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Por Francisco Procópio

 

WhatsApp Image 2023 05 25 at 19.34.007No dia 30 de maio, a UFRJ inaugura a Inyaga, uma incubadora de negócios de impacto social e ambiental. O projeto é liderado pela professora de Inovação e Empreendedorismo Eliane Ribeiro, da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC). O Parque Tecnológico é parceiro na iniciativa e vai disponibilizar a estrutura física, mobiliária e de telecomunicações. As empresas serão selecionadas por meio de edital, que será lançado em junho.

Temas como emergência climática, despejo de resíduos e fontes de energias renováveis estão no rol de interesse da incubadora, mas não só. “No edital precisamos considerar empresas que tenham vocação social e ambiental nas suas ações”, explica a professora Eliane.

As empresas selecionadas para a incubadora terão a oportunidade de estabelecer sua sede na Inovateca, localizada dentro do Parque Tecnológico. Nesse ambiente, elas receberão mentorias e apoio especializado para impulsionar suas atividades. “Estar na UFRJ é essencial para o desenvolvimento das empresas participantes e o ambiente ideal para a incubação”, avalia a coordenadora do projeto.

A parceria entre a universidade e a incubadora, na visão da professora da FACC, oferece benefícios para as empresas incubadas e para a própria UFRJ. “A universidade, com seu corpo de técnicos, professores e alunos, possui um grande potencial empreendedor que encontrará na incubadora um ambiente propício para potencializar suas ideias e projetos”, conta. A formação acadêmica do estudante também é impactada. “O aluno desenvolve, além de um lado empreendedor, o seu potencial de atuar junto à sociedade”.

Os recursos para a manutenção da nova incubadora são oriundos de outras empresas que atuam no Parque Tecnológico. A Inyaga é o primeiro projeto em parceria com o campus da Praia Vermelha, orgulha-se o diretor do Parque Tecnológico, professor Vicente Ferreira. “A interação do Parque com toda a universidade demonstra que ele realmente é uma parte da UFRJ”, afirma o professor.

De acordo com Ferreira, a instalação da Inyaga no Parque Tecnológico não apenas fortalece a relação com a universidade, mas “completa o ecossistema” do Parque. “O parque está no máximo do seu potencial de prestação de serviço à sociedade”, avalia. “Esse ecossistema trabalhará de forma coordenada evitando sobreposições e com colaboração entre incubadoras, mas sem perder a autonomia delas”.

A Inova UFRJ, responsável por promover a política de inovação da universidade, também está envolvida na constituição da nova incubadora. “A Inyaga dialoga com uma pauta extremamente importante e muito recente no Brasil”, observa a coordenadora Kelyane Silva. “Dialoga com a necessidade de um olhar estratégico sobre questões ambientais e sobre os desafios que a sociedade requer”.

A cerimônia de lançamento da incubadora de negócios de impacto social e ambiental será no dia 30 de maio, às 15h, na Inovateca.

NO VERMELHO

A liberação do orçamento suplementar para a educação superior não agradou dirigentes das universidades federais. O assunto foi tratado durante o Conselho Universitário desta quinta-feira (25). O reitor Carlos Frederico Leão Rocha criticou a tesourada da União nas instituições de ensino. “A Andifes (associação de reitores) foi muito proativa durante a transição de governo e conseguiu com o Congresso Nacional a destinação de R$ 1,75 bilhão para as universidades”, iniciou o dirigente. “Ocorre que o governo federal tinha problemas adicionais. Não havia recursos para uma série de outras ações e esse R$ 1,75 bi virou R$ 1,3 bi. Existe, portanto, uma grande insatisfação”, criticou.

Pró-reitor de Planejamento e Finanças, o professor Eduardo Raupp complementou o aviso. “Tínhamos expectativa de receber R$ 100 milhões de suplementação ao orçamento e quitar todas as despesas, mas recebemos R$ 64 milhões. Agora, caminhamos para fechar o ano com dois meses e meio em aberto”.

NOVOS EMÉRITOS

O Consuni aprovou por aclamação a concessão de títulos de professores eméritos a cinco docentes aposentados da UFRJ. Pela Coppe, o professor Segen Farid Estefen. Pela Faculdade de Letras, as professoras Carmen Lúcia Tindó Ribeiro Secco e Teresa Cristina Cerdeira da Silva. Pelo Colégio de Aplicação, a professora Ana Lucia de Almeida Soutto Mayor. Pela Faculdade de Medicina, o professor José Roberto Lapa e Silva. As cerimônias devem ocorrer já durante a gestão do professor Roberto Medronho, que falou emocionado sobre seu mestre José Roberto Lapa. “Ele foi o professor homenageado de minha turma de graduação. E seguirá sempre conosco”.

LIMA BARRETO

WhatsApp Image 2023 05 25 at 19.34.004Tomado de forte comoção, o Conselho Universitário também aprovou uma homenagem póstuma ao escritor Lima Barreto. O intelectual foi agraciado com o título de doutor Honoris Causa. O título foi uma iniciativa da professora Beatriz Rezende, da Faculdade de Letras, aprovado na Congregação da unidade e no Conselho do Centro de Letras e Artes.

Lima Barreto estudou na Escola Politécnica, antes de a UFRJ ser criada, mas sofreu racismo e abandonou o curso. Certa vez, escreveu: “É triste não ser branco”. Por duas vezes, foi internado no Hospício Pedro II – hoje Palácio Universitário – e morreu aos 41 anos, em 1922.

A justa homenagem emocionou os conselheiros. “É uma alegria presidir este Conselho hoje”, disse o reitor Carlos Frederico Leão Rocha. Diretor da AdUFRJ, o professor Ricardo Medronho lembrou de uma frase de Lima Barreto, de quando estava internado no hospício, e que está gravada no átrio do Palácio Universitário: “Um maluco, vendo-me passar com um livro debaixo do braço, quando ia para o refeitório, disse: ‘Isto aqui está virando colégio’”.

A região portuária do Rio é um verdadeiro museu a céu aberto, capaz de contar histórias das quais nos orgulhamos e aquelas dolorosas, que precisam ser lembradas para não serem repetidas. Um dos períodos mais vergonhosos para o Brasil é o da escravatura. O Rio de Janeiro, precisamente o Centro da cidade, sediou o maior porto receptor de africanos escravizados do mundo. Pelo Cais do Valongo passaram mais de um milhão de pessoas – negociadas como objetos – durante seus vinte anos de funcionamento.

Essa e outras histórias serão contadas no próximo dia 3 de junho, na segunda edição da visita guiada à “Pequena África”, na região portuária. A atividade é promovida pela AdUFRJ. O guia da imersão é o historiador Gabriel Siqueira. O ponto de encontro será em frente ao Museu de Arte do Rio (MAR), às 14h.

Munido de seu berimbau e de um profundo conhecimento sobre a história e cultura afro-brasileiras, Gabriel, que é capoeirista, doutor em Políticas Públicas e Formação Humana e professor, levará colegas da UFRJ a um passeio histórico, contado sob a perspectiva afrorreferenciada, isto é, pelo olhar dos povos escravizados no Brasil.

WhatsApp Image 2023 05 25 at 19.34.003A “viagem” durará aproximadamente três horas, com cinco pontos de parada, algumas músicas e muitas reflexões sobre quem fomos, quem somos e quem queremos ser. “É função também do sindicato promover atividades culturais que reúnam seus filiados, que os apresente a reflexões. O sindicato precisa criar mais formas de interação entre os professores”, defende a professora Ana Lúcia Cunha Fernandes, diretora da AdUFRJ e idealizadora da atividade. “A primeira edição foi um grande sucesso. Descobrimos que era uma demanda reprimida dos nossos professores”, conta.

Esta edição traz como ênfase a luta pela abolição da escravatura e os 135 anos da Lei Áurea. “É uma oportunidade também de refletirmos sobre o que foi todo o processo que culminou na abolição, suas marcas, suas conquistas, suas dívidas históricas”, avalia a professora.

Entre os locais visitados está o Largo da Prainha, que exibe a imponente estátua de Mercedes Baptista, primeira bailarina negra do Theatro Municipal e criadora do balé afro-brasileiro. Apesar de ter sido aprovada na seleção para o corpo de baile da instituição, Mercedes não foi autorizada a se apresentar por ser negra. Em 1981, a bailarina relembrou sua história: “Nem que pusesse um capacho cobrindo meu rosto me deixavam pisar em cena”.

Quem participou da primeira edição do passeio, recomenda. “É muito importante a gente saber sobre a nossa história. Eu me emocionei em vários momentos”, revela a professora Lea Miriam Fonseca, aposentada da Faculdade de Medicina. “Parabéns à AdUFRJ pela iniciativa. Espero que esse programa continue”.

O passeio é gratuito para professores sindicalizados. Acompanhantes pagam R$ 30. Docentes filiados aposentados têm direito a um acompanhante também gratuito. As inscrições podem ser feitas até o dia 29 de maio pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. As vagas são limitadas. Participe!

A instalação de uma mesa permanente de negociações com as entidades representativas dos segmentos da UFRJ — AdUFRJ, Sintufrj e DCE Mário Prata — é uma das novidades que o reitor eleito Roberto Medronho adiantou ao nosso jornal, em entrevista exclusiva que é o tema de capa desta edição. Segundo Medronho, o diálogo “levado à exaustão” será a forma pela qual a reitoria vai se relacionar com docentes, estudantes e técnicos, sobretudo em temas que demandam mais análise e debate, como o novo Canecão e a contratação dos serviços da Ebserh.

Sobre esses dois temas, o professor Medronho foi claro: vai levá-los adiante, respeitando as decisões do Conselho Universitário. “A Ebserh acabou sendo infelizmente utilizada como um esqueleto que se coloca no armário e se tira nas eleições. Tanto quanto o ponto eletrônico. Não vamos mais guardar a Ebserh no armário, vamos ter que decidir”, adiantou o reitor eleito, que promete dar o mesmo tratamento ao projeto do novo Canecão. Ele garantiu que não adotará o ponto eletrônico para os atuais servidores da UFRJ.

 Dois assuntos especialmente caros para a AdUFRJ também foram analisados na entrevista: as progressões múltiplas e os adicionais ocupacionais. Segundo ele, no que depender da reitoria, eles serão resolvidos. A AdUFRJ tem duas ações coletivas na Justiça sobre esses problemas, após esgotar as tentativas de resolvê-los no âmbito administrativo. No caso dos adicionais, há também ações individuais impetradas pelo sindicato com decisões favoráveis aos professores, que voltaram a receber os pagamentos cortados indevidamente. A ação coletiva das progressões teve seu pedido de liminar indeferido em primeira instância, mas a AdUFRJ já apresentou recurso ao Tribunal Regional Federal.

 No que depender da gestão eleita, os entraves administrativos que causam tantos problemas ao dia a dia da UFRJ serão atacados com prioridade. “Acabou o balcão”, garantiu Medronho, que promete um redimensionamento do quadro de pessoal da universidade. “Eu quero saber qual é a nossa força de trabalho. Como um gestor não sabe quantas pessoas trabalham na sua unidade? Essa informação tem que ser pública! Não quero ser nem bonzinho, nem mauzinho, quero ser justo”, afirmou o reitor eleito. Entre outras promessas, ele quer “refundar” a Minerva Assanhada e fazer da Ilha do Fundão um campus sustentável. Confira as promessas e as ideias do novo reitor nas páginas 3, 4 e 5.

Roberto Medronho e sua vice-reitora eleita, Cássia Turci, terão muito trabalho pela frente. O último Consuni, realizado nesta quinta-feira (25), deu uma pequena amostra disso em duas frentes importantes: a carência de pessoal e os cortes orçamentários. Por conta dos cortes, a UFRJ vai fechar o ano no vermelho — ou seja, a nova gestão vai assumir a universidade com dívidas (confira a matéria abaixo). A outra má notícia está na página 6 e vem da Comissão Temporária de Alocação de Vagas (Cotav): das 420 vacâncias, só 200 serão preenchidas este ano. Menos da metade.

Completam a edição, na página 7, uma matéria sobre as ações junto ao Executivo e ao Parlamento que o Observatório do Conhecimento desenvolveu esta semana em Brasília, e a criação da Incubadora de Negócios de Impacto Social e Ambiental, a Inyaga (que significa “nossa terra” em língua indígena da família tupi-guarani). Na página 8, saiba tudo sobre a segunda edição da visita guiada à Pequena África, iniciativa da AdUFRJ que vem recebendo boa aceitação dos nossos filiados.

A AdUFRJ está sempre aberta ao diálogo e saúda a iniciativa do novo reitor de instalar uma mesa permanente de negociações com as entidades representativas da universidade. É no debate, no contraponto de visões e conceitos, que se consolida a democracia.

Boa leitura!

WhatsApp Image 2023 05 17 at 19.53.45 3O Observatório do Conhecimento está com a agenda recheada de atividades para os próximos dias, em Brasília. São três as principais frentes de atuação junto ao Congresso e ao governo: um projeto de lei que acabe com a lista tríplice para a escolha de reitor; o apoio à formação da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas; e um projeto de lei para o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).
As comissões de Educação, de Ciência, Tecnologia e Inovação e de Legislação Participativa da Câmara aprovaram a realização de uma audiência pública conjunta sobre a nomeação de reitores. Em paralelo, o Observatório entrou em entendimento com a associação nacional de reitores (Andifes) de que a lei deve ser mudada para que não haja mais a lista tríplice. Agora, a rede de associações docentes atua para convencer o Ministério da Educação da pauta. No parlamento, a ideia é conduzir o parecer, sob relatoria do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), na mesma direção.
A intenção do Observatório é fazer uma semana de mobilização em torno do tema, na segunda quinzena de junho, quando acontecerá a audiência pública na Câmara, contando com a participação, além da Andifes, da UNE, ANPG e Fasubra.
Já a comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara aprovou a proposta da deputada Ana Pimentel (PT-MG) para a realização do seminário “O papel das Universidades e dos Institutos Federais na reconstrução de um projeto nacional de combate às desigualdades”, que será organizado pelo Observatório. A ideia consiste em apresentar a universidade pública como um espaço de produção de conhecimento essencial para um projeto de reconstrução do país, que engloba a luta contra as desigualdades. Serão quatro eixos de discussão relacionados ao papel das universidades no enfrentamento das desigualdades: economia, políticas raciais, políticas de gênero e mudanças climáticas. O objetivo é realizar essas discussões durante a semana de mobilização que está sendo organizada na segunda quinzena de junho.
Outra iniciativa que conta com o apoio do Observatório é a criação da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas. O deputado Tadeu Veneri (PT-PR) está liderando a coleta de assinaturas no Legislativo. A expectativa é que a frente contribua para o planejamento estratégico de ações em defesa da educação superior pública e seja, ao mesmo tempo, mais um canal de atuação do Observatório no Congresso.
O planejamento é para que o lançamento da frente aconteça também na semana de mobilização planejada para junho, em um evento que vai celebrar o aniversário de quatro anos do Observatório do Conhecimento.
Aproveitando a mobilização em torno do PL da escolha de reitores, o Observatório vai propor a transformação do decreto que criou o PNAES em uma lei. A intenção é propor, através de um parlamentar, a realização de uma audiência pública no Congresso sobre o tema. A questão também pode ser incluída como um dos eixos de trabalho da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas.
Além disso, por sugestão do Observatório, o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) encaminhou uma proposta de emenda ao relator da Medida Provisória do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), criando uma modalidade específica para a construção de moradias estudantis. No entanto, o parecer do relator, deputado Marangoni (União-SP), ainda não foi apresentado.
“Nossa agenda de maio é de planejamento para ações em junho, mas não é menos importante”, observou a coordenadora do Observatório, professora Mayra Goulart. “E estas três frentes de trabalho não resumem a nossa atuação este ano. Estamos articulando na Câmara a defesa da manutenção da Lei de Cotas. Estamos, em parceria com um grupo de pesquisadores, criando uma pesquisa sobre saúde mental nas universidades, e na fase final de elaboração do Orçamento do Conhecimento de 2023 e de um monitor para o orçamento. Ações junto ao Legislativo e à sociedade civil, no sentido de criar políticas públicas que valorizem a universidade e a Ciência”, explicou.

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