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bandeira dceA chapa 2, com 7.266 votos, venceu a eleição do DCE Mário Prata. A chapa 3 ficou em segundo lugar, com 2.784 votos, seguida pela chapa 4 (619). Houve ainda 36 votos brancos e nulos. A chapa vencedora ocupará três cadeiras no Consuni contra uma da chapa 3

WhatsApp Image 2022 07 01 at 18.35.54Cerca de cem pessoas acompanharam a atividade organizada pela AdUFRJ, com participação de Andes, Sintufrj, Attufrj e DCE, contra os cortes na Educação, dia 27, no campus da Praia Vermelha. Presidente da AdUFRJ, o professor João Torres destacou a participação da entidade nas recentes mobilizações contra os cortes orçamentários nas universidades e na Ciência. O docente reiterou a necessidade da unidade de todos os setores na defesa da UFRJ e pelo fora Bolsonaro

bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

O inverno, que chegou esta semana, trouxe ares de esperança. Esta edição do Jornal da AdUFRJ espraia esses ares por suas páginas, embalada pela nova canção de Chico Buarque — Que tal um samba? Para espantar o tempo feio. Para remediar o estrago. E põe estrago nisso. Na mesma semana em que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso — e logo solto, com denúncias de interferência na Polícia Federal, que investiga o escândalo do desvio de verbas do MEC sob o comando do gabinete paralelo de pastores no ministério —, a sociedade se mobilizou contra os cortes orçamentários que atingem as universidades públicas e a Ciência em nosso país. É a resistência contra o atraso. É a esperança contra o ódio.
Nossa matéria da página 4 mostra como as entidades científicas vêm se mobilizando contra os cortes, com novos atos conjuntos em defesa da academia e da produção científica brasileiras. A AdUFRJ tem se engajado firmemente nessa cruzada. Na quarta-feira (22), o sindicato realizou uma assembleia híbrida, onde os temas dominantes foram os cortes no orçamento e as condições de trabalho na volta às atividades presenciais. A construção de um consenso em torno da prioridade no enfrentamento aos ataques perpetrados pelo governo de destruição de Bolsonaro contra as universidades públicas marcou o encontro. Confira na matéria da página 3.
Uma agenda de atividades vai pautar os próximos passos dessa mobilização em defesa do país. Na próxima segunda-feira (27), o campus da Praia Vermelha vai abrigar uma atividade de ocupação das universidades federais, proposta pelo Andes. E em julho, em data ainda a ser definida, a AdUFRJ vai promover um ato de resistência em conjunto com as demais entidades representativas da universidade — Sintufrj, DCE, APG e Attufrj. A reitoria terá espaço para expor a dramática situação orçamentária da UFRJ, cujas verbas só cobrem os custos de manutenção até agosto. Reitorias de outras universidades públicas serão convidadas a participar do ato.
O primeiro ato dessa agenda será na rua, junto à população. Neste sábado (25), professores da UFRJ estarão na Praça Olímpica do Parque Madureira para aproximar a universidade da sociedade, denunciar os cortes e mostrar como a Ciência está presente em nosso dia a dia (veja abaixo a programação). Organizadora do evento, a professora Nedir do Espirito Santo, do Instituto de Matemática e diretora da AdUFRJ, acredita que as atividades lúdicas envolvendo diversas áreas do conhecimento possam valorizar o papel das universidades na sociedade, sobretudo em tempos de negacionismo. “Queremos mostrar que nós, professores, trabalhamos não apenas para a formação técnico-científica, exigida pelo mundo do trabalho, mas também realizamos ações educativas de interação com a população contribuindo para a construção do cidadão”.
Dois belos exemplos do trabalho da UFRJ em defesa da vida e do país são temas de duas matérias desta edição. Na página 6, abordamos a futura instalação de um centro de transplantes de alta complexidade no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. A conquista reforça a referência em excelência da unidade de saúde da UFRJ. E, na página 7, mostramos o trabalho do Laboratório de Biologia Molecular de Vírus, que diagnosticou o primeiro caso da varíola dos macacos confirmado no Rio de Janeiro. Com foco em pesquisa e prevenção, o laboratório é uma referência nessa área.
Por falar em conquista, a semana foi particularmente agitada na AdUFRJ. Dezenas de professores aposentados vieram à sede do sindicato para garantir o pagamento de atrasados da já extinta Gratificação de Estímulo à Docência (GED). Após 18 anos de disputa judicial, a vitória trouxe de volta à AdUFRJ antigos mestres para assinar termos de procuração que serão levados à Justiça para a última fase processual antes do pagamento. Aposentada da Faculdade de Educação desde 1996, a professora Antônia Petrowa Esteves assinou o termo na AdUFRJ na tarde do dia 21 e fez questão de avisar os amigos da sua época de magistério sobre o ganho judicial. “É um direito que a gente deveria ter conseguido há mais tempo. Foi uma batalha longa dos advogados”, afirmou.
Os ares de esperança vêm também dos Andes. Em robusto artigo na página 5, o cientista político Josué Medeiros analisa o significado da vitória de Gustavo Petro e Francia Marques nas eleições colombianas. Pela primeira vez na história, a Colômbia terá um governo progressista. Josué acredita que o simbólico êxito da esquerda no país andino possa chegar ao Brasil: “Em nenhuma outra nação da América do Sul a violência política é tão aberta e institucionalizada como lá. E se foi possível derrotar a direita autoritária colombiana, também será possível derrotar Bolsonaro aqui”.
Que os bons ventos da cordilheira soprem com força neste nosso inverno de esperança. E que chegue logo a primavera.

richeA professora Cristina Riche, ouvidora-geral da UFRJ entre 2007 e 2021, foi agraciada com a Medalha Minerva do Mérito Acadêmico, no último Consuni. A relatora do processo e decana do Centro de Letras e Artes, professora Cristina Tranjan, fez um parecer afetuoso, aprovado por aclamação. “Ambas crescemos no seio da colônia árabe no Rio de Janeiro e temos famílias cujos relacionamentos se entrelaçam”, disse. “Você foi luz dos olhos de tantas pessoas cujos problemas pareciam sem solução”. Decano eleito do CFCH, o professor Vantuil Pereira também saudou a ex--ouvidora. “Mais que um reconhecimento, a medalha é um agradecimento”.

Mudanças na avaliação docente

O Consuni do dia 30 aprovou uma mudança na avaliação docente para fins de promoção, progressão funcional e estágio probatório. As notas dos docentes cujos períodos aquisitivos coincidam com o ensino remoto da UFRJ (de março de 2020 a abril de 2022) deverão ser multiplicadas por um fator de correção de 1,5 ponto. Além disso, haverá possibilidade de aprovação na avaliação mesmo se as atividades dos grupos II ou III (Pesquisa ou Extensão) ficarem zeradas durante o ensino remoto. As mudanças foram propostas pela Comissão Permanente de Pessoal Docente para não penalizar os professores em suas avaliações nos períodos remotos.

APROVADA POLÍTICA DE INTERNACIONALIZAÇÃO

A UFRJ aprovou sua política para ampliar a cooperação em projetos culturais, de pesquisa e extensão com universidades e instituições de pesquisas de todo o mundo. A nova resolução modifica a estrutura deliberativa da área de internacionalização. A formalização era exigida pela Capes. As unidades acadêmicas, órgãos suplementares e campi avançados também deverão formar coordenações de internacionalização. A resolução prevê, ainda, que a UFRJ destine investimentos anuais para a área até que atinja 1% de sua dotação orçamentária. A universidade deverá garantir alojamento e alimentação para visitantes internacionais.

Adeus ao professor Fernando Martins

O Consuni manifestou pesar pelo falecimento do professor Fernando Sérgio Viana Martins, da Faculdade de Medicina. Nascido em 1952 em Campos dos Goytacases, ele ingressou como aluno ainda nos anos 70. Depois da residência médica no Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, assumiu como professor da Medicina, em 1983. A moção destacou algumas importantes iniciativas do professor, uma delas, a concepção e implantação, em 1997, do Centro de Informação em Saúde para Viajantes da UFRJ, primeiro centro exclusivamente dedicado à medicina de viagem no Brasil.

WhatsApp Image 2022 06 24 at 21.05.42Os impactos dos cortes no orçamento das áreas de Educação, Ciência e Tecnologia são conhecidos, e especialmente sentidos pela comunidade científica. Mas quais são os efeitos de longo prazo para o país? Esta e outras questões foram analisadas na mesa de debates “A responsabilidade da Economia nos cortes em Ciência e Educação: A meta é desenvolver ou subdesenvolver?”, organizada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), na terça-feira (21). O encontro virtual reuniu os presidentes das duas entidades, além da Andifes e de diversos ex-ministros de Estado, como Fernando Haddad (Educação), Luiz Carlos Bresser-Pereira (Ciência e Tecnologia) e Nelson Barbosa (Fazenda e Planejamento). O debate foi a principal atividade do Dia Nacional “Não aos cortes em Educação e Ciência”, organizado por diversas entidades do setor.
“O quanto a economia ganha com Educação e Ciência? O projeto do Brasil é desenvolver ou subdesenvolver?”. Com essas perguntas, o professor Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC e ex-ministro da Educação, abriu o debate. Ele lembrou ainda dos ataques a outras áreas, como a Cultura e o Meio Ambiente, criticando a agenda do governo. “Todos esses ataques parecem ter um propósito muito mais de atrasar do que de avançar o Brasil. E uma sociedade para o progresso da Ciência quer que o Brasil progrida, que avance”, defendeu Ribeiro.
Com a queda no investimento em pesquisa dos últimos anos, acentuada durante o governo Bolsonaro, o Brasil está perdendo uma janela de oportunidade mundial de assumir um papel importante entre os países que mais investem em pesquisa, dentro de um contexto de profunda competição. A avaliação é do ex-ministro da Ciência e Tecnologia e ex-reitor da UFMG Clélio Campolina Diniz. “Estamos assistindo à mais acelerada corrida tecnológica da história em escala mundial”, resumiu o professor. Segundo ele, os 20 países que mais publicam artigos no planeta aumentaram a sua produção em 200% neste século. Ele também destacou o papel central que a China assumiu neste cenário. “Por incrível que pareça, a China deslocou os EUA e assumiu a primeira posição no ranking”, detalhou. O professor falou ainda de outros países asiáticos, como a Coreia do Sul e a Índia, que também aumentaram sua produção científica.
Para efeito de comparação, o professor apontou que a Coreia do Sul faz o maior investimento proporcional ao seu PIB (4,5%) em Ciência e Tecnologia. Em seguida vem o Japão, com 3,5% do PIB investido. Já o Brasil investe apenas 1,16% do PIB na Ciência. “Isso é dramático. Há uma mudança na ordem global e do Brasil nisso. Há impactos econômicos e geopolíticos significativos na ordem global”, explicou o professor, que ainda acrescentou: “É um imperativo para o Brasil investir em Educação, Ciência e Tecnologia, não só para melhorar as condições econômicas e sociais da população, mas também a nossa posição no cenário global”.
O economista Nelson Barbosa também defendeu o investimento em Ciência e Tecnologia como uma das maneiras de o Estado agir como indutor da economia. “Está cada vez mais claro que o conceito de investimento tem que ser ampliado. Investimento não é só infraestrutura econômica tradicional, mas envolve também uma infraestrutura social e tecnológica”, explicou Barbosa. Ele ainda citou como as experiências de desenvolvimento de alguns países vieram a partir do investimento em Educação, Ciência e Tecnologia. “É um gasto transformador, um gasto que transforma a estrutura produtiva e as relações sociais, e precisa ser tratado como investimento”, acrescentou.
Nelson Barbosa defendeu ainda que uma política de fomento à pesquisa precisa ter três ações: recursos, previsibilidade e a valorização da Ciência e Tecnologia. “Dinheiro, previsibilidade e valorização. É isso que os países que conseguem fazer bem Ciência e Tecnologia fazem”, explicou.
O presidente da Andifes, Marcus David, apresentou o grave cenário pelo qual passam as instituições federais de ensino após os cortes feitos por Bolsonaro. “Os dois ministérios que sofreram os maiores bloqueios foram os da Educação e da Ciência e Tecnologia”, disse o professor, que tratou o fato não como uma coincidência, mas como uma política do governo que compromete o futuro do país. Segundo ele, o orçamento discricionário de 2022 é inferior à metade do orçamento executado em 2015. “Nossos problemas foram agravados com o bloqueio realizado nos nossos orçamentos. O que há agora é a total inviabilidade de operação das nossas instituições já no segundo semestre deste ano”, denunciou Marcus.
O debate não foi o único evento do dia, que contou com outras mesas virtuais organizadas pela SBPC, ABC e Andifes, e com um ato público da APUBH em frente à reitoria da UFMG. Na quinta-feira (23), mais de 50 reitores, reitoras e congressistas da Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais fizeram um ato contra os cortes no Congresso Nacional.

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