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heloisaProfessora emérita da Escola de Comunicação, Heloisa Buarque de Hollanda foi eleita para a Academia Brasileira de Letras nesta quinta-feira (20). A escritora recebeu 34 dos 37 votos em disputa para a cadeira 30, que era ocupada por Nélida Piñon. O pintor e escritor Oscar Araripe teve dois votos. Um acadêmico votou em branco.
Heloisa é diretora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC-Letras/UFRJ), onde coordena o Laboratório de Tecnologias Sociais, do projeto Universidade das Quebradas, e o Fórum M, espaço aberto para o debate sobre a questão da mulher na universidade.
Heloisa foi a décima mulher eleita para a Academia.

WhatsApp Image 2023 04 19 at 12.17.56A vice-presidente da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, esteve em Brasília para entregar à mesa de negociação setorial dos docentes uma carta com reivindicações para a categoria. O documento toca em pontos fundamentais para a base da AdUFRJ, como recomposição salarial, progressão de carreira e o direito aos adicionais ocupacionais.
A carta foi entregue a representantes do Legislativo, como o deputado Daniel Soranz (PSD-RJ), e do Executivo, como a secretária de Educação Superior do MEC, Denise Pires de Carvalho. A professora também apresentou o documento ao presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, e à presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader.
“Estamos entregando esse documento com as nossas reivindicações porque esse é o tipo de sindicalismo que defendemos, que não se faz apenas com palavras fortes, mas que dialoga, acompanha e cobra dos parlamentares e do Executivo”, explicou Mayra.

Leia as reivindicações da carta.

1. Recomposição contínua das perdas inflacionárias;

2. Manutenção, simplificação e desburocratização dos processos de progressão, facilitando o acesso do docente aos diferentes níveis da carreira, como estabelecido na lei 12.772/2012 (Plano de Carreira do Magistério Superior);

3. Revisão das decisões restritivas acerca dos adicionais de insalubridade e periculosidade, em especial aos docentes das universidades federais, que representam 80% da pesquisa do país;

4. Maior acesso dos pesquisadores a oportunidades de bolsas de pesquisa e novos programas oferecidos pelos fundos públicos;

5. Formação permanente dos docentes com a garantia de condições para seus processos de capacitação, incluindo as licenças e afastamentos;

6. Recomposição das verbas indenizatórias (per capita, auxílio creche e vale alimentação), sem reajuste há mais de sete anos.

WhatsApp Image 2023 04 05 at 16 52 41 1Foto: Milene GabrielaMilene Gabriela

O ano letivo começou com uma boa notícia para uma parte dos alunos. A reitoria acaba de reabrir as 252 vagas do bloco B do alojamento. O imóvel, que estava desativado desde o incêndio de 2017, recebeu mobiliário e equipamentos novos em folha. Os moradores elogiam as instalações e, agora mais próximos dos cursos, comemoram o ganho de tempo para os estudos.

“Contribui para o meu rendimento na faculdade, porque não preciso ficar pensando em deslocamento e segurança”, diz Nathaly Gomes, estudante de Engenharia de Bioprocessos, contemplada com uma das novas vagas.

Os módulos foram equipados com pia, armário, despensa, geladeira, máquina de lavar roupas, micro-ondas e mesa com duas cadeiras. Os quartos foram mobiliados com cama box, colchão de solteiro, ventilador de pedestal, mesa, cadeira, prateleira e armário embutido.

Moradora da Gardênia Azul, na Zona Oeste da cidade, Nathaly perdia de duas a três horas no deslocamento para a faculdade. “Antes eu pensava na distância, já que em alguns dias da semana tenho apenas uma aula. Então avaliava se valia a pena sair de casa para assistir a essa aula, porque eu gastava muito tempo no deslocamento”.

Mas nem tudo está perfeito. No novo alojamento, cada módulo conta com três quartos, um banheiro e uma pequena cozinha. Um problema apontado pelos estudantes é o compartilhamento dos quartos, que seguiu como critério apenas a ordem alfabética. Em alguns casos, não houve separação entre homens e mulheres.

“No dia da entrega das chaves, uma menina ficou no mesmo módulo com dois meninos. Ela me disse ‘O que eu faço? Não estou me sentindo confortável’”, diz Nathaly.

Outra crítica é a falta de internet nos quartos — que existe no bloco A. "Tenho prova esta semana, porque meu curso iniciou o período em janeiro, e estou tendo dificuldades para estudar”, disse Nathalia Lima, estudante de Fonoaudiologia.

A solução tem sido se deslocar até a área comum no primeiro andar para fazer uso da rede, disponibilizada para todos pela Secretaria da Residência Estudantil. “Faço o download de todo o material que irei usar para estudar, mas, se surgir alguma dúvida, tenho que voltar ao primeiro andar para pesquisar na internet”, conta.

Apesar dos problemas pontuais, as novas instalações deixaram em evidência a situação de infraestrutura do bloco A. Os estudantes relatam buracos no teto, infiltrações, móveis sem utilização espalhados pelos corredores, portas e janelas quebradas. “O banheiro do meu módulo tem um buraco enorme, que cai uma água que eu não sei se é do segundo ou terceiro andar. E nunca foi consertado”, desabafa Alessandra Aguiar, do curso de Ciências Sociais. A diferença com os “vizinhos” também é gritante em relação aos equipamentos. "Os moradores do bloco novo ganharam uma máquina de lavar roupas, coisa que nunca tivemos”, acrescenta.

PR-7 RESPONDE
A reitoria providencia uma solução paliativa para a falta de internet do bloco B. “Todos os moradores receberão na próxima folha de pagamento um auxílio financeiro para custear o acesso, até que o processo de instalação da internet esteja concluído", responde Roberto Vieira, pró-reitor de Políticas Estudantis.

O dirigente também esclareceu sobre o compartilhamento dos módulos. Os novos moradores foram avisados de que as solicitações para mudanças de quartos poderão ser feitas na Secretaria da Residência Estudantil, a partir do dia 14.

Roberto informa que mais máquinas de lavar já foram adquiridas e, assim que chegarem, serão entregues. O buraco no teto citado pela estudante está sendo analisado pela empresa de manutenção preventiva e corretiva.

Apesar dos problemas existentes no bloco não reformado, o dirigente aponta as melhorias que foram possíveis desde o início da gestão. Em 2019, o prédio estava sem cercamento e sem rampas de acesso. O laboratório de Informática estava equipado com computadores que mal funcionavam. “Estamos encerrando a gestão com a reconstrução do bloco B concluída, o que representou dobrar o número de moradias. E com a construção das rampas de acesso à portaria e o cercamento também concluídos”, explica.

“Todos os computadores foram substituídos por novos equipamentos. Os reservatórios de água foram limpos e, agora, uma empresa fará a análise bacteriológica da água”, completa.

Roberto Vieira informa ainda que há projetos em fase final de conclusão para instalação de câmeras de monitoramento, interfones nos módulos e controle eletrônico de entrada e saída do prédio.

INCÊNDIO
Para evitar tragédias como a de 2017, a residência agora conta com uma brigada específica. Uma das preocupações é preparar os estudantes para eventuais incidentes. “Um dos planos em andamento é ter uma preparação para evacuação, mostrar para que serve o extintor e como utilizá-lo. Só estamos esperando os estudantes se estabilizarem”, diz o bombeiro civil Luiz Fernando.

ALOJAMENTOS PELO MUNDO

NA UNIVERSIDADE DO PORTO, em uma das maiores cidades de Portugal, o alojamento estudantil é aberto para todos os estudantes. Os bolsistas têm prioridade e desconto. Estrangeiros refugiados podem ser contemplados com as bolsas. As residências se localizam na mesma região dos três campi da instituição. As opções vão de quarto individual a quarto duplo e quarto de casal, com banheiro privativo. Bolsistas pagam 78 Euros. Já os não bolsistas, incluindo os pós-graduandos, desembolsam entre 177 e 394 Euros. No total, são mais de 1.200 vagas distribuídas entre dez unidades. Há um imóvel apenas para mulheres — no centro da cidade — e um com acessibilidade, para pessoas com deficiência. Os alunos podem contratar serviços de lavanderia.

A UNIVERSIDADE NACIONAL DE LA PLATA (UNLP), na Argentina, oferece o Albergue Universitário para estudantes bolsistas. Assim como na UFRJ, é totalmente gratuito. Os estudantes têm direito a quatro refeições da universidade, além de emergência médica e uma equipe multidisciplinar de psicólogos e pedagogos que acompanham os estudantes. O espaço comporta mais de 150 estudantes bolsistas, com cozinha e lavanderia compartilhadas, salas de computadores, de estudos, área comum, bicicletas por empréstimo e espaços de recreação. Há quadra de vôlei, basquete, futebol, e mesa de sinuca. Apesar de o albergue ser a meia hora da universidade, os bolsistas têm direito a transporte gratuito para o campus.

A UNIVERSIDADE DE OSLO, capital da Noruega, é pública e gratuita para noruegueses e estrangeiros. Apesar de não contar com bolsas de auxílio, todos os estudantes têm acesso a serviços mais baratos na cidade — fora dos muros da instituição —, como alimentação, médicos, psicólogos, creches, academias e moradia. A universidade mantém acordos com 23 “vilas estudantis”, em um modelo de housing comum a instituições europeias. São mais de 8.900 vagas, e os quartos variam de preço e tamanho, de individuais ou duplos, com áreas compartilhadas ou privadas, ao custo entre 4 mil e 8 mil Coroas Norueguesas. Sem esse acordo, o aluguel de um pequeno apartamento na capital é de 20.000 Coroas. As vilas são próximas aos campi da universidade ou às estações de metrô. (Igor Vieira)

WhatsApp Image 2023 04 14 at 11.27.49Foto: Alessandro CostaO país precisa de mais cursos médicos públicos e de mais programas de residência, especialmente no interior. Na aula inaugural do Centro de Ciências da Saúde, dia 10, a secretária de Educação Superior e ex-reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho, apresentou uma demolidora radiografia dos desafios que cercam a formação dos médicos brasileiros.

"O Brasil é muito diverso e há vazios de profissionais de saúde", afirmou Denise. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que congrega 38 países, tem média de 3,73 médicos por mil habitantes.

Na Região Norte do Brasil, a razão é 1,45; no Nordeste, 1,93; no Sudeste, 3,39. "Nem no Sudeste tem muito médico. Nenhuma das regiões do Brasil, em 2022, tem mais médicos por mil habitantes que a média da OCDE", observou. Mas claro que há distorções. "O Distrito Federal tem 5,53; Vitória (ES) tem 14,49. Há muitos médicos nas capitais, em geral", completou a secretária da SESu.WhatsApp Image 2023 04 14 at 10.47.46

Essa necessidade impulsionou medidas do governo Lula, como a retomada do Programa Mais Médicos e a revogação da portaria que, durante cinco anos, suspendeu a abertura de cursos de Medicina no país. Mas a palestrante enfatizou que não basta formar mais profissionais. O cuidado com a qualidade é essencial.

Denise considera estratégico o reforço dos programas de residência para aprimorar a formação dos jovens doutores. Até para frear uma perigosa tendência. Nos últimos dois anos, houve uma diminuição do número total de residentes do país. Eram 19.770 no primeiro ano de residência médica em 2019 contra 16.867 em 2020 e 16.648 em 2021. "As pessoas se formam e vão atuar diretamente como médicos no setor privado", disse. O rendimento médio mensal de um médico no país é de R$ 30,1 mil.

WhatsApp Image 2023 04 14 at 14.13.07Além de reforçados, os programas também precisam ser interiorizados. Apesar do atual desinteresse pelas residências, mesmo o médico que se forma no interior busca a especialização nas capitais. "E não volta nunca mais para o interior", explicou Denise. A maior parte dos médicos fica nos locais onde realizou a residência: 52,8%. "A residência de qualidade fixa o profissional de saúde".

Mediadora do evento, a professora Lígia Bahia, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, destacou o grande desafio do setor. "O que mata na saúde é a desigualdade. Os países que tiveram o pior desempenho na pandemia da Covid foram Estados Unidos e Brasil", afirmou. E, no Brasil, as cidades com pior desempenho foram Rio de Janeiro e Manaus. "Nós da UFRJ fizemos muito; a Uerj fez muito; a Fiocruz fez muito. Mas esse muito é insuficiente quando temos situações de desigualdade que são preservadas e até se intensificam".

Como superar o problema? "Certamente com políticas públicas de educação e de saúde. Não é nada fácil, porque há interesses econômicos e políticos muito fortes envolvidos". Lígia elogiou a presença de Denise e de outros docentes no governo Lula: "Neste momento, há muitas pessoas da universidade participando do novo governo. Para nós, é motivo de grande orgulho. Nossa missão é produzir conhecimento para melhorar a vida das pessoas e a vida do planeta".

EDUCAÇÃO
O tema da aula eram os desafios da Saúde, mas a secretária da SESu também tratou das preocupações do ministério com o Plano Nacional de Educação. Com o abandono do PNE pelos governos Temer e Bolsonaro, o país ficou distante das metas previstas para o ensino superior.

Uma delas seria elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50%, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público. "É o segmento público que garante a qualidade. Mas nós só temos 23% do ensino superior em instituições públicas", disse.

O país conta com universidades federais em todas as regiões, mas não em número suficiente. "Precisamos atender à enorme parte da nossa população que ainda não tem acesso ou não tem condições de permanecer por falta de assistência estudantil", disse. "Há 258 municípios com mais de 80 mil habitantes sem nenhuma universidade ou campus universitário federal. Tudo isso justifica a ampliação da rede", observou.

Para definir política de expansão, a SESu prepara um painel de quantos professores, técnicos e estudantes existem em cada campus. Os atuais levantamentos só levam em consideração os quantitativos totais de cada instituição.

ORÇAMENTO DAS UNIVERSIDADES SERÁ RECOMPOSTO

Durante a aula inaugural, a secretária da SESu deu uma boa notícia para a comunidade acadêmica. O ministro Camilo Santana deverá anunciar, em breve, a recomposição do orçamento das universidades. A ideia é recuperar os valores da lei orçamentária de 2019, último ano antes da pandemia, conforme reivindicado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes). "Não é o ideal. O passivo é gigantesco. Mas todo mundo vai respirar", afirmou Denise. A medida irá se juntar ao dispositivo da PEC de transição que liberou os excedentes de receitas próprias produzidas pelas instituições.

Reitor em exercício da UFRJ, o professor Carlos Frederico Leão Rocha comemorou. "É uma excelente notícia. Teremos uns R$ 420 a R$ 430 milhões. Acho que a gente consegue fechar o ano e recuperar o ano passado".

visibilidadeTrans1Francisco Procópio

Transexuais e travestis representam menos de 0,1% dos estudantes de graduação, segundo um estudo de 2018 da Andifes. Mas nem mesmo no ambiente universitário eles estão imunes à violência do país que mais mata pessoas trans em todo o mundo. A discriminação sofrida foi uma das razões que fizeram Liege Nonvieri, do sétimo período de Ciências Sociais da UFRJ, desistir da primeira graduação que tentou, na UFF.

“Havia uma quantidade considerável de perseguições reacionárias. A animosidade foi demais para mim e acabei saindo”. Quando se matriculou na UFRJ em 2020, Liege percebeu a comunidade trans mais organizada e a existência de políticas institucionais de apoio. Mas nem todas as violências foram superadas. “Em 2022, por exemplo, a placa que garantia o uso de banheiros neutros no prédio do IFCS foi repetidamente removida”, diz.

A estudante também critica a universidade quando os nomes civis de alunos trans são divulgados em processos institucionais. Desde 2015, a UFRJ regularizou o uso do nome social por estudantes transgêneros e travestis em seus registros acadêmicos. ”Nunca recorri porque nunca me aconteceu nada em particular. Tenho meus documentos retificados e muito tempo de transição”, afirma.

Lucas Oliveira, ex-aluno do curso de Biblioteconomia, diz ter sido ignorado por alguns professores, quando os cumprimentava. Um deles não atribuía a frequência mesmo quando respondia à chamada.

Para denunciar casos como este, a Assessoria de Inclusão e Acessibilidade da pró-reitoria de Políticas Estudantis atua em ações de combate à exclusão e opressão a pessoas LGBTQIA+, pretos, pardos e indígenas, mulheres, pessoas com deficiência e pessoas com transtornos no desenvolvimento. Para entrar em contato, envie e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

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