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Em tramitação recorde, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu, na terça-feira (14), processo por quebra de decoro, com pedido de cassação do mandato, contra o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). A abertura se dá apenas duas semanas após a discussão em plenário entre Glauber e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na qual o deputado do PSOL questionou se Lira não tinha “vergonha” em defender a privatização da Petrobras. Glauber Braga disse que o processo é uma tentativa de intimidação.

WhatsApp Image 2022 06 15 at 20.42.35Foto: Silvana SáA reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho, tomou posse na Academia de Medicina do Rio de Janeiro. Ela assume a Cadeira 68, cujo patrono é o médico sanitarista Oswaldo Cruz. Em seu discurso, a reitora destacou a importância do patrono na área de ciências aplicadas à Medicina durante o combate à febre amarela, varíola e peste bubônica, enfermidades graves no início do século XX. Em entrevista à AdUFRJ, Denise se disse honrada em poder assumir essa cadeira, ela que também é uma profissional que atua em ciências aplicadas à Medicina. “É o reconhecimento de toda minha trajetória profissional e acadêmica. Nesse momento de pandemia, em que a Ciência foi tão importante para salvar vidas, ser eleita para a Academia de Medicina do Rio de Janeiro é ainda mais especial. Uma honra, realmente”.

A mãe da reitora, dona Maria da Penha Pires de Carvalho, de 82 anos, não escondia o orgulho. “Ela é muito obstinada naquilo que deseja, uma excelente filha, uma excelente médica. Eu fico muito feliz em poder testemunhar esse momento”.

WhatsApp Image 2022 06 15 at 20.44.27Tem sido um período difícil para a vida universitária e para a UFRJ em particular, mas nada pior que a perda de um colega e amigo de forma súbita, sem aviso. Um amigo que, durante sua carreira, representou a mente e o espírito acadêmicos como poucos. Na última sexta-feira, 10 de junho, o professor Eduardo Arcoverde de Mattos (foto) nos deixou.
Suas palavras e pensamentos sempre foram doces, mas questionadores, entremeados de trocadilhos e piadas. Sentia-se satisfeito quando percebia um rosto de interrogação: sua missão como formador e pensador estava sendo cumprida. Frequentemente, perguntava sobre o “arcabouço teórico-conceitual” (em suas palavras), desafiando alunos e colegas a situar suas pesquisas, atividades de ensino ou extensão em um contexto maior, para entender as implicações e qual conhecimento era gerado. Era conhecido também por seus apartes em falas dos colegas, para complementar o assunto, sempre pertinentes, embora raramente breves.
Sua linha de pesquisa principal e paixão sempre foi a Ecofisiologia Vegetal, desde sua iniciação científica no Departamento de Ecologia da UFRJ, com o professor Sérgio Tadeu Meirelles, ao mestrado e doutorado na UFSCar com o professor José Antonio Proença Vieira de Moraes, e pós-doutorado na Unicamp. A primeira contratação foi como professsor do Departamento de Ecologia da USP em 1997, que deixou em 1999 para ingressar na UFRJ, no Laboratório de Ecologia Vegetal, onde atuou desde então. Afastou-se apenas para um pós-doutorado na Universitat de les Illes Balears, na Espanha, em 2008. Em suas publicações científicas, fica clara a interação e parceria com outros pesquisadores com destaque na Ecofisiologia e Ecologia Vegetal, nacionais e internacionais.
A Ecofisiologia da fotossíntese, germinação de sementes, e funcionamento de plantas de forma geral foi usado como elemento-chave em contribuições ao conhecimento de outras áreas centrais da Ecologia, como na compreensão de padrões de diversidade de espécies e funções, consequências de estresse para o funcionamento e aptidão, incluindo fixação e estoques de carbono em ecossistemas. Sempre atuou no Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFRJ, que coordenou de 2011 a 2014, deixando sua marca em disciplinas como Delineamento Experimental, mas também em Ecologia Vegetal e Metodologia Científica na graduação.
Nos últimos anos, aderiu ao Projeto Capim Limão, uma iniciativa de extensão em Agroecologia de alunos dos cursos de graduação do Instituto de Biologia, que coordenou formalmente como um projeto de extensão da UFRJ a partir de 2018. Passou a pegar na enxada, pés e mãos na terra, mas sempre com o gosto pela discussão de ideias, e pela batalha intelectual que envolve o aprendizado. Partiu cedo. Sua falta é dolorosa e difícil para todos nós.

Marcus Vinícius Vieira
Professor do Instituto de Biologia

WhatsApp Image 2022 06 15 at 21.10.31A Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR) e o Observatório do Conhecimento realizaram na terça-feira (14) o debate “Papel das mulheres na Ciência e em cargos de poder”, na sede do sindicato, em Curitiba. Andréia Stinghen, vice-presidente da APUFPR, Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do Observatório do Conhecimento, e Dayana Brunetto, representante do Movimento de Gênero — UFPR, foram as debatedoras.

O evento contou também com o lançamento do documentário “Ciência: luta de mulher”, produzido pelo Observatório do Conhecimento, que apresenta as histórias de quatro mulheres cientistas de diferentes áreas do Brasil, abordando temas como carreira, desigualdades, raça e maternidade.

As vereadoras Professora Josete e Carol Dartora, ambas do PT, prestigiaram o debate e o lançamento. Josete está em seu quinto mandato e Carol foi a primeira mulher preta eleita vereadora em Curitiba. Também estiveram presentes mulheres dirigentes de sindicatos em Educação de Curitiba, além de representantes estudantis. O evento serviu ainda para consolidar a colaboração entre a APUFPR e o Observatório do Conhecimento em defesa da Ciência e da Educação, duas das áreas que mais sofreram desde o início do governo de destruição de Jair Bolsonaro.

savings 2789112 640O estrangulamento do orçamento pelo governo pode levar a um inédito “shutdown” da UFRJ. Após agosto, a instituição não terá dinheiro para pagar as contas básicas de manutenção, como luz, água e contratos de limpeza e vigilância. “Nós nunca fechamos antes. Talvez tenhamos que fechar pela primeira vez”, alertou a reitora Denise Pires de Carvalho, em coletiva à imprensa neste dia 15.
Nem greves nem a pandemia pararam a UFRJ completamente. Agora, até o funcionamento das nove unidades de saúde da universidade está ameaçado. Seria uma paralisação das atividades por falta do mínimo de infraestrutura. “A luz deixará de ser paga em setembro. Quando a Light vai apagar a nossa luz? Não sabemos”, afirmou a dirigente. “No dia que a Light apagar a luz, a universidade fecha”, exemplificou. “Sem contratos cobertos, as empresas demitirão os terceirizados. Sem ter como recolher lixo das salas de aula ou limpar os banheiros, a universidade acabará fechando. Não dá para precisar uma data”, completou.
A maior federal do país conta hoje com um orçamento que equivale a menos da metade do que já foi em 2012. Considerando valores corrigidos pela inflação, a universidade já teve R$ 725 milhões há dez anos. Mas a UFRJ começou 2022 com R$ 329 milhões e sofreu um recente bloqueio de R$ 23,9 milhões.
O pró-reitor de Orçamento e Finanças, professor Eduardo Raupp, fez analogia com o planejamento de uma viagem de avião. “É como se a gente tivesse se programado para fazer um voo longo, sem condições de reabestecer e, já na nossa rota, sermos avisados que não poderemos mais usar 7% do combustível e não tem onde pousar”, disse.
A recomposição do bloqueado adiaria a crise em mais um mês. Para fechar o ano no azul, a reitoria estima que o orçamento deveria ser de pelo menos R$ 390 milhões. “Isso é o mínimo para manter a universidade limpa, com luz acesa e água nas torneiras”, observou Denise.

IMPACTO NA PESQUISA
Segundo a professora Clarissa Damaso, coordenadora do recém-criado Grupo de Trabalho Monkeypox da UFRJ, os cortes têm um impacto importante nos laboratórios da universidade. “Não se pode trabalhar num lugar insalubre, principalmente se você trabalha com material patogênico”, explicou.
A docente também ressalta o papel da Saúde, da Educação e da Ciência para o país. “Se a gente parar, não poderemos retomar como estava. Vamos dar 500 passos para trás e começar de novo, e isso não pode acontecer. A Ciência é investimento e é fundamental. Não pode haver cortes”, completou.
(Kelvin Melo e
Estela Magalhães)

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