facebook 19
twitter 19
andes3
 

filiados

Durante o Dia Nacional de Mobilização dos Servidores Federais, o ato unificado do Rio de Janeiro, no Centro, foi marcado pelas homenagens à trabalhadora Cláudia Ferreira. Ela foi baleada em Madureira no último domingo, colocada no porta-malas de um camburão e, quando a tampa do veículo abriu, acabou arrastada por dezenas de metros na rua.

Mais cedo, na UFRJ, os professores realizaram reuniões no prédio da reitoria, no campus da Praia Vermelha e no Colégio de Aplicação. Discutiram carreira, salários e condições de trabalho.

Leia mais sobre estas atividades e a manifestação ocorrida em Brasília na próxima edição do Jornal da Adufrj.

Foto: Samuel Tosta

 

Todos ao ato unificado dos Servidores Públicos Federais
 

Atividade complementa calendário de debates da UFRJ, neste dia 19, sobre carreira docente e condições de trabalho

A Adufrj-SSind e a Regional-RJ do Andes-SN convocam os professores da UFRJ a somarem forças na manifestação dos Servidores Públicos Federais nesta quarta-feira (19), com concentração na Candelária às 16h e passeata até a Cinelândia. O ato complementará o calendário de atividades no Dia Nacional de Lutas dos SPF e contará com a participação do Fórum de Lutas do Rio de Janeiro. 

Seu objetivo é dar visibilidade à luta e às reivindicações dos servidores públicos por melhores condições de trabalho, salário e qualidade dos serviços públicos. Ao mesmo tempo, visa denunciar que o estado que precariza e privatiza a saúde, a educação e o transporte público, é o mesmo que mata a juventude negra e pobre moradora das favelas e periferias.

Neste sentido: 

“Somos todos Claudia, pela desmilitarização da PM, já!”

“Tem dinheiro para a COPA, mas não tem para a saúde e para a educação!” 

Exigem 86,7% de reposição de perdas salariais e pagamento de 65% para remuneração da Dedicação Exclusiva

Haverá protesto no próximo dia 19, no Rio

Em assembleia que contou com a presença de mais de 120 docentes, foi aprovada por unanimidade a deflagração de greve por tempo indeterminado na Universidade Estadual do Norte Fluminense, desde o dia 13.

Os professores ratificaram a pauta de reivindicações de 2013, já encaminhada ao governo do Rio de Janeiro, que destaca dois pontos: reposição de 86,7% das perdas salariais relativas ao período entre 1999 e 2013; e pagamento de 65% pelo regime de Dedicação Exclusiva.

A decisão unânime pela deflagração da greve é resultado de grande indignação dos docentes da Uenf quanto ao tratamento desrespeitoso do governo Sérgio Cabral. Nos últimos três anos, o movimento dos professores da Uenf tentou, por diversas vezes, negociar, sem que houvesse qualquer avanço

Homenagem aos garis

A assembleia decidiu ainda adotar a cor laranja para simbolizar o movimento de greve em referência à luta dos garis da Comlurb. Afinal, eles recentemente conquistaram uma importante vitória contra a prefeitura do Rio de Janeiro, também comandada pelo mesmo partido (PMDB) do governador Sérgio Cabral.

Manifestação no Rio

Integrante do Conselho de Representantes da associação de docentes daquela universidade (Aduenf), o professor Marcos Pedlowski informa que o governo do Rio é o que menos gasta, proporcionalmente, com funcionalismo em todo o país. “Por isso, os piores salários estão aqui”. Ele adianta que a próxima atividade do movimento grevista será uma manifestação em frente à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, no Centro do Rio, no próximo dia 19. (Com informações do Andes-SN)

A reforma ainda aguardada

Em seminário na Uerj, debate sobre as mudanças anunciadas pelo ex-presidente João Goulart, em 1964, dá destaque àquela que iria transformar o Brasil: infelizmente, reforma agrária nunca saiu do papel

Coordenador do MST afirma que agronegócio dificulta empreitada

Guilherme Karakida. Estagiário e Redação

Como forma de homenagear os 50 anos de Comício na Central, um seminário foi realizado na Uerj, exatamente em 13 de março. Nesta data, em 1964, diante de aproximadamente 200 mil pessoas na famosa estação de trens do Rio, o presidente João Goulart apresentou seu projeto de governo com Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul. 

Entre as anunciadas reformas de base, destaque para a reforma agrária, que jamais saiu do papel na agenda política brasileira. Quando esteve mais próxima de ser executada, foi abortada pelo golpe civil-militar naquele mesmo ano.

João Pedro Stédile, coordenador nacional do MST, participou da mesa e reconheceu a ousadia das ideias de Jango. “Foi a proposta mais radical de reforma agrária que já tivemos até hoje, porque redistribuía terras acima de 500 hectares. Imagine falar com o Blairo Maggi (senador, da bancada ruralista) que ele só pode ter isso?”, brincou.

Em outros países, o exemplo

Segundo ele, a reforma agrária foi fundamental para o desenvolvimento econômico e social dos países desenvolvidos. No Japão, por exemplo, foram desapropriadas áreas acima de quatro hectares e, com isso, 2,4 milhões de famílias camponesas foram contempladas, o que impulsionou a economia. Naquele contexto pós-Segunda Guerra Mundial, vale ressaltar, a economia japonesa estava falida.

Da mesma forma, Abraham Lincoln, no século XIX, decretou a reforma agrária nos EUA e 300 milhões de hectares foram distribuídos para a sociedade, contribuindo para o fortalecimento do Estado. 

Agronegócio é o grande inimigo

No entanto, para Stédile, pôr em prática a reforma agrária hoje é mais difícil do que na década de 60, uma vez que o agronegócio se consolidou no país. “O agronegócio é a expressão do modelo de capitalismo”, afirma. Além disso, a quantidade de população que vive no campo é muito menor do que naquele tempo, o que dificulta a empreitada. 

Nesse sentido, Stédile defende que a reforma agrária precisa ser reformulada e beneficiar toda a população em vez de apenas o trabalhador rural. “Ela precisa ter como paradigma a produção de alimentos sadios”, explica. Para fundamentar seu raciocínio, o líder do MST argumenta que, devido à quantidade de agrotóxicos utilizados no sistema de agronegócio, houve um aumento considerável de doenças fatais, como o câncer. Com esse formato de reforma agrária, a agricultura familiar iria se expandir e, por consequência, a qualidade e a diversidade dos produtos.

 

De volta ao cenário histórico

Como parte da programação do seminário da Uerj, houve um intervalo para a realização de um ato no mesmo local do discurso de Jango: na Central do Brasil. Nem de longe a audiência repetiu a multidão de 50 anos atrás. Mas a atmosfera não perdeu em emoção para os que se lembravam das palavras que poderiam mudar o país. O caminho da transformação foi atravessado pelo golpe militar de 1964, que inaugurou uma ditadura de 21 anos.

Mortos e desaparecidos no regime, como o guerrilheiro Carlos Marighella (1911-1969) também foram reverenciados em faixas e cartazes. O filho de Jango, João Vicente Goulart, marcou presença e lamentou que poucas alterações ocorreram durante todos esses anos: “Presenciamos um país distante daquelas reformas tão necessárias para o Estado proporcionar condições igualitárias para a sociedade”. 

O presidente da Comissão da Verdade do Rio, Wadih Damous, também destacou a importância daquele projeto de governo: “Se essas reformas tivessem acontecido, o Brasil seria muito mais justo”, afirma. Em relação à ditadura, por outro lado, não poupou críticas: “O legado daquele período foi a violência ao homem do campo e a anistia aos assassinos. Essas barbaridades, infelizmente, continuam em plena democracia, porque os torturadores não são condenados como deveriam pelo poder público”, completou. 

Topo