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Levantamento mostra que 52% dos brasileiros gostariam de saber mais sobre ciência, quando a média mundial é de apenas 34%; estudo foi realizado em 14 países e ouviu mil pessoas O brasileiro gosta de ciência e acredita no impacto dela para uma vida melhor. É o que mostra um estudo realizado pelo Instituto 3M, empresa internacional de inovação. Cerca de mil pessoas foram ouvidas em 14 países, desenvolvidos e emergentes, entre junho e agosto do ano passado. O levantamento mostra que 52% dos brasileiros gostariam de saber mais sobre ciência, quando a média mundial é de apenas 34%. Além disso, 83% dos entrevistados no Brasil avaliam o assunto como “muito importante para a sociedade” e 72% declararam o mesmo em relação à aplicação à vida prática. Nos demais países, os percentuais caem para 63% e 46%, respectivamente. Diante da palavra ciência, 94% dos brasileiros disseram se sentir esperançosos e 88%, fascinados. Para 85% dos entrevistados, o mundo é melhor graças a ela. Apenas 12% falaram em tédio. Para 74% da população, o Brasil está ficando para trás em pesquisa, tecnologia e inovação e, para 42%, a culpa é do baixo investimento.   “O otimismo dos brasileiros com o conhecimento científico é real. Há mais credibilidade aqui do que nos EUA ou na Europa, sobretudo quando se trata de instituições públicas”, confirma o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ildeu de Castro Moreira. “Mesmo em temas como genoma, há receptividade quando se percebe que haverá avanços para a saúde”, opinou Ana Tereza Vasconcelos (SBPC). Um estudo nacional sobre o assunto, feito em 2015, mostrou que cientistas gozam de mais prestígio que as demais categorias.

Festival internacional Pint of Science (“Copo de Ciência”, em tradução livre) convida pesquisadores a sair dos laboratórios e dividir as pesquisas com o público. Eventos acontecem em vários bairros LARISSA CAETANO Que tal uma cerveja enquanto se aprende Ciência? Nos dias 14, 15 e 16 de maio, o festival internacional Pint of Science (“Copo de Ciência”, em tradução livre) convida pesquisadores a sair dos laboratórios e dividir as pesquisas com o público. Os cenários para as aulas informais são bares e restaurantes. O evento surgiu em Londres com Michael Motskin e Praveen Paul, neurocientistas do Imperial College London, em 2012. Chegou ao Brasil em 2015 e este ano estará em 56 cidades pelo país. O coordenador responsável pelo Rio é o professor Leandro Lobo, do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, da UFRJ. “Distribuímos o festival pela cidade para alcançar o maior número possível de pessoas”, explica Leandro. As palestras acontecem em quatro bares: Bento Bar (Maracanã), Bar Empório Colonial (Centro), Bar Jarbô (Jardim Botânico) e Teto Solar (Botafogo). Começam às 19h30 e duram, no máximo, duas horas.   Docentes, pesquisadores e pós-graduandos da UFRJ e de outras universidades e institutos de pesquisa formam o time de palestrantes. “É difícil convencer um dono de bar a ceder espaço numa sexta-feira. Por isso escolhemos dias em que os bares têm frequência menor. Todo mundo ganha”, reforça Leandro.   Segundo ele, o público costuma se surpreender diante de alguns temas. “Você não espera falar sobre computadores quânticos num bar. Até quem não pensava em participar pega o microfone”, conta. As palestras tratam de bactérias a genética, passando por conservação de espécies, relação da matemática com a cerveja e cenários cósmicos. Para quem quer saber a relação entre a matemática e a cerveja, foi um cálculo estatístico que, no começo do século XX, permitiu a um fabricante escolher os melhores lotes de cevada e aumentar sua produção sem reduzir qualidade.

Uma proposta que modifica a Constituição do Rio de Janeiro é a mais nova esperança de professores e pesquisadores para combater a asfixia financeira da Ciência no estado Uma proposta que modifica a Constituição do Rio de Janeiro é a mais nova esperança da comunidade científica para combater a asfixia financeira da Ciência no estado. O projeto, que garante repasses mensais adequados à Fundação de Amparo à Pesquisa (Faperj), foi protocolado semana passada pelo deputado e presidente da Comissão de Educação, Comte Bittencourt (PPS), na Assembleia Legislativa . No último dia 2, um grupo expressivo de professores e pesquisadores compareceu a uma audiência pública na Alerj para respaldar a iniciativa. A UFRJ teve destaque. O dispositivo que obrigaria o governo a transferir os chamados duodécimos já existe para as universidades estaduais desde dezembro, com o Projeto de Emenda Constitucional (PEC 47). Na ocasião, a proposta foi aprovada em plenário por unanimidade. “Isso ocorre também com a Fapesp (Fundação de São Paulo). Não por acaso, ela é a número um do país”, destacou Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências. “Lá, não se toca no orçamento da pesquisa”. O presidente da ABC chamou de “realismo mágico” o decreto do governador Pezão que prolonga os cortes na agência de fomento do estado até 2023. Segundo o deputado Comte Bittencourt (PPS), o estado deixou de aportar R$ 1,5 bilhão à Faperj na última década. Ele frisou que o percentual de investimento, mínimo constitucional de 2% para Ciência e Tecnologia só foi realizado nos anos de 2009 (2,02%) e 2010 (2,13%). Em 2017, o percentual foi de 0,7%. Além disso, Comte acrescentou, a Faperj recebeu apenas 7,9% do orçamento previsto para 2018. A média do estado é de 15%. O diretor científico da Faperj, Jerson Lima e Silva, deu a dimensão da crise na Fundação: “Em 2017, tivemos uma redução orçamentária de algo como R$ 450 milhões para R$ 350 milhões. E apenas R$150 milhões foram executados”. “Os laboratórios estão praticamente falidos. Desde 2014, apenas administramos a redução dos editais”, resumiu. "A crise na Ciência e Tecnologia do Rio é muito cruel, porque os primeiros a irem embora são os talentos, para outros estados e países”, lamentou. O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, defendeu a vinculação do orçamento ao repasse mensal dos duodécimos: "O exemplo da Fapesp demonstra hoje como são estratégicos  para o planejamento na Ciência, Tecnologia e Inovação".  

Polícia Federal investiga violação à dedicação exclusiva; formulário enviado pela Reitoria tem objetivo de apurar se há acúmulo ilegal de cargos, salários e funções. Reitoria avisa que procedimento será anual Um aviso enviado por e-mail aos professores e técnicos da UFRJ vem causando apreensão na comunidade acadêmica: todos terão de preencher um formulário e enviar à Pró-reitoria de Pessoal (PR-4) informações sobre atividades dentro e fora da universidade. O objetivo é saber se há acumulação de cargos, empregos e rendimentos de modo incompatível com o regime de dedicação exclusiva (DE) à universidade.   A Lei 12.772 estabelece quais atividades são compatíveis com a dedicação exclusiva (ver quadro). O que mais inquieta os professores, porém, é o fato de o formulário haver sido enviado no momento em que um inquérito da Polícia Federal investiga se docentes da UFRJ estão descumprindo a regra de dedicação exclusiva. O memorando enviado pela Pró-reitoria de Pessoal solicita que os servidores respondam a um questionário sobre o assunto até 10 de maio, “face ao inquérito policial 0906/2016”. Segundo a Reitoria, a Polícia Federal solicitou que a UFRJ criasse mecanismos para todos os docentes informarem sobre acumulação. “Informamos isso às unidades e estamos disponibilizando os formulários. Os mesmos devem ser preenchidos e entregues na Seção de Pessoal das unidades, para que sejam incluídos nas pastas funcionais de cada docente”, informou a assessoria da Reitoria em 19 de abril.   Para o professor Carlos Frederico Rocha, do Instituto de Economia, não há problema em cumprir as determinações legais, mas sim no contexto em que a cobrança foi feita. “O professor está sendo solicitado a dar informações no decorrer de um inquérito policial. Se estamos sendo investigados por alguma coisa, temos o direito de saber”, afirma. “Estamos num contexto em que um reitor se suicidou no bojo de uma investigação”, afirma, referindo-se à morte de Luiz Carlos Cancellier, da UFSC, em 2017.   O vice-presidente da Adufrj, professor Eduardo Raupp, disse que a seção sindical tem sido procurada por professores desconfortáveis com o fato de o questionário ter sido aplicado a todos os docentes, de modo indiscriminado, como se todos estivessem sob investigação. Há também, alerta Raupp, dúvidas sobre como declarar palestras e cursos, além de participação em sociedades científicas. O plantão jurídico da Adufrj está à disposição dos docentes para esclarecer dúvidas sobre o assunto.   DEDICAÇÃO EXCLUSIVA PERMITE
  1. Remuneração por cargos de direção ou funções de confiança
  2. Remuneração por participação em comissões julgadoras relacionadas a ensino, pesquisa e extensão
  3. 3.Bolsas de ensino, pesquisa, extensão ou estímulo à inovação recebida de agências de fomento, fundações de apoio credenciadas ou organismos internacionais, bem como bolsas para formação de professores ou de qualificação docente, além de outros tipos de bolsa.
  4. Direitos autorais ou de propriedade intelectual
  5. Pró-labore ou cachê pago por palestras e conferências
  6. Pagamento por colaboração esporádica de natureza científica ou tecnológica em assuntos de especialidade do docente
  7. Gratificação por encargo de curso ou concurso, bem como função comissionada de coordenação de curso
ATENÇÃO: de acordo com a lei 12.772, a participação remunerada em palestras e conferências não pode exceder 30 horas anuais; colaborações técnicas e científicas não podem exceder 8 horas semanais. ____________ PR-4 INFORMA A Pró-Reitoria de Pessoal informa que: # As palestras não configuram acumulação de cargos, não sendo objeto do formulário enviado aos departamentos. # Caso o docente seja membro de diretoria de sociedade científica, é necessário prestar essa informação, justificando que se trata de função não remunerada. # A PR-4 tem recebido as respostas sem transtornos e reforça que quaisquer dúvidas relativas ao preenchimento devem ser encaminhadas às seções de pessoal dos servidores ou, caso desejem, diretamente ao pró-reitor de pessoal. # A PR-4 adotará o procedimento anualmente para todos os servidores da UFRJ.

Adufrj reforça pressão pública pelo esclarecimento dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Pedro Gomes e Larissa Caetano* A pressão pública pelo esclarecimento dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Pedro Gomes ganhou reforço desde a semana passada. A Adufrj espalhou a campanha “Apuração Já” pela cidade, com seis outdoors, cinco anúncios em quatro linhas de ônibus, três galhardetes no campus do Fundão e três faixas nas janelas da Faculdade Nacional de Direito. “É como uma entidade comprometida com os direitos humanos e a defesa da paz que a Adufrj se insere nesta campanha. Queremos apuração”, afirma a presidente da associação docente, professora Maria Lúcia Werneck. Mais de um mês após os crimes, em 14 de março, os assassinos não foram identificados. Os outdoors podem ser vistos na Avenida Brasil, em frente à Fiocruz; em Bonsucesso; na Avenida Brigadeiro Tromposwski (entrada da Ilha do Governador); no Catumbi, próximo ao túnel Santa Bárbara e na Avenida Venceslau Brás, em Botafogo, ao lado do campus da Praia Vermelha. As artes são de autoria de André Hippert: “É possível fazer design engajado. Deu-me orgulho desenvolver esta iniciativa”, disse. As ilustrações partiram de um cartaz de uma passeata em homenagem a Marielle.   “AGORA EU SEI QUEM É MARIELLE” O Boletim da Adufrj foi às ruas para ouvir a população sobre a campanha “Apuração Já”. Estudante da Faculdade de Letras, Janaína Ligeiro elogiou a iniciativa: “Outras entidades deveriam tomar partido”. Ela revelou ter votado em Marielle na última eleição: “Ela, como mulher, negra, periférica, representaria o que a gente tá precisando nesse momento político”, destacou. Mestranda de Comunicação da UFF, Maria Beatriz Viana disse que este tipo de campanha faz parte do papel de uma organização da sociedade civil, mesmo não havendo professor ou funcionário da UFRJ como vítimas do crime: “Esse tipo de cobrança pressiona a polícia por resposta”. Ambulante no Piscinão de Ramos, Maria das Graças disse que, ao matarem Marielle, os assassinos tornaram suas ideias mais conhecidas: “O pessoal está conhecendo ela. Agora eu sei quem é Marielle”. *Estagiária e estudante da Escola de Comunicação

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