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Nos anos recentes, não se tem notícia de categoria que tenha arrancado acordo tão vitorioso: os garis conquistaram um reajuste no salário-base de 37% – que passa dos atuais R$ 802,57 para R$ 1.100 – e mais 40% de aumento no adicional de insalubridade. A onda laranja enfrentou o cerco infame de jornais e emissoras de rádio e TV, a repressão policial e o autoritarismo do prefeito Eduardo Paes (PMDB) que chegou a anunciar a demissão de 300 trabalhadores. Durante oito dias, a greve alterou a rotina da cidade e os garis deixaram a sua marca na história deste carnaval.

Arte para a reflexão

Docentes da EBA-UFRJ emprestaram seu talento para ilustrar novo painel da Adufrj-SSind

Silvana Sá. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

O mais novo outdoor da Adufrj-SSind na lateral do ex-Canecão faz uma referência ao Dia Internacional da Mulher. Porém, de forma bem diferente do caráter festivo e comercial que a data ganhou atualmente. “No 8 de março, nem tudo são flores. Queremos respeito o ano inteiro! A cada quatro minutos uma mulher é vítima de violência doméstica no Brasil” é o texto em destaque. O painel, que ficará exposto por todo este mês, foi uma criação do Coletivo de Mulheres da UFRJ, do DCE Mário Prata e da Seção Sindical.


Ao lado da mensagem, há a imagem de uma mulher (seu rosto não aparece) com uma postura defensiva. Ela foi resultado da adaptação de dois trabalhos anteriores (que podem ser vistos nesta página) dos professores Martha Werneck e Licius Bossolan, da Escola de Belas Artes, convidados a ilustrar o painel.

Licius explicou que a opção por utilizar a mulher sem a face coletiviza a obra: “Não queremos falar apenas de uma mulher ou de um segmento”, diz. Martha complementa: “São várias, todas as mulheres em apenas uma. A perna semi-aberta significa a mulher na defensiva. Não precisávamos da mensagem pronta, porque não se trata de propaganda, mas de pintura. A pintura leva o espectador a uma necessidade de pensar, de refletir sobre o assunto”.

Processo de criação

14031162Autoria: Martha Werneck Título: autorretrato com paisagem e Hospital Universitário ao fundo Técnica: óleo sobre painel de madeira Dimensão: 160x80cm Ano: 2014“Tivemos liberdade autoral para decidir as imagens que poderiam ser usadas. O conteúdo escrito nos foi dado e escolhemos que pinturas tinham condições de compor a mensagem final. Nós trabalhamos com a representação da mulher e ter nosso trabalho associado a uma pauta política, num espaço como aquele painel, é muito gratificante! Estamos muito felizes”, disse Martha, que é professora do curso de Pintura.


O fato de serem professores e ex-alunos da EBA enriquece ainda mais o significado do trabalho. O curso de 
Pintura data de 1886, mas não deixa de ser atual. “O curso vai se reformulando a partir das necessidades do seu tempo. É um curso autoral, para que cada pessoa desenvolva seu estilo, sua linguagem pessoal”, destaca Licius.


Autora de ilustrações infantis
Martha Werneck, além de ser professora da EBA, é também ilustradora de livros infantis. Entre os títulos estão: O dono da Lua (texto de Ronize Aline e ilustração de Martha Werneck); Frederico (texto de Helenice Ferreira e ilustração de Martha Werneck); e A menina do castelinho de joias (texto de André Takida e ilustração de Martha Werneck).

Chefe de segurança do trabalho da universidade, Raquel Maria Galdino, cobra mais comprometimento dos gestores das unidades para que sejam evitados os acidentes e as chamadas doenças profissionais

Ela alerta para subnotificação dos casos

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

140224101Raquel Maria Galdino. Foto: Elisa MonteiroA UFRJ ainda está longe de ser um exemplo em segurança no trabalho. Ausência de equipamentos (ou materiais inadequados) de proteção coletiva e falta de treinamento são alguns dos elementos citados pela chefe da Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador na universidade,  Raquel Maria Galdino de Souza: “Às vezes, você chega no local e até encontra luvas, mas são inadequadas. Há liberação de calor no calor e a luva é  para procedimentos (simples). Daí acontecem as queimaduras”.

Raquel, no entanto, tem observado algumas melhorias nos últimos anos. Ela, na UFRJ desde 2004, conta que a mudança de postura da instituição em relação à segurança tornou-se mais pró-ativa a partir da obrigatoriedade de alguns procedimentos demandados pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.  O exame médico periódico de saúde para o servidor público federal, por exemplo, foi estabelecido no Regime Jurídico Único de 1990. Mas só foi regulamento por decreto e uma portaria normativa da Secretaria de Recursos Humanos do MPOG em 2009.

Desde 2005, ao menos, a universidade mantém atualizados os registros de acidentes de trabalho. A média reflete o número registrado em 2013: 50 casos. Mas são índices subestimados, sublinha Raquel: “Há uma subnotificação dos casos. Muitas vezes, o trabalhador que encontra condições de retornar ao trabalho, depois de três dias de descanso, prefere não registrar o acidente”. Os números, em geral, correspondem aos casos em que há necessidade de afastamento e licenças médicas. “O não registro, mesmo em casos que não parecem tão graves, é um perigo. Pode haver um processo inflamatório, por exemplo, e o trabalhador fica sem ter como comprovar o acidente depois”. 

Mudança de procedimento

Os laboratórios são “onde grande parte de os acidentes acontecem”, alerta a técnica de segurança do trabalho. Isso, “independentemente do Centro”, destaca. Ela ressalta que o problema não diz respeito apenas aos funcionários: “Quando você melhora para o trabalhador, você melhora consequentemente para o estudante”.

Para Raquel, emergencialmente, a mudança mais importante na universidade seria “mais comprometimento dos gestores de Unidades”: “Se você é chefe e vai fazer projeto, você precisa estimar na verba o custeio para equipamentos de segurança. Isso é comprometimento da gestão”. Ela afirma que não há como centralizar pela administração central a iniciativa.

14022412Laboratórios da universidade são os locais que mais preocupam em relação à segurança dos trabalhadores e dos estudantes. Foto: Raquel Lima/Imagem UFRJ

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