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savings 2789112 640A UFRJ ainda vai enfrentar problemas orçamentários graves neste ano e em 2024. Em plenária realizada no dia 15, o reitor Roberto Medronho informou aos decanos e diretores que a maior federal do país deve encerrar o exercício com um déficit estimado de R$ 110 milhões. O cálculo já considera o reforço de caixa de R$ 64 milhões no primeiro semestre do governo Lula. “Nós teremos muitas dificuldades de funcionamento, a partir de meados de setembro, caso não haja uma suplementação para as verbas de custeio”, observou o dirigente.
À reportagem, o pró-reitor de Finanças, professor Helios Malabranche, contou sobre os esforços da instituição para conseguir chegar ao fim do ano. “Estamos transferindo para 2024 tudo que é possível, como algumas reformas ou serviços de manutenção”, disse. “Estamos aprovando apenas as despesas que são absolutamente necessárias ao funcionamento da universidade”.
Para 2024, o cenário não é muito melhor. A informação que a administração superior recebeu do MEC é que não haverá ampliação do orçamento. E que as verbas de investimento só serão distribuídas via PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado na semana passada. A UFRJ ainda não sabe quanto terá.

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
Ainda durante a plenária de decanos e diretores, a reitoria apresentou uma proposta para revisão dos critérios do chamado orçamento participativo — receitas que Centros e Unidades recebem ao longo do ano para despesas do cotidiano. A matriz atual, aplicada desde 2007 e com mudanças pontuais desde então, não acompanhou o crescimento da UFRJ. A discussão ficou restrita a parâmetros, sem mostrar as diferenças entre o que se recebe hoje e como poderá ficar.
Duas alterações importantes são a inclusão das ações de extensão no cálculo (o que não ocorre na matriz atual) e a substituição da residência médica — como o MEC adota em sua distribuição de recursos para as universidades — pelos atendimentos hospitalares, na partilha de recursos para as unidades de saúde. Outro tópico — que rendeu bastante polêmica na reunião — é a possível concessão de um bônus para as unidades que oferecem disciplinas para alunos de outros cursos. O documento com as propostas pode ser conferido na página da pró-reitoria de Finanças, com o nome “Nova matriz - orçamento participativo”.
A reitoria decidiu montar uma comissão com representantes de todas as decanias, PR-3, Caxias e Complexo de Formação de Professores para refinar a proposta. O grupo terá um prazo máximo de 60 dias para apresentar os resultados, que deverão ser discutidos nos centros e unidades. A ideia é votar a nova matriz no Conselho Universitário até dezembro.
(Kelvin Melo)

Minerva CT UFRJDoze mil, setecentos e cinquenta e quatro alunos aprovados para a maior universidade federal do Brasil abriram mão de suas graduações desde que a pandemia de covid-19 se instalou no país. Desses, cinco mil ingressaram por ações afirmativas e, por conseguinte, são mais dependentes de políticas de permanência e assistência estudantil.
O dado alarmante foi informado pelo reitor Roberto Medronho, logo após sua cerimônia de posse. Oficialmente há pouco mais de um mês no cargo, Medronho afirmou que a prioridade zero de seu mandato é a assistência estudantil. “Nós precisamos fazer com que o aluno que entra na universidade não saia. Só com o diploma! A evasão escolar é um combate imediato”, disse.
A equipe da reitoria faz um levantamento, de acordo com o dirigente, das informações de contato desses estudantes para buscar ativamente todos os que trancaram seus cursos durante a pandemia. “Queremos convidá-los a retornar à universidade. Queremos que eles concluam sua formação. Um aluno que entra para esta universidade por ações afirmativas muda a sua vida, muda a vida da sua família e muda a vida da sua comunidade, da sociedade. Por isso nós temos que ter toda atenção e carinho para isso”, avaliou Medronho.
O reitor afirmou buscar soluções para um grande gargalo quando o tema é assistência estudantil: a oferta de bolsas de permanência. “Estamos buscando parcerias para a manutenção de bolsas – inclusive com o setor privado – já que as bolsas do PNAES (Programa Nacional de Assistência Estudantil) ainda não existem em quantidade necessária”.
Medronho garantiu que a UFRJ fará de tudo para que esses alunos concluam seus cursos. “Daremos toda a assistência necessária e nos empenharemos na busca de bolsas para que eles se formem e façam a diferença na transformação dessa realidade tão desigual que é a sociedade brasileira”.
O orçamento para a assistência já está sendo discutido e negociado com a bancada federal do Rio e com os ministérios, segundo o reitor. Mas ele avisou que buscará parcerias com outros entes. “Não ficaremos restritos aos orçamentos governamentais. O setor produtivo tem o dever de investir na educação. Em todos os países do mundo desenvolvido, isso ocorre. Estou instando o setor produtivo a nos ajudar inicialmente focando nas ações afirmativas, nos alunos que precisam de bolsa-permanência, para que nós consigamos formar todos esses estudantes”.
O reitor também informou que está em conversas avançadas com o prefeito Eduardo Paes para transformar prédios vazios do Centro do Rio de Janeiro em dormitórios para estudantes universitários. “Com a pandemia, vários edifícios próprios do governo federal foram desocupados. Estamos negociando um local no Centro. Precisamos formar cidadãos éticos, compromissados e competentes. Essa é nossa missão. Para isso, precisamos investir em assistência estudantil e nas nossas estruturas”.

WhatsApp Image 2023 08 11 at 14.19.30 2Por Igor Vieira

Os sindicalizados da AdUFRJ se maravilharam com a história da artista Frida Kahlo, na sexta-feira, 4, em mais um passeio cultural organizado pelo sindicato. Além da intensidade da obra da mexicana, os visitantes vibraram com a beleza do cenário, o Forte de Copacabana. “São dois espetáculos, um criativo e um natural”, elogiou o professor do Instituto de Microbiologia, Maulori Cabral.
O formato de “Frida Kahlo: Uma Biografia Imersiva” reproduz o de exposições sobre Monet e Van Gogh que passaram pela cidade do Rio, com projeções de vídeos artísticos e documentais; obras visuais; música; ambientes digitais e fotografias relacionadas aos temas da vida da artista.
O professor Maulori não tinha certeza se a exposição viria ao Rio. “Ouvi falar que seria só em São Paulo. Quando recebi o convite da AdUFRJ, não titubeei! Foi uma união do útil ao agradável. Eu tinha tanto interesse em ver que estava até cogitando viajar para São Paulo só para isso”.
O docente afirmou que a mostra “superou as expectativas”, e ao terminar a entrevista, depois do passeio, correu para assistir ao pôr do sol na praia. Antes, porém, brincou que queria “uma cadeira cativa” nos próximos passeios da AdUFRJ.
Quem tem, praticamente, uma cadeira cativa nos passeios é a professora Carmen Macedo, da Faculdade Nacional de Direito, que esteve em todos os três roteiros. “Sempre que puder, vou participar”, afirmou. “Gosto muito da iniciativa, e foi uma grande oportunidade conseguir vaga para o passeio de hoje, porque as vagas se esgotaram muito rápido”.
A professora confessou a timidez de ir sozinha à exposição. “Estou de férias, mas é difícil organizar uma família grande para sair. Então, acabou sendo uma ótima oportunidade de vivenciar com os outros professores essa proposta cultural da AdUFRJ”, explicou.WhatsApp Image 2023 08 11 at 14.19.49
Carmen elencou os pontos positivos da mostra biográfica: “Na exposição, somos bombardeados pela riqueza de emoções e sensações de Frida Kahlo, o que nos dá a impressão de estarmos vivendo com a artista”, disse. “Ao sair da exposição, somos recebidos pela calmaria do mar. São duas experiências visuais que se completam”, finalizou.
A vice-presidente da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, acompanhou o passeio. “O passeio no Forte mostra que devemos tirar um tempo da nossa rotina de trabalho para aproveitar o Rio, que tem essas maravilhas. Senão, nós só ficamos com a parte ruim, como a violência”, explica.
A companhia também faz toda diferença. “Ao se conhecer e socializar, os professores vão criar laços para se apoiar em momentos de adversidade e encontrar sinergia entre suas áreas de pesquisa. Essa é uma das funções do sindicato e uma das diretrizes da nossa gestão”, disse.

PRÓXIMO ROTEIRO

O quarto roteiro da série de passeios da AdUFRJ terá foco no Palácio Tiradentes (Alerj), revelou a vice-presidente Mayra. “A ideia da visita ao Palácio vem da importância de termos atenção à história política do Rio de Janeiro”, explicou Mayra. “Às vezes, a UFRJ se coloca em um lugar muito nacional, e esquece que está situada em um território específico”, completou.

INSCRIÇÃO: pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

O QUÊ: O Rio que se esconde no Rio: conhecendo os Palácios da cidade.

ENCONTRO: Sexta-feira, 18 de agosto, às 13h30, no Palácio Pedro Ernesto (Câmara dos Vereadores).

Onde: Os pontos do passeio são o Theatro Municipal, Buraco do Lume, Palácio Pedro Ernesto (visita exterior) e Palácio Tiradentes (visita interior), entre outros.

Quem: 25 vagas gratuitas para sindicalizados e acompanhantes.

Guia: Douglas Libório,
ex-aluno UFRJ, mestrando pela UFF, professor da Escola do Legislativo do Estado do Rio de Janeiro e do Centro Universitário Celso Lisboa.

WhatsApp Image 2023 08 11 at 14.19.30 4Em menos de dez dias, o governo de São Paulo anunciou duas medidas na área de Educação que valem por décadas de retrocesso. A primeira, de 28 de julho, determina que os diretores vigiem os docentes em sala de aula e produzam relatórios bimestrais. Na segunda, divulgada no início de agosto, o governo abre mão dos recursos do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) do MEC e passa a usar livros didáticos digitais com conteúdo próprio. Tão extraordinária quanto a capacidade de produzir retrocessos em tão pouco tempo foi a reação negativa de especialistas às duas medidas.
“O anúncio do material didático digital foi criticado por dez entre dez especialistas em Educação. Você não precisa abrir mão do livro didático para ter o recurso digital em sala de aula. Nem vice-versa. Não há dicotomia. Não faz o menor sentido abrir mão dos livros do PNLD, que são revisados por especialistas sérios, com editais detalhados, financiados por recursos federais. Substituir isso por material digital e dizer depois que ele será impresso para as escolas é de uma irracionalidade brutal”, criticou o professor Fernando Cássio, da Universidade Federal do ABC e estudioso de políticas educacionais.
VIOLAÇÃO DE PRINCÍPIOS
Tão logo a decisão de abolir os livros didáticos impressos foi anunciada pelo governo do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), o Ministério Público de São Paulo abriu um inquérito para apurar a decisão. “Há uma potencial restrição da liberdade de cátedra dos professores, diante da provável limitação de escolha e padronização do material a ser disponibilizado pelo Estado de São Paulo em comparação com a pluralidade dos títulos disponíveis pelo PNLD, com possível violação aos princípios constitucionais da liberdade de ensinar e do pluralismo de ideias e concepções pedagógicas”, alertou a promotora Fernanda Peixoto Cassiano, que assina o documento.
Ao fazer o anúncio no início de agosto, o secretário de Educação, o empresário Renato Feder, defendeu assim a decisão. “A aula é uma grande TV, que passa os slides em PowerPoint, alunos com papel e caneta, anotando e fazendo exercícios. O livro tradicional, ele sai”.
Enquanto o programa federal oferece uma lista de obras didáticas e permite que professores e diretores escolham com quais livros querem trabalhar, o material preparado pela Secretaria de Educação é padronizado para todas as escolas. A rede tem 3,5 milhões de alunos e 250 mil professores.
Diante da repercussão negativa, o governo paulista recuou. Mas nem tanto. Tarcísio de Freitas declarou que o material digital será impresso e ficará à disposição dos alunos. Mas o governo manteve a decisão de não adotar os livros do PNLD. O secretário Renato Feder convocou uma coletiva no início desta semana para dizer que a opção de ficar fora do programa federal se baseia no fato de que “os livros do MEC não podem ser grifados pelos alunos”, já que são reaproveitados por outras turmas nos anos seguintes.
O professor Fernando Cássio considera insustentáveis as alegações do governo paulista. “O que tem circulado nas escolas de Ensino Médio são conjuntos de slides, de Power Point, de baixíssima qualidade, com conteúdo retirado de plataformas de internet”, apontou. Segundo ele, países que passaram a adotar material 100% digital nas escolas recuaram.
A Suécia é um exemplo. O país vinha substituindo os impressos por materiais digitais ao longo dos últimos 15 anos, e fazendo pesquisas para aferir a eficácia dessa substituição. Em artigo escrito em dezembro do ano passado a um jornal de Estocolmo, a ministra da Educação e Pesquisa da Suécia, Lotta Edholm, revelou que as pesquisas mostraram prejuízos ao processo educacional dos alunos sem os impressos. Em maio deste ano, a Suécia anunciou investimentos anuais de R$ 315 milhões para a compra de livros didáticos em papel.
Para o professor Fernando Cássio há ainda um conflito de interesses. “A medida embute um interesse de mercado. Temos um secretário de Educação que não é um educador, é um empresário do ramo de tecnologia, acionista de uma empresa que vende equipamentos para o governo de São Paulo. Faz prospecção de negócios como secretário de Educação. E não só para agora, mas para o futuro”, alertou. O MPSP investiga esse eventual conflito de interesses (veja matéria abaixo).
O aparente recuo do governo paulista é visto com cautela por Fernando Cássio. “O governo usa táticas bolsonaristas, isso tem sido feito sistematicamente desde que Tarcísio de Freitas assumiu. Faz um anúncio, testa a repercussão, faz outro anúncio, muda de ideia, e assim por diante”, detectou o professor.
O Jornal da AdUFRJ encaminhou pedidos de esclarecimentos ao governo de São Paulo sobre as duas medidas. Mas, até o fechamento desta edição, não houve retorno (prática também consagrada pelo governo Bolsonaro).

MONITORAMENTO
Se recuou, ao menos parcialmente, na questão dos livros didáticos, o governo paulista não dá mostras de arrependimento em relação à vigilância dos professores. Mesmo com as críticas em peso, a portaria continua de pé. “É uma aberração sob todos os pontos de vista. Do ponto de vista legal, viola o princípio constitucional de liberdade de cátedra. No aspecto pedagógico, é totalmente contrário ao princípio da gestão democrática, consagrada na Constituição de 1988, e consolidada na Lei de Diretrizes e Bases de 1996. E tem um viés autoritário inequívoco”, resumiu Ana Lúcia Fernandes, professora da Faculdade de Educação e diretora da AdUFRJ.
Além do viés autoritário, segundo Ana Lúcia, há também um viés ideológico. “A educação é um pacto social amplo e isso parece ser a vontade de um grupo de fiscalizar o que o professor ensina em sala de aula. Essa proposta coloca o professor como um executador de uma proposta que vem de cima para baixo. E transforma os coordenadores e diretores em fiscais. O argumento de que a medida é em favor da eficiência é uma falácia. Já existe um mecanismo para averiguar isso, que são as provas. Nada justifica que um monitoramento persecutório cumpra esse papel”, observou.
O presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Fábio Moraes, disse que os professores vão se mobilizar para derrubar a medida. “É absolutamente arbitrário esse negócio de colocar diretor de escola vigiando professor e produzindo relatório. Isso é bizarro. O objetivo dessa portaria não é dar suporte. É de colocar o terror”, denunciou Fábio.
Para o sindicalista, a medida é nefasta tanto para o professor quanto para o diretor. “Veja o lado do diretor que está numa escola onde não tem merendeira, pois é terceirizada e não recebe o salário, onde faltam professores porque não tem concurso, onde tem goteira e falta papel no banheiro. Esse diretor ainda é obrigado a ir para a sala de aula vigiar professor e fazer relatório. Tudo para checar se o professor está dando em aula aquele pensamento único que eles querem impor, com a retirada do material didático do PNLD. É tudo pensado. Fere a nossa liberdade de cátedra”, argumentou.
O sindicato convocou um ato contra as medidas na próxima quarta-feira, às 16h, na Praça da República, região central de São Paulo. E recomendou que cada manifestante leve um livro.
Na quinta-feira (10), o PSOL protocolou uma representação no Ministério Público de São Paulo pedindo nova investigação contra a Secretaria de Educação por violação à privacidade de professores e alunos da rede estadual. Sem autorização, a secretaria instalou o aplicativo “Minha Escola” nos celulares conectados ao seu sistema. O aplicativo é usado para alunos verificarem notas e faltas e pode captar dados pessoais dos usuários, o que contraria a Lei Geral de Proteção de Dados. Foi a terceira medida polêmica, para dizer o mínimo, em pouco menos de 15 dias. É realmente extraordinário.

FEDER: ATUAL SECRETÁRIO, QUASE MINISTRO, SEMPRE EMPRESÁRIO

WhatsApp Image 2023 08 11 at 14.20.53 3O MPSP instaurou em março uma investigação sobre eventual conflito de interesses em contratos da Secretaria de Educação do estado. O procedimento tem como foco o secretário Renato Feder, que é acionista da Dragon Gem LLC, offshore com sede no estado norte-americano de Delaware, conhecido paraíso fiscal. A Dragon detém 28,16% das ações da Multilaser Industrial S.A., empresa que fornece notebooks e tablets para a Secretaria de Educação, comandada por Feder. Firmados em 2022 — portanto antes do início da atual gestão —, os contratos movimentam cifras em torno de R$ 200 milhões.
O empresário que comanda a pasta da Educação do governo paulista já ocupou o mesmo cargo no Paraná, onde se destacou por promover a maior ampliação da rede de escolas cívico-militares do país — um dos “feitos” do governo Bolsonaro na área da Educação: 195 escolas estaduais passaram a adotar o modelo. Além disso, sob a batuta do governador bolsonarista Ratinho Junior, Feder abriu editais para a gestão de escolas públicas por empresas e fundações educacionais. Mais: por meio da faculdade privada Unicesumar, a secretaria passou a oferecer teleaulas para o ensino médio profissionalizante.
Talvez por conta desse seu desapego ao ensino público, Feder quase foi alçado à condição de ministro da Educação no governo Bolsonaro, para suceder Carlos Alberto Decotelli, que durou poucos dias no cargo por fraudar seu currículo.
A sua “nomeação” chegou a ser anunciada pela deputada bolsonarista Bia Kicis em seu perfil no Twitter em 3 de julho de 2020. A tática bolsonarista de vazar o nome para aferir a repercussão foi fatal para Feder. A bancada evangélica e a seita olavista foram contra, e logo se descobriu que o empresário fora um dos mais generosos doadores para a campanha do governador João Dória, em São Paulo, inimigo de Bolsonaro.

WhatsApp Image 2023 08 11 at 14.19.30 1Ação política intensa dentro e fora dos muros da UFRJ e a oferta de um variado e cada vez mais atraente cardápio de serviços para os filiados. Assim pode ser resumida a atuação da diretoria da AdUFRJ que encerra o mandato daqui a dois meses. “Esta diretoria se caracteriza por não observar, de uma maneira dicotômica, esses dois planos: o da luta e o da assistência, que a gente também pode chamar de acolhimento”, afirma a vice-presidente Mayra Goulart. “Acreditamos que essas duas dimensões são ligadas e essenciais neste movimento docente do qual fazemos parte e que quer reinventar o sindicalismo tradicional”, completa.
Desde a posse em 15 de outubro de 2021 até esta semana, são mais de 600 dias de uma agenda recheada de reuniões com parlamentares no Rio e em Brasília, participação influente nos eventos sindicais nacionais da categoria e apoio aos movimentos estudantis e populares. Mas não só.
Durante o período, a diretoria também conseguiu ampliar os plantões de atendimento jurídico aos professores, quando precisou negociar a substituição da assessoria. Além disso, os sindicalizados ganharam novas opções de convênios e inéditas experiências com passeios histórico-culturais e um curso de inglês focado na conversação. “O acolhimento tem isso: construir um lugar para os professores se encontrarem e se sentirem fazendo parte de uma rede de apoio”, avalia Mayra.
Confira a seguir as principais ações da gestão:

BALANÇO DA GESTÃO2021-2023

ASSEMBLEIAS

Uma das diretrizes do mandato foi ampliar a participação dos docentes nas decisões do sindicato. Duas assembleias foram emblemáticas:

18/3/22 - na maior votação da história da AdUFRJ sobre uma proposta de greve, 1.076 professores participaram: 883 contra, 169 a favor e 24 se abstiveram;

28/6/23 - modernização do Regimento Eleitoral da AdUFRJ: a partir deste ano, a escolha da diretoria e do Conselho de Representantes será feita por voto remoto, via sistema Hélios. 

POLÍTICA
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de 23/5/22 a 6/6/22 - ciclo de debates com políticos organizado pela AdUFRJ e pela Associação dos Pós-graduandos sobre o papel da educação e da ciência na reconstrução do estado;

20/3/23 - café da manhã com políticos, no Fórum de Ciência e Cultura: para mostrar o trabalho realizado por centenas de professores da universidade, a AdUFRJ organizou um café da manhã com os parlamentares do Rio de Janeiro, representantes eleitos em outubro para a Assembleia Legislativa e para a Câmara dos Deputados;

11/4/23 - sindicato entrega aos candidatos a reitor as principais demandas dos professores que procuram a assessoria jurídica da AdUFRJ;

10/8/23 - agenda em Brasília nos ministérios do Planejamento e da Fazenda e com o senador Omar Aziz (PSD) para suprimir um artigo de projeto de lei que prejudica servidores (leia mais na matéria da página 3).

PASSEIOS
HISTÓRICO-CULTURAIS

A inédita iniciativa de conduzir grupos de professores em passeios histórico-culturais pela cidade do Rio tem sido um sucesso. Até aqui, foram cinco excursões que encantaram os filiados:

29/4/23 - Visita guiada à Pequena África, na zona portuária;

27/5/23 - Segunda visita guiada à Pequena África;

WhatsApp Image 2023 08 10 at 16.06.2530/6/23 - Passeio ao Real Gabinete Português de Leitura;

07/7/23 - Segundo passeio ao Real Gabinete Português de Leitura;

04/8/23 - Exposição sobre Frida Kahlo, no Forte de Copacabana.

ANDES

A diretoria do sindicato participou de todos os grandes eventos sindicais do movimento docente, sempre buscando mudar a postura isolacionista do Andes. A entidade nacional decidiu ficar isenta nas últimas eleições presidenciais, em posição contrária à da AdUFRJ, que defendeu o apoio imediato a Lula, por exemplo.

SINDICALIZAÇÃO

dez/22 - Desde o início da gestão, houve 199 novas filiações ao sindicato. Destas, 79 aproveitam os benefícios da campanha de sindicalização lançada em dezembro do ano passado. Há um período de dois anos sem pagamento de mensalidade para os novos filiados assistentes e adjuntos (no magistério superior) e DI, DII e DIII (na carreira EBTT). Após os dois anos iniciais de carência, o novo filiado contribui com um percentual de 0,4% dos vencimentos a partir do terceiro e até o quarto ano de filiação. Ao final do quarto ano, passa a colaborar com a contribuição cheia de 0,8%. No mesmo período, houve 121 desfiliações.

 CAMPANHAS

abr/21 - No retorno presencial, a AdUFRJ saudou os docentes com a campanha “Professor Presente”. A diretoria esteve em diferentes unidades e centros com materiais de boas-vindas, após dois anos de atividades remotas;

WhatsApp Image 2023 08 11 at 14.20.53 2mar/23 - no ínicio do ano letivo, o sindicato espalhou pela universidade uma nova campanha para ouvir os docentes sobre as condições de trabalho na instituição: Respeitar a universidade é valorizar o professor.

CONVÊNIOS

A AdUFRJ fortaleceu os convênios oferecidos. Eram 14 no início da gestão; agora já são 25, com serviços no Rio e em Macaé. No mais utilizado, da drogaria Raia — firmado há um ano —, os docentes já realizaram 1.312 compras com desconto.


PLANO DE SAÚDE

set/22 - A AdUFRJ foi decisiva na negociação entre a Qualicorp (uma administradora de benefícios que firma convênios com o MEC) e a UFRJ. O acordo foi assinado em setembro do ano passado. Já a partir de outubro, a AdUFRJ criou um plantão para esclarecer os sindicalizados sobre os novos planos de saúde oferecidos pela universidade. Houve 75 atendimentos presenciais agendados, fora os esclarecimentos feitos por telefone.

ATOS

WhatsApp Image 2023 08 11 at 14.20.5526/10/21 - participação no protesto contra cortes no orçamento do CNPq, em frente à Fiocruz;

01/5/22 - Primeiro Dia dos Trabalhadores presencial desde o início da pandemia, no Aterro do Flamengo;WhatsApp Image 2023 08 10 at 16.07.39

25/6/22 - UFRJ na praça: a universidade saiu dos seus muros, cruzou a Zona Norte e pousou no Parque Madureira em Madureira, organizado pela AdUFRJ;

11/8/22 - Leitura da Carta pela Democracia, em defesa das eleições, nos pilotis do bloco A do Centro de Tecnologia;

16/7/23 - participação no Domingo com Ciência, na Quinta da Boa Vista. O evento fez parte das comemorações pelo Dia Nacional da Ciência.

CURSO DE INGLÊS

8/8/23 - Em mais uma inovação do mandato, a AdUFRJ organizou um curso de inglês focado na conversação. Diante da procura, foram abertas quatro turmas de quatro alunos. Ainda assim, 25 professores ficaram na lista de espera.

ACOLHIMENTO

10/4/23 - café da manhã para aposentados, no Fórum de Ciência e Cultura: as assessorias jurídica e de planos de saúde ficaram à disposição dos docentes para esclarecer dúvidas e apresentar os serviços oferecidos pela AdUFRJ. Também houve apresentação dos convênios;

02/8/23- Festa final feliz, na Casa da Ciência: para os professores “recarregarem as baterias’, no recesso acadêmico.

JORNAIS

Todas as semanas, os professores podem acompanhar as ações do sindicato, os principais acontecimentos da universidade e a repercussão de tudo relacionado à Ciência e educação superior no Jornal da AdUFRJ. Ao longo da atual gestão, foram 85 edições, contando com esta. Destaque especial para:

WhatsApp Image 2023 08 11 at 14.20.54 414/4/22 - nº 1.223: retorno às aulas presenciais;

22/7/22 - nº 1.237: crítica à neutralidade do Andes na eleição presidencial;

27/10/22 - nº 1.251: professores de várias áreas tiram fotos fazendo o “L” antes da eleição;

16/11/22 - nº 1.253: reportagem exclusiva denunciou uso privado do campo da Educação Física, na Praia Vermelha;

15/6/23 - nº 1.277: matéria revela as belezas do Real Gabinete Português de Leitura.

JURÍDICO

O período ficou marcado pela troca de escritório jurídico a serviço do sindicato. Desde julho deste ano, a tarefa está sob a responsabilidade da Lindenmeyer Advocacia & Associados. Os plantões de atendimento aos filiados foram ampliados de dois para três dias por semana (terças, quartas e quintas), com turnos pela manhã e à tarde. Até esta semana, já houve 216 atendimentos. No site do sindicato, na aba “serviços”, clique em “atendimento jurídico” para conhecer algumas frentes de atuação do escritório.WhatsApp Image 2023 08 11 at 14.20.53 1
18/11/21 - AdUFRJ entrou na Justiça contra liminar que impôs o retorno presencial imediato e inseguro das aulas na UFRJ;

mai/22 - Atrasados da GED: Uma disputa judicial de 18 anos chegou ao fim, com desfecho favorável a professores que se aposentaram até junho de 2007

19/12/22 - A AdUFRJ ingressou com ação na justiça para garantir o pagamento dos adicionais ocupacionais a professores que tiveram o direito cortado ou negado indevidamente, por falhas da UFRJ;

20/7/23 - Ação dos 3,17%: aproximadamente dois mil professores que faziam parte da carreira entre janeiro de 1995 e dezembro de 2001 — ou, pelo menos, por uma parte deste período —, tem direito ao reajuste, ignorado no governo FHC. Até o dia 9, a assessoria recebeu 307 procurações;

26/7/23 - Progressões: diretoria entregou à pró-reitoria de Pessoal um requerimento produzido pela assessoria jurídica para mudar as regras internas das progressões e promoções.

DOAÇÕES

A solidariedade é outra marca da gestão. Até o fim de julho de 2023, foram investidos mais de R$ 140 mil em apoio a atividades de movimentos sociais, estudantis e populares:

23/10/21 - A primeira doação contribuiu para a realização de um ato do DCE contra o governo Bolsonaro, em 23 de outubro de 2021;

17/02/22 - O maior valor foi destinado à compra de água mineral para os desabrigados das enchentes de Petrópolis (R$ 11.773,44).

OBSERVATÓRIO
DO CONHECIMENTO

Coordenado pela AdUFRJ, o Observatório do Conhecimento manteve intensa agenda no período. A rede de associações e sindicatos docentes que defende a universidade pública e a liberdade acadêmica realizou eventos, produziu documentos e dialogou com parlamentares e ministros do governo Lula. Veja as principais ações:

abr/22 - lançamento do filme “Ciência: luta de mulher”, que conta a história de quatro pesquisadoras de diferentes regiões do Brasil;

mai/22 - Balanço do Orçamento do Conhecimento mostrou que o Brasil perdeu R$ 83,8 bilhões no orçamento federal da Educação Superior e da Ciência, desde 2015;

mai/22 - Observatório participa de campanha em defesa da lei de cotas, que completou 10 anos em 2022;

jul/22 - O Observatório do Conhecimento, o Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (LAUT) e o Observatório Pesquisa, Ciência e Liberdade da SBPC apresentaram a primeira fase de resultados da pesquisa “A liberdade acadêmica está em risco no Brasil?”, que trouxe dados alarmantes sobre a segurança para se fazer Ciência no Brasil;

out/22 - Pacto pelo Conhecimento: Observatório convidou candidatos ao Legislativo a assinar um compromisso de cinco pontos, incluindo a recomposição do orçamento do conhecimento e o reajuste dos valores das bolsas de pesquisas;

abr/23 - lançado, em Brasília, um relatório cobrando o fortalecimento do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES). O documento foi entregue a parlamentares, membros do Executivo e representantes de entidades ligadas à Ciência;

jul/23 - Observatório entrega ao ministro da Educação, Camilo Santana, a proposta de incluir no programa Minha Casa Minha Vida uma modalidade voltada à habitação estudantil.WhatsApp Image 2023 08 11 at 14.20.55 1

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