulheres diversas se reuniram no Centro do Rio no dia 8 de Março para protestar por igualdade e em defesa da democracia. O 8M desse ano pediu a punição exemplar aos golpistas que atentaram contra o Estado Democrático no início do ano. Mas elas querem mais: saúde, educação e o direito de continuarem vivas. “Eu já fui muito violentada por homens e não quero que outras mulheres sofram isso”, revela Adriana Rodrigues de Souza, que vive em situação de rua e vende balas para sobreviver. “Por isso vim ao ato hoje. Sou totalmente contra a violência”.

Os corpos de mulheres negras são os mais impactados, de acordo com a deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ), que participou da passeata. A vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018, foi uma das vítimas dessa face perversa da sociedade. O crime completa cinco anos na próxima semana sem que os mandantes tenham sido descobertos e punidos. “Existe uma misoginia e um racismo que opera contra os nossos corpos. Vivemos todos os dias situações de violência política de gênero”, disse. “O que aconteceu com Marielle foi feminicídio político. Esse é o nome”, afirmou a parlamentar. “Precisamos estranhar que não cheguemos a 3% de mulheres pretas em espaços de poder”, disse.

A diretoria da AdUFRJ também participou do ato. A professora Ana Lúcia Cunha Fernandes acredita na mobilização para sensibilizar a sociedade sobre as pautas das mulheres. “É importante estarmos aqui para chamar atenção da sociedade para a enorme necessidade que ainda existe de lutar por igualdade entre homens e mulheres. Muita coisa já avançou, mas ainda há um grande ataque às mulheres”.

Um enorme cordão de mães e crianças emocionou e mostrou que o feminismo é pedagógico, aprendido e ensinado desde cedo. “Eu exerço meu feminismo sendo mãe do meu filho e trazê-lo para as lutas das mulheres é uma das formas de ser feminista em todos os lugares. As mães ainda lutam muito para ter espaços na militância”, advertiu Lina Ramos.

Ex-presidente da AdUFRJ, a professora Eleonora Ziller resumiu com maestria o momento: “Nas ruas construímos uma nova sociedade. Este 8 de março tem um significado muito importante para todas nós: sobrevivemos, e iremos vencer.”

Fotos de Alessandro Costa

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Por Milene Gabriela e Silvana Sá

A cada seis horas uma mulher é assassinada no Brasil. O dado chocante foi apresentado no último relatório do Dieese sobre gênero. Elas também são o grupo mais desempregado e recebem menos pelas mesmas funções desempenhadas por homens.

Na UFRJ, as mulheres são maioria entre estudantes e técnicos-administrativos e represemtam 48% do corpo docente da universidade. As professoras ainda são minoria nas coordenações de programas de pós-graduação. Dos 132 existentes, elas comandam 60, ou 45,5% do total. Já os cargos de direção são 43% ocupados por mulheres. Os dados foram obtidos pela reportagem da AdUFRJ junto às pró-reitorias de Pessoal, de Graduação e de Pós-Graduação e Pesquisa.

Outro levantamento, junto ao CNPq, mostra que as pesquisadoras representam pouco mais de 35% do total. Entre as 1A, elas são apenas 27%. Veja a seguir os números que mostram a inserção das mulheres no mercado de trabalho e na academia.

 

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varias pizzas

A AdUFRJ convida as professoras da UFRJ ao ato pelo Dia Internacional da Mulher, que acontece hoje à tarde no Centro. A concentração começa às 16h, na Candelária. De lá, a passeata seguirá até a Cinelândia.

Este ano, o mote é "Mulheres nas ruas em defesa da democracia". Uma das reivindicações é que os golpistas que atentaram contra o Estado brasileiro sejam investigados e punidos, sem anistia. O ato também defende o fim do feminicídio, a adoção de políticas de emprego e renda para mulheres, a defesa da educação e saúde públicas e a legalização do aborto.

Compareça!
Quando: 8 de Março, às 16h
Onde: Candelária

Ontem elas lutaram pelo voto, por emprego, por direitos. Mais de cem anos depois da luta pelo sufrágio feminino, ainda são muitos os desafios enfrentados pelas mulheres no Brasil e no mundo. Veja alguns dados do Dieese:
- Nas eleições de 2022, apenas 302 mulheres conseguiram se eleger nas esferas federal, estadual e distrital, enquanto 1.394 homens foram eleitos.
- Uma mulher foi assassinada a cada seis horas no Brasil, apenas no primeiro semestre de 2022. No total desse período, 699 mulheres foram mortas em situação de violência doméstica.
- Do total da força de trabalho no Brasil, 44% é composta por mulheres. Elas, no entanto, são maioria entre os desempregados (55,5%).
- Mulheres ganham em média 21% a menos do que os homens. NO serviço doméstico, elas representam 91% e recebem 20% a menos que os 9% dos homens empregados nesse setor.
- Na educação, elas representam 75% da força de trabalho, com salários em média 32% menores que os dos homens.

As mulheres brasileiras travaram cotidianas batalhas em defesa da Educação e da Democracia. Ao longo da história elas ganharam destaque e espaço na academia. Na UFRJ, elas são maioria entre estudantes e técnicos e quase metade entre docentes. Veja alguns dados do levantamento realizado pelo Jornal da AdUFRJ para a edição especial desta semana:
- São 37.185 alunas ativas na graduação, o que representa 57% do total de estudantes.
- Elas são 1.101 alunas no mestrado profissional e representam 60,56% do segmento.
- São 3.667 alunas no mestrado stricto sensu, o que corresponde a 54,16% do total.
- Compõem, ainda, a maioria no doutorado. São 3.924 doutorandas, 51,31% do grupo.
- As mulheres representam 52% do quadro de técnicos-administrativos na UFRJ. Elas são 4.472 profissionais.
- Temos 2.202 professoras nos variados níveis da carreira. Elas são 48% do total de docentes.
 
Professoras, cientistas. Ontem, hoje e sempre! Parabéns pelo dia. As conquistas são inegáveis, mas ainda precisamos lutar por equidade no meio acadêmico. Veja mais dados da UFRJ:
- No Ensino Básico, Técnico e Tecnológico elas são maioria: 68 mulheres, ou 66% de um total de 103 docentes do Colégio de Aplicação. 
- No Magistério Superior, elas ainda são minoria: 1.919 de um total de 4.046 docentes, ou 47,4% do total.
- Dos 132 programas de pós-graduação, 60 são coordenados por mulheres. O percentual é de 45%.
- Mulheres ocupam 43,1% dos cargos de direção na universidade.
 
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