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A fotografia retrata brasileiros que transformam sonhos em futuro. Todas as 57 pessoas são as primeiras de suas famílias a cursar uma universidade pública e aceitaram participar da campanha UFRJSEMPRE, idealizada pela Adufrj para valorizar a instituição A fotografia retrata brasileiros que transformam sonhos em futuro e que oxigenam a produção de conhecimento na UFRJ. Todas as 57 pessoas são as primeiras de suas famílias a cursar uma universidade pública e aceitaram participar da campanha UFRJSEMPRE, idealizada pela Adufrj para valorizar a instituição. O retrato foi feito no campus do Fundão, em frente ao Restaurante Universitário Central, na manhã da terça-feira (27). Alunos das mais diversas áreas participaram da produção e deram depoimentos sobre suas emocionantes histórias de superação. Muitos convivem com tiroteios em suas comunidades. Quase todos contam com a solidariedade de colegas para avançar no curso. Vários enfrentam dificuldades até para pagar os R$ 2 cobrados por uma refeição do bandejão. “Estar na UFRJ é realizar um sonho. É uma conquista, não só para mim, mas para toda a minha família”, afirma Thamara Perrone, aluna de Educação Física. Moradora de Bangu, ela é exemplo típico de que aquela tradicional foto de formatura, cheia de homens brancos bem nascidos ficou no passado. Os protagonistas de agora são filhos e filhas das classes empobrecidas da população. “Por muito tempo, essa instituição foi elitizada, tentaram dizer que nós não podíamos fazer parte dela, mas eu quero dizer que sim, nós podemos! Essa universidade foi feita para todos nós”, disse Felipe Carvalho da Conceição, da Química. Mikel Maller, orgulhosamente paramentado com um dólmã (uniforme de chef) contou que está perto de se formar em Gastronomia e quer a presença da família na formatura. “Estar aqui dentro é uma forma de mostrar aos meu parentes que eles também podem estar na universidade”, ensina. Contagiados pelo momento, até mesmo professores que foram os primeiros de suas famílias a entrar na faculdade quiseram participar da foto. Era o desejo de fazer parte de um registro impensável, décadas atrás. A campanha UFRJSEMPRE já está espalhadas pelos campi e pela cidade em outdoors, busdoors e cartazes. A segunda fase do projeto será protagonizada por docentes e está em fase de produção. Aguardem! Confira alguns depoimentos: RAQUEL SILVEIRA CURSO: FONOAUDIOLOGIA IDADE: 20 ANOS MORA EM: BONSUCESSO Vim do Maranhão, onde morei com minha avó dos dois aos 17 anos. Meus pais foram assassinados porque se envolveram com o tráfico de drogas em Brasília. Se ficasse no Maranhão, só iria trabalhar. Como queria estudar, vim para cá. O dia que tiver minha casa própria vai ser o segundo dia mais feliz da minha vida. O primeiro será sempre o dia em que entrei na UFRJ, ARIEL SANTOS CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA IDADE: 19 ANOS MORA EM: SENADOR CAMARÁ Muitas vezes, minha mãe tem dificuldade até para pagar meu bandejão, que custa apenas R$ 2. Eu tenho bolsa permanência, só que ela vai terminar no final deste semestre. Mas faço das dificuldades a minha motivação, JONATAS RODRIGUES CURSO: ENGENHARIA CIVIL IDADE: 22 ANOS MORA EM: PARQUE BOA ESPERANÇA, COMPLEXO DO CAJU Por eu morar em comunidade, a violência tem influência. Em muitos momentos, perdi prova. Felizmente, meus professores sempre entenderam e me aplicaram segunda chamada. Você não sabe quando vai ter um tiroteio, mas você não pode deixar isso te paralisar. ISLENE BALDUÍNO DO NASCIMENTO CURSO: ODONTOLOGIA IDADE: 24 ANOS MORA EM: VICENTE DE CARVALHO Abri mão de muita coisa para entrar na UFRJ. Tinha um emprego fixo, ganhava meu dinheiro e ajudava em casa. Mas ingressar no ensino superior era um sonho. Odontologia é um curso muito caro. Um amigo me ajuda. Solidariedade, no meu curso, é fundamental. NELSON MORALE JUNIOR CURSO: DIREITO IDADE: 57 ANOS MORA EM: RESIDÊNCIA ESTUDANTIL Nasci numa comunidade quilombola no interior de São Paulo. Eu me alfabetizei aos 35 anos e resolvi seguir adiante. Em 2013, fiquei sabendo também que sou o primeiro quilombola a cursar uma graduação na UFRJ. .

Espalhada pelo Rio, campanha da Adufrj valoriza instituição Alunos primeiros de suas famílias a ingressarem em uma universidade são chamados para foto Uma imagem de uma piscina azul e um slogan — #UFRJSempre — despertaram na balconista Jéssica de Oliveira um sonho antigo: estudar pedagogia. Em Benfica, onde a jovem mora, está um dos outdoors da campanha da Adufrj para valorizar a UFRJ e defender a universidade pública, gratuita e de qualidade. Com outdoors, busdoors, cartazes e adesivos, o material está espalhado pelo Rio de Janeiro, revelando projetos e personagens da maior universidade federal do país. Sem nunca ter ido à UFRJ, a jovem ficou surpresa ao saber das outras áreas de atuação da instituição. “Não sabia que a UFRJ traz tantas coisas assim e agora descobri”, contou Jéssica, 18 anos. “Estou com vontade de conhecer e aprimorar conhecimentos lá. Acho muito importante divulgar e valorizar, porque pessoas como eu agora podem conhecer esse outro lado”, destacou. Carlos Pinkusfeld, professor do Instituto de Economia, reforçou a importância da universidade. “Somos uma instituição de grande contribuição social, tanto formando alunos para o mercado como desenvolvendo ideias, propostas e questões inovadoras”, destacou. Um dos três eixos da campanha — “#Sou o(a) Primeiro(a)” — convoca estudantes da UFRJ pioneiros em suas famílias a cursar o ensino superior para uma foto coletiva. Será às 11h40, no dia 27, próxima terça-feira, no Restaurante Universitário Central, ao lado da Escola de Educação Física, no Fundão. A campanha destaca o compromisso social da universidade (#UFRJSim), além de projetos e peças que só existem na instituição (#SóTemAqui), como o tanque oceânico da Coppe que encantou Jéssica.

Reforma da Previdência, ameaça à liberdade de cátedra, ajuste fiscal na educação superior e possível ingerência do governo na escolha dos reitores. Essas foram algumas preocupações que os professores manifestaram nas reuniões de unidades organizadas pela Adufrj nas últimas três semanas Ao todo, foram oito encontros: dois na Faculdade de Educação, dois na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, um na Física, um no Centro de Tecnologia, um na Faculdade Nacional de Direito e outro no IFCS/IH. Para reagir ao discurso contra o ensino superior público, os professores do CT defenderam ampliar a comunicação com o público externo e também com a comunidade interna. Na Física, explica o professor Miguel Quartin, existe o receio que o governo não confirme o nome escolhido pela comunidade acadêmica na próxima eleição para reitor da UFRJ. “Os procedimentos devem ser seguidos muito à risca”, afirma. Na Educação, a preocupação é tão grande que a mobilização não vai parar nem mesmo com o recesso letivo. De acordo com a professora Jacqueline Girão, a ideia é promover encontros temáticos— sobre a reforma da Previdência, por exemplo — mesmo em janeiro e fevereiro. A manutenção da emenda constitucional do teto de gastos pelo governo eleito repercutiu na reunião da FAU: “Nossa principal preocupação é com o impacto do ajuste sobre a universidade”, disse o professor Gustavo Macedo. Já na FND foi criada uma comissão para atuar junto ao setor jurídico da Adufrj na proteção da comunidade universitária. “O cenário que se desenha para a universidade é tenebroso”, alertou a professora Mariana Trotta. No IFCS/IH, é grande a preocupação em garantir a liberdade de cátedra, informa o professor Antonio Jucá. Os docentes devem propor às direções dos respectivos institutos que sejam identificadas as pessoas que entram no prédio, para inibir a presença de provocadores nas aulas.

Negritude &...

Que história de racismo cabe no seu turbante? No mês da Consciência Negra, a UFRJ intensificou debates sobre história e representatividade negras. O Conselho Universitário anunciou a instalação da Câmara de Políticas Raciais no Fórum de Políticas de Pessoal para garantir projetos que assegurem a permanência de negros na universidade. Mas um caso de racismo contra uma professora lembrou que o problema persiste. Participante de um evento acadêmico realizado no hotel Windsor Leme, a doutoranda do Instituto de Bioquímica Médica Tháyna Sisnande, negra, foi obrigada pela equipe do hotel a entrar pela porta de serviço e subiu no elevador junto com o lixo. “Vocês esperam que pessoas como nós estejam numa posição de servir, como os negros que se encontram servindo o café, tirando o lixo! Mesmo que eu fosse a entregadora de pizza! É desumano subir junto com o lixo!”, postou Tháyna, professora substituta da Faculdade de Farmácia, em suas redes sociais. O hotel se desculpou com a professora e prometeu investigar o caso. No IFCS, um debate contou a história do racismo no Brasil, e a presença do negro na TV foi discutida na Comunicação. No Sintufrj, deputadas negras eleitas ouviram sugestões da comunidade acadêmica, e uma oficina de turbantes ensinou mulheres e homens, negros e brancos, a amarrar resistência e cabelos com panos coloridos. “Não seremos mais interrompidas. Falaremos tudo, assim como Marielle Franco queria falar”, afirmou a deputada estadual eleita Mônica Francisco (PSOL-RJ) na roda de conversa do Sintufrj. Diretora de Raça e Gênero do sindicato, Denise Góes cobrou ação unificada dos coletivos negros da UFRJ para garantir direitos. O sindicato oferecerá um curso de história negra.

....Phodonas

Um dia, um renomado professor da UFRJ entrou no laboratório do Instituto de Bioquímica Médica onde a professora Débora Foguel dava expediente. “Professor, o Jerson não está”, Débora respondeu, referindo-se ao marido e colega de laboratório Jerson Lima Silva. O docente disse que queria falar era com ela, pois havia assistido à sua palestra e pretendia lhe propor colaboração. “Fiquei sem ação”, relembrou Débora Foguel, uma das convidadas do debate “PhoDonas”, realizado na Faculdade de Letras. Adriana Vianna, do Museu Nacional, e Esther Dweck, do Instituto de Economia, também compartilharam lembranças e análises sobre a experiência feminina na produção científica. Em comum, destacaram a necessidade de valorizar a produção de mulheres num ambiente dominado por homens. Esther brincou com o nome do evento: “A gente nunca acha que é uma dessas pessoas, mas é bom saber que estamos todas aqui”. [caption id="attachment_21868" align="alignnone" width="300"] Foto: Fernanda da Escóssia[/caption]

Preocupados com o destino da universidade pública no governo Bolsonaro, os professores da UFRJ se reuniram na Praia Vermelha e em Macaé para debater estratégias de mobilização

Silvana Sá e Elisa Monteiro

Preocupados com o destino da universidade pública no governo Bolsonaro, os professores da UFRJ se reuniram na Praia Vermelha e em Macaé para debater estratégias de mobilização da comunidade acadêmica. O encontro ocorreu na tarde de quinta-feira, 22, com transmissão integrada entre os dois campi. Uma nova assembleia está marcada para o dia 5 — o local ainda não foi definido e será divulgado em breve nas redes da Adufrj. Docentes da oposição e da situação manifestaram desconforto com a falta de participação dos colegas. Havia apenas sete professores em Macaé e 12 na Praia Vermelha. Eduardo Raupp, diretor da Adufrj que tem participado das reuniões nacionais do Andes, contou que todas as seções sindicais sofrem com a desmobilização. “Em todo o país, o quórum está baixíssimo”, explicou. Também diretor da Adufrj, Felipe Rosa conclamou docentes a se unir. “Temos projetos em comum, e devemos nos unir em torno de consensos, como a defesa da universidade pública e gratuita”, afirmou. A professora Luciana Boiteux concordou que o momento é de construir uma frente de defesa da universidade. “A situação é muito tensa. Os professores estão com medo. Os ataques já começaram e vão piorar. É o momento de fortalecer o sindicato”, sugeriu a docente do Direito. O professor Renato Monteiro, da Nutrição, sugeriu atividade de conscientização sobre o papel da universidade. “Temos que fazer uma campanha de valorização do professor”, propôs a professora Marinalva Oliveira, da Educação. A ideia será incorporada à campanha UFRJSempre, de valorização da UFRJ. Os professores ressaltaram a importância de participar de atividades do Andes. “É hora de fortalecer o Sindicato Nacional. Precisamos levar uma delegação forte da UFRJ para o próximo congresso”, ponderou Cláudio Ribeiro, da FAU. O Congresso do Andes será no fim de janeiro em Belém. Na assembleia de 5 de dezembro, será escolhida a delegação da Adufrj para o encontro no Pará. EM MACAÉ, FAKE NEWS PREOCUPAM O bombardeio de notícias falsas veiculadas durante a campanha eleitoral presidencial será mantido contra instituições públicas, como as universidades. O alerta foi feito pelo professor Jackson de Souza Menezes na assembleia realizada em Macaé, simultânea à da Praia Vermelha. “Infelizmente, a mídia coloca no mesmo balaio de corruptos todo o serviço público”, disse. “Precisamos nos preparar e ter a capacidade de responder com agilidade a cada ataque”, completou. A presidente e a vice-presidente da Adufrj, Maria Lúcia Teixeira e Ligia Bahia, conduziram a assembleia no auditório do Nupem/ Macaé. Ligia ressaltou a relevância de uma frente ampla para ampliar a capacidade de mobilização. A professora citou a Uerj como um exemplo recente e importante que tem resistido ao desmonte. O cerceamento às liberdades de pensamento e expressão foi lembrado. A presidente da Adufrj observou que a entidade mantém um canal de comunicação pelo whatsapp (21-99808-0672) para recebimento de denúncias e apoio às vítimas.

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