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WhatsApp Image 2023 08 11 at 14.20.53Após 21 anos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas atualizou as regras sobre citações no mês passado (veja quadro). Para entender o impacto das mudanças nos trabalhos acadêmicos, o Jornal da AdUFRJ conversou com Amanda Moura, coordenadora substituta do Sistema de Bibliotecas e Informação da UFRJ (SiBI). Confira a seguir:

O que muda para os professores?
Os professores, sobretudo os que ministram disciplinas de metodologia de pesquisa, precisam comunicar os alunos sobre a publicação da atualização da norma, pois ela já está valendo. E procurar a biblioteca que atende o curso para tirar dúvidas é sempre um bom caminho.

A alteração vale também para os professores que estão fazendo mestrado, doutorado (em suas dissertações/teses) e nas publicações em revistas científicas, não?
Com certeza! Quem publica qualquer comunicação científica ou acadêmica que envolve citações deve ficar atento às normas.

Todas as bibliotecárias do sistema já estão a par destas mudanças para orientar professores e alunos?
As mudanças já foram amplamente divulgadas nas mídias e site do SiBI, e nossa rede de bibliotecas está à disposição para qualquer orientação necessária. O Manual Para Elaboração de Teses e Dissertações está sendo atualizado e, em breve, será disponibilizado.

Qual sua avaliação sobre as alterações?
A avaliação geral é positiva, pois a norma anterior não explicava os detalhes das citações com muita clareza. A maioria das mudanças foi para melhor, como o fim da caixa alta para indicação dos autores entre parênteses e a possibilidade de indicar a localização do trecho citado, o que é fundamental em textos que não são paginados. Em termos de trabalho, não muda muita coisa. É só mesmo ter o cuidado de se atualizar sobre as mudanças e ter em mente que os gerenciadores de referências podem não estar atualizados ainda. Pode ser necessário corrigir as citações manualmente.

O que são gerenciadores de referência?
São plataformas ou aplicativos para criação de bibliotecas de documentos de interesse do pesquisador ou aluno, para facilitar as citações e listas de referências. Algumas contam com plugins para citação automática no Word, como, por exemplo, Mendeley, Endnote e Zotero.

A aplicação da regra é imediata?
Os professores precisam ter bom senso com relação aos alunos que estão concluindo seus trabalhos. É quase impossível para alguém que vai defender um trabalho acadêmico em uma semana ou um mês alterar tudo que já estava pronto. É preciso ter essa compreensão e exigir a atualização para quem ainda tem algum tempo para concluir. 

mesaFoto: AndesA primeira reunião da Mesa Permanente de Negociação entre servidores e o governo federal, para tratar da campanha salarial de 2024, não teve avanços. O encontro aconteceu na tarde desta quinta-feira, dia 10, em Brasília. Diferente das reuniões que levaram à construção da recomposição de 9% dos salários, desta vez não houve participação do primeiro escalão do governo.
Os representantes do governo federal informaram que ainda não há uma proposta construída para o reajuste do ano que vem. E estabeleceram que a elaboração de um índice depende da aprovação do arcabouço fiscal, em tramitação no Congresso.
Uma da reivindicações dos sindicatos que representam os servidores do Executivo federal é a equiparação dos benefícios com os servidores dos demais poderes – os funcionários do Legislativo e Judiciário chegam a receber mil reais em auxílio-refeição, ao passo que os do Executivo recebem atualmente R$ 628. Além disso, reforçam que as perdas acumuladas em sete anos superam os 30% para todos os grupos, mesmo depois da recomposição de 9% concedida em maio deste ano.
As propostas apresentadas pelos servidores ao governo foram dividas em dois blocos. O primeiro indica 53,05% de reajuste aos funcionários que tiveram duas cotas de reajuste após a negociação da greve de 2015, divididos em três parcelas: 15,25% em 2024; 19,85% em 2025; e 19,85% em 2026.
O segundo bloco reivindica 39,82% de aumento a quem recebeu quatro cotas de reajuste a partir de 2015, divididos em três parcelas: 11,82% em 2024; 16,29% em 2025; e 16,29% em 2026. Os professores federais compõem o segundo grupo.
“Manifestamos nossa insatisfação com a ausência de proposta e cobramos celeridade na definição de um percentual de recomposição das perdas acumuladas”, criticou o presidente do Fonacate – fórum que congrega as carreiras típicas de Estado –, Rudinei Marques.
O representante do Fonasefe – fórum que reúne os sindicatos nacionais de servidores federais –, David Lobão, considera que a reunião não foi produtiva para o funcionalismo público. “O governo afirmou que a ministra Esther Dweck está batalhando para conseguir um índice de reajuste, mas até agora não há qualquer proposta e nem previsão. Foi uma reunião muito ruim”.
Os docentes universitários federais foram representados pela professora Maria Lucia Lopes, 3ª vice-presidente do Andes. De acordo com a dirigente, o sindicato vai intensificar as ações de pressão pela recomposição das perdas.

bandeira adufrjEstamos na reta final de nosso mandato na AdUFRJ. No próximo domingo, termina o prazo de inscrição das chapas que irão concorrer às eleições de setembro. Torcemos por um debate fraterno que fortaleça o movimento docente, a universidade pública e a democracia.
Nesses 24 meses de intenso trabalho, achamos que nossa gestão traduziu em dois pontos o preceito de que o sindicalismo precisa encontrar novas formas de luta — visão que, desde 2015, com a vitória da chapa da professora Tatiana Roque, lidera a AdUFRJ.
O primeiro ponto que nos identifica é bastante palpável. Realizamos uma ampliação significativa do cardápio de serviços, transformando uma proposta outrora genérica em algo mais próximo da identidade docente.
Isso transparece nos passeios histórico-culturais, no curso de inglês e na renovação e ampliação do atendimento jurídico, com novas estratégias de defesa dos direitos dos professores e perspectivas reais de ganhos materiais.
Ainda no quesito serviços, também há um diferencial político significativo nas tratativas com os professores. Implantamos a eleição remota e melhoramos a atuação nas redes. São iniciativas que, somadas, retratam nossa compreensão de que sindicalismo também é acolhimento. Nas páginas 4 e 5 desta edição registramos um pouco dessas atividades.
O outro ponto que arremata a caracterização de nossa gestão é a inserção da AdUFRJ no calendário político nacional, com uma articulação permanente com atores relevantes na construção das políticas públicas nacionais. Temos conseguido colocar a AdUFRJ na rota dos grandes temas brasileiros, seja com os estudos do Observatório do Conhecimento, onde exercemos a coordenação dos trabalhos, seja via a própria seção sindical. Na página ao lado, há um exemplo importante dessa atuação: na última quinta-feira, estivemos em Brasília para importantes articulações em torno de mudanças no arcabouço fiscal.
Articulação nacional não nos exime, no entanto, da luta local. Na página 7, nossa reportagem denuncia o cansaço dos docentes que, ontem, retomaram as aulas do segundo semestre de 2023 sem tempo para recuperar o fôlego. É o tema de nossa capa desta edição.
Por fim, mas não menos importante, encerramos o jornal com uma análise sobre os últimos ataques do governo de São Paulo à Educação, com a vigilância de docentes em sala de aula e a retirada de livros didáticos do MEC, substituídos por material digital. Toda nossa solidariedade aos paulistas e nosso empenho renovado contra todas as formas de obscurantismo.
Boa leitura!

PS: No fechamento dessa edição, recebemos com alegria a notícia da ampliação da política de cotas raciais, tema tão emocionante quanto relevante, para a transformação do destino de milhões de brasileiros. No próximo jornal, ofereceremos um material mais denso e analítico sobre o tema.

 ja 5280Ministra Esther Dweck - Foto: Joédson Alves/Agência BrasilEm meio às articulações para barrar a PEC 32, da reforma administrativa, surgem mais informações que reforçam a tese de que o Brasil precisa investir mais e melhor no serviço público federal. Levantamento do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) descobriu que nos últimos sete anos quase cem mil servidores se desligaram de seus cargos no Executivo federal. As razões das vacâncias são variadas: mortes e aposentadorias lideram a lista. Em menor quantidade estão pedidos de exoneração. Nenhuma dessas vagas foi reposta nos governos Temer e Bolsonaro.
O ministério mapeou as áreas mais afetadas e com risco para execução de serviços. O estudo apontou uma redução mais acentuada da força de trabalho nas áreas social (-15,7%), infraestrutura (-16%), economia (-7,7%) e governo (-8,7%), entre os anos de 2017 e 2023.
“O MGI está ciente da necessidade de recomposição dessa força de trabalho para implementar as políticas públicas necessárias”, informou a pasta por meio de sua assessoria. “Somente neste ano, já autorizou mais de oito mil vagas para novos concursos públicos”.
Em recente entrevista, a ministra Esther Dweck afirmou que pretende autorizar mais oito a dez mil vagas até o final do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “É difícil dizer qual área está mais carente de pessoas hoje no serviço federal porque realmente houve uma redução muito, muito grande do quantitativo, para além do que seria razoável diante de uma modernização digital”, pontuou a titular da pasta.
A ministra também apontou a importância de modernizar o Estado brasileiro. Hoje, há 10.506 cargos efetivos de nível médio vagos, em funções que já não são mais necessárias ao Executivo, como digitadores, por exemplo. O MGI propôs a transformação desses cargos em outros 6.692 de nível superior. “Há uma redução de quantitativo, porém serão cargos mais qualificados. Estamos modernizando e qualificando o Estado brasileiro para prestar melhores serviços públicos”, justificou.
Na edição passada, o Jornal da AdUFRJ apresentou dados que comprovam que o Estado não é inchado e que a maioria de seus servidores tem média salarial baixa. O levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Releia: https://bit.ly/caemosmitos .

WhatsApp Image 2023 07 28 at 10.19.00 1Em apenas quatro dias foram encerradas as inscrições para as oito vagas do curso de inglês organizado pela AdUFRJ. A procura foi tão grande que já há uma lista de espera com 20 nomes. O sindicato agora tenta abrir mais duas turmas para acomodar os oito colegas que estão nas primeiras posições da listagem. Cada turma tem quatro alunos.
Com foco na conversação, o objetivo das aulas é facilitar o trabalho dos professores em congressos internacionais ou em apresentações para colegas estrangeiros que visitam o Brasil. A qualidade do “teacher” é garantida. José Mauro Pinheiro é professor substituto da Letras, onde fez sua primeira graduação em Letras Português-Inglês. “Dou aula de inglês desde 2005. Comecei no Curso de Línguas Aberto à Comunidade (CLAC) da UFRJ, passei por várias escolas e tenho experiência ensinando para pequenos grupos, como no BNDES”.
O professor também já ensinou para seus colegas. “Professores tendem a ter maior consciência sobre o processo de aprendizagem, sobre as etapas de uma aula, o que pode facilitar o trabalho em sala”, disse.

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