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Pesquisa realizada pela pró-reitoria de Graduação (PR-1) mostra mudança de perfil do ingressante na universidade e aponta necessidade de intensificação das políticas de apoio aos alunos

Hoje, mais de 20% dos novos alunos vêm de fora do Rio

Aline Durães. Especial para o Jornal da Adufrj

O perfil do aluno da universidade mudou nos últimos anos. Essa é a principal conclusão da pesquisa “O ingresso na UFRJ: perfil do ingressante e análise do sistema ENEM/Sisu e cotas”, realizada pela pró-reitoria de Graduação (PR-1) com base nos questionários socioeconômicos preenchidos pelos candidatos aos cursos da instituição.

O documento, apresentado recentemente durante uma Plenária de Decanos e Diretores, detectou que as políticas de ações afirmativas imprimiram mudanças geográficas e econômicas no grupo de estudantes da instituição. Até 2010, por exemplo, apenas 1% do corpo discente era proveniente de outro estado. Hoje, os alunos de fora do Rio de Janeiro já somam 22% do total. 

A renda desse alunado também se alterou. Além da política de cotas, que inseriu na universidade jovens com renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio, outro dado confirma a mudança: no concurso de 2007, 4.199 dos candidatos classificados (64,31% do total) responderam ter cursado todo o ensino médio em escola particular, em um questionário aplicado pela UFRJ, naquela época. Em 2014, apenas 40% dos ingressantes cursaram o ensino médio em escola privada, e 31% vieram de escolas públicas das esferas federal, estadual e municipal (os outros 29% são candidatos que receberam certificados de conclusão pelo Enem e por supletivos): “Essa nova realidade exige avanços nas políticas de assistência estudantil da UFRJ”, salienta Priscila Branco, aluna do curso de Letras-Literaturas e representante do Diretório Central dos Estudantes Mário Prata (DCE-UFRJ). 

Priscila sente na pele a carência de iniciativas mais incisivas que garantam a permanência dos estudantes na universidade. Desempregada, ela está na disputa por uma bolsa-auxílio (de R$ 400), mas, por enquanto, conta apenas com ajuda para o transporte. “Às vezes, tenho que escolher entre tirar xerox ou comer. Assim como eu, existe muita gente nessa situação. São recorrentes os casos de alunos que abandonam a universidade por não terem condições de se manter aqui”, desabafa.

Embora as taxas de evasão preocupem as altas esferas da reitoria da UFRJ, elas ainda não foram suficientes para forçar a criação de políticas universais de permanência. “A demanda por assistência estudantil está aumentando. Quem ingressa hoje como cotista recebe uma bolsa automática pelo período de um ano. Mas, a partir do segundo ano, precisa concorrer à bolsa-auxílio. Como o número de candidatos é alto, a concorrência se acirra e nem todos conseguem”, sublinha Angela Rocha dos Santos, pró-reitora de Graduação da UFRJ.

A mesma pesquisa que constatou a mudança no perfil do aluno revelou dados também sobre os investimentos feitos pela universidade em assistência estudantil. Segundo o relatório, no ano de 2012, a instituição destinou pouco mais de R$ 12 milhões a ações de moradia e bolsa apoio de permanência. O maior montante de investimento ficou mesmo com o auxílio-transporte, que totalizou cerca de R$ 21 milhões.

Gráfico do ensino médio - 2014

Gráfico de distribuição geográfica

Já em 2014, pretende-se dedicar R$ 75 milhões para políticas de permanência. Destes, apenas R$ 42 milhões provêm do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes); o restante será retirado do orçamento próprio da UFRJ. “Estamos fazendo o possível. Podemos sim manter os estudantes, mas não podemos manter todos com as verbas atuais. Temos que analisar a situação socioeconômica dos alunos e selecionar os mais carentes”, ressalta o professor Ericksson Almendra, superintendente-geral de Políticas Estudantis da UFRJ.

O abismo existente entre os investimentos no processo de democratização do acesso à universidade, marcado pela adoção de cotas como ações afirmativas, e a escassez de recursos capazes de converter esse acesso em permanência levou o DCE UFRJ Mário Prata a criar a campanha “Assistência Estudantil não é favor, é um direito”. O movimento tem como objetivo organizar atos e debates que, entre outras coisas, pressionam pelo repasse de R$ 2,5 bilhões para o Pnaes (eram R$ 676 milhões, em 2013) e reivindicam a reabertura do Bandejão da Faculdade de Letras (fechado desde o final de  dezembro) somada à construção de refeitórios no campus da Praia Vermelha, no Centro, em Xerém e em Macaé.

Avanços, como o aumento no número de bolsas-auxílio e o incremento no valor do subsídio, são reconhecidos, mas os discentes ainda necessitam de mais incentivos para concluírem seus cursos. “As políticas existentes são importantes, a quantidade de bolsas se ampliou, e conquistamos um aumento importante no valor delas, porém a UFRJ não consegue contemplar todo mundo. No fundo, isso depende de uma política maior, ligada ao governo federal, que precisa privilegiar a Educação”, finaliza a aluna Priscila Branco.

Servidores de setores importantes ligados ao megaevento podem cruzar braços pouco antes do jogo inaugural

Acesso de turistas e bagagens pode ficar sem controle

A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representa mais de 340 mil servidores em todo o país, pode parar sua base em 10 de junho, dois dias antes do jogo inaugural da Copa do Mundo. A decisão sobre a paralisação dos segmentos do funcionalismo federal, organizados pela Condsef, será definida dia 30 de maio, em Plenária Deliberativa da Confederação. Caso a greve se confirme, policiais federais e auditores da Receita Federal, por exemplo, deixarão de controlar o acesso de turistas estrangeiros e de bagagens, nos aeroportos, nos portos e nas rodovias.

Os funcionários técnico-administrativos das universidades federais e técnicos e docentes dos Institutos Federais já estão em greve. Os trabalhadores do Ministério da Cultura iniciaram a paralisação no dia 12 e o mesmo deve acontecer em vários estados na Justiça Federal, do Trabalho e Eleitoral.

Com a greve dos servidores da Cultura, locais como museus, monumentos históricos e outros pontos turísticos poderão ficar fechados no período da Copa do Mundo.

De acordo com a Condsef, os servidores querem que a terceira parcela do reajuste de 5%, prevista para janeiro de 2015, seja antecipada para este ano – em 2012, governo e funcionários acordaram aumento de 15%, dividido em três anos, a partir de 2013. Os servidores reivindicam também aumento de benefícios para diversas categorias, como auxílio-alimentação, o cumprimento de acordos assinados em 2012, e exigem a regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para garantir uma data-base para a categoria e o direito à negociação coletiva para todos os trabalhadores.

Governo intransigente

Até o presente momento, apesar da forte greve nas bases do Sinasefe e da Fasubra, o governo federal mostra-se instransigente diante das reivindicações dos trabalhadores da educação federal. As entidades representativas do funcionalismo público também estão fazendo pressão no Congresso Nacional. Exigem dos parlamentares a inclusão, no orçamento de 2015, de verbas que contemplem o reajuste dos servidores. (Fonte: Andes-SN. Edição: Adufrj-SSind)

Ato unificado da Educação, Saúde e Cultura, 21/5 (quarta-feira), Praça XV (Centro), a partir de 13h30. O tema é “Cartão vermelho para os governos que sucateiam os serviços públicos”. Haverá, ainda, uma passeata até a Assembleia Legislativa.

Seminário da Adufrj-SSind alerta para prejuízos na discussão apenas sobre o topo do magistério federal

Consuni delibera sobre o tema em 5 de junho

A legislação, que dispõe sobre a estruturação do plano de carreiras e cargos de magistério federal, exige regulamentação interna às instituições quanto às normas de progressão e promoção. E, uma vez que a sessão do Conselho Universitário, marcada para 5 de junho, vai deliberar sobre o tema, ganhou ainda mais importância o debate da segunda mesa do seminário organizado pela Adufrj-SSind, no último dia 17. 

Existem, hoje, oito propostas a serem avaliadas pelo Consuni como regulamentação da Lei nº 12.772/12, mas apenas duas delas são, de fato, concorrentes. “Havia a proposta da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD), mas, por meios que atropelaram a institucionalidade, houve a submissão de uma outra proposta, identificada com a PR-2 e, posteriormente, com parte do Centro de Tecnologia”, criticou uma das palestrantes, a professora Maria Malta, do Instituto de Economia.

Ao contrário da proposta adversária, que concentra os critérios de progressão e promoção nos cargos de professores Titulares, a regulamentação da CPPD não previlegia a pós-graduação em detrimento da graduação, considerando a atividade de ensino com equivalência em todos os níveis. Além disso, prima por uma avaliação de desempenho com critérios e pontuação iguais para todos os níveis. “Grupos contrários dizem que a proposta da CPPD é benevolente demais. Eles só querem progressão para professor Titular, mas as outras classes também precisam. Existe uma demanda reprimida de professores que estão desde a década de 1990 sem poder pedir progressão porque não se encaixam nos níveis de titulação”, enfatizou Denise Nascimento, da Faculdade de Odontologia e presidente da CPPD.

A normatização da CPPD inova por incluir “outras atividades” entre os critérios que contam ponto para a progressão da carreira docente. Segundo Maria Malta, que é representante dos Adjuntos do CCJE no Consuni, esse novo item contempla muitos professores que desenvolvem atividades que não estão listadas nos perfis de seus Centros. “Isso não significa que eles não trabalham, mas sim que seu trabalho não é reconhecido”. 

Para terem a permissão de solicitarem progressão na carreira, os docentes precisam desempenhar atividades de ensino e pesquisa: portanto, é imprescindível que pontuem nesses critérios. No caso dos docentes em cargo de direção, afastados das atividades de ensino por conta das demandas da função, a resolução prevê que tenham a nota obtida (no que diz respeito à carga horária mínima e avaliação discente) da avaliação anterior ao cargo, que seria repetida por, no máximo, dois períodos consecutivos. 

14051942Maria Malta, do Instituto de Economia, critica proposta surgida no Centro de Tecnologia. Fotos: Marco Fernandes - 17/05/2014A mediação desta mesa foi feita por Luciana Boiteux, diretora da Seção Sindical e professora da Faculdade Nacional de Direito. Luciana propôs que os efeitos não financeiros da progressão possam retroagir para não prejudicar os docentes que não conseguirem por diversas razões, geralmente atreladas à intensificação do próprio trabalho, da entrada em seu processo de progressão no tempo adequado.

GT Carreira da Adufrj-SSind contribuiu para o debate

Embora seja encarada por parte da comunidade acadêmica como longe do ideal, a proposta da CPPD é norteada por princípios caros ao movimento docente. Atualiza os pontos positivos das regulamentações anteriores (resoluções do Consuni 02/89 e 07/2006), prevendo uma norma única e atualizada que englobe os critérios de progressão para toda a carreira e valorizando o mérito e a diversidade de perfis docentes.

O Grupo de Trabalho Carreira da Adufrj-SSind produziu contribuições para o debate a partir do texto-base da CPPD. As contribuições, encaminhadas para a avaliação do Consuni, são feitas na direção de minimizar os possíveis danos que a lei nº 12.772, imposta aos docentes pelo governo, pode proporcionar. 

Ao final do encontro, ficou evidente a importância da participação docente na reunião do Conselho Universitário que votará a resolução que regulamenta a Lei 12.772/12, em 5 de junho. “É importante o sindicato garantir esse espaço e esse tempo de debate, porque temos percebido que a própria condição de professor nos aliena de determinadas discussões”, completou o presidente da Adufrj-SSind, Cláudio Ribeiro. (Aline Durães)

ANDES-SN ESTÁ ELEGENDO SUA DIRETORIA (2014-2016)

Esta terça-feira 13 foi dia de votação. Amanhã, quarta 14, é o último dia para você votar: venha fortalecer seu sindicato! Veja locais de votação

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