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WhatsApp Image 2023 05 17 at 19.58.14A votação para a diretoria do sindicato nacional registrou números inferiores à eleição de 2018, a última antes da pandemia — em 2020, com o pleito virtual, houve uma queda de quatro mil votantes. O colégio eleitoral encolheu de 69.152 há cinco anos para 64.914 de agora. O comparecimento às urnas também apresentou uma ligeira diminuição: de 16.887 para 16.351. A situação contrasta com a crescente participação dos professores da UFRJ.

“A opção da diretoria do Andes em manter um discurso sectário e radical e uma metodologia apartada da vida do professor acaba afastando progressivamente a categoria”, afirmou a vice-presidente da AdUFRJ, professora Mayra Goulart. “Este sindicalismo tradicional, misturado com o sectarismo de partidos e movimentos de extrema esquerda tem como resultado o desinteresse dos professores pela participação no Andes”, completa.

Se o panorama nacional inspira preocupação, a votação na maior federal do país é motivo de celebração. Desde 2014, o quórum só faz crescer: foram 307 votantes em 2014; 456 em 2016; 542 em 2018; 762 em 2020 (no virtual); e 771 neste ano. Também considerando 2018 como ano-base, um crescimento de 42,25%. “A AdUFRJ, ao contrário da diretoria nacional, já há algumas gestões tem feito um movimento de aproximação com a categoria”, continuou Mayra.

A ideia é dialogar com o máximo de colegas, não apenas com os militantes. “Uma aproximação com os reais interesses do professor ‘comum’, que tem a ver com dar aula, fazer pesquisa e extensão. Ao se aproximar desse professor ‘comum’, a AdUFRJ gera uma identificação que expande a participação”, afirmou a vice-presidente.

Isso não quer dizer que está tudo bem. “Claro que encontramos entraves à sindicalização. No mundo inteiro, os sindicatos estão perdendo filiados. Mas a gente está conseguindo expandir a participação daqueles que já estão filiados e estamos nos esforçando para aumentar o número de filiados”, concluiu.

Presidente da AdUFRJ e da comissão eleitoral local, o professor João Torres também celebrou os 771 votantes, mas reforçou a necessidade de o Andes adotar uma forma de votação virtual. “O quórum poderia ser muito maior”. O modelo, porém, precisa ser bem mais simples que o da eleição do Andes de 2020, durante a pandemia. “Naquele ano, o professor precisava acessar uma sala do Zoom com a câmera ligada para provar que era ele e só aí recebia um link para votar. Foi muito complicado”, critica. O presidente acredita que a simplificação facilitaria a participação dos aposentados menos acostumados com as novas tecnologias. “Além disso, quando a pessoa se aposenta, às vezes, ela se muda para uma cidade distante da universidade e não tem disponibilidade para viajar só para votar”.

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APURAÇÃO NACIONAL
CONFIRA AQUI o mapa de apuração nacional. A chapa 1 venceu em 48 seções eleitorais; seguida pela chapa 3, com 34; e a chapa 2, com 13. Houve apenas um empate entre as chapas 1 e 3 na Associação de Docentes da Universidade Federal do Sul da Bahia (2 votos para cada).

WhatsApp Image 2023 05 17 at 19.53.43 2Foto: Karine VerdoornConstruir uma nova forma de sindicalismo, mais sintonizada com o cotidiano das universidades, demanda também disputar velhas arenas. É o caso do Andes, um dos maiores sindicatos do país, hegemonizado pelo mesmo grupo político há duas décadas e engessado por práticas e discursos sectários. Pois bem, na semana passada, a diretoria da AdUFRJ pediu o voto dos colegas para mudar as coisas no Andes. A recepção foi fantástica e queremos agradecer a cada professor e professora.
Batemos um recorde importante. Setecentos e setenta e um professores da UFRJ votaram. Em 2018, último pleito presencial, somente 542 docentes compareceram às urnas. Além da participação inédita, o resultado demonstra um claro recado dos eleitores: a ampla maioria dos docentes da UFRJ quer mudanças no Sindicato Nacional.
Eis os números: a chapa da situação obteve apenas 275 votos, 162 a menos do que os 437 somados pelo Renova Andes, principal grupo de oposição e reunido na Chapa 3. Aliás, aqui na UFRJ, a Chapa 3 contabilizou mais votos do que a soma das chapas 1 e da 2, formadas por grupos políticos que até pouco tempo caminhavam juntos na direção do Sindicato Nacional.
Nacionalmente, o resultado foi diferente. A oposição perdeu. Por pouco, mas perdeu. Apenas 295 votos separaram a Chapa 3 da 1, em um universo de 16.351 votantes. O 1,6% de diferença e a expectativa de vitória da oposição (que na contagem paralela esteve na maior parte do tempo à frente) deve nos ajudar a pensar o movimento docente nacional.
O resultado poderia ser diferente se não houvesse as manobras perpetradas pela Comissão Eleitoral Central, controlada pela atual direção, que impediram que professores de universidades como UFSCAR e UFMG votassem. Por ironia, o candidato a presidente da chapa vencedora, professor da Federal de Minas Gerais, entra para a história como o presidente que não recebeu nenhum voto da sua base. Porém, é sabido que esse é o método que as burocracias sindicais utilizam para continuar encasteladas na direção.
Diante desse cenário, que se repete há mais de duas décadas, é preciso ir além para vencer. A oposição à atual direção do Andes precisa cada vez mais — e esse é o nosso desejo e nosso horizonte de atuação — se conectar ao movimento docente que não é feito exclusivamente por militantes preocupados com a radicalidade da luta política mundial. Mas também por professores e pesquisadores ansiosos com temas caros às condições concretas de seu trabalho, como a recomposição salarial, os valores das bolsas de pós-graduação, a democratização do acesso ao ensino superior, a redução da evasão e o aumento orçamentário das universidades.
Essa reconexão com a identidade do trabalho docente é central para nossa diretoria. Acreditamos que assim ampliaremos o engajamento no dia a dia da AdUFRJ e, consequentemente, multiplicaremos o comparecimento às urnas. No caso do Andes, a média nacional de participação foi de apenas 25% da categoria. Um percentual muito baixo e que reflete métodos arcaicos, como votação presencial em urnas de papel, processo que, no mínimo, aliena parte dos professores aposentados. Obedecemos às regras, mas queremos mudá-las antes que a burocracia engula a nossa voz.
Mais uma vez, obrigada pela participação.
Boa leitura!

WhatsApp Image 2023 05 04 at 18.46.14 4Mas quem é o Sindicato?

Ele fica sentado em sua casa com o telefone?

Seus pensamentos são secretos, suas decisões
desconhecidas?

Quem é ele?

Nós somos ele, você, eu, vocês, nós todos.

Ele veste sua roupa, companheiro, e pensa
com a sua cabeça.

Onde moro é a casa dele,
e quando você é atacado, ele luta!

Mostre-nos o caminho que devemos seguir e
nós seguiremos com você.

Mas não siga sem nós o caminho correto.

Ele é, sem nós, o mais errado.

Não se afaste de nós.

Podemos errar e você ter razão, portanto não se
afaste de nós!

Que o caminho curto é melhor que o longo,
ninguém nega.

Mas quando alguém o conhece e não é capaz
de mostrá-lo a nós, de que nos serve sua sabedoria?

Seja sábio conosco!

Não se afaste de nós!

Adaptação do professor Helder Molina do poema ‘Mas quem é o partido?’ de Bertolt Brecht

WhatsApp Image 2023 05 04 at 18.46.14 2Fotos: Fernando SouzaAo som do berimbau, professoras e professores viajaram para o Brasil do século XVII. Oferecido pela AdUFRJ aos docentes sindicalizados, o passeio durou toda a manhã de sábado, 29, e encantou os participantes. Foi uma visita guiada afrorreferenciada – contada sob a perspectiva dos povos escravizados no país. O roteiro percorreu a chamada Pequena África, na região portuária do Rio. Lá, especificamente no Cais do Valongo, desembarcaram mais de um milhão de negros escravizados, vergonhoso fato que o tornou o maior porto receptor de mão de obra escrava do mundo.
O passeio, com 30 vagas, foi esgotado na primeira semana em que foi anunciado pela diretoria da AdUFRJ. A imersão começou às margens da Baía de Guanabara, ou Guanapará, como era chamada por cerca de 20 mil indígenas que viviam no seu entorno, quando os portugueses chegaram ao Brasil, no século XVI. Houve outros quatro pontos de parada: na Igreja de São Francisco da Prainha, cuja construção se iniciou em 1.696; no Largo de São Francisco da Prainha – a igreja e a praça levam esse nome porque havia uma praia onde hoje é a rua Sacadura Cabral; na Pedra do Sal, local de desembarque do sal importado da Europa, durante o Brasil-Colônia; e no Cais do Valongo – redescoberto em 2011, nas escavações para obras das Olimpíadas de 2016.
Em cada parada, mais uma história de resistência era desvelada sob olhares e ouvidos atentos de rostos jovens e maduros. Primeira diretora da Divisão de Saúde do Estudante, da então Superintendência de Políticas Estudantis, a professora Marilurde Donato, aposentada da Escola de Enfermagem Anna Nery, estava ansiosa por cada momento. “Minha expectativa é alta a cada ponto. Esse passeio serve para nos informar melhor e para nos formar”, opinou.WhatsApp Image 2023 05 04 at 18.46.14 3
Professora da Fisioterapia, Waleska Silveira levou os sobrinhos de 16 e 19 anos. “A gente já planejava fazer um passeio como este pela cidade e a AdUFRJ nos proporcionou a oportunidade perfeita”, contou. “Esse passeio nos faz conhecer uma perspectiva que a gente não aprende nas escolas”, observou Bernardo Correia, estudante do ensino médio. “Estou achando tudo muito interessante. As músicas tocadas são muito bonitas. Uma experiência enriquecedora”, completou a irmã, Ana Clara Correia, estudante de Engenharia de Alimentos da UFRJ.
Num dos pontos, descobrimos mais sobre o angu, prato tradicional e sagrado da culinária afrobrasileira, originalmente chamado zungu e proibido pelo Estado brasileiro. “As casas de zungu eram locais onde se fazia a comida, onde se reuniam muitos negros, onde tinha batuque”, contou Gabriel Siqueira, historiador e guia do passeio. “Era feito e vendido pelas negras minas no Rio, mulheres auto-organizadas, matriarcas do povo negro”. Eram conhecidas como negras minas por virem do Porto das Minas, na África.
Os ensinamentos da manhã de sábado foram transformadores. “A gente aprende tanta coisa! Estou gostando muito, muito!”, exclamou a professora Regina Célia Reis Nunes, aposentada do Instituto de Macromoléculas. “A AdUFRJ me presenteou com esse passeio que eu já queria fazer há tempos. Que passeio bom”, elogiou.
D3 5844“O professor é excelente. Tem realmente um conhecimento muito aprofundado”, completou a professora Lea Miriam Fonseca, aposentada da Faculdade de Medicina. “É muito importante a gente saber sobre a nossa história. Eu me emocionei em vários momentos”, revelou. “Parabéns à AdUFRJ pela iniciativa. Espero que esse programa continue e que a AdUFRJ me convide para os próximos”.
Quem também elogiou a programação foi a professora Angela Maria Pacheco, aposentada da Escola de Química. “Adorei o passeio. Aprendi muito aqui”, disse ela, que fez ainda uma sugestão. “Espero que haja outros passeios históricos e também ecológicos, com destaque para a botânica e meio ambiente”.
A próxima turma desbravará a Pequena África em 27 de maio, com ponto de encontro em frente ao Museu de Arte do Rio. Para participar, basta enviar um e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. com assunto “Pequena África”. O passeio é gratuito para professores filiados. Os aposentados têm direito a um acompanhante inteiramente grátis. Outros acompanhantes pagam R$ 30.

GUIA, CAPOEIRISTA,
HISTORIADOR, PROFESSOR

O guia da imersão na Pequena África foi o historiador Gabriel Siqueira, doutor em Políticas Públicas e Formação Humana e professor da educação básica e da Uerj. O docente também é capoeirista e escreveu os livros “Cativeiro Carioca”, que conta a história da perseguição aos capoeiras nas ruas do Rio de Janeiro, entre 1888 e 1930, e “Uma questão de raça – racismo, ações afirmativas e o caso da Uerj”, uma adaptação de sua tese de doutorado.
“Em 2022, fez 21 anos de ações afirmativas na Uerj, onde fiz o doutorado, e foi a ocasião para o lançamento do segundo livro, que é fruto da minha tese”, explica o historiador. “Mas, em 2015, já com algum acúmulo dessa perspectiva histórica, lancei ‘Cativeiro Carioca’, que trabalha a hipótese de cativeiro a céu aberto, com a criminalização da capoeira e o fenômeno do feitor público, papel desempenhado pela Guarda Real da Polícia no Rio de Janeiro”, conta o autor.
Guiar professores universitários a uma história ainda negligenciada pela academia é mais que um trabalho, é uma missão para o historiador. “Participar de um encontro de gerações, com professores com mais de 30 anos de magistério, me mostra o quanto a história do nosso povo ainda não está disponível para o grande público”, observa Gabriel Siqueira. “História que foi apagada, nomes e sobrenomes propositalmente apagados, para desumanizar o nosso povo. Eu me sinto realmente cumprindo a missão de divulgador dessa história que a História ainda não conta amplamente”.
Além do roteiro pela Pequena África, o historiador trabalha com outros circuitos afrorreferenciados, como visitas a quilombos, e vivências em aldeias, como a dos Pataxós de Parati.

 

WhatsApp Image 2023 05 04 at 18.46.15 2Foto: Fernando Souza/Arquivo AdUFRJDepois de consagrada a vitória da Chapa 10, dos professores Roberto Medronho e Cássia Turci, para a reitoria da UFRJ, é a vez de o Colégio Eleitoral da UFRJ se reunir para a segunda etapa do processo. Cabe aos conselheiros de todos os colegiados superiores da universidade elaborar a lista tríplice que será enviada ao presidente Lula para a nomeação do novo reitor. A reunião está marcada para o dia 16 de maio.
O Colégio Eleitoral segue o que regulamenta a Lei 9.192/95, com composição de, pelo menos, 70% de docentes. Técnicos e estudantes também formam o grupo. Fazem parte do Colégio Eleitoral os integrantes do Conselho Universitário, Conselho de Ensino de Graduação, Conselho de Ensino para Graduados, Conselho de Extensão Universitária e Conselho de Curadores.
Não existe na legislação atual uma vinculação formal entre a pesquisa feita com os três segmentos acadêmicos e as decisões do Colégio Eleitoral, mas os conselheiros costumam, tradicionalmente, respeitar a decisão da comunidade universitária. O vencedor da consulta interna encabeça a lista de candidatos a reitor, também como o mais votado no colegiado. Uma segunda lista, com os nomes dos candidatos a vice-reitor, é formada e também encabeçada pela vice da chapa eleita.
A posse da nova reitoria está prevista para acontecer no início de julho. Medronho e Turci comandarão a universidade até 2027.

NÚMEROS FINAIS
A apuração dos votos em separado para as eleições da reitoria da UFRJ foi encerrada na última terça-feira (2) à noite. A comissão eleitoral iniciou a contagem na sexta-feira, dia 28 de abril, logo após a totalização das urnas eletrônicas, mas pausou a apuração durante o feriado prolongado. O trabalho foi retomado na tarde do dia 2 e confirmou a vitória da Chapa 10, dos professores Roberto Medronho e Cássia Turci.
Confira os números:

Chapa 10
Professores: 2.253 votos – equivalentes a
18,2 pontos paritários
Técnicos: 2.536 votos – equivalentes a 10,3 pontos paritários
Estudantes:
6.835 votos – equivalentes a 3,3 pontos paritários
Total ponderado Chapa 10:
31,8 pontos paritários

Chapa 20
Professores: 835 – equivalentes a 6,7 pontos paritários
Técnicos: 2.066 – equivalentes a 8,4 pontos paritários
Estudantes: 9.792 – equivalentes a 4,7 pontos paritários
Total ponderado Chapa 20: 19,9 pontos paritários

COMO É O CÁLCULO
A fórmula paritária calcula o quociente de votantes pelo total de eleitores aptos de cada segmento (docentes, técnicos e estudantes), por chapa. Em seguida, multiplica-se o quociente de cada grupo por 1/3 e somam-se todos os quocientes. Por fim, multiplica-se por cem para se chegar ao percentual ponderado de votos por segmento.

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