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Alexandre Medeiros e Ana Beatriz Magno

ENTREVISTA I FRANCISCO CARLOS TEIXEIRA, PROFESSOR TITULAR APOSENTADO DE HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA DA UFRJ E PROFESSOR EMÉRITO DA ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO (ECEME)

francisco carlos teixeira da silvaProfessor Francisco Carlos Teixeira - IMAGEM: REPRODUÇÃOProfessor do Instituto de História da UFRJ, Francisco Carlos Teixeira tem longa convivência com os círculos militares. Foi assessor do Ministério da Defesa e do Gabinete de Segurança Institucional. Generais e almirantes hoje em postos de comando foram seus orientandos de mestrado e doutorado na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército ou seus alunos na Escola Superior de Guerra. Nesta entrevista, ele fala sobre a maior crise militar da história do país, com a demissão do ministro da Defesa e dos comandantes das Forças Armadas, da “fábrica” de crises e do ímpeto autoritário do presidente Jair Bolsonaro.

Jornal da AdUFRJ - A decisão do presidente Jair Bolsonaro de criar essa crise com os militares às vésperas do dia 31 de março foi só uma coincidência?
Francisco Carlos Teixeira - Não foi uma coincidência. Na verdade, essa crise militar não tem uma causa só. Mas o fato desencadeador foi a pressão de Bolsonaro sobre o ministro Fernando de Azevedo e Silva para que ele “bombasse” uma nota das Forças Armadas, e talvez até promovendo uma parada, um desfile no 31 de março e o Fernando e o Pujol (general Edson Leal Pujol, ex-comandante do Exército) terem se recusado. Essa crise ter se desencadeado no 31 de março é, portanto, muito significativo.

O senhor não acha que, vencendo a queda de braço com os comandantes militares, Bolsonaro poderia ter provocado uma Ordem do Dia mais dura do que a que foi divulgada pelo novo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto?
A nota não deveria nem existir. Nós deveríamos transformar o 31 de março num dia em honra à democracia, aos mortos e aos desaparecidos. Se é para fazer alguma coisa no dia 31 de março, essa tinha que ser a tônica. Mas sempre houve, por parte dos militares, uma nota celebratória do 31 de março pela visão das Forças Armadas. E essa Ordem do Dia era lida dentro dos quartéis. Eles nunca deixaram de comemorar o 31 de março, nem mesmo nos governos de esquerda, como o de Lula. Mas, em geral, era uma coisa muito discreta. Eles foram se assanhando a partir do governo Temer e, este ano, era para ser algo com muita pompa por causa do Bolsonaro. Mas deu esse chabu. A nota emitida foi muito contida mesmo, e isso deve ter desagradado profundamente o Bolsonaro. Com certeza, ele queria uma coisa glorificadora.

A nota fala até em democracia. Foi uma nota hesitante?
Sim, a nota fala que o movimento dependeu da conjuntura, em celebração, em pacificação, entre outras coisas inaceitáveis. Mas, na verdade, a nota mostra uma diferença ou, pelo menos, uma autonomia das Forças Armadas em relação ao que o Bolsonaro pretendia fazer. Daí a irritação muito grande dele, principalmente contra o Pujol. Essa nota passou pelo alto-comando do Exército, é uma nota de consenso. O Braga Netto pegou essa nota praticamente pronta, ele assina porque é o ministro, mas ela vem do alto-comando, que é composto por 17 generais da ativa, sendo 16 generais de Exército, mais o comandante.  

Qual a sua visão sobre o general Braga Netto?
É um general respeitável do Exército brasileiro. Foi destacado para fazer a intervenção fedral no Rio de Janeiro. Mas qual foi o resultado dessa intervenção? Foi durante a intervenção que a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados. Qual a prestação de contas que o general Braga Netto deu a respeito da morte da Marielle? Por que ele vai para dentro do palácio presidencial após a eleição de Bolsonaro? Por que, no meio da crise militar mais aguda da Nova República, ele é nomeado ministro da Defesa para controlar essa crise? Por que a Polícia Civil do Rio de Janeiro até hoje não requisitou os dados da inteligência da intervenção do Exército sobre a morte da Marielle. São perguntas que me faço.   

Da forma como foi feita, a saída coletiva dos comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica é inédita. O senhor vê paralelo com a demissão, em 1977, do então ministro do Exército, Sylvio Frota, pelo presidente Ernesto Geisel?
Algumas pessoas têm feito essa comparação, ou mesmo com a queda do Viegas em 2004 (José Viegas Filho, diplomata e ministro da Defesa no governo Lula em 2003 e 2004). Cada crise tem seu desenrolar. E essa agora é muito original porque ela é provocada pelo presidente da República. É ele que provoca a crise, por isso é inédita. As crises anteriores sempre foram contra os presidentes da República.

Mais uma crise provocada pelo Bolsonaro, não é?
Há um historiador inglês, Ian Kershaw (autor de várias obras sobre Adolf Hitler e um dos principais estudiosos do nazismo, do fascismo e das ditaduras), que fala que alguns ditadores só conseguem governar através de crises. É o que ele chama de radicalização cumulativa. Esses ditadores mantêm suas bases coesas de crise em crise. O estilo do Bolsonaro é o de gerar crises. Esse é seu processo. Se ele mantiver um governo minimanente organizado, administrando a pandemia, o desemprego e a fome que volta ao país, ele vai ter que apresentar resultados. Como ele não tem resultados para apresentar, ele governa gerando crises. Nós estamos há vários dias discutindo generais e patentes enquanto a pandemia está matando três mil ou mais pessoas por dia. Isso é vergonhoso.

A crise militar gerada por Bolsonaro é também uma crise de autoridade nas Forças Armadas? Não parece que ele está mandando um recado para as baixas patentes retirando comandantes que não lhe agradam em instituições que são marcadas pela hierarquia, criando uma fenda, uma divisão?  
Essa crise favorece Bolsonaro. Não sou daqueles que acham que ele está fraco, acuado ou para cair. Eu acho que isso é projeção do próprio desejo. Ele não enfrentaria as Forças Armadas se ele estivesse fraco. Ele já sabia que o alto-comando não o apoiava mais. Ele não esperou para ver o resultado disso, ele foi lá e atacou. Ele dividiu a alta oficialidade, da qual sempre teve uma desconfiança, das baixas patentes. Afinal de contas, ele foi expulso do Exército como tenente, só foi a capitão por causa da reforma. Ele nunca gostou da alta oficialidade, essa nunca foi a sua turma. Ele falou para baixo, para a turma dele. Ele cravou uma cunha no meio das Forças Armadas.

Além dessa turma de baixas patentes, Bolsonaro tem forte influência também entre policiais federais, civis e militares. Isso não é um risco para quem tem inclinações autoritárias?
Bolsonaro continua sendo o mito para cabos, sargentos, soldados. E ele tem fortíssimo apoio nas polícias militares. As PMs têm hoje no Brasil 430 mil homens armados. Isso é muito mais do que o conjunto do Exército, que tem 290 mil homens de tropa, entre os quais 70 mil recrutas. O equipamento efetivo para a luta não é totalmente utilizável, algumas avaliações dão conta de que não temos condições de suportar mais do que algumas horas de combate. As PMs estão muito mais bem equipadas e preparadas para um tipo de combate próprio a um golpe de estado ou um levante, que é o combate de rua. Não é combate de selva, batalha naval, bombardeio aéreo. São 430 mil homens das PMs e 411 mil das guardas municipais. Sendo que das 26 cidades que têm Guarda Municipal, 19 são armadas.  

Bolsonaro tentou emplacar esta semana, em regime de urgência, um projeto que lhe dava amplos poderes, inclusive o controle das polícias militares dos estados. Seria como institucionalizar esse “exército” paralelo?
Ele já avisou que só perde a eleição em 2022 se houver fraude, à la Trump. Isso é uma ameaça terrível à democracia. E também já disse que, quando terminar o mandato, ele e sua família vão ter que sair do Brasil, porque sabe que vai ser preso. Essas duas coisas juntas criam um clima extremamente ruim para a democracia. Eu acho que a gente às vezes banaliza a questão do estado de sítio ou de defesa, que para vigorarem devem ser aprovados pelo Congresso. Tenho um bom diálogo com almirantes e generais, muitos deles meus alunos na Eceme. Não acho, nas condições atuais, que militares em comando tenham intenção de apoiar um golpe. Vejo alguns militares da reserva, como o general Heleno (Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional), tramando dentro do Palácio do Planalto. O general Heleno é uma das pessoas mais nefastas da Nova República. Ele era o capitão oficial do gabinete do Sylvio Frota, ele conspirou contra o Geisel, contra a abertura política. Ele conspirava contra generais na ditadura. É um golpista.

Mas se os militares em comando não apoiariam qualquer tentativa de golpe, pode-se dizer o mesmo desse “exército paralelo” de policiais?
O grande risco hoje no Brasil é a via boliviana. Corremos o risco de repetir aqui o que ocorreu na Bolívia, como já se esboçou no Ceará e, há poucos dias, na Bahia. Estabelecida a desordem, com a Polícia Militar amotinada, vem o segundo passo: as Forças Armadas são obrigadas a ir para as ruas para o pretenso restabelecimento da ordem. Foi isso que aconteceu na Bolívia, quando milícias e polícias atacaram o Congresso e as instituições de esquerda, e aí o Exército foi para a rua, mas já com o Congresso fechado, com os deputados de esquerda presos ou refugiados no exterior. Se esse cenário se repetisse aqui, no Ceará ou na Bahia, os dois governadores, que são de oposição, já estariam depostos. A história é totalmente indeterminada, não é possível prever se a via boliviana ocorrerá aqui. Mas há o risco.

Como a oposição pode fazer frente a essas ameaças?
A gente não tem hoje uma oposição articulada para enfrentar uma situação crítica como essa. Há desde gente achando que o Bolsonaro está fraco e pronto para cair até pessoas que acreditam que ele saiu mais fortalecido dessa crise militar. É muito difícill unir a oposição. O fato de a gente não conseguir reunir um grupo para fazer uma vigília, de máscara, na porta do Ministério da Saúde, é uma vergonha. Estamos sendo massacrados por um genocida sem reação. Parece que estamos vivendo num conto de realismo fantástico.

Elisa Monteiro e Silvana Sá

WhatsApp Image 2020 05 15 at 19.10.03 1O professor Ricardo Berbara não foi nomeado pelo MEC - IMAGEM: REPRODUÇÃOA Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) é o mais novo alvo do governo federal. Na quarta-feira (31), Bolsonaro nomeou o terceiro colocado na lista tríplice da instituição. O professor Roberto de Souza Rodrigues era pró-reitor de Planejamento do reitor Ricardo Berbara, que foi reeleito pela comunidade acadêmica. O primeiro mandato de Berbara expirou na sexta-feira, dia 26. “Desde sábado ficamos com a reitoria vaga. Ontem (terça, 30), o Conselho Universitário designou um reitor interino. Hoje, a situação já mudou completamente”, lamentou a professora Marina Cordeiro, diretora da Adur, seção sindical dos professores da Rural. A lista tríplice foi enviada ao governo em dezembro.
O reitor Ricardo Berbara sinalizou que a administração central seguirá resignada e o nomeado tomará posse. “O professor Roberto é a pessoa que nos dará a tranquilidade institucional para seguir nossos projetos pelos próximos quatro anos”, afirmou. O reitor justificou seu posicionamento. Para ele, inicialmente, bastaria o segundo e o terceiro colocados da lista renunciarem ao cargo, para que o governo federal fosse obrigado a nomeá-lo. “Mas fomos alertados para o risco de o Executivo nos impor uma nova lista. Além disso, poderia recair sobre César (Cesar Augusto da Ros, o segundo colocado) e Roberto o crime de prevaricação. Quando a gente envia a lista para o governo, aceita que qualquer um dos nomes seja acatado. Esta legislação pode ser usada contra nós”, avaliou.
César Augusto da Ros pediu solidariedade ao reitor legitimamente eleito e ao reitor nomeado. “O projeto de gestão foi apreciado e aprovado pela maioria da comunidade universitária. E a partir dele foi montada a lista tríplice. O professor Berbara vai compor conosco a gestão”, garantiu. “O funcionamento da universidade não estará comprometido e a luta não estará excluída. A luta passa, também, pela revisão da lei da lista tríplice”, afirmou.
Roberto de Souza Rodrigues, o reitor nomeado, pediu compreensão da comunidade acadêmica “para que a universidade consiga passar por este momento de adversidade, mas também de bastante aprendizado”, ponderou. “Neste momento, nosso posicionamento foi ‘chapa eleita, chapa empossada’”.
No mesmo dia da nomeação, uma plenária virtual reuniu 390 pessoas da universidade. Os participantes entenderam que o reitor nomeado não é um interventor, mas que a ação do governo representa um ataque à autonomia da instituição. Por isso, vão continuar em campanha para que Berbara assuma a reitoria. Até lá, exigem que o docente participe da nova gestão. “Quem tem direito de escolher o reitor é a comunidade universitária”, justificou Ivanilda Reis, diretora do Sintur (sindicato dos técnicos). “Essa política que Bolsonaro adota, a gente rejeita”, diz ela. Para Rodrigo Sousa, do DCE, a autonomia foi desrespeitada. “Bolsonaro quer apenas colocar sua vontade acima de qualquer outra. Apesar de o terceiro colocado fazer parte do mesmo grupo político, devemos seguir na luta pelo direito de ter o reitor que nós elegemos”.

Cenário era previsto
Na segunda-feira (29), os professores, técnicos e estudantes fizeram uma primeira reunião para debater estratégias para garantir a autonomia universitária. Além de uma frente jurídica, os movimentos da universidade vão se inserir na campanha nacional “Reitor eleito, reitor empossado”, que reúne Andes, Fasubra e instituições que sofreram intervenção. “Desde o início, o governo Bolsonaro não está nomeando o primeiro nome da lista ou simplesmente coloca um interventor”, argumentou o professor Marcelo Fernandes, diretor da Adur.
WhatsApp Image 2021 04 02 at 08.46.001A Adufrj acompanha a mobilização. “Mais uma vez o governo Bolsonaro apronta das suas e ofende mais uma comunidade universitária. O objetivo, todos sabemos, é causar confusão, inviabilizar a universidade”, avalia o vice-presidente Felipe Rosa. “Tenho certeza de que nossos colegas ruralinos saberão lidar com esse desmando e manter a UFRRJ na sua missão universitária, que é justamente o que este sujeito mesquinho, que alguns chamam de presidente, quer evitar”, acrescentou.
A Rural realizou Consulta Pública Virtual sobre a gestão 2021-2025 nos dia 24, 25 e 26 de novembro.  O então reitor, professor Ricardo Berbara, ficou em primeiro lugar com 3.993 votos. O docente do Instituto de Economia, José Antônio Veiga, ficou em segundo, com 3.182 votos, e reconheceu a vitória do concorrente. A lista, então, foi montada com integrantes da chapa vencedora.

savings 2789112 640“O teto de gastos está impondo uma restrição artificial à atuação do Estado em um momento que a gente precisa muito da atuação do Estado. Seja para o enfrentamento da pandemia, seja para, posteriormente, retomar o crescimento econômico”, defende a professora Esther Dweck, do Instituto de Economia. “O orçamento já estava ruim quando o governo enviou a proposta. O Congresso cortou mais ainda e pode piorar, quando o governo precisar recompor as despesas obrigatórias, sem revisar o teto de gastos”.
A docente teme a paralisação da máquina pública. Sem revisão do teto, o impacto seria nas despesas discricionárias: investimentos, algumas políticas que não são protegidas por regras constitucionais e gastos de manutenção. “Que já estão em um volume extremamente baixo, em torno de R$ 92 bilhões. Como precisaria de um corte de R$ 32 bilhões, isso daria em torno de R$ 60 bilhões. O que é quase um quarto do que já foi há 10 anos. Paralisaria o setor público”, observa.
As trapalhadas do governo também não ajudam a desatar este nó. Em dezembro, por exemplo, o governo alterou o valor do salário mínimo, de R$ 1.045 para R$ 1.100. E não avisou formalmente à Comissão Mista do Orçamento, segundo a professora. A falha técnica impactou o orçamento em mais R$ 10 bilhões.
TETO FURADo
Também do Instituto de Economia, o professor Carlos Pinkusfeld faz duras críticas ao teto de gastos. “O ‘pecado original’ da ineficiência orçamentária está nas próprias regras que engessam o gasto público e, especificamente, o teto de gastos”, afirma. “Essa regra é única no mundo e, dada sua irracionalidade econômica, o orçamento já está condenado a ser entre irrealista e irresponsável desde o seu momento de montagem”, completa.
O professor argumenta que não faz sentido engessar o valor real do gasto numa economia na qual a população cresce, com carências de serviços e bens públicos ainda enormes. Carlos Pinkusfeld alerta: o orçamento está, cada vez mais, perdendo o papel de orientador do gasto público e se transformando numa peça de ficção, sujeito a “gambiarras” negociadas com o Congresso. ”Exacerba as negociações de balcão no Congresso que podem se tornar nocivas para o bom e socialmente justo funcionamento da máquina pública”.
E não faltam soluções. Por exemplo, gastar em programas como transferências para pessoas de baixa ou sem renda e taxar os maiores rendimentos. “Em resumo, há inúmeras estratégias, aceitas e até propagadas por órgão de perfil convencional, conservador ou ortodoxo, que seriam muito mais eficientes que essa absurda política de teto dos gastos”, critica.
O economista diz que o teto provavelmente será furado. E que isso já ocorreu no ano passado, depois da declaração de calamidade pública. “Graças ao auxílio emergencial, o país atravessou um momento da pandemia com algum grau de ordem social, garantindo a subsistência de parte da nossa população mais carente. E, contra as análises divulgadas dia e noite na mídia, todos os cenários do dia do juízo final não se confirmaram. Os juros não estouraram nem a inflação. Ou seja, o que ocorreu com o desrespeito ao teto em 2020 teria sido um ótimo exemplo didático para acabar de vez com esse espantalho irracional”, diz o docente. Que acrescenta um dado para comprovar a inutilidade do dispositivo: em termos de crescimento acumulado de 2015 até 2019, entre 194 países da base de dados do FMI, o Brasil ocupa a posição 188, “tendo atrás de nós países em guerra externa ou civil”.
Vice-reitor da UFRJ e professor do Instituto de Economia, Carlos Frederico Leão Rocha já antecipava a atual situação há bastante tempo. Quando diretor da AdUFRJ na gestão 2015-2017, a entidade fez parte da campanha contra a então “PEC do Fim do Mundo”, como foi apelidada a proposta de emenda constitucional do teto de gastos. “A gente tinha uma previsão de que os gastos obrigatórios não iam caber no orçamento”, diz. “O governo federal, nos últimos anos, realizou algumas reformas para ver se conseguia, no curto prazo, a redução de gastos obrigatórios do orçamento. Era para retardar a chegada ao limite do teto de gastos”.
Não deu certo. Como não pode aumentar o gasto em relação ao teto, o governo reduz o custeio da máquina pública. “Você não consegue administrar e não consegue fazer uma peça orçamentária que faça sentido”, afirma o dirigente. “Podemos adotar outras regras fiscais que não comprometam tanto a oferta de serviços públicos nem o manuseio do orçamento”.  

REITORES PERPLEXOS
Reitora da UFRJ, a professora Denise Pires de Carvalho informou que, durante uma reunião da Diretoria Nacional da Andifes nos últimos dias, os reitores estavam “perplexos” com a tramitação do orçamento no Congresso. “Continuaremos atuando junto ao Congresso Nacional”, disse. O objetivo é, pelo menos, conseguir recursos no mesmo patamar de 2020. Em relação ao ano passado, o orçamento discricionário da UFRJ caiu R$ 64 milhões.

UFRJ: EMENDAS SOMAM R$ 15,6 MILHÕES, MAS NÃO HÁ AUTONOMIA

No orçamento aprovado pelo Congresso, a UFRJ foi contemplada com 32 emendas parlamentares individuais, que somam R$ 15,6 milhões. As receitas, porém, não vão ajudar a pagar as contas da universidade. “Não podem ser aplicadas para despesas em geral. Têm uma finalidade específica”, explicou George Pereira, superintendente da Pró-reitoria de Planejamento e Finanças.
E isso se chegarem até os cofres da UFRJ. As verbas ainda não estão garantidas, pois a lei depende da sanção presidencial e, além disso, as emendas individuais podem sofrer alterações.
O total também decepcionou. “A conquista das emendas foi muito modesta pelo tamanho da UFRJ, a maior federal do país. Merecemos um pouco mais de atenção, não só pelo tamanho, mas pela entrega da universidade à sociedade”, disse o professor Edimilson Migowski, que assessora a reitoria nesta área.
A pandemia e as próprias restrições orçamentárias para o deslocamento até a capital dificultaram o diálogo com os parlamentares. “É fundamental o corpo a corpo com cada um dos parlamentares federais do Rio de Janeiro para conseguir valores mais expressivos”, completou Edimilson.

APOIO DIVERSIFICADO
Apesar de todos os obstáculos, a universidade recebeu o apoio de 12 deputados de diferentes partidos. Lourival Gomes (PSL) é autor da emenda de maior valor: R$ 1,4 milhão para a Maternidade-Escola. Já Paulo Ganime, do Novo, foi quem mais destinou recursos para a instituição (R$ 3,3 milhões, em nove emendas), seguido por Jandira Feghali, do PCdoB (R$ 2,6 milhões, em sete emendas), e Alessandro Molon, do PSB (R$ 2,5 milhões, em três emendas).
Há dinheiro previsto para obras, como a construção do bandejão do campus Macaé (R$ 500 mil, da emenda de Marcelo Freixo, do PSOL) e a reforma da Biblioteca Central do Centro de Ciências da Saúde (R$ 500 mil, de Glauber Braga, também do PSOL).
Atividades acadêmicas e ações de enfrentamento à pandemia são outros destaques: Paulo Ganime destinou R$ 530 mil para a estruturação do Centro de Desenvolvimento de Produtos de Algas Marinhas, da Escola de Química; e Soraya Santos (PL) reservou R$ 200 mil para o estabelecimento da “Rede de Vigilância Genômica de SARS-Cov-2”.

WhatsApp Image 2021 04 02 at 08.45.59A pandemia aumenta, a tensão se multiplica e o ensino remoto não dá trégua. O semestre mal começou e o clima já é de exaustão na UFRJ. Em maior ou menor grau, conforme a unidade. É uma fadiga acumulada e potencializada pelos diminutos intervalos de recesso desde o começo do PLE em agosto. Mas o pior ainda está por vir. O segundo período de 2020 termina em junho e o calendário prevê apenas duas semanas de pausa antes do início do 2021.1. Diante de tão pouco tempo de descanso, a AdUFRJ pede uma revisão imediata das datas.
“É preciso ampliar o intervalo entre os anos letivos de 2020 e 2021”, propõe a presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller. “Ao minguar todos os argumentos, que nos reste ao menos a compaixão, a solidariedade e a empatia num momento de tanto sofrimento que o agravamento da pandemia tem trazido para todos nós. São muitas e pesadas perdas, precisamos respirar”.
Em nota publicada (leia a íntegra abaixo) na última terça-feira, 30, a diretoria da AdUFRJ relata os múltiplos problemas enfrentados pela comunidade acadêmica nos semestres remotos anteriores. E defende ainda uma decisão rápida do Consuni para impedir o prolongamento da discussão por vários meses, como ocorreu em 2020. O tema será debatido também na próxima reunião do Conselho de Representantes do sindicato, dia 7.
A diretoria lembra que o sindicato apresentou – e perdeu – proposta de ampliação do recesso para três semanas entre os períodos remotos. “Afirmamos, na ocasião, que duas semanas seriam insuficientes para lançar notas, avaliar a experiência remota, preparar os cursos do próximo semestre e ainda exercer o direito a um descanso mínimo”, diz trecho da nota, escrita na terça-feira, um dia antes da última reunião do Conselho de Ensino e Graduação.
No CEG, a pró-reitora de Graduação, professora Gisele Pires, afirmou que a ideia inicial da reitoria é manter os mesmos 15 dias de pausa entre os períodos 2020.2 e 2021.1, mas defendeu um recesso de 30 dias antes de 2021.2. Ela disse que medida está sendo preparada e vai ser discutida no CEG na semana que vem. “Não tínhamos conhecimento do calendário proposto pela PR-1 quando escrevemos a nossa nota, mas ela insiste numa solução que sobrecarrega docentes e técnicos em junho. Precisamos de um alívio, estamos exaustos”.  
O “alívio” no calendário, segundo a proposta da PR-1, só aconteceria nos recessos seguintes. Seriam 30 dias de intervalo entre o primeiro e o segundo semestres de 2021 (de 9 de outubro a 8 de novembro), um curto recesso de fim de ano (entre 24 de dezembro e 2 de janeiro de 2022) e intervalo maior entre o segundo semestre de 2021 e 2022 (de 26 de fevereiro a 5 de abril). O documento será apreciado na próxima sessão do colegiado.WhatsApp Image 2021 04 02 at 08.45.591

CANSAÇO É A TÔNICA
“Para todo mundo, está sendo muito cansativo”, contou o professor Antônio Carlos Jucá, diretor do Instituto de História. “Os semestres ficam muito próximos. Não dá tempo de descansar, não dá para tirar férias. No final do semestre, o professor precisa corrigir as provas e trabalhos, lançar as notas e já está na hora de começar outro semestre”, explicou. O diretor ainda mencionou que o curto espaço entre os períodos gera uma sobrecarga do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (SIGA). “As 12 semanas de aula são poucas, mas o que está afetando mais os professores é o espaço muito curto de 15 dias, que não dá nem para chamar de recesso”, defendeu Jucá.
O esgotamento físico e mental também causa grande preocupação ao diretor adjunto de Ensino e Graduação da Faculdade de Letras, professor Humberto Soares. “A preparação administrativa do semestre sobrecarregou todo mundo. Precisamos pedir ajuda para funcionários de fora da Faculdade de Letras para fazer inscrição de calouros, regularização de inscrição, abertura de turmas”, contou o professor. “Sempre é muito corrido, mas com duas semanas entre os semestres é quase impossível. No meu entendimento, estamos no limite”, relatou
Para Humberto, o aumento do período de recesso é fundamental para preservar a saúde dos professores e técnicos, mas outras melhorias podem ser feitas. “Precisamos que as coisas sejam mais automatizadas no SIGA”, resume. De acordo com o professor, a Faculdade de Letras tem 4.300 alunos, quase 10% de todos os alunos de graduação da UFRJ, e apenas seis funcionários na seção de ensino e secretaria acadêmica.
Em outros cursos o cansaço é menor, mas ainda assim o recesso pequeno cria dificuldades. “Nós da coordenação estamos muito apertados com os prazos. O calendário ficou muito apertado em termos administrativos”, contou Carolina Pizoeiro, coordenadora de Graduação da Faculdade Nacional de Direito. “Estamos nos desdobrando para acertar o calendário, entendendo que estamos em um período excepcional”, disse. “Trabalhamos para evitar perder vagas do Sisu 2021”.
A professora explicou que, no Direito, o período 2020.1 foi tranquilo por conta da alta participação de professores e alunos no PLE. “A FND teve adesão de 100% dos professores e 95% dos alunos no PLE”, contou. “Em 2020.1 tivemos turmas bem menores”. O ensino remoto também facilitou a oferta de atividades extras no planejamento das aulas, o que compensou o tempo mais curto de aulas. Ela avalia que o período 2020.2 também deve ser um pouco mais fácil na FND. “Muitos professores gravaram as aulas no PLE, então as coisas devem ser mais tranquilas agora”.
 
PR-1 DEFENDE CALENDÁRIO
Oferecer vagas no Sisu 2021 era uma das preocupações da Pró-Reitoria de Graduação durante a discussão do calendário. Segundo o superintendente geral da PR-1, professor Marcelo de Pádula, o resultado foi positivo neste aspecto. “O calendário permitiu atender, simultaneamente, ao retorno das atividades didáticas e à adesão ao Sisu ofertando 100% das vagas”, disse o superintendente. “A UFRJ vai oferecer 9.280 vagas”.

Nota da AdUFRJ sobre o Calendário Acadêmico

A diretoria da ADUFRJ vem conduzindo a entidade em meio aos desafios impostos pela pandemia da covid-19. Reconhecida em março de 2020 pela OMS, a pandemia impôs à universidade uma mudança radical na sua forma de organização e efetivação da sua missão, com a adoção da modalidade remota para o ensino, pesquisa, extensão, grande parte da administração, assim como para as atividades associativas e sindicais. Desde então buscamos nos somar às lutas em defesa da vida e da democracia, assim como da educação e do conhecimento produzido pela universidade pública brasileira. Ao mesmo tempo, buscamos fortalecer a nossa organização sindical como um escudo e um lugar de acolhimento para todas e todos os docentes da UFRJ, com suas mais variadas demandas e necessidades.
Foi com esse espírito que nos posicionamos ainda em 2020 sobre o calendário acadêmico universitário e apresentamos um recurso ao Consuni no dia 8 de outubro, propondo ampliar o recesso entre os períodos de 2020 de duas para três semanas, amparado em parecer de nosso serviço jurídico. Afirmamos, na ocasião, que duas semanas seriam insuficientes para lançar notas, avaliar a experiência remota, preparar os cursos do próximo semestre e ainda exercer o direito a um descanso mínimo.
De fato, não foram poucos os problemas que tivemos nesses dois semestres: em muitas unidades as/os docentes não sabiam sequer quais eram suas turmas. A sobreposição com a Jornada de Iniciação Científica no começo de 2020.2 agravou a situação, pressionando ainda mais a nossa categoria. E, mais grave do que todos os problemas acadêmicos e burocráticos, tivemos o violento agravamento da crise sanitária, que vem nos impondo pesadas perdas individuais e coletivas.
Na semana passada, o problema já foi tema em congregações e grupos de professores se movimentam para fazer valer suas propostas. Precisamos de uma resposta imediata, por isso entendemos que essa discussão deve ir direto ao Consuni: é mister evitar que a deliberação se arraste por meses (como ocorreu em 2020), o que só vai aumentar os desgastes internos e a ansiedade sobre como será o nosso ano acadêmico de 2021. Além disso, não se trata mais de mera questão relativa ao ensino, mas de um tema que envolve toda a comunidade em suas múltiplas dimensões. No dia 7 de abril, em nossa reunião mensal do Conselho de Representantes, o assunto estará em pauta para que possamos discutir uma estratégia comum, que nos unifique e fortaleça.

WhatsApp Image 2021 03 26 at 20.25.40A grandeza da UFRJ extrapola seus muros e pode ser dimensionada não só pelo número de integrantes de sua comunidade universitária, pelos metros quadrados de seus campi, mas, sobretudo, pela qualidade e quantidade de sua produção acadêmica. Grande parte do que professores, estudantes e técnicos realizaram neste último ano foi celebrado na Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC). O evento de cinco dias – de 22 a 26 de março – teve 18 mil pessoas inscritas, 4.340 trabalhos apresentados, 13.716 participantes e dez mil autores. Além disso, 2.348 professores da UFRJ atuaram como avaliadores e orientadores.

O professor titular Carlos Farina de Souza, do Instituto de Física (IF), ressalta o papel da JIC na formação dos estudantes. “O aluno é assistido pelos pares. É o momento de contar o que ele fez, de compartilhar o que aprendeu”, afirma. A iniciação científica, de acordo com o professor, precisa ser mais valorizada. “É o berçário de novos pesquisadores. É bacana ver os olhinhos ali, fascinados, apreciando a discussão em um seminário. E o aluno vai se ambientando à vida acadêmica”, defende. “O filósofo Plutarco já dizia: ‘A mente do aluno não é um vaso que se deve encher, mas uma lareira que se deve acender’. E o papel do professor é acender essa chama”, acredita.

Este ano, o formato remoto trouxe novos desafios. A falta de um sistema próprio da universidade, que desse conta das demandas da JIC, levou a UFRJ a contratar uma ferramenta para a realização do evento. “Essa plataforma foi ruim. Ela não é óbvia. E eu já recebi uns 40 e-mails das pessoas que organizam. Se tem necessidade de tantos e-mails, é porque alguma coisa não está funcionando bem”, considera Farina. “Mas isso não vai tirar o brilhantismo da JIC. Seria muito pior não realizar a jornada”, afirma.

Parte dos problemas se dá também pelas dimensões da JIC. “Tem sido um desafio fazer tudo isso em meio remoto”, desabafa o professor Benjamin Rache Salles, também do IF. “Tivemos dificuldades técnicas ao longo do evento. Vimos uma certa sobrecarga no sistema, com problemas como avaliador não conseguir entrar na sala, por exemplo”, relata. “E isso é muito relacionado também ao prazo mais curto que tivemos para organizar”, avalia. A submissão de trabalhos desta edição aconteceu em novembro. Comumente, as inscrições acontecem entre abril e maio, com apresentações em outubro.

O professor Cláudio Ribeiro, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), concorda.  “A pressa, sem muita justificativa, trouxe consequências. A primeira delas foi a eliminação dos nossos recessos”. Os principais prazos da JIC coincidiram ou com recessos, ou com inícios de período. “Nem professores nem estudantes conseguiram descansar”, observa. Ele também critica a adoção da nova plataforma. “Passamos a lidar com algo que não estávamos acostumados. A cada novo procedimento, havia muitos e-mails e trocas de informações”.

Para ele, não realizar a JIC “era uma possibilidade”, pelo medo da pandemia. Mas tentar realizar o evento “foi muito significativo”. “É dos momentos mais importantes que temos, de formação de base de futuros pesquisadores e pesquisadoras”. Para ele, a organização deixou a desejar. “Considero um recuo a exclusão da extensão. Outra questão foi a exigência de um número maior de resumos. A JIC passou a assumir um papel de prestação de contas de bolsistas”, pontua.

Todo esse conjunto de desafios, para a professora Thaís Aguiar, do IFCS, torna a realização da jornada uma vitória. “Temos que louvar esse esforço da universidade de realizar a JICTAC. Reflete o desejo da UFRJ de manter suas atividades, seus alunos, os professores engajados na formação de jovens pesquisadores”, considera. “É claro que um evento dessa magnitude traz muitos desafios. Tive problemas para acessar o sistema, a lista dos trabalhos, a programação. A ferramenta escolhida não é muito intuitiva”, critica.

Já a professora Gisela de Figueiredo, do Instituto de Biologia, destaca a força da UFRJ na pesquisa brasileira. “Estudantes de outras instituições, inclusive  privadas, vêm nos procurar para tentarem fazer pesquisa na iniciação científica. Algo que valoriza ainda mais a nossa instituição”, diz. “Ter contato com laboratórios é fundamental na formação. A pesquisa desperta o caráter investigativo nos estudantes”, avalia.

PESQUISAS DE VALOR

Chuveiros de raios cósmicos
Beatriz de Errico é aluna de graduação em Física da UFMG e orientanda de iniciação científica do professor João Torres, do IF. Seu trabalho apresentado na JIC discutiu o uso de métodos de deep learning (aprendizagem profunda em inteligência artificial) para analisar chuveiros de raios cósmicos. Ela explica. “Há alguma fonte astronômica que gera partículas cósmicas e essas partículas são lançadas em velocidade altíssima e interagem com outras particulas. O choque gera outras particulas que novamente seguem o movimento de choque, interação e produção de outras. A esse fenômeno damos o nome de chuveiro cósmico”, diz a aluna, aprovada no mestrado da UFRJ. “Queremos obter a informação do raio cósmico. Mas não conseguimos medi-lo diretamente. Então o fazemos por meio dos chuveiros, que são detectados pelas radiações que eles geram. É uma forma de entendermos nosso universo e tentar descobrir de onde vêm essas partículas que chegam até nós desde que o mundo é mundo”.

Microplásticos em mariscos
A estudante Izabela Maria Ramirez, graduanda em Biologia da PUC-Rio e orientanda de iniciação científica da professora Gisela de Figueiredo, investiga se ostras e mexilhões da Baía de Guanabara estão contaminados por microplásticos. “Fizemos todos os experimentos de digestão do tecido deles. De fato, encontramos microplásticos em todos. Isso mostra o nível da poluição no espelho d’água, mas também aponta para a insegurança alimentar de seres humanos”, considera a aluna. As consequências para os animais já são conhecidas. “Lesão nos órgãos, diminuição no crescimento, falsa sensação de saciedade, baixo nível de nutrientes. É bem grave”, diz a estudante que apresentou seu trabalho no dia 24.

Planta amazônica para câncer de pulmão
Isabel Oliveira da Paixão, Jesiel Cardoso, Mara Silvia Pinheiro Arruda, Alberto Cardoso Arruda e Ivoneide Maria Menezes Barra, orientados pelas professoras Morgana Castelo Branco e Janaina Fernandes, do Campus Caxias, investigam plantas medicinais como fontes de novas substâncias antitumorais. Isto porque os fármacos mais comuns para tratamento do câncer de pulmão geram fortes efeitos colaterais. Por isso, eles estudam a Apuleia leiocarpa, uma planta amazônica conhecida como garapa, para saber se a espécie possui efeitos na redução ou controle de tumores. Eles descobriram que os extratos da casca e do caule da planta foram capazes de combater células de câncer de pulmão. Os resultados foram apresentados na JIC.

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