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Minerva CT UFRJDoze mil, setecentos e cinquenta e quatro alunos aprovados para a maior universidade federal do Brasil abriram mão de suas graduações desde que a pandemia de covid-19 se instalou no país. Desses, cinco mil ingressaram por ações afirmativas e, por conseguinte, são mais dependentes de políticas de permanência e assistência estudantil.
O dado alarmante foi informado pelo reitor Roberto Medronho, logo após sua cerimônia de posse. Oficialmente há pouco mais de um mês no cargo, Medronho afirmou que a prioridade zero de seu mandato é a assistência estudantil. “Nós precisamos fazer com que o aluno que entra na universidade não saia. Só com o diploma! A evasão escolar é um combate imediato”, disse.
A equipe da reitoria faz um levantamento, de acordo com o dirigente, das informações de contato desses estudantes para buscar ativamente todos os que trancaram seus cursos durante a pandemia. “Queremos convidá-los a retornar à universidade. Queremos que eles concluam sua formação. Um aluno que entra para esta universidade por ações afirmativas muda a sua vida, muda a vida da sua família e muda a vida da sua comunidade, da sociedade. Por isso nós temos que ter toda atenção e carinho para isso”, avaliou Medronho.
O reitor afirmou buscar soluções para um grande gargalo quando o tema é assistência estudantil: a oferta de bolsas de permanência. “Estamos buscando parcerias para a manutenção de bolsas – inclusive com o setor privado – já que as bolsas do PNAES (Programa Nacional de Assistência Estudantil) ainda não existem em quantidade necessária”.
Medronho garantiu que a UFRJ fará de tudo para que esses alunos concluam seus cursos. “Daremos toda a assistência necessária e nos empenharemos na busca de bolsas para que eles se formem e façam a diferença na transformação dessa realidade tão desigual que é a sociedade brasileira”.
O orçamento para a assistência já está sendo discutido e negociado com a bancada federal do Rio e com os ministérios, segundo o reitor. Mas ele avisou que buscará parcerias com outros entes. “Não ficaremos restritos aos orçamentos governamentais. O setor produtivo tem o dever de investir na educação. Em todos os países do mundo desenvolvido, isso ocorre. Estou instando o setor produtivo a nos ajudar inicialmente focando nas ações afirmativas, nos alunos que precisam de bolsa-permanência, para que nós consigamos formar todos esses estudantes”.
O reitor também informou que está em conversas avançadas com o prefeito Eduardo Paes para transformar prédios vazios do Centro do Rio de Janeiro em dormitórios para estudantes universitários. “Com a pandemia, vários edifícios próprios do governo federal foram desocupados. Estamos negociando um local no Centro. Precisamos formar cidadãos éticos, compromissados e competentes. Essa é nossa missão. Para isso, precisamos investir em assistência estudantil e nas nossas estruturas”.

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