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Ex-estudantes do Colégio de Aplicação (CAp) que mantiveram vínculos com a universidade falam sobre a Unidade, melhor instituição federal do estado do Rio de Janeiro no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

Sucesso da escola guarda relação com a diversificação curricular, dizem elas

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Mesmo com muitas dificuldades de infraestrutura e de pessoal causadas pela falta de investimento do Ministério da Educação, o Colégio de Aplicação da UFRJ fez bonito no último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do próprio MEC. Foi a única instituição federal entre as vinte primeiras escolas do Rio (15º lugar) e garantiu a 57ª posição em todo o país. 

Esse desempenho positivo, para duas ex-alunas, de diferentes épocas, está fundamentado na diversificação curricular do colégio. “Desde os laboratórios de ciências até as disciplinas de artes”, conta Cecília Mello. Hoje professora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur) da UFRJ, ela cursou o CAp de 1987 a 1995.

 As melhores lembranças de Isabela Peccini, 23, que frequentou o colégio de 1998 até 2008, também dizem respeito exatamente à pluralidade da grade: “Participei de tudo que pude, do grupo de teatro à organização das festas juninas e grêmio estudantil”, afirma a atual estudante da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ.

Qualidade do quadro de pessoal

Outra chave para o sucesso do projeto pedagógico do CAp é a qualidade do corpo docente e técnico-administrativo:  “A relação com essas pessoas foi o que mais me marcou. Quase todos os professores foram importantes”, conta Isabela.  

Orientação pedagógica fundamental

Para além dos professores de disciplinas, Cecília faz menção à totalidade da equipe pedagógica. De acordo com ela, a orientação educacional foi fundamental na escolha profissional: “Até pela proposta da escola, de oferecer muitas atividades diferentes, a gente acabava tendo facilidade para tudo: matemática, biologia, artes etc. A orientação vocacional foi fundamental. A pessoa disse que minhas características apontavam para as humanas e acertou em cheio. Todo o meu caminho foi pelas humanas”. Ela ingressou no IFCS, antes de seguir para o Ippur.

Grande número de substitutos preocupa

Embora “tetos desabando” e falta de espaço façam parte das memórias das duas ex-capianas, o que mais as preocupa, no presente, é o número excessivo de professores substitutos no quadro do colégio: “Essa rotatividade não acontecia. Contratar professores substitutos era bom porque garantia sempre uma certa renovação. Mas havia um equilíbrio. Foi importante ter professores que tiveram um tempo maior com a gente, pessoas como referências”, acrescenta Isabela. 

Cecília, que chegou a dar aulas na escola como professora substituta em Sociologia, antes de ingressar no Ippur, concorda. Embora a lembrança mais sofrida dela seja a destruição do palco do teatro para que fosse aberto um espaço de atendimento aos licenciandos da UFRJ no colégio, a maior “dorzinha no coração” reside na descaracterização da equipe da escola.

 

 

Greves significaram aprendizado

Outra experiência que marcou a trajetória das duas foi a participação política nos tempos de escola.  As greves estão entre as boas recordações de ambas. “Aprendi mais em algumas atividades (de greve) do que em muitas disciplinas”, observa Isabela, bem humorada. A futura arquiteta experimentou sua primeira passeata aos catorze anos, por meio do CAp: “No Centro (da cidade), puxada pelo Passe Livre (estudantil)”, recorda. O aprendizado, que, à época, pareceu pueril, foi determinante para que se engajasse mais tarde no Centro Acadêmico e na Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (Fenea). 

Já Cecília recorda bem da campanha “Fora Collor’ que tomou a escola: “Todo mundo se envolveu muito. Depois algumas pessoas questionaram esse movimento como manipulado pela TV Globo, mas acho isso bobagem. Foi um momento muito importante para o país’, esclarece a professora, formada em antropologia pelo IFCS.

Coppe celebra seus 50 anos

Seminário sobre o instituto foi realizado nos últimos dias 2 e 3

Rodrigo Ricardo. Especial para o Jornal da Adufrj

Considerado um dos maiores centros de ensino e pesquisa da América Latina, o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa em Engenharia, a popular Coppe-UFRJ, vem celebrando, ao longo de 2013, meio século de existência. O mais recente evento comemorativo, o Seminário Coppe 50 anos – Presente e Futuro, ocorreu nos dias 2 e 3 de dezembro, no auditório do Bloco G do Centro de Tecnologia.   

“A Coppe não tem sentido sem a universidade”, frisou, na ocasião, o diretor Luiz Pinguelli Rosa. Ele recordou que o instituto, inicialmente abrigado em duas pequenas salas no campus da Praia Vermelha, nasceu de uma desobediência frente ao desinteresse pela ciência e contra a burocracia. 

Porém, segundo Pinguelli, a atuação dos órgãos de controle acaba por tolher as iniciativas acadêmicas. “Deixa todo mundo amedrontado. Em vez de construir um laboratório ou realizar qualquer outra atividade, o professor prefere ficar parado”. 

 

Mais um programa de pós-graduação

A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) avalia com conceito máximo seis dos atuais cursos da Coppe, que acaba de criar a sua 13ª pós-graduação, o Programa de  Engenharia da Nanotecnologia.  E a professora Vera Salim, vice coordenadora da nova pós e também professora do Programa de Engenharia Química (PEQ), acrescenta a expressão “revisitar o passado”  a um dos lemas das comemorações do instituto (“Coppe, construindo presente e desenhando o futuro”).“Nesta trajetória, é preciso recordar que fomos um dos primeiros grupos, dentro da universidade, a praticar com rigor a atividade docente em tempo integral, o que acabou por gerar a dedicação exclusiva. É um diferencial que está sendo negligenciado e mesmo preterido nas propostas dos novos modelos para as universidades públicas brasileiras”, pontuou Vera, representante sindical da Coppe na Adufrj-SSind.  “Não podemos esquecer de todos aqueles que participaram desta jornada. São muitos, impossível citar todos, assim ela fica simbolizada na minha homenagem ao querido colega e saudoso professor Giulio Massarani (1937-2004, um dos fundadores da Coppe)”. 

Para a próxima edição, o Jornal da Adufrj prepara uma reportagem especial sobre os 50 anos da Coppe.

Para um setor no qual os atletas sempre estiveram distantes do nível de consciência que resultasse em algum tipo de confronto, Paulo André é uma novidade no futebol brasileiro. Ao lado de outros jogadores que passaram um tempo na Europa e voltaram ao Brasil, o zagueiro do Corinthians é um dos nomes do Bom Senso F.C. O movimento tem se apresentado aos torcedores nos últimos dois meses nos jogos do Campeonato Brasileiro exibindo faixas, cruzando os braços, dando chutões de um lado para o outro no minuto seguinte ao apito do árbitro para o início das partidas. As bandeiras mais imediatas do grupo é reduzir o números de jogos dos clubes da série A, tornando o calendário menos estressante para os jogadores, e obrigar os clubes a apresentar, a cada trimestre, suas contas em dia, inclusive o pagamento dos salários dos jogadores, sob pena de suspensão em caso de inadimplência. 

O jogador afirma que o medo de retaliação sempre enfraqueceu politicamente a sua categoria. Mas hoje os atletas têm acesso maior à informação, o que amplia a capacidade de discussão dos problemas comuns.  Segundo Paulo André, é ilusão imaginar que todo jogador de futebol é milionário: apenas 3% dos jogadores ganham o suficiente para se aposentarem aos 35 anos sem atribulações financeiras, diz. Ele reconhece a existência de corrupção no esporte, critica o financiamento da Copa com dinheiro público (“Seria melhor investir em educação de qualidade, saúde e transporte melhor”, disse a uma revista) e dispara críticas duras contra quem comanda a CBF, a quem responsabiliza pela “crise” do futebol brasileiro. Paulo André acena com a possibilidade de greve se as reivindicações do movimento não forem ouvidas.

 



Rebeldia pioneira

13120973Afonsinho. Levantou a Taça Brasil. Foto: InternetSão raras as histórias de insurgências no futebol brasileiro. Uma delas foi escrita por Afonsinho – um paulista do interior que migrou para o Rio e foi mostrar o seu futebol em General Severiano. Ele integrou o timaço do Botafogo entre 1965 e 1970, jogando ao lado de mitos como Garrincha, e de craques como Gérson. Em 1968, levantou a Taça Brasil pelo clube, o que não o impediu de viver dias de tensão e de deixar o Botafogo brigado. Foi afastado por Zagalo, entre outras coisas, por se recusar a tirar a barba e cortar os cabelos longos, comportamento mal visto na atmosfera de ditadura da época. Mas o que marcou a história do craque e que começou a mudar a relação dos jogadores com a imposição dos clubes foi o fato de Afonsinho conquistar, na justiça, o direito de ser dono do seu passe. Até aquele momento, o passe dos jogadores era propriedade inquestionável dos clubes. Afonsinho inspirou música de Gilberto Gil e sua história foi narrada pelo documentário Passe Livre, de Oswaldo Caldeira. O jogador ainda atuou no Vasco, Santos, Flamengo, Fluminense e América Mineiro. Na política, Afonsinho sempre esteve no campo das posições de esquerda. Como médico, hoje atua no programa Médico de Família, na Ilha de Paquetá.

 



O adversário da cartolagem

13120972Juca sem medo. Foto: Marco Fernandes - abril de 2010O jornalista Juca Kfouri sempre foi pedra no sapato da alta cartolagem do futebol e do esporte brasileiro. Em outros momentos, era quase voz solitária ao denunciar o ex-todo poderoso Ricardo Teixeira e famiglia (João Havelange e companhia), assim como o eterno presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, o controverso Carlos Nuzman. Corintiano roxo, foi incentivador da chamada Democracia Corintiana liderada por Sócrates, nos primeiros anos da década de 1980. Recentemente, pôs no seu blog um vídeo com o discurso do então deputado José Maria Marin, da Arena (o partido da ditadura) em 1975, na Assembleia de São Paulo, incitando os órgãos de segurança contra o jornalista Vladimir Herzog, que acabou assassinado pela repressão. Como se sabe, Marin é hoje presidente da CBF e estará nos holofotes da Copa de 2014. Juca Kfouri, numa entrevista à revista Versus da UFRJ, disse que a última instituição que vai mudar no país é o esporte. “Ela é profundamente reacionária, corrupta e corruptora”.

O mais novo painel da Adufrj-SSind na lateral do ex-Canecão, na Zona Sul do Rio, destaca um ponto que precisa mobilizar toda a população brasileira em 2014, ano eleitoral: a defesa e ampliação da Educação Pública.

Completa o mural uma imagem de cartaz que reivindica a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor, de forma imediata. O detalhe foi capturado pelas lentes do fotógrafo Samuel Tosta, durante as manifestações que sacudiram 2013. 

No último dia 5, em cerimônia de acolhimento a 46 professores recém-concursados, na Faculdade de Letras, diretora da Adufrj-SSind esclarece sobre carreira, condições de trabalho e regras previdenciárias

Dirigente sindical também alerta sobre assédio moral na universidade

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.


Quarenta e seis novos professores da universidade foram recepcionados pela diretoria da Adufrj-SSind no último dia 6, na Faculdade de Letras. Luciana Boiteux, 1ª vice- presidente da Seção Sindical, falou aos colegas sobre temas como a nova carreira e as condições de trabalho. 

Ela explicou que a lógica da nova carreira foi meramente contábil, concedendo aumentos significativos apenas para o topo da carreira (Associados e Titulares), no qual poucos foram beneficiados. Já na classe de Adjuntos, a mais numerosa da categoria, o aumento foi “praticamente inexistente”: “Isso permitiu ao governo divulgar um índice médio alto. Infelizmente, não corresponde à realidade”. 

Em resposta a perguntas de professores em estágio probatório, Luciana sublinhou que, entre as mudanças negativas da nova carreira, há o impedimento de progressão na carreira durante os três anos do período. “Tudo isso pesa em uma cidade que encareceu como o Rio de Janeiro”

Condições de trabalho ruins

A dirigente também reforçou as dificuldades do lugar de trabalho no cotidiano: “Prédios em condições muito ruins, falta de equipamento para dar as aulas”, listou. E sublinhou que o tema mobilizou os professores em 2012 até a greve dos cem dias. Luciana fez menção, ainda, ao problema do assédio moral, que “afeta, sobretudo, os mais novos na instituição”. “A UFRJ é uma universidade antiga com uma estrutura burocrática pesada”, disse Luciana. “Há muita pressão de todas as partes para publicações e atividades em geral. E, no estágio probatório, é mais recorrente o assédio”. 

Segundo Luciana, mesmo dentro da universidade, existem realidades bem diferentes. “A UFRJ é muito desigual”, afirmou. E depois, avaliou: “Vocês vão perceber que em alguns lugares as condições são melhores que em outros. É importante que vocês compreendam o contexto da universidade para não ficarem expostos a constrangimentos”.

 

Aposentadoria causa apreensão

Um dos temas que mais provocaram questionamentos dos novos professores foi a aposentadoria. Ainda mais após a criação da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) pelo governo.

De acordo com o pró-reitor de Pessoal (PR-4), Roberto Gambine, atualmente 43 novos concursados (não só desta última leva, mas contando todas as mais recentes) corresponderiam ao perfil de interesse da Funpresp, isto é, cujos salários superam o teto limite para pagamento pelo Estado (R$ 4.159).  “Nossa ideia é buscar essas pessoas para uma reunião que tire as dúvidas”, disse Gambine. “Muita coisa será caso a caso”, avalia. 

Gambine afirmou que, a despeito das pressões “de Brasília”, a universidade não realizará campanha para “captar” servidores para adesão ao Fundo.  “Qual o problema? É um fundo que não vai se saber a curto e médio prazo qual será o retorno”. O dirigente informou que a administração pretende solicitar à Funpresp um representante para participar de um debate que esclareça dúvidas na universidade.

Diretora da Adufrj-SSind, Luciana Boiteux distribuiu material explicativo sobre a previdência complementar, elaborado pelo Andes-SN. Ela informou que a Seção Sindical pretende realizar mais debates sobre o tema, no início do próximo ano. A professora defendeu que as pessoas tenham acesso ao maior número de informações possível. Boiteux esclareceu que o Sindicato possui posição contrária ao fundo, pois entende que há transferência de recursos públicos à gestão privada e causa risco para o contribuinte. “As contribuições são feitas no escuro. Não se sabe qual será o retorno. O rendimento depende do mercado, sujeito a chuvas e tempestades”, frisou. 

Sindicato Nacional na pauta

Boiteux também apresentou as principais frentes de atuação do Andes-SN: “Nós nos organizamos em um Sindicato Nacional, organizado pelos locais de trabalho, justamente para termos mais força”, explicou. Luciana deixou entre os novos o convite para participarem da construção da Adufrj-SSind e do Andes-SN. Também divulgou que o próximo Congresso da categoria será realizado em fevereiro, na cidade de São Luís, no Maranhão.

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