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Compreender o tamanho do quadro de servidores do Executivo é um bom passo para refletir sobre a complexidade da atual campanha salarial. São 560.811 servidores ativos, 417.660 aposentados e 235.273 pensionistas que podem ser beneficiados pela recomposição dos salários.

“A dimensão da categoria sempre pesou contra nós. Sempre gerou tensão, porque os impactos dos reajustes são maiores”, explica a professora Eleonora Ziller, ex-presidente da AdUFRJ.

Desde 2015, há perdas acumuladas de 46,6% no funcionalismo federal. Entre os professores, a última parcela de reajuste aconteceu em 2019. Para esse grupo, as perdas desde então chegam a 32% entre os professores em início de carreira.

O índice de 26,94%, proposto pelos servidores no lançamento da campanha, em janeiro, reflete um percentual emergencial que agrupa apenas as perdas inflacionárias do governo Bolsonaro. 

A reivindicação foi negada pelo governo em 16 de fevereiro. Na ocasião, o Ministério da Gestão apresentou a contraproposta de 7,8%, além do reajuste de 46% no vale-alimentação. O percentual, muito abaixo do desejado pelos servidores, foi rejeitado pelos sindicatos. O Fonacate – fórum que reúne as carreiras típicas de Estado –, no entanto, encaminhou ao governo uma nova proposta para apreciação: 13,5% de reajuste linear.

Com as propostas na mesa, o governo ganha tempo, ao adiar a reunião do dia 7. “Esta rodada era esperada com ansiedade por 1 milhão e 200 mil ativos e aposentados, e seus pensionistas. Vamos deliberar sobre um Dia Nacional de Protesto, afinal já são seis anos e dois meses de perdas acumuladas”, protesta o presidente do Fonacate, Rudinei Marques.

“Entendemos que o orçamento atual foi montado pelo governo anterior, que nos tratava como inimigos”, complementa a professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ. “Tendo isso em mente, valos lutar pelo maior percentual possível”, defende.

Para o presidente do Fonasefe, David Lobão, uma possível saída é utilizar verbas de contingenciamento para o reajuste salarial. Ele, no entanto, reconhece a dificuldade na campanha atual. “É verdade que se gastar toda a verba de contingenciamento com salários, o governo fica sem lastro para tratar de questões sociais emergenciais”, justifica. “De fato, é uma situação muito difícil. Ninguém quer colocar a faca no pescoço do governo, mas nos incomoda que esses índices não sejam colocados de imediato na mesa”, critica. (Colaboraram Igor Vieira e Milene Gabriela)

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