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WhatsApp Image 2022 08 22 at 12.33.021Foto: Estela MagalhãesPor Estela Magalhães

Dos recifes às florestas, do genoma ao ecossistema e da cabeça aos pés, a 26ª BioSemana da UFRJ trouxe oficinas, debates e palestras sobre as mais diversas áreas da Biologia ao CCS entre os dias 15 e 19. O evento, totalmente organizado por estudantes do curso, teve sua primeira edição presencial desde a pandemia e contou com quase 300 inscrições mesmo durante o recesso da universidade. “É louvável que os alunos estejam animados e organizando eventos como a BioSemana mesmo nesse clima triste da universidade. Não podemos deixar a peteca cair com os ataques e cortes que tentam fazer a UFRJ parar”, disse o professor José Garcia Abreu, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas. Ele participou de uma mesa-redonda com o tema “Edições genéticas em humanos: um debate ético”, que discutiu as implicações da edição do genoma humano. “Se uma pessoa nasceu com um gene que representa uma doença, é possível alterar o gene defeituoso. Mas, nas mãos erradas, pode gerar a busca pelo ‘ser humano perfeito’, que tem muitas implicações negativas para a humanidade”, ponderou.

“A gente está no auge da nossa sede por conhecimento, e especialmente durante a graduação precisamos de uma visão muito ampla para saber escolher o que a gente gosta dentro da Biologia”, disse Luiza Anselmini, estudante da comissão organizadora do evento. “A BioSemana permite que a gente veja todas as possibilidades e que se conheça melhor nesse sentido”, completou.WhatsApp Image 2022 08 22 at 12.47.58

A professora Mariana Moncassim Vale, do Instituto de Biologia, participou do evento e teve a oportunidade de ver vários alunos que conheceu nos cursos online. Ela integrou a mesa “A Influência da Indústria Agropecuária na Crise Ambiental”. “A agropecuária é um vetor muito importante de degradação ambiental, com várias consequências para as mudanças climáticas, porque a maior parte das emissões de gás estufa do Brasil vem do desmatamento. É um tema muito importante para quem está cursando Biologia, sobretudo aqueles que têm interesse em conservação ambiental”, explicou.

A mesa também foi composta pelo professor Cesar de Miranda e Lemos, do Instituto de História. Ele destacou a importância do encontro entre diferentes disciplinas que o evento promove. “Dentro da academia vamos sendo encaminhados para áreas cada vez mais específicas, e quando somos convidados para falar fora das nossas caixinhas aprendemos a pensar também nos interesses dos outros”, disse. A estudante Rachel Soutelinho, da comissão organizadora, valoriza a interdisciplinaridade entre os participantes do evento também. “Seria muito legal se estudantes de outros cursos, aqui do CSS e de outros campi, viessem participar da BioSemana. Já temos eventos interdisciplinares com a Geografia e até algumas áreas do CCMN. Pensamos em abranger mais cursos no futuro”, disse.

Além deste evento, os estudantes de Biologia organizaram as Pré-BioSemanas I e II, compostas por minicursos para atender à demanda dos participantes. “A BioSemana é uma queridinha do pessoal da Biologia, tanto que as vagas para os minicursos se esgotavam em cinco minutos. Nossa solução foi criar dois eventos menores, só aos finais de semana, para funcionar como um ‘esquenta’ para o evento principal”, contou Rachel.
Para a comissão organizadora, o sentimento de orgulho e aprendizado é o que prevalece. “Os participantes estão fazendo várias perguntas nas palestras e os minicursos estão bem movimentados. Dá muito orgulho ter participado da organização de um evento dessa importância”, disse o estudante Vinícius Oliveira. “A gente aprende ainda mais do que quem só participa. É muito bom poder ter essa experiência de organização de eventos na graduação”, avalia o estudante Gabriel Carneiro. “A BioSemana é um grande momento de integração entre o corpo discente, é muito importante que os alunos tenham momentos como esse para ver que pertencem a uma comunidade”, completa.

Retorno presencial
Estudantes e professores estão felizes em estar de volta presencialmente na BioSemana pelos blocos, auditórios e salas no CCS, já que as edições do evento de 2020 e 2021 foram totalmente virtuais. “Não engaja tanto no online. As pessoas não vão assistir ao dia inteiro de curso, depois palestra, mesa-redonda e mais curso, é muito chato ficar o dia inteiro olhando para a tela do computador”, disse Luiza Anselmini.

“Era difícil imaginar a BioSemana acontecendo online, porque o contato e a troca de vivências representam a essência do evento. Claro que foi diferente, mas o ambiente virtual trouxe possibilidades de ampliar o evento, tanto que as nossas edições online contaram com a participação de pessoas que estavam fora do Rio, até mesmo fora do Brasil”, disse João Caetano, organizador da BioSemana. Nesta edição, as palestras foram gravadas e serão disponibilizadas online. “Estamos resgatando aspectos positivos do evento online e trazendo para o presencial”, completou.

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