A Adufrj-SSind foi fundada em 26 de abril de 1979, justamente no momento em que a comunidade universitária lutava pela anistia e reintegração de seus docentes que tiveram direitos políticos cassados e foram impedidos de exercer suas atividades acadêmicas, de ensino e pesquisa.
Naquele ano, em 25 de junho, a primeira diretoria da Associação Docente, presidida pelo professor Luiz Pinguelli (hoje diretor da Coppe), promoveu uma solenidade de homenagem aos professores perseguidos (a lista pode ser conferida no quadro), com exigência pela volta deles aos quadros das universidades e institutos de pesquisa. E com pleno direito de ressarcimento dos prejuízos morais e materiais causados a eles.
Trinta anos depois, em 2009, a Seção Sindical realizou uma nova e emocionante solenidade para reverenciar estes mestres da UFRJ. Infelizmente, nem todos puderam estar presentes e foram representados por familiares.
Os cassados na luta pela universidade
Abelardo Zaluar
Alberto Coelho de Souza
Alberto Latorre de Faria
Álvaro Borges Vieira Pinto
Alvércio Moreira Gomes
Augusto Araújo Lopes Zamith
Aurélio Rocha
Darcy Ribeiro
Dumerval Trigueiro
Elisa Esther Frota Pessoa
Eulália Maria Lahmeyer Lobo
Evaristo de Moraes Filho
Fernando Braga Ubatuba
Francisco Mangabeira
Guy José Paulo de Holanda
José Leite Lopes
Heleno Cláudio Fragoso
Hermes Lima
Hugo Weiss
Jayme Tiomno
João Christóvão Cardoso
José de Lima Siqueira
José Stamato
Josué Apolônio de Castro
Lincoln Bicalho Roque
Manoel Maurício de Albuquerque
Maria Laura Mousinho Leite Lopes
Maria Yedda Leite Linhares
Marina São Paulo de Vasconcellos
Mário Antônio Barata
Mario Schenberg
Marisa Coutinho
Max da Costa Santos
Moacyr Vaz de Andrade
Moema Eulália de Oliveira Toscano
Oswaldo Herbster de Gusmão
Plinio Susskind Rocha
Quirino Campofiorito da Rocha
Sarah de Castro Barbosa
Victor Nunes Leal
Wanderley Guilherme dos Santos
Leia mais: Adufrj-SSind lutou pelo retorno dos docentes cassados pela ditadura
Contrariando prognósticos apocalípticos dos setores pró-Ebserh, atual direção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho começa uma gradual recuperação da maior unidade de saúde da instituição
“A UFRJ tem plenas condições de administrar seus hospitais”, diz Eduardo Côrtes
Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Três meses após a posse de uma nova diretoria e aproximadamente nove meses depois da atuação da reitoria no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), resultados positivos começam a aparecer. E isso ocorre sem a adesão da UFRJ à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), contrariando os prognósticos apocalípticos daqueles que defendiam a proposta privatizante do governo federal.
Claro que há muito para melhorar, mas, por exemplo, sete elevadores (sendo um exclusivo para pacientes e outro, para cargas) estão em pleno funcionamento. Quatro deles foram totalmente reformados com o apoio da Pró-reitoria de Gestão e Governança (PR-6).
O novo diretor do HUCFF, professor Eduardo Côrtes, informou que, mesmo com uma dívida em torno de R$ 6,5 milhões, de 2013, os esforços para atender às demandas do hospital estão sendo realizados. “Já pagamos mais de R$ 1 milhão em dívidas com recursos próprios. As ações que vimos realizando desde que assumimos a direção também estão sendo tocadas com recursos próprios. Estamos trabalhando muito, otimizando custos. Há alunos e professores da Escola Politécnica envolvidos nos projetos. A UFRJ tem plenas condições de administrar seus hospitais”, disse.
Além da reforma dos elevadores, a direção do HU mudou a forma de funcionamento dos equipamentos. Antes, todos paravam em todos os andares. Agora, a partir das demandas identificadas, houve uma divisão no atendimento aos diversos andares do hospital. O resultado é que o subsolo do prédio não apresenta mais a gigantesca fila. Em determinados horários, funcionários, alunos, professores e pacientes chegavam a ficar de 40 minutos a uma hora aguardando o elevador. Ou se aventuravam dez, 12 andares de escadas.
Ampliação da capacidade de internação
O diretor do HU informou que diversas ações de sua gestão estão na fase de projetos. É o caso da recuperação do 11º andar do hospital e da cozinha: “Queremos voltar a fazer a comida na nossa cozinha para que os nossos nutricionistas controlem e coordenem as refeições do hospital”. Hoje, uma empresa terceirizada fornece a alimentação, preparada fora da universidade.
O CTI da Cirurgia Cardíaca e a Unidade Coronariana, no quinto andar, também estão na lista de projetos a serem executados: “Aquela área ficou esquecida depois do abalo estrutural do prédio (em 2010) e ninguém nunca mais fez nada”, disse Côrtes. Também está em andamento a reforma dos telhados do hospital. “As goteiras do CTI foram corrigidas e com isso conseguimos aumentá-lo de seis para 12 leitos”.
Está em andamento a reforma de três salas cirúrgicas especializadas em cirurgias oculares: “Acreditamos que até o fim de março as salas estarão prontas para serem utilizadas. Queremos realizar 500 cirurgias de catarata”, informou o diretor. Até o fim do mês, há a previsão de ficar pronta a sala cirúrgica de otorrinolaringologia, no terceiro andar.
Ocupe o HU
Por mais incrível que possa parecer, três andares do HUCFF estão parcialmente vazios, segundo informações do diretor. Alas inteiras dos sexto, sétimo e nono andares não possuem nem salas de cirurgias, nem enfermarias, nem salas administrativas. São alas inacabadas, quase como uma extensão da implodida “perna seca”. “Precisamos ocupar esses andares com enfermarias. Não entendo o motivo pelo qual eles estão vazios. Isso vai aumentar e muito nossa capacidade de internação e leitos. É isso o que queremos”.
Licitação a caminho
A pró-reitora Araceli Cristina Ferreira disse que prepara a licitação de outros três elevadores. “Também começa nesta semana a reforma para instalação do angiógrafo (equipamento para diagnóstico e tratamento por dentro dos vasos sanguíneos). Esta é uma pendência de pelo menos dois anos”, destacou a pró-reitora. Outro moderno aparelho, o Pet Scan (serve para detectar tumores e facilitar diagnósticos mais precisos de diferentes doenças) também está em fase de instalação. Um projeto para a recuperação de outros seis elevadores foi entregue à reitoria, segundo o diretor Eduardo Côrtes.
Ordem na casa
A professora Araceli informou que neste momento está em curso o mapeamento de processos do HUCFF, que começou pela Divisão de Engenharia (DEG) do hospital: “Já estabelecemos as novas rotinas da divisão. Esse mapeamento está se estendendo para a Divisão de Atividades Gerenciais (DAG). Vamos discutir com a área, apresentar plano para a direção do hospital e realizar as mudanças que forem necessárias”, destacou.
Ela informou que o trabalho consiste em definir as responsabilidades de cada uma das divisões, protocolos, formulários, manuais de procedimento.
O trabalho da pró-reitora não tem prazo definido para acabar, mas ela destaca que o objetivo é fortalecer a equipe do hospital: “Estas são ações de longo prazo. Ficaremos lá enquanto for necessário, mas nosso esforço é fazer com que o HU caminhe com as próprias pernas”.
Adufrj-SSind elenca pontos críticos a serem levados para reunião do Setor das Federais, em Brasília
Elisa Monteiro
Carreira, salários e privatização da Educação e da Previdência foram os temas eleitos como os mais preocupantes pelo movimento docente da UFRJ na Assembleia Geral realizada dia 27, na Escola de Serviço Social. A pauta será levada pela Adufrj-SSind ao encontro setorial dos representantes sindicais das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do Sindicato Nacional (Andes-SN) no final de semana de 29 e 30 (após o fechamento desta matéria).
Valorizar esses pontos prioritários na negociação com o governo (o texto detalhado encontra-se mais abaixo) foi a proposta que venceu, na votação, a possibilidade de greve imediata. Vale observar que a construção do movimento grevista permanece como forma de luta necessária, segundo a maioria das intervenções na AG. “O movimento é de buscar avançar na negociação. Indicamos as prioridades e o Andes-SN vai levar ao governo as expectativas das Ifes. O resultado dessa conversa volta para avaliarmos na base”, resumiu Cristina Miranda (CAp). “A greve não está completamente descartada. Apenas é o último recurso”, completou. O indicativo da AG é ampliar a mobilização local em torno da pauta nacional até a próxima reunião com o MEC em abril.
O “embate” entre propostas para regulamentação interna da progressão na UFRJ também foi discutida. Integrante da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD), Rogéria de Ipanema (da EBA) criticou a chegada de paraquedas da formulação da Comissão de Legislação e Normas (CLN) ao Consuni. O caráter excludente da proposta, que restringe a um pequeno grupo com atividades na pós-graduação o acesso ao topo da carreira também recebeu duras críticas. “Eu fiz concurso para a UFRJ não para a Capes”, disse Gerson Luiz Marinho (EEAN).
Disputa interna?
Luciano Coutinho (diretor da Adufrj-SSind e professor da FACC) condenou o modelo de carreira “para poucos” que, em sua leitura, cria “uma concorrência absurda” entre os pares. Sobre a lei nº 12.772, Maria Malta (IE) destacou que “representou perdas reais para 80% dos docentes das Ifes em nível nacional e para 80% da UFRJ, também”. O foco da luta nacional, em relação à carreira, está na diminuição das distorções e recuperação de perdas salariais. “Tenho colegas com mesmas funções que a minha que receberam aumento diferente”, pontuou Cristina Miranda (CAp), frisando que a nova carreira “afasta ainda mais” os EBTT dos docentes do Magistério Superior. “Além do reajuste, o que precisamos é de uma recomposição da tabela”, continuou.
João Torres (Instituto de Física) foi o único a defender o acordo assinado com governo. “Foi o melhor acordo de todas as categorias”, avaliou no debate. Os demais docentes reafirmaram uma carreira única acessível a toda categoria. José Henrique Sanglard (diretor da Adufrj-SSind e Escola Politécnica) lembrou que foi a primeira greve docente depois de instalada a ditadura civil-militar de 1964, no final de 1980, que garantiu a unificação das autarquias e fundacionais “em uma só carreira”. E destacou que os motivos que levaram à greve de 2012, longe de serem resolvidos, apenas se aprofundaram: “O acordo assinado com Proifes não representou nada de positivo. E, em termos de estrutura, um ano depois, as condições são piores”. A questão foi reforçada por Mariana Trotta (FND). Segundo ela, no Direito, assim como os Assistentes, os professores substitutos relatam “dificuldades de se manterem com o salário no Rio de Janeiro”.
Onda privatista
Dentro da agenda nacional, o tema da mudança de eixo do Plano Nacional de Educação (PNE) foi o mais destacado na assembleia. A exclusão do termo “pública” da lei amplia a política de desvio de orçamento da Educação Pública para a iniciativa privada. “Quanto de recurso foi injetado na recém-fechada Gama Filho via Prouni? E agora o que será feito desses estudantes, professores e demais profissionais de educação?”, afirmou Vera Salim (Coppe).
Já o presidente da Adufrj-SSind, Claudio Ribeiro, sublinhou o tema previdenciário, “Apenas nessa assembleia, temos diferentes níveis de previdência. Na última quarta-feira, tomaram posse cerca de 20 novos professores. Eles ingressam já sem direito à aposentadoria que passe do teto do regime celetista. A tendência é que, no futuro, sejamos questionados em nossa aposentadoria quase integral, apontados como castas sem sermos”.
Deliberação da AG Adufrj-SSind
A Assembleia Geral da Adufrj-SSind, reunida no dia 27-03, às 18h, no auditório da Escola de Serviço Social, deliberou da seguinte forma o item de pauta intitulado: Estratégia de lutas e indicativo de greve do Andes-SN; indicando:
Definir calendário para construção de Estado de Mobilização que aprofundará pontos essenciais de pauta a partir da pauta geral protocolada pelo Andes-SN aprovada no 33º
Congresso em fevereiro, indicando:
1 – Rodada de atos de mobilização (debates, seminários, reuniões de unidade, de centro, etc) com o intuito de priorizar pontos essenciais de pauta de cada IFE, culminando com rodada de AGs que levarão estes resultados para reunião do setor das IFES;
2 – Reunião do Setor das IFES para sistematizar a pauta nacional a partir dos pontos essenciais indicados;
3 – Apresentar ao MEC os pontos essenciais da pauta já protocolada a serem priorizados;
4 – Nova rodada de AGs seguida de reunião do setor das IFES para debater, a partir do cenário de negociação existente, o indicativo de greve do Andes-SN.
A Assembleia Geral da Adufrj-SSind indicou os pontos de pauta considerados por ela essenciais:
1 – Condições de trabalho;
2 – Recuperação das perdas salariais tendo como referência a recom
posição atualizada da tabela do Andes-SN, corrigindo distorções, inclusive, de reajustes diferenciados entre classes/níveis. Articular o debate da carreira a partir desta pauta salarial.
3 – Plano Nacional de Educação;
4 – FUNPRESP;
Por fim, deve-se destacar que há, também, uma questão local e urgente de pauta da UFRJ que é a regulamentação da progressão da carreira.”
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Ato na Faculdade Nacional de Direito - Rua Moncorvo Filho, nº 08, Centro, neste dia 31 de março, às 16h30.
A atividade conta com a organização da Adufrj-SSind, do DCE, do CACO-FND e do Coletivo de Mulheres da UFRJ.
Três delas desapareceram na Guerrilha do Araguaia
O que Ana Maria Nacinovic Corrêa, Áurea Eliza Pereira Valadão, Jana Moroni Barroso, Maria Célia Corrêa, Maria Regina Lobo Leite de Figueiredo e Sônia Maria de Moraes Angel Jones têm em comum? Todas elas, com alguma passagem pela UFRJ, foram assassinadas na luta contra a ditadura militar. Para relembrar os feitos valorosos dessas mulheres, haverá um evento (“50 anos do golpe e suas marcas na UFRJ”) nesta segunda-feira, 31 de março, na Faculdade Nacional de Direito, às 16h30.
O evento na FND dará início a uma série de outras atividades da Adufrj-SSind que relembrarão, durante o mês de abril, o impacto da ditadura em Unidades da UFRJ. A homenagem nesse dia será feita às mulheres que lutaram e aos alunos e professores da FND perseguidos pela ditadura. Há 50 anos, no dia 31 de março de 1964 a Faculdade Nacional de Direito foi invadida e seus alunos cercados por tanques e tropas militares golpistas. Com os alunos presos do lado de dentro do prédio, os militares atiraram contra a fachada e tentam incendiá-lo, mas são contidos pelo capitão Ivan Proença. Ele ordena à sua tropa que impeça o massacre, e arrisca a própria vida, entrando, em meio a fogo e tiros, para salvar os estudantes. Acabou preso por seu ato de bravura.
As ex-alunas
Ana Maria Nacinovic Corrêa, aos 21 anos, ingressou como segunda colocada na Escola de Belas Artes da universidade. Sua fotografia estava estampada em cartazes nos aeroportos, rodoviárias e outros lugares públicos; apontavam-na como uma subversiva perigosa. Foi metralhada e morta na Mooca, em São Paulo. Os agentes do DOI/CODI, montaram uma emboscada para ela e alguns colegas num restaurante. De imediato, foram fuzilados. Ana Maria ainda vivia quando um policial, ouvindo seus gritos de protesto e de dor, aproximou-se e desferiu uma rajada de fuzil à queima-roupa, estraçalhando-lhe o corpo, em 1972. Tinha 25 anos.
Áurea Eliza Pereira Valadão, Prestou vestibular, aos dezessete anos, para o Instituto de Física da UFRJ, em 1967, onde pretendia estudar Física Nuclear. Participou intensamente do movimento estudantil no período de 1967 a 1970, tendo sido membro do Diretório Acadêmico de seu Instituto. Militante do Partido Comunista do Brasil, desapareceu na Guerrilha do Araguaia, aos 24 anos, em 1974.
Jana Moroni Barroso cursou o Instituto de Biologia da UFRJ, onde ingressou na vida política. Trabalhou como uma das responsáveis pela imprensa clandestina do PCdoB. Desaparecida desde 1974, na Guerrilha do Araguaia, quando tinha 26 anos.
Maria Célia Corrêa, bancária e estudante de Ciências Sociais da Faculdade Nacional de Filosofia, hoje UFRJ, era militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Em 1971, foi viver na região do Araguaia. Desaparecida, aos 29 anos.
Maria Regina Lobo Leito de Figueiredo, militante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), foi aluna do Colégio de Aplicação da UFRJ. Era formada em Pedagogia pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Enquanto aluna, teve intensa participação no movimento estudantil. Após o golpe de 1964, ingressou no movimento Ação Popular e, posteriormente, na organização Var-Palmares. Foi morta aos 33 anos, em março de 1972.
Sônia Maria de Moraes Angel Jones, era militante da Ação Libertadora Nacional (ALN). Também era aluna do Colégio de Aplicação da antiga Faculdade Nacional de Filosofia e, posteriormente, na Faculdade de Economia e Administração da UFRJ, mas não chegou a se formar, sendo desligada pelo Decreto nº477 (conhecido como o “AI-5 das universidades”), de 24 de setembro de 1969. Foi morta em São Paulo, em 1973, aos 27 anos.
Organização
A atividade na Faculdade Nacional de Direito conta com organização da Adufrj-SSind, do Centro Acadêmico Candido Oliveira (CACO-FND), DCE e Coletivo de Mulheres da UFRJ.