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Anticapitalismo na pauta do movimento negro

Professora defende ampliação da luta antirracista no país para uma perspectiva de classe

Da Redação

Na semana da morte de Nelson Mandela, a professora Francilene Cardoso (Biblioteconomia/UFRJ) defendeu a ampliação da pauta do movimento negro no Brasil para uma perspectiva de luta anticapitalista. Francilene – em exposição no seminário Cor e Classe na sociedade brasileira – invocou Malcolm X (líder do movimento negro nos EUA de inspiração socialista) e Clóvis Moura (jornalista militante e autor de O Negro na historiografia brasileira) como nomes que devem ser lembrados como referência da luta antirracista na sociedade brasileira.

O seminário foi organizado pelo Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser), coordenado pelo professor do Instituto de Economia/UFRJ, Marcelo Paixão. Na mesa, além de Francilene, que ali representava a Adufrj-SSind, e o próprio Paixão, estavam Francisco Carlos, coordenador do Sintufrj, e Lílian Barbosa, pelo DCE Mário Prata. O dirigente sindical chamou atenção para o “racismo institucional” que se manifesta em situações na universidade. Lílian Barbosa traçou o quadro pouco favorável enfrentado pelos estudantes “pretos e pobres” na UFRJ.

O professor Luciano Coutinho, diretor da Adufrj-SSind, uma das entidades que apoiaram o evento realizado no auditório da Escola de Serviço Social,  em rápida intervenção, disse que a Seção Sindical está cada vez mais empenhada em trazer para o debate “questões temáticas essenciais” da vida da universidade, relacionadas a gênero, raça e diversidade sexual. O Laeser, organizador do seminário, é uma das referências acadêmicas de investigação da situação do negro na sociedade brasileira. 

O coordenador do laboratório, Marcelo Paixão, teve atuação de destaque no Conselho Universitário na defesa da implantação de políticas afirmativas na UFRJ. Em debate recente, Paixão afirmara que a universidade aderiu com atraso às políticas afirmativas – o que aconteceu em agosto de 2010. Apesar da ressalva, no seminário da Praia Vermelha Paixão disse que nos últimos três anos já é possível registrar algumas mudanças na universidade.

O professor afirmou que o país já vive um período significativo de “democracia com distribuição de renda”, mas que é preciso construir uma outra universidade e uma sociedade que incorpore na agenda acadêmica de pesquisa, por exemplo, as questões relacionadas ao papel do negro na sociedade brasileira. E uma sociedade sem exclusão, autoritarismo e desigualdade.  

Espelho da sociedade

No seminário, a professora Francilene Cardoso destacou que a UFRJ reflete a realidade da sociedade. Observou que a universidade possui mais de três mil professores, mas que entre estes, são pouquíssimos os que são negros. Os negros são encontrados na UFRJ em funções subalternas, registrou. Francilene, que também é militante do movimento “Favela não se cala”,  criticou as UPPs que, na sua opinião, não constituem “uma política de segurança pública”, mas uma ação voltada para organizar a cidade de acordo com “os interesses do mercado”.  Francilene atacou o governo do PT em relação à realidade enfrentada pela população negra. “O PT faz a gestão da barbárie”, acusou.

A professora disse que é preciso ampliar a agenda da luta do movimento negro, dentro de uma perspectiva de classe. Depois de citar Malcom X, para enfatizar a linha anticapitalista na luta dos negros, ela lembrou do significado da luta no Quilombo dos Palmares, o maior movimento de contestação da ordem escravista da época colonial. O Quilombo dos Palmares não era um aglomerado onde se encontravam negros fugidos. Era muito mais do que isso, ela informa.  Tratava-se de um  projeto político, econômico e social, onde não existia propriedade privada e que tinha o objetivo de contestar e de frear a economia colonial.

 

Abdias substitui ditador

O nome do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva (general que comandou o segundo governo da ditadura instaurada em 1964), em Nova Iguaçu (RJ), será substituído  pelo fundador do Teatro Experimental do Negro, Abdias Nascimento (1914-2011). A escolha foi feita por meio de votação de alunos e professores.

Que 2014 seja o ano da Educação Pública

Aluna da UFRJ ajudou a fazer o cartaz que ilustra o mais novo outdoor da Adufrj-SSind

“Luta fundamental”, diz Taís Lara

Guilherme Karakida. Estagiário e Redação

O mais novo painel instalado pela Adufrj-SSind na lateral do ex-Canecão, na Zona Sul do Rio, destaca um ponto que precisa mobilizar toda a população brasileira em 2014: a defesa e ampliação da Educação Pública. 

Completa o mural uma imagem de cartaz que reivindica a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor, de forma imediata. O detalhe foi capturado pelas lentes do fotógrafo Samuel Tosta, durante os atos que sacudiram 2013. 

Um registro sobre o outdoor fez sucesso no site e nos perfis da Seção Sindical nas redes sociais. E, entre as pessoas que “curtiram” a imagem, uma ficou bastante satisfeita com o que viu: Taís Lara, aluna de Gestão Pública para o Desenvolvimento Econômico Social, e outros colegas de curso pintaram aquela cartolina no dia 30 de agosto (então escolhido como Dia Nacional das Paralisações): “Achei muito bom a Adufrj escolher o cartaz, porque ele representa uma luta fundamental tanto para os trabalhadores como para os estudantes”, explica. 

Ela enfatizou a gravidade do problema, uma vez que apenas 5% do PIB são destinados à educação no país atualmente. “A campanha dos 10% do PIB é urgente, pois a razão do estado vergonhoso em que se encontram algumas escolas de ensino básico é o subfinanciamento da educação”, afirma.

Motivos para protestar não faltam

De acordo com Taís, outros absurdos quase diários, no entanto, devem motivar as pessoas aos protestos que devem se intensificar no próximo ano. Em pesquisa de iniciação científica realizada pela aluna, por exemplo, fica demonstrado que mais de 19 mil famílias foram removidas apenas pelo prefeito Eduardo Paes: “Não podemos ficar calados enquanto milhares de famílias são removidas para dar espaço a empreendimentos privados para os ricos”, afirma.

“Nós vamos para as ruas mais fortes ainda em 2014 para denunciar esses absurdos e lutar por uma sociedade mais justa e democrática”, completa.

Mudanças têm relação com os novos prazos do Sistema de Seleção Unificada (SiSU/MEC) em 2014

Elisa Monteiro. Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Para a maioria dos cursos de graduação da UFRJ, o segundo semestre letivo de 2014 terá início uma semana após o inicialmente previsto. A mudança ocorreu na última sessão do Conselho Universitário, em 12 de dezembro. De acordo com Marcelo Corrêa e Castro (decano do CFCH), da Comissão de Ensino e Títulos, o atraso responde às “necessidades de mobilidade (acadêmica)” e aos “novos prazos do Sistema de Seleção Unificada (SiSU)”.

Com isso, as aulas do segundo período letivo para os cursos de graduação em geral, inclusive Nutrição (Macaé) e Enfermagem e Obstetrícia (também de Macaé), além dos ingressantes pelo Concurso de Acesso 2014, começam em 4 de agosto e terminam no dia 12 de dezembro (antes, seriam de 28 de julho a 5 de dezembro).

Já os alunos de Medicina (Rio de Janeiro), Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Medicina (Macaé) retornam às aulas em 28 de julho e fecham o período também no dia 12 de dezembro (antes, ficariam de 28 de julho a 5 de dezembro). Aqueles que ingressarem nesses mesmos cursos pelo concurso de acesso de 2014 ficarão de 4 de agosto até 12 de dezembro (de 28 de julho a 5 de dezembro, no calendário original).

Núcleo de Estudos Internacionais é extinto

O Núcleo de Estudos Internacionais (NEI), que estava sob intervenção da reitoria há três anos, foi extinto. Em 2010, o então reitor Aloisio Teixeira (falecido ano passado) atribuiu a medida a uma crise entre os professores do NEI.

Os conselheiros, porém, aprovaram um conjunto de resoluções para preservar os cursos de graduação (Defesa e Gestão Estratégica Internacional, Relações Internacionais) e de pós-graduação (Pós-Graduação em Economia Política Internacional, PEPI) relacionados ao Núcleo. 

Os encaminhamentos, com pequenas alterações, seguiram as indicações do parecer da Comissão de Ensino e Títulos (CET) sobre o tema. Dentre elas, a redistribuição dos 11 professores concursados do NEI. 

 Medalhas e títulos

A última sessão do ano do Consuni aprovou emerências aos professores Nelson Maculan Filho (Instituto de Matemática/Coppe, ex-reitor da UFRJ entre 1990-94), Takeshi Kodama (Instituto de Física) e Antônio Constant Rodrigues da Cunha (Faculdade de Educação).

O Consuni concedeu ainda a Medalha Minerva do Mérito Acadêmico para Samuel Berg Maia, da Escola de Química. O professor Leoncio Lara Sáenz, da Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa. Sáenz, que tem uma larga produção a respeito de autonomia universitária, foi convidado pela universidade para um evento sobre o tema, ainda sem data definida.

 

Reposicionamento garantido

Fica mais clara a regra para docentes de outras Ifes permanecerem no mesmo estágio da carreira, após concurso para a UFRJ

O Consuni do dia 12 acolheu uma mudança de redação da resolução nº 05/2013 do próprio colegiado sobre o reposicionamento dos professores concursados da UFRJ, oriundos de outras Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). A modificação foi solicitada pela Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) da universidade, para atender às normas da lei nº 12.772 deste ano, que modificou a lei das carreiras docentes: “Na realidade, é uma alteração do artigo 1º que introduz a palavra ‘classe’ na redação”, relatou Segen Estefen (representante dos Titulares do CT e integrante da Comissão de Legislação e Normas do conselho).  

“A alteração responde à solicitação da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) para que os professores que vêm de outras universidades (federais) possam ser reposicionados corretamente na mesma classe em que estavam, seguindo as normatizações da nova carreira”, completou o reitor Carlos Levi.

 

Confira como ficou a modificação:

“Art. 1º O docente admitido na UFRJ através de concurso público, quando já for docente de outra IFES, será reposicionado na classe e nível a que pertencia na instituição anterior (...), devendo, para isso apresentar requerimento na Unidade em que estiver lotado, acompanhado de prova de sua situação funcional na instituição anterior.”

Nos fundos da EEFD e bem perto do centro de pesquisas da Petrobras, a Praia do Catalão, no Fundão, é a imagem da agressão ambiental. Há dois anos, o Jornal da Adufrj publicou ensaio fotográfico mostrando o lixo acumulado na areia da praia às margens da Baía de Guanabara. No dia 13 de dezembro, a reportagem retornou ao Catalão e a situação era a mesma. A Prefeitura Universitária, por meio da assessoria de imprensa,  alega que a limpeza “do entorno” da praia é feita quinzenalmente por uma empresa terceirizada. Mas que esta empresa não se responsabiliza pelos resíduos que chegam da baía.


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