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Por Francisco Procópio


Cores, rostos, histórias e mulheres diversas se reuniram no Centro do Rio no dia 8 de Março para protestar por igualdade e em defesa da democracia. O 8M desse ano pediu a punição exemplar aos golpistas que atentaram contra o Estado Democrático no início do ano. Mas elas querem mais: saúde, educação e o direito de continuarem vivas. “Eu já fui muito violentada por homens e não quero que outras mulheres sofram isso”, revela Adriana Rodrigues de Souza, que vive em situação de rua e vende balas para sobreviver. “Por isso vim ao ato hoje. Sou totalmente contra a violência”.

Os corpos de mulheres negras são os mais impactados, de acordo com a deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ), que participou da passeata. A vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018, foi uma das vítimas dessa face perversa da sociedade. O crime completa cinco anos na próxima semana sem que os mandantes tenham sido descobertos e punidos. “Existe uma misoginia e um racismo que opera contra os nossos corpos. Vivemos todos os dias situações de violência política de gênero”, disse. “O que aconteceu com Marielle foi feminicídio político. Esse é o nome”, afirmou a parlamentar. “Precisamos estranhar que não cheguemos a 3% de mulheres pretas em espaços de poder”, disse.

A diretoria da AdUFRJ também participou do ato. A professora Ana Lúcia Cunha Fernandes acredita na mobilização para sensibilizar a sociedade sobre as pautas das mulheres. “É importante estarmos aqui para chamar atenção da sociedade para a enorme necessidade que ainda existe de lutar por igualdade entre homens e mulheres. Muita coisa já avançou, mas ainda há um grande ataque às mulheres”.

Um enorme cordão de mães e crianças emocionou e mostrou que o feminismo é pedagógico, aprendido e ensinado desde cedo. “Eu exerço meu feminismo sendo mãe do meu filho e trazê-lo para as lutas das mulheres é uma das formas de ser feminista em todos os lugares. As mães ainda lutam muito para ter espaços na militância”, advertiu Lina Ramos.

Ex-presidente da AdUFRJ, a professora Eleonora Ziller resumiu com maestria o momento: “Nas ruas construímos uma nova sociedade. Este 8 de março tem um significado muito importante para todas nós: sobrevivemos, e iremos vencer.”

Fotos de Alessandro Costa

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