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WhatsApp Image 2021 09 03 at 22.42.58A REITORA Denise Pires de Carvalho, ao lado do vice Carlos Frederico Leão Rocha (dir.) e do diretor José Garcia Abreu - Foto: ANA MARIA COUTINHO/COORDCOMO Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) apresentou à reitoria o primeiro módulo de seu novo prédio de pesquisas, que comporta nove laboratórios voltados para a pesquisa científica de doenças degenerativas. “Nós pretendemos fazer uma inauguração pomposa, quando tivermos condições após o fim da pandemia”, disse o professor José Garcia Abreu, diretor do ICB. A obra, iniciada em 2012, sofreu atrasos nos últimos anos em função da crise orçamentária da universidade. “Apesar de não ter o prédio todo concluído, é uma sensação de alívio, de crescimento”, afirma o diretor.
Por enquanto, 80 pessoas já utilizam as instalações. Mas a expectativa é que o novo prédio beneficiará direta e indiretamente a pesquisa de mais de 200 professores, cerca de três mil alunos de graduação e de pós-graduação e pesquisadores de pós-doutorado. Até o momento, foram investidos R$ 26 milhões na construção, que recebeu recursos do Ministério da Saúde, da Finep, da própria UFRJ e de emendas parlamentares. O dirigente calcula que seriam necessários, no mínimo, mais R$ 26 milhões para concluir a edificação.
“Quando se investe na universidade, ela dá retorno. Temos nove laboratórios aqui, de uma diversidade de áreas, e vamos retribuir com novas descobertas, com formação de alunos”, afirmou o diretor. Mas a alegria pela conquista se mistura com a preocupação com a asfixia financeira. “Ao mesmo tempo em que temos uma estrutura nova para trabalhar, temos medo de que não seja possível fazer a manutenção das áreas recém-ocupadas”, completou.

painel orçamentárioPara aumentar a transparência sobre suas receitas e despesas, a UFRJ lançou um Painel Orçamentário-Financeiro, no último dia 31. A ferramenta virtual é fruto da cooperação entre a pró-reitoria de Planejamento e Finanças (PR-3) e a equipe de pesquisadores da Rede Data Science BR, grupo de pesquisa em ciência de dados liderado pela Universidade Federal do Oeste da Bahia. As transferências de recursos do MEC (ou de outros ministérios) para a universidade e os empenhos realizados em qualquer unidade da UFRJ serão registrados automaticamente no sistema e poderão ser acessados pelo público no dia seguinte, na página da PR-3. “É o máximo de atualização com que o sistema trabalha. E é o que podemos considerar ‘tempo real’. São as mesmas informações que os sistemas federais têm”, explica o pró-reitor de Planejamento e Finanças, professor Eduardo Raupp.

UFRJMar será virtual este ano

O Centro de Tecnologia realiza a 14ª edição do Festival UFRJMar. Por conta da pandemia, a programação deste ano acontece de maneira virtual com lives nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro. O evento de extensão busca aproximar a sociedade da produção acadêmica da UFRJ, sobretudo nas áreas associadas ao oceano e à cultura marítima. Foi idealizado pelo ex-reitor Carlos Lessa e implementado, em 2002, pelo professor Fernando Amorim, que atuava na Engenharia Naval e Oceânica. As atividades são gratuitas, abertas a toda a sociedade, mas com foco em estudantes dos ensinos fundamental e médio. As mesas e oficinas serão transmitidas pelo canal do Centro de Tecnologia no Youtube. A abertura do UFRJMar 2021 acontece no dia 14 de setembro, às 10h, com o espetáculo “Ciranda da Água”. Veja a programação em https://ct.ufrj.br/ufrjmar/.

UFRJ+100 olha para o futuro

O ciclo de comemorações pelo centenário da UFRJ se encerra na próxima semana. Entre os dias 8 e 10 de setembro (a universidade completa 101 anos no dia 7), a conferência “UFRJ +100: desafios para o Brasil” vai discutir como a instituição quer contribuir para o desenvolvimento do país ao longo do próximo século.
Serão 18 mesas, com temas como crise climática, segurança pública, desigualdade, impactos da pandemia, entre outros. Na ocasião, a universidade vai lançar um curta-metragem sobre suas pesquisas. Outro destaque será o lançamento do projeto “Visualiza UFRJ”, ferramenta virtual que permite conhecer, de forma interativa, diversos dados sobre a instituição e seu corpo social. O evento é gratuito e será transmitido pelo canal do Fórum de Ciência e Cultura, no Youtube. A programação completa pode ser acessada em: https://ufrjmais100.forum.ufrj.br.

No encontro virtual de lançamento da pesquisa “A liberdade acadêmica está em risco no Brasil?”, na quinta-feira (19), um dos testemunhos mais marcantes sobre o cerco cienciaelisaà livre expressão do pensamento no país veio de Conrado Hubner, professor de Diretor Constitucional da Universidade de São Paulo (USP) e colunista do jornal Folha de S. Paulo. “Intimidação é a tentativa de produzir medo e apreensão. E, nesse sentido, escolher alguns alvos para assediar, preferencialmente por instrumentos jurídicos, é estratégico. Eu acabei virando, há poucos meses, um desses alvos por um artigo que escrevi na Folha e por dois ou três tuítes”, relatou o professor no evento, que teve a mediação da jornalista Mônica Waldvogel.

Hubner responde queixa-crime pelos crimes de calúnia, injúria e difamação, apresentada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. “Com base nos mesmos fatos, ele me representou na Universidade de São Paulo, solicitando que meu caso fosse encaminhado à Comissão de Ética”, acrescentou o professor.

“O que faz os poderes máximos de uma República intimidarem e humilharem um professor universitário?”, questionou Debora Diniz. Licenciada sem vencimentos, a docente da Universidade de Brasília (UnB) vive fora do país, há três anos, em função de ameaças de morte por atuação relacionada à bioética e aos direitos reprodutivos das mulheres. Debora falou sobre a inversão de valores que culpa a vítima pelas perseguições sofridas. “É a instalação de uma pararrealidade”, disse. “Nós passamos a responder: será que ela não deveria ter escrito de outro jeito? E, com isso, nos confundimos nesse processo”.

Conhecido pelos posicionamentos críticos à política de Saúde do governo federal durante a pandemia de covid-19, o epidemiologista Pedro Hallal, ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), trouxe outros relatos de constrangimento.  “A gente é atacado na nossa liberdade de apresentar os resultados das nossas próprias pesquisas”, afirmou. “O caso mais grosseiro que aconteceu comigo foi coordenar uma pesquisa de âmbito nacional que teve uma coletiva de imprensa do Ministério da Saúde em que eu tive suprimido um slide que mostrava a desigualdade étnico-racial na distribuição da covid-19 no Brasil”. Esse caso foi relatado pelo próprio Hallal na CPI da Pandemia do Senado Federal.

Os três casos ganharam visibilidade em função da rede de solidariedade formada em torno dos pesquisadores. Contudo, segundo Maria Clara Santos, do Observatório do Conhecimento, a pesquisa sobre violações e ameaças à liberdade de cátedra pretende jogar luz sobre todos os tipos de censura.  “Queremos saber tanto dos casos graves e de grande repercussão, como dos que envolvem as pequenas nuances da perda de liberdade e autonomia acadêmica em nosso dia a dia”, afirmou.

Entre as ameaças mais sutis à democracia nas universidades, docentes e pesquisadores citam o desrespeito à autonomia para escolha de reitores, o estrangulamento financeiro das universidades e a imposição de critérios não acadêmicos para aprovação de eventos por agências de fomento. “Produzir dados da realidade hoje é uma ato de resistência”, destacou a procuradora da República Débora Duprat, quarta convidada da mesa.

Para a vice-presidente da SBPC, Fernanda Sobral, os últimos anos foram de retrocessos para a liberdade de ideias e de expressão, essenciais ao desenvolvimento do trabalho científico. Também da SBPC, a antropóloga Maria Filomena Gregori apontou na mesma direção: “Nos últimos anos, as garantias constitucionais em defesa da Ciência não têm sido observadas, sequer respeitadas”, alertou.  

O questionário da pesquisa “A liberdade acadêmica está em risco no Brasil?” é voltado para toda comunidade acadêmica. E pode ser respondido de forma anônima pelo link https://pt.surveymonkey.com/r/CYCS3YB. O preenchimento não leva mais do que dez minutos.

 

DEBATEDORES

 

“A liberdade de escolha democrática nas universidades está prejudicada. A própria liberdade de financiamento está desprotegida por um histórico, no Brasil, de uma confusão muito grande entre as políticas de Estado e as políticas de governo.”
Pedro Hallal

 

“[As perseguições] têm um efeito contagioso. No meu caso, como são muito gravosas à universidade, a vítima passa a ter um efeito radioativo. Ela não pode estar em comum espaço aos outros. Ela não pode existir como um corpo na esfera pública sem um dever de proteção, pelo caráter difuso das ameaças de colocar os outros em risco. Por esse caráter contagioso, elasimpõemuma censura antecipada. O medo de se tornar esse personagem radioativo impõe uma autocensura, qualquer que seja a agenda de pesquisa.”
Debora Diniz

 

“Um professor que considera golpe o impeachment de 2016 criou um curso, concordemos ou não com o termo. E o ministro da Educação, à época, antes mesmo desse governo, interferiu. Houve um movimento de reação bonito, mas é uma interferência concreta. Durante o período eleitoral de 2018, a polícia invadiu o espaço da universidade, interrompendo aulas, debates etc. São formas sérias de ataque à liberdade acadêmica.”
Conrado Hubner

WhatsApp Image 2021 09 03 at 22.45.35SINTONIA: Davi e o músico Paulinho Moska, um dos padrinhos do projeto - Foto: divulgaçãoÉ preciso renascer das cinzas. Davi Lopes, um bombeiro que atuou no combate às chamas que incendiaram o Museu Nacional, decidiu reaproveitar madeiras dos escombros para transformá-las em instrumentos musicais. Sua realização foi acompanhada por uma equipe de filmagem, que fez dessa história um documentário para mostrar a trajetória do brigadista, que é também músico e luthier. “Na ocasião do incêndio, eu juntei todos esses sonhos e paixões de vida com a minha vontade de ajudar ao museu”, afirmou Davi, em uma live realizada pelo Museu Nacional no dia 30, para conversar sobre a história que deu origem ao documentário.
Nomeado “Fênix: O Voo de Davi”, o filme foi lançado na plataforma de streaming Globoplay na sexta-feira (2), mesma data em que o incêndio do Museu Nacional fez três anos. O amor de Davi pelo museu, no entanto, começa muito antes. “Ele faz parte da minha vida desde a infância. Eu gostava de ir para lá no dia do meu aniversário, em visitas da escola, ou quando eu pedia para meus pais”, contou o bombeiro. O carinho pelo local também foi transmitido para suas filhas, quando elas eram crianças. “No dia do incêndio, eu estava chegando em casa quando minha filha me disse que o museu estava pegando fogo. Quando eu vi o tamanho do incêndio, imediatamente fui para o quartel colocar meu uniforme e ajudar de alguma forma”, afirmou.
Davi e muitos outros bombeiros auxiliaram no combate ao incêndio até o dia seguinte. “No dia 3, o sentimento era somente de chorar pelas perdas”, disse. Contudo, foi naquele momento que Davi teve a ideia de reaproveitar as madeiras dos escombros para produzir instrumentos. “A partir do dia 4, eu comecei a ir ao museu todos os dias, carregando um violão que eu já havia feito com madeiras reaproveitadas, para observar o que seria feito com aquelas madeiras dos escombros”, completou.
Sua paixão pela música se iniciou ainda quando criança. Aos dez anos, Davi já estudava e tocava saxofone. “Quando eu entrei no Corpo de Bombeiros, por concurso em 1997, eu já era músico, apaixonado pelo violão e pelas madeiras. Ali eu comecei a perceber que tinham madeiras nos incêndios que poderiam ser reutilizadas”, lembrou Davi. Segundo ele, muitas mobílias e construções do Rio Antigo foram feitas com madeiras nobres, ótimas para a luthieria, que é a confecção, de modo artesanal, de instrumentos musicais.
“Em 2000, eu comecei a recolher e juntar essas madeiras abandonadas na rua, em incêndios e em demolições, mesmo sem saber ainda construir”, explicou. Em 2007, depois de dez anos de serviço como bombeiro, Davi tirou uma licença e foi até São Paulo para fazer um curso com o luthier Regis Bonilha, que lhe deu os primeiros ensinamentos. “Estudei também com outros luthiers, em Minas e no Rio, e fui adquirindo as técnicas com o uso daquelas madeiras que eu já vinha juntando”.
Em suas visitas diárias ao museu após o incêndio, Davi passou a tocar violão e explicar sua ideia para os guardas. Sua história se tornou conhecida pelos funcionários, até chegar a Fernanda Guedes, coordenadora de comunicação do Museu Nacional. Ela foi a responsável por abrir as portas para a ideia do bombeiro. Fernanda mediou a live, que contou também com a participação de Vinícius Dônola e Roberta Salomone, que fizeram o roteiro e a direção do filme, ao lado de João Rocha.
As madeiras resgatadas dos escombros foram utilizadas para construção de cinco instrumentos: um cavaquinho, um bandolim, um violino e dois violões. O filme mostra o processo de confecção, e a testagem desses instrumentos por parte de grandes artistas brasileiros. “Nós pegamos esses instrumentos e os levamos para um dos nossos padrinhos, o Paulinho Moska. Ele já estava encantado com a história do Davi, mas ainda não sabia da qualidade dos instrumentos”, contou Vinícius Dônola.
Segundo Roberta Salomone, Paulinho Moska e todos os outros músicos escolhidos se encantaram com a beleza e qualidade sonora dos instrumentos. São eles Paulinho da Viola (violão), Gilberto Gil (violão), Hamilton de Holanda (bandolim), Nilze Carvalho (cavaquinho) e Felipe Prazeres (violino). Os padrinhos já planejam turnês com seus respectivos “afilhados”. Inicialmente, a equipe havia pensado em leiloar os instrumentos para arrecadação de fundos, mas chegaram ao entendimento de que eles são um patrimônio do museu. “Eles serão expostos para que as pessoas possam conhecer de perto, mas não podem ficar parados, eles precisam ser tocados”, comentou Roberta. Ela acredita que os instrumentos carregarão uma forte simbologia onde quer que estejam. “Eles são representantes do museu, da arte, da nossa cultura, desse sonho do Davi e desse renascimento que está todo mundo buscando”, finalizou.

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Mestre de várias gerações de jornalistas no Brasil, o professor Nilson Lage faleceu na segunda-feira (23), aos 84 anos. Graduado em Letras, mestre em Comunicação, doutor em Linguística e Filologia (todos pela UFRJ), Nilson começou a carreira de professor no início dos anos 1970, no Instituto de Artes e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (IACS/UFF), onde permaneceu até 1988. Foi docente do curso de Jornalismo na Escola de Comunicação da UFRJ (ECO), entre 1977 e 1991. Aposentou-se em 2006, como professor titular do Departamento de Jornalismo da UFSC, onde ainda atuava como colaborador voluntário na pós-graduação. Trabalhou nos jornais O Globo, Jornal do Brasil, Diário Carioca e Última Hora, além da TV Educativa (TVE). É autor de obras de referência como “Ideologia e técnica da notícia” (Vozes, 1979), “Linguagem jornalística” (Ática, 1986) e “Controle da opinião pública” (Vozes, 1998).

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