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Estão abertas até o dia 17 de fevereiro as inscrições para concurso público de diversas áreas do magistério superior da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), incluindo Campus Macaé. A universidade retificou nesta quarta-feira 15 o edital inicial nº 460 (de 23 de dezembro de 2013, publicado no Diário Oficial da União no último dia de 2013), consolidando a oferta de 263 vagas.  

Para se inscrever, os candidatos devem se cadastrar via site da Pró-reitoria de Pessoal (PR4) http://concursos.pr4.ufrj.br. As taxas variam de R$ 50 (Professor Auxiliar 20 h) a R$ 200 (Professor Adjunto A). Os vencimentos variam entre R$ 1.914,58 e R$ 8.049,77. Será permitido concorrer a mais de um cargo, desde que as provas não aconteçam no mesmo horário.

Mais informações gerais, sobre vagas, conteúdos programáticos, datas importantes e afins podem ser encontradas no edital no site da PR4. 

Convênio com a Unimed: carência zero em fevereiro 

As adesões para o convênio firmado entre a Unimed e a Adufrj-SSind terão carência zero para o mês de fevereiro. As inclusões (para fevereiro) serão feitas nos dias 26 e 27 de dezembro.

Nova tabela

A nova tabela, com o reajuste anual da operadora, pode ser conferida ao lado.
O próximo aumento só vai ocorrer em dezembro de 2014.

Informações
Faça seu agendamento e tire suas dúvidas sobre o plano de saúde pelo telefone 97686-6793 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Em visita ao Rio, jornalista americano contou como obteve a informação sobre o paradeiro do corpo do guerrilheiro. Os restos mortais do líder, morto na década de 60, só foram localizados em 1997

Jon Lee Anderson escreveu biografia sobre Che

Guilherme Karakida. Estagiário e Redação

Principal responsável pela descoberta dos restos mortais de Ernesto Che Guevara (veja quadro), o jornalista americano Jon Lee Anderson esteve no Rio de Janeiro recentemente para ministrar uma oficina de reportagem. A atividade foi promovida pela Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Iberoamericano.

Hoje colaborador da revista The New Yorker, Jon conseguiu a informação histórica enquanto entrevistava o general boliviano Mario Vargas Salinas, em 1995. Este coordenou a operação que massacrou o grupo de Joaquim e Tânia, membros da coluna de Che, que passou onze meses em calvário na Bolívia. Porém, a coluna havia se separado em dois grupos, semanas antes da morte de Guevara. “Então, aparentemente, não havia nenhum vínculo direto entre Vargas e Che”, explicou Jon.

Projeto de biografia

Naquela época, o jornalista coletava dados para escrever a biografia de Che, publicada após seis anos de pesquisa, com direito a acesso a documentos inéditos, como o diário pessoal do guerrilheiro. O trabalho também ganhou peso porque alguns entrevistados aceitaram falar pela primeira vez das suas experiências com um dos líderes da Revolução Cubana. “Eles falaram comigo porque sabiam que eu entendia aquela realidade”, observou. Jon não esperava, no entanto, que aquela entrevista específica acabaria com um mistério de três décadas (morto em 1967, o corpo de “Che” só foi encontrado em 1997). 

De personalidade afável e aberto ao diálogo, o general o recebeu em sua casa, uma espécie de fazenda, no final da tarde. “Com o passar da entrevista, me senti confiante para fazer perguntas sobre Che”, explica. Assim, no final dela, Jon decidiu perguntar, como quem não quer nada, “Onde está o corpo de Che? O que aconteceu com ele?”. Embora desconfiado, o general revelou o paradeiro do líder guerrilheiro. 

Nos dias seguintes, a matéria foi publicada no The New York Times e reproduzida por meios de comunicação do mundo todo. O então presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez de Lozada, ordenou a constituição de uma comissão para buscar os restos de Che Guevara. Consciente de que havia violado um segredo militar, Mario Vargas escondeu-se e negou tudo. Contudo, a entrevista havia sido gravada pelo repórter, o que impossibilitou qualquer forma de defesa por parte do militar. 

“Eu estava em Miami quando recebi em primeira mão a ligação de um médico forense com a notícia (da descoberta das ossadas). Foi muito emocionante”, lembrou. 

O interesse

O interesse e curiosidade pela vida do combatente surgiram em função da visão maniqueísta em torno de sua imagem. “Eu queria entender quem ele realmente era, porque os livros sobre a sua figura ou o relatam como anjo ou como demônio”, disse. “Eu queria comparar a mitologia com a realidade”, completa. Além disso, a própria familiaridade do repórter com o tema – Jon se especializou em temas políticos latino-americanos e conflitos modernos – também favoreceram na decisão de escrever um livro sobre Che. “Passei quatro anos da minha vida convivendo com guerrilheiros de todo mundo. Foi justamente a raiz desta experiência que me despertou o interesse na vida de Guevara”. Durante o processo de composição da biografia, o jornalista descobriu características e curiosidades interessantes sobre Che. Para conhecer o seu passado, Jon viajou com Alberto Granado - companheiro do líder argentino-cubano, em uma viagem pela América Latina em 1952 (retratada no filme Diários de Motocicleta (2004), do brasileiro Walter Salles) - para a Argentina, onde permaneceram por um ano e meio. “Comecei a ver um jovem que era muito distinto dos livros”, contou.

 

Trinta anos de buscas

Cerca de 30 anos após a sua morte, o corpo de Ernesto Guevara de La Serna, consagrado como Che Guevara, foi encontrado em um barranco de Vallegrande, uma cidade do sudeste da Bolívia, em 1997. Ao lado dele, cinco cadáveres de outros combatentes. As ossadas estavam próximas a uma pista de aviões. 

Fundador da Coppe, Alberto Luiz Coimbra defende a universidade pública, gratuita e de excelente qualidade

Professor conta um pouco da história do instituto que leva seu nome

Rodrigo Ricardo. Especial para o Jornal da Adufrj

Aos 90 anos, os olhos de Alberto Luiz Galvão Coimbra enxergam com dificuldade, mas não perdem de vista o horizonte da universidade. “Ela deve ser pública, gratuita e de excelente qualidade, a melhor que pudermos ter”, defende o professor aposentado que fundou, em 1963, o que é hoje considerado um dos maiores centros de ensino e pesquisa na área das Engenharias, a Coppe. 

“Começou pequenino, no campus da Praia Vermelha, com apenas duas salas, uma para aula e outra que servia ao mesmo tempo para grupos de estudos, aos professores e como secretaria”, explica. Recorda, ainda, que, no ano seguinte, com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), houve obras de ampliação. “A verba do então Instituto Nacional de Química (de onde surgiu o primeiro programa da Coppe, o de Engenharia Química) era reduzida. Agora, além do pouco dinheiro, a nossa maior dificuldade era ligada à novidade do assunto (cursos de pós-graduação). Precisamos fazer uma espécie de catequese para atrair os alunos”.

Mestre em Engenharia Química pela Universidade de Vanderbilt, nos EUA, Coimbra enviava missões de recrutamento a cidades onde havia graduações de engenharia. Eram colocados anúncios na mídia local, convidando os formandos para uma entrevista em um hotel, onde eram avaliados. Cada selecionado recebia a informação de que, no Rio, receberia uma bolsa de estudo do CNPq ou da Capes para se dedicar ao curso. Receber para estudar era outra originalidade, o que acabou facilitando a vinda de alunos de outros municípios brasileiros, do México e de outras nações sul-americanas. 

Dedicação exclusiva

Nascido na Rua Farani, em Botafogo, numa época em que as pessoas nasciam em casas, Coimbra lembra de uma antiga conhecida dos docentes: Retide (Regime de tempo integral e dedicação exclusiva). Além do gosto pela extinta sigla, realça que deixou seus outros empregos para trabalhar apenas na academia. “Quando fundamos a Coppe, isto era uma raridade. Praticamente não existia entre os professores. A tônica era o tempo parcial e muitos encaravam a profissão como uma honraria, algo pra colocar no cartão de visita, conquistar clientes e ganhar dinheiro”, aponta. Pondera, no entanto, que os dois regimes podem coexistir para permitir que sumidades que gostem de dar aulas estejam na universidade. “Eles podem atuar como uma espécie de convidados, mas sem as atribuições do cotidiano de assistir o aluno, preparar aulas, dar notas”. Para Coimbra, não é o mesmo caso dos demais: “Enfim, a esse convém que atue em tempo integral, como qualquer operário. Por que o professor universitário seria diferente dos outros trabalhadores?”, indaga.

Ele reivindica um salário de topo aos colegas que “queimam as pestanas” em estudos e pesquisas por décadas, em atividades que requerem curiosidade para investigar e gosto para ensinar. “Ter um espírito amador faz bem, porém, deve-se pagar bem ao professor, porque é esta gente que provoca o desenvolvimento e a criação de tecnologias novas”. 

Soberania

Coppe em numerosA reportagem do Jornal da Adufrj seguia em direção à residência do entrevistado e de sua esposa Marlene, na Barra da Tijuca, quando o rádio anunciou que o lançamento do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-3) havia falhado e os engenheiros, chineses, ainda procuravam as causas do problema. “O país precisa ter foguetes, viajar pelo espaço. Demos um salto, mas ainda não alcançamos nossa independência tecnológica”, acredita Coimbra. 

Oriundo de uma geração nacionalista, característica dos anos 1940 e 1950 do período de Getúlio Vargas, Coimbra afirma que o Brasil tem que tomar suas próprias decisões, sem depender de pacotes fechados. “O intercâmbio é desejável, mas precisa trazer benefício mútuo. Por enquanto, segue sendo mais unilateral, com a gente exportando muita matéria-prima e pouco produto acabado”, assinala. Ele compreende que seria salutar, às vezes, fechar as fronteiras até se conseguir certo desenvolvimento. “Importar tecnologia não ajuda os mestres e doutores. Pelo contrário, acaba por desmotivá-los”. 

O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, costuma referir-se à criação da instituição como um ato de desobediência frente ao cipoal de regras sobre a universidade. Coimbra relativiza a rebeldia: “Não é por vontade de transgredir, mas por certa ignorância dos detalhes dos regulamentos. Em alguns momentos, para nós que não somos especialistas em administração pública, certos caminhos são melhores que outros”, avalia. Ele entende que a burocracia deve ser rígida, mas também dispor de flexibilidade para que as coisas funcionem e as pessoas possam se realizar.

Matemática é essencial

Amante da Matemática, Coimbra a indica como essencial para a linguagem científica. Ele observa de que não gostaria de ter muitos cursos na Coppe sem ela como base.  “Simplifica, modula, trata-se do tecido fundamental da engenharia”. Questionado sobre o baixo desempenho dos estudantes do Ensino Médio na disciplina, lamenta que o Brasil ainda esteja despertando para muitos pontos. “Existem questões elementares, já resolvidas em outros países, nas quais ainda estamos engatinhando”.

No site e nos perfis da Adufrj-SSind nas redes sociais, confira entrevista em vídeo com o professor Alberto Coimbra

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