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Elisa Monteiro
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O corte de 16,5%, previsto para o orçamento do ano que vem, pode reduzir a pó um esforço gradual da UFRJ para colocar as contas em dia. Segundo a pró-reitoria de Planejamento e Finanças, a universidade deve fechar 2020 com um déficit operacional (anual) na casa dos R$ 20 milhões, contra o saldo negativo de R$ 50 milhões do ano anterior. “O corte fará o déficit explodir novamente, chegando a R$ 75 milhões”, alertou o pró-reitor, professor Eduardo Raupp. A informação foi compartilhada durante a Plenária de Diretores e Decanos do último dia 27.

 “Se em 2021 tivéssemos o mesmo orçamento de 2020, chegaríamos a um déficit de R$ 12 milhões para 2022”, disse Raupp. A projeção da reitoria era de uma dívida ainda menor em 2023, algo em torno de R$ 7 milhões. Renegociações com a Light e a Cedae – grandes credoras da UFRJ – e a otimização da captação de receitas próprias, como aluguéis, foram algumas iniciativas citadas para a redução do passivo.  “O corte orçamentário do ano que vem coloca todo esse esforço a perder”, reforçou Raupp.

Os valores atualizados dos orçamentos de 2011 e de 2012 equivalem ao dobro do atual, com aceleração das perdas a partir de 2016 e sem sinal de recuperação, explicou o pró-reitor. As negociações para secar “gorduras” não foram em vão: “Se não tivéssemos feito ajustes e se tivéssemos arrastado dívidas de dois meses, como vinha se fazendo, provavelmente a universidade estaria insolvente em março ou abril”.

A forma do repasse do orçamento em 2021 também preocupa Raupp. “A proposta orçamentária do governo (PLOA) só libera 44% dos recursos. Os outros 56% dependem da liberação de créditos suplementares do Congresso Nacional”, observou. Na prática, a universidade daria a partida em 2021 com um valor que “não cobre mais do que um terço do ano”. “Em 2020, tivemos um maior clamor de complementação em função da pandemia. Mas não sabemos como ficará”, avaliou. O dirigente disse que a proposta ao Consuni para reorganização e realocação de gastos levará em conta todos esses fatores.

A pró-reitoria de Gestão e Governança anunciou a redução de contratos de limpeza, alimentação e segurança a partir do mês de outubro. Segundo o pró-reitor André Esteves, ao todo, dez contratos foram revistos. Por solicitação das unidades, o pró-reitor esclareceu que “não houve de fato encolhimento das despesas durante a quarentena” em função dos termos de contratos, que não são diretamente vinculados ao consumo real.  A administração disse não descartar a judicialização nos casos de fornecimento de água e luz.

Alguns representantes de unidades manifestaram preocupação com a preservação de patrimônio, especialmente, equipamentos laboratoriais, diante da redução das verbas. Além da manutenção, foram relatados problemas com furtos ou ameaças de furtos. “Nós tivemos três aparelhos de ar-condicionado roubados em outubro. O parque computacional está ali. Se perdermos mais um, cai toda a rede da UFRJ”, relatou Henrique Serdeira, do  Núcleo de Computação Eletrônica (NCE). “Estamos com o mato alto e parcialmente na escuridão de frente para a Washington Luiz”, alertou Daniele Silva sobre o polo Geraldo Cidade (UFRJ Caxias).

A adaptação das instalações da universidade ao cenário pandêmico também foi questionada durante a reunião. “Prevendo um modelo híbrido para 2021, precisamos nos preparar para uma possível volta. E isso é caro. Nós temos um prédio da década de 1970”, argumentou o diretor do Instituto de Química, Claudio Mota. “Com uma vacinação, no horizonte de junho, temos que pensar como trabalhar esse retorno não só acadêmico, mas administrativo”, completou o decano do CCJE, Flávio Martins.

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Kelvin Melo
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Não faltam razões para os professores universitários participarem das eleições do Andes, entre os dias 3 e 6 de novembro. Reforma administrativa, trabalho remoto na pandemia, intervenções nas reitorias e orçamentos reduzidos para as universidades são desafios que exigem um sindicato nacional forte nas negociações com o governo. Para enfrentar os dois últimos anos da gestão Bolsonaro, o primeiro passo é legitimar o Andes com uma votação expressiva.

A pandemia mudou a rotina da eleição. Pela primeira vez, a votação será virtual. As urnas físicas foram trocadas por um sistema telepresencial – confira o guia explicativo de como votar na página 5 – com salas virtuais e que exigirá a apresentação de documento de identidade de cada professor.

O sistema de votação será um obstáculo a mais para superar os números do pleito de 2018. Naquele ano, dos 69.152 docentes aptos a votar, apenas 16.887 compareceram às urnas. Na UFRJ, maior colégio eleitoral do país, dos 3.481 aptos, somente 542 votaram. Em 2020, podem votar 68.618 professores, sindicalizados até 3 de agosto. Na UFRJ, 3.847.

Duas chapas concorrem à direção: Unidade para Lutar, chapa 1, da situação; e Renova Andes, chapa 2, de oposição. São candidatas à presidência as professoras Rivânia Moura, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, pela chapa 1; e Celi Taffarel, da Universidade Federal da Bahia, pela chapa 2. Para a Regional Rio de Janeiro, são candidatos a 1º vice-presidente: a professora Elizabeth Barbosa (chapa 1), da UFF; e o professor Felipe Rosa (chapa 2), da UFRJ.

Os votos serão apurados a partir das 22h do dia 6. Um resultado preliminar será divulgado assim que concluído o processo de contagem. Após o prazo para apresentação de recursos das chapas, o resultado oficial será divulgado no dia 10. A nova direção toma posse na abertura do 10º Conad Extraordinário, em dezembro.
Confira a seguir, algumas propostas e reflexões das duas chapas As perguntas e respostas foram recebidas por e-mail e o Jornal da AdUFRJ não editou nenhum dos textos, apenas corrigiu pequenos erros de ortografia.

 

WhatsApp Image 2020 10 30 at 18.06.03     ENTREVISTA I CHAPA 1 UNIDADE PARA LUTAR

1 - Como aproximar o Andes do professor que não é militante sindical?

O Andes-SN é um sindicato nacional integrado por todas as seções que o compõem. Cabem às seções, que estão na base da categoria, organizar, mobilizar e deliberar, a partir das suas instâncias democráticas, e participar dos congressos e conselhos onde são votadas essas posições da base. De um lado, as seções devem repercutir essas deliberações e, de outro, até porque têm autonomia para isso, encaminhar as pautas locais. Portanto, a pergunta deveria ser: como as seções estão debatendo com a categoria os seus problemas concretos, como as seções têm trazido a categoria para o debate e participação sindical? Sob que concepção de luta sindical? Resolvida essa questão, que é de método sobre o funcionamento do Andes-SN, de fato, os desafios são imensos para que a categoria veja o sindicato como um instrumento de luta, de reivindicação. Há uma conjuntura ofensiva, de ataque à educação e aos direitos sociais, e isso impacta no processo organizativo da categoria. Assim, um dos desafio é o de articular as pautas locais e a construção da luta unitária com as demais categorias do serviço público, com as lutas populares e da juventude.

2 – Qual o posicionamento da chapa em relação à filiação à CSP-Conlutas?

Depois de lutar conta a reforma de FHC, a direção da CUT se entregou à reforma da Previdência do governo Lula, que acabou com a isonomia e a paridade entre ativos e aposentados do Serviço Público Federal na reforma de 2003. Por essa razão, saímos da CUT e construímos a CSP-Conlutas, para reunir de forma ampla os que lutam com independência de classe. Porém, avaliamos no congresso que, diante da ofensiva bolsonarista, é preciso organizar frentes de atuação mais amplas e unitárias. Por essa razão, deliberou-se construir o fórum em defesa das liberdades democráticas e avaliar junto à categoria a permanência na CSP-Conlutas.

3 – Como avalia a posição da gestão do Andes na última década, em pontos decisivos para a universidade e o país, como o impeachment de 2016, o Reuni, o Sisu e o sistema de cotas?

O processo de impeachment foi um golpe parlamentar. Foi para atender a necessidade da classe dominante de ter um governo que aprofundasse as políticas de austeridade fiscal que já estavam em vigor, mas sem concessões, mesmo que limitadas para os mais pobres. E foram justamente as contradições do governo derrubado que dificultaram a mobilização contra o golpe. No governo Lula se fez uma política mitigada, de um lado se implantaram programas de expansão, como foi o Reuni, destinados ao ensino público e, de outro, se destinaram recursos consideráveis para o financiamento estudantil, turbinando o crescimento privado, aliado a programas focalizados nos mais vulneráveis, via compra de vagas (Prouni). Foi uma opção política para não mexer na política de austeridade vigente.

4 – Existe alguma proposta prática para mudar a organização dos Conads e Congressos do Andes?

Nosso sindicato possui um processo democrático de participação, permitindo que filiados se expressem e disputem suas ideias. Mas a democracia depende de disposição. Ainda temos muito que melhorar, sempre. Mas um dos avanços foi a constituição em todo congresso de uma comissão de ética para coibir as práticas de assédio moral e sexual. Não pensamos em seguir o caminho das últimas diretorias da AdUFRJ, que define de antemão o que pode ser votado ou não nas assembleias. Isso não é democrático e não tem melhorado nem a participação, nem a qualidade dos debates nas assembleias. Mas essa tem sido uma falsa polêmica. Nosso principal problema não é melhorar a dinâmica congressual, no dia do evento, mas garantir que suas decisões sejam implementadas na base.

5 – Quais são as propostas para defender os direitos dos professores no ensino remoto?

O ensino remoto é a educação à distância em caráter emergencial. Como modalidade de ensino substitutiva do ensino presencial, nosso sindicato deve permanecer sendo contrário, até porque não é só uma modalidade de ensino. É projeto para sucatear a educação, precarizar o trabalho, abrir ainda mais o caminho do desfinanciamento público. Somos contra naturalizar ou tentar regulamentar essa situação emergencial. Fazer isso coloca lenha na fogueira do MEC, que quer aproveitar a situação para acelerar o processo de extensão das horas permitidas para atividades à distância nos cursos presenciais e usar este formato para a expansão de novas vagas. Defendemos que o governo arque com os custos extras de nosso trabalho, que garanta formação para os docentes no uso das plataformas, que a prioridade seja o uso de plataformas públicas e que não se deixe nenhum e nenhuma estudante para trás.

6 – Qual a proposta da chapa para enfrentar os cortes impostos pelo governo Bolsonaro?

O governo Bolsonaro tem dado continuidade à política de cortes para as universidades públicas. Em 2015 começou este ciclo. Naquele ano fizemos uma greve que não foi acompanhada por setores importantes do corpo docente e fomos derrotados. Pretendemos continuar lutando pela autonomia universitária e pelo orçamento adequado para a realização das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Rejeitamos veemente o projeto FUTURE-SE. A articulação de frentes amplas é importante e, neste caso, a defesa da nossa autonomia e independência de classe é fundamental.  E são os militantes da nossa chapa que têm uma longa experiência nestas construções na direção classista e independente.

7 – Qual a proposta da chapa para a reforma administrativa?

Construímos e participamos no FONASEFE, que é a entidade que vai ter que se colocar na frente da luta contra a reforma administrativa. Vai ser uma luta longa e difícil. Esperamos que as “grandes” centrais sindicais, como a CUT, não repitam as atitudes de omissão que tiveram com a contrarreforma previdenciária e trabalhista. Estamos construindo os fóruns nos estados e municípios e só uma grande mobilização dos/as trabalhadores/as (ao final somos 11 milhões de servidores públicos nas três esferas do estado) poderá derrotar o governo e o Congresso.

8 – Qual a proposta da chapa para a intervenção nas reitorias?

Lutar pela autonomia universitária. No último período de governos antes do golpe institucional, não se alterou a velha legislação (Lei nº 9.192 de 1995), pela qual a universidade se limita a apresentar uma lista tríplice e é o presidente quem escolhe o reitor. Estamos apoiando a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada pelo Partido Verde no STF contra as listas tríplices. Vale lembrar que já tivemos um processo de intervenção na UFRJ em 1998. A AdUFRJ, naquela época, deu o exemplo sobre o que fazer diante de reitores interventores: lutar em unidade e sem cansaço até sua derrubada.

 

ESPAÇO EXTRA

A chapa 1 não atendeu à solicitação de uma entrevista que seria publicada na edição nº 1.150, de 9 de outubro. Estamos abrindo um espaço extra para a chapa responder às questões enviadas naquela ocasião e não repetidas nesta publicação. E com o mesmo tamanho das respostas da chapa 2, já publicadas há duas semanas.

Por que é importante votar na eleição do Andes?

“Quem nasce sob o signo da luta está destinado a vencer”. Esta frase foi dita no congresso de criação da Andes e assim nosso Sindicato construiu sua história na defesa da educação pública e do trabalho docente. As eleições acontecem num contexto de ofensiva aos nossos direitos e votar significa fortalecer a importância do Andes-SN para enfrentar essa conjuntura.

Por que a chapa se posiciona contra o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação? A aproximação entre universidades e empresas não pode ser positiva para a produção de conhecimento? (Exemplos: Oxford-Astrazeneca; Coppe-Petrobras)?

A chapa se posiciona criticamente ao Marco Legal porque altera três aspectos fundamentais: indica como missão das IES públicas a “inovação tecnológica”; possibilita a contratação de servidores sem concurso, e corrompe a dedicação exclusiva, legalizando sua “quebra” dentro das IES. O Andes-SN defende um sistema público de C&T voltado para os interesses da maioria da sociedade. E esse princípio só pode ser garantido com investimento público nas IES. É issso que a Chapa 1 defende!

 

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1 – Como aproximar o Andes do professor que não é militante sindical?

Como docentes sabemos que um dos primeiros passos para a solução de um problema é identificar as experiências bem sucedidas já realizadas. Uma destas está aqui na AdUFRJ, que de 2018 a 2020 aumentou em 266 docentes o número de filiações. Entender o que foi feito de correto, adaptar à realidade de cada seção sindical, que vivem contextos distintos, e divulgar estas informações são passos nesta direção. Além disso, o Andes-SN precisa de uma comunicação que chegue a cada docente. Por fim, o movimento sindical precisa de uma pauta que dialogue de forma mais próxima com os interesses de professoras e professores, que discuta nossa carreira, salários, que são a razão de ser de um sindicato docente.

2 – Qual o posicionamento da chapa em relação à filiação à CSP-Conlutas?

Esta filiação é uma das causas do isolamento de nosso sindicato em relação a importantes entidades do campo sindical, científico e social com quem precisamos ter mais diálogo. Um exemplo é a existência do Fórum Popular Nacional de Educação, que reúne mais de 50 entidades e do qual o Andes-SN não participa, optando por participar de um fórum que reúne menos de dez entidades relacionadas com a CSP-Conlutas.

3 – Como avalia a posição da gestão do Andes na última década, em pontos decisivos para a universidade e o país, como o impeachment de 2016, o Reuni, o Sisu e o sistema de cotas?

É fato que o Andes-SN demorou para reconhecer o golpe no processo democrático no Brasil. Isto se deu tanto na recusa em se colocar contra o impeachment e em denunciar a prisão arbitrária do ex-presidente Lula, quanto na dificuldade em combater a perseguição ao reitor da UFSC, assassinado pela perseguição jurídica e midiática. Da mesma forma, a oposição radical ao programa Reuni tornou difícil para o Andes-SN atuar na crítica aos pontos que precisavam ser melhorados naquele projeto. Para nós, tanto o Reuni quanto a política de cotas apontaram, de forma e intensidade distintas, para a ampliação da presença de setores normalmente excluídos do ensino superior. Temos clareza de que estes passos não resolvem o problema da exclusão, mas igualmente sabemos que, ao contrário do que fizeram as últimas diretorias em relação ao Reuni e ao Sisu, não podemos esperar que as condições ideais se manifestem para ampliar o ensino superior público e gratuito.

4 – Existe alguma proposta prática para mudar a organização dos Conads e Congressos do Andes?

Temos encaminhado, em cada um destes espaços, propostas no sentido de torná-los mais democráticos e menos burocratizados, e seguiremos na busca por eventos acessíveis a cada docente e não apenas aos seus setores mais militantes.  

5 – Quais são as propostas para defender os direitos dos professores no ensino remoto?

Nossa categoria está submetida ao Ensino Remoto Emergencial que não pode, em hipótese alguma, ser tornado permanente. Frente a esta realidade há duas possibilidades. Ou fingimos que ela não existe e nos isolamos dos e das docentes, ou defendemos medidas de proteção que não permitam a precarização e a intensificação do trabalho docente. Além disso, não podemos permitir a exclusão das pessoas incorporadas pelo Reuni e pelo sistema de cotas. Para isto, é necessária uma pauta de reivindicações que contemple a utilização de plataforma pública, com softwares livres, que garantam segurança e proteção de dados; condições materiais e tecnológicas que permitam o trabalho em casa sem onerar e comprometer a nossa saúde; formação tecnológica e pedagógica; estabelecimento de jornada de trabalho com diferenciação para as pessoas envolvidas com o cuidado de pessoas em situação de risco que, na nossa sociedade, recai principalmente sobre as mulheres, entre outras reivindicações. Temos que lutar pela biossegurança para que seja garantida a vida de todos e todas – professores, estudantes, técnico-administrativos e trabalhadores terceirizados, em qualquer circunstância. Não podemos deixar os professores à sua própria sorte.

6 – Qual a proposta da chapa para enfrentar os cortes impostos pelo governo Bolsonaro?

Temos três frentes para atuar. A imediata é no seu local de trabalho para avaliar os impactos destes cortes.  A segunda é analisar as consequências para as funções precípuas das universidades, dos institutos federais e CEFETs deste tipo de medida e, assim, levantar as pautas de reivindicações. A terceira é atuar nas frentes parlamentares, nos ministérios, nas secretarias, para exigir que as reivindicações salariais, carreira, contratação e progressões, entre outras, sejam cumpridas.

7 – Qual a proposta da chapa para a reforma administrativa?

Derrotar a reforma administrativa porque ela destrói serviços públicos e atinge terrivelmente nossa categoria. A pandemia da covid-19 demonstra que nós precisamos de mais serviços públicos, tais como o SUS. A reforma vai dificultar o acesso à estabilidade, criar avaliação de desempenho baseada nos interesses dos governos de plantão, abrir espaço para o fim do Regime Jurídico Único, reduzindo a remuneração média no decorrer da carreira, ao retirar progressões por tempo de serviço e/ou automáticas. Vai aumentar o poder do Executivo para extinguir cargos, funções, benefícios e instituições e ampliar a contratação de temporários. Para derrotar este projeto será decisiva a mais ampla unidade com quem, independentemente de comungarem com os princípios do Andes-SN, esteja na defesa do serviço público de qualidade.

8 – Qual a proposta da chapa para a intervenção nas reitorias?

Lutaremos para que seja respeitado o princípio da autonomia universitária. Reitor eleito pela comunidade universitária tem que ser reitor/a empossado/a. São 14 instituições com intervenção e atuaremos para que isso seja revertido. Além desta luta imediata, temos que enfrentar o processo dentro das instituições, combinando autonomia e democracia universitárias.

 

 PASSO A PASSO DA  VOTAÇÃO

1. Podem votar todos os professores sindicalizados até 3 de agosto. É necessário um documento oficial com foto e o aplicativo Zoom instalado, no celular, tablet, notebook ou computador.

2. O docente vai acessar o site da votação, ainda em elaboração pela empresa Pandora (O Andes informa que a empresa foi contratada por já ter experiência com eleições virtuais de sindicatos). O link será divulgado amplamente. Nesse site, além das informações da eleição, haverá um espaço para o professor digitar o CPF.

3. Ao digitar o CPF, o professor cadastrado no sistema da eleição, será direcionado a uma  Mesa Virtual Telepresencial. A AdUFRJ terá cinco mesas, que funcionarão de 9h às 21h.

4. Caso o professor não esteja com o CPF cadastrado, aparecerá uma mensagem com a informação e uma nova tela de cadastro será disponibilizada. O professor deve preencher seu nome, CPF, telefone e seção sindical para o cadastro ser efetuado. Depois, será direcionado para a sala de identificação no Zoom, onde sua situação será checada pelos mesários.

5. Dentro da sala virtual, haverá um presidente, um secretário e os fiscais das chapas. O professor deve ligar a câmera, o microfone e apresentar o documento de identificação.

6. Após checar o documento, o mesário enviará um link de votação para o e-mail ou celular do professor, que terá 10 minutos para registrar o voto. Se não conseguir concluir a operação dentro do prazo, será possível acessar novamente a mesa virtual e solicitar um novo link. Isso poderá ser feito no mesmo dia, ou em outro, desde que durante os dias de eleição.

7. No link, estarão disponíveis as opções:  Chapa 1, Chapa 2, voto em branco ou voto nulo.

8. Após votar, o professor receberá um comprovante do comparecimento à eleição.

 

Manter o funcionamento do sindicato em defesa dos interesses dos professores e da universidade num dos momentos mais difíceis da centenária história da UFRJ. Este foi o desafio que a direção da AdUFRJ abraçou durante a pandemia e sob um governo que trata a Ciência e a Educação como inimigas. Uma história que o jornal da associação conta nas 33 edições produzidas desde o início da quarentena, todas as semanas.

Um desafio até aqui enfrentado com uma ventania de ideias e ações. Não poderia ser diferente para uma diretoria que, na campanha eleitoral, batizou a chapa com o nome “Ventos de Maio: Juntos pela Universidade. Não vamos parar nem voltar atrás”. “Conseguimos dar uma resposta rápida. Enquanto a universidade ainda discutia o que fazer, a Adufrj já estava com várias atividades no ar, como o Conselho de Representantes remoto. A agilidade nessa hora ajudou muito os professores”, comemora a presidente Eleonora Ziller.

Além das tradicionais reuniões sindicais, como as assembleias, muitas iniciativas precisaram ser reinventadas ou criadas para acolher os docentes no meio remoto. Agendamento de reuniões pelo aplicativo Zoom, plantão jurídico virtual, cineclube, instalação do FORMAS — instância que congrega os sindicatos e representações estudantis da UFRJ. E muito mais. Entre todas, Eleonora elege o Sextou/Tamo Junto como a atividade que mais gosta de fazer, nesse período. “É um bate-papo. Um ponto de encontro e de relaxamento. Temos um grupo de 20 a 30 pessoas que está sempre ali”, afirma.

A presidente da AdUFRJ identifica que o ritmo das diversas reuniões e a presença das pessoas diminuiu, com o passar dos meses. Algo natural, após a universidade retomar as aulas. “Existe uma saturação com o ambiente remoto”, avalia.

Mas isso não quer dizer que o sindicato vai parar com as novidades. A direção quer fazer uma avaliação do Período Letivo Excepcional. Além de debater as progressões e promoções e as dificuldades dos docentes que cuidam de crianças pequenas ou idosos na quarentena.

Vice-presidente da AdUFRJ, o professor Felipe Rosa acrescenta que uma consultoria aos professores para o ensino remoto também está a caminho. “Achamos melhor começar a partir do início do ano que vem”.

Felipe está animado com uma das ações mais recentes da AdUFRJ: a criação de um programa do sindicato na Rádio UFRJ. “Esperamos falar não só para os professores, mas comunicar para fora. O rádio é um meio com penetração muito grande em camadas de população que não têm muita familiaridade com a universidade”, diz.

Outro orgulho do professor são as doações da AdUFRJ às unidades e a setores vulneráveis da universidade. “Foi um consenso na diretoria que a gente deveria ajudar as unidades em atividades relacionadas à pandemia, mas não só”, completa.

Confira abaixo uma síntese da atuação sindical nos 221 dias da quarentena.

JORNAIS
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Desde o primeiro dia do isolamento social, a AdUFRJ produziu os jornais semanais com a mesma regularidade de antes da pandemia. As edições online “bombaram” nas redes com muito conteúdo. Foram 33 edições, ou 280 páginas, no período. Entre elas, merece destaque a publicação comemorativa dos 100 anos da UFRJ, de 7 de setembro. As 411 pessoas que manifestaram interesse receberam em casa um exemplar impresso. As demandas para a Comunicação, que não faz só o jornal, cresceram tanto que exigiram a contratação de mais um jornalista e dois estagiários.  

RÁDIO ADUFRJ
O “AdUFRJ no Rádio” estreou no dia 16 de outubro. A atração vai ao ar todas as sextas-feiras, às 10h, com reprise às 15h, pelo site da Rádio UFRJ: www.radio.ufrj.br

REDES SOCIAIS
Os perfis da AdUFRJ na rede tiveram um salto significativo de desempenho no período.
• A página do Facebook ganhou mais de 800 seguidores e recebeu 159 mil acessos. As publicações foram vistas mais de 1,2 milhão de vezes;
• No Twitter, aumento de 29% no número de seguidores, com mais de 163 mil visualizações do conteúdo;
• O perfil no Instagram, criado em 9 de março, alcançou 805 seguidores.

TV AdUFRJ
Foram 50 vídeos veiculados, sendo seis Pílulas Antimonotonia – um programa especial produzido pela AdUFRJ com especialistas–, três mesas no Festival do Conhecimento e cinco da Marcha Virtual pela Ciência, entre outros. Houve mais de 1.200 inscritos (aumento de 143% em relação ao período pré-quarentena), com mais de 36 mil visualizações nos nossos vídeos.

REUNIÕES DO CONSELHO DE REPRESENTANTES
Foram 12 encontros, alguns com convidados especiais para subsidiar os debates entre diretores e conselheiros. Nos dois primeiros, as estratégias da UFRJ para enfrentar a pandemia do coronavírus e a defesa de direitos da comunidade acadêmica foram os temas principais: em 26 de março, com o vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha; em 30 de março, com a reitora Denise Pires de Carvalho. Depois, as reuniões se voltaram para pontos mais específicos: o conselho de 6 de abril discutiu as ações da Extensão com a pró-reitora Ivana Bentes; o de 13 de abril avaliou a situação econômica do país com as professoras Marta Castilho e Esther Dweck. Maio começou com duas reuniões para tratar da regulamentação do trabalho remoto na universidade: a do dia 4, com a advogada Ana Luisa, da AdUFRJ; a do dia 11, com a pró-reitora de Pessoal, Luzia Araújo. A reunião de 29 de junho contou com a apresentação do pró-reitor de Planejamento, professor Eduardo Raupp, sobre a retomada gradual das atividades e os respectivos condicionantes. E a de 16 de julho ouviu os representantes do DCE e da APG sobre o ensino remoto.

PLENÁRIA VIRTUAL
Para escutar as demandas dos professores de diversas áreas do conhecimento, a AdUFRJ organizou uma plenária virtual no dia 13 de julho. O encontro mobilizou 113 docentes.

ASSEMBLEIAS

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A diretoria convocou três assembleias no período. Uma para os professores opinarem sobre diversas questões relativas ao calendário acadêmico, em 28 de agosto. Um conjunto de 235 docentes respondeu ao questionário proposto pela direção da AdUFRJ. E mais duas — no fim de julho e no fim de setembro — para deliberar sobre a escolha da delegação da AdUFRJ aos dois Conselhos de Associações Docentes do Andes, os Conads, realizados no período. A de 27 de julho entrou para a história como a primeira assembleia virtual da entidade.

ZOOM
Ao mesmo tempo em que os docentes tiveram de se adaptar à realidade do isolamento social, foi necessário ter acesso a ferramentas para viabilizar os encontros virtuais. Foi com essa preocupação que a AdUFRJ adquiriu duas contas no aplicativo Zoom, de videoconferência, e criou um serviço de agendamento, no fim de março, que atende aos filiados do sindicato. O aplicativo disponibiliza uma versão gratuita, na qual é possível realizar reuniões de até 40 minutos. A conta só é necessária para encontros mais longos. Até 20/10, pela manhã, houve 510 pedidos de agendamento, com 292 reuniões realizadas e 114 docentes atendidos.

CINE AdUFRJ
Desenvolvido em parceria com o Grupo de Educação Multimídia (GEM) da Letras, o projeto debate, por meio de filmes, questões centrais da atualidade. Foram 12 encontros, desde 13 de maio, com os seguintes temas: “Ciência sob Perspectiva” (13/05); “O Universo do Trabalho e do Trabalhador”(27/05 e 10/06); “Racismo e Democracia” (01/07; 15/07; 29/07; 12/08; 26/08); “Direito à Cidade” (9/09; 23/09; 07/10); e “A Escola no Cinema” (21/10)

FORMAS
Durante a pandemia, foi criado o FORMAS-UFRJ (Fórum de Mobilização e Ação Solidária). Instância congrega AdUFRJ, Sintufrj, DCE, APG e ATTUFRJ. O lançamento ocorreu no dia 4 de maio. Objetivo é articular campanhas unitárias, como a revogação da Emenda Constitucional 95, do teto de gastos, e a defesa dos direitos de todos os trabalhadores. O Formas promoveu três lives musicais com o tema “Arte de Ficar em Casa”, nos dias 5 e 20 de junho e em 24 de julho. E, em 30 de agosto, o bloco carnavalesco Minerva Assanhada fez uma apresentação virtual de gala, em homenagem antecipada ao centenário da UFRJ. A live foi entrecortada pelas saudações da reitora, do prefeito universitário e de representantes do Formas.

OBSERVATÓRIO DO CONHECIMENTO
• A AdUFRJ integra a rede de associações docentes que defende a universidade. Logo no início de abril, o Observatório lançou a “descomemoração” de um ano de Weintraub à frente do MEC.
• No dia 15 de maio, rede liderou campanha nacional para celebrar um ano do 15M e mostrar que a Ciência salva vidas. Atividade também foi divulgada pelo youtuber Felipe Castanhari, que possui um perfil no Instagram com 5,3 milhões de seguidores. Além disso, houve projeções em quatro pontos da cidade.
• Observatório também enviou carta aberta ao Supremo Tribunal Federal contra as declarações do ministro Weintraub contra o STF. Documento foi publicado no jornal de 29/05.
• Mais recentemente, a rede organizou um ato virtual por orçamento justo para a Educação, em 17 de setembro.

SEXTOU/TAMO JUNTO
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O encontro docente mais descontraído da quarentena foi um sucesso. Quase sempre com um convidado especial para desenvolver um assunto. Foram 24 reuniões virtuais às sextas-feiras.


PLANO DE SAÚDE
Jornal de 10 de julho informou a atualização da tabela do plano de saúde (rede hospitalar e laboratorial e valores).

JURÍDICO
• Reuniões, análises de documentos e plantões marcaram a atuação remota do setor jurídico da Adufrj. • Os plantões começaram em 28 de abril: sempre às terças  e sextas-feiras de 15 em 15 dias, mas com algumas sextas seguidas. Já foram realizados 176 atendimentos, sem computar respostas por celular e email, que se desdobraram em ajuizamento de ações, elaboração de pareceres jurídicos e requerimentos administrativos, além das orientações jurídicas. Em julho, foi aberto um canal exclusivo para tratar de demandas relacionadas ao ensino remoto. Também houve análise e parecer da questão das férias no Período Letivo Emergencial.
• AdUFRJ e Sintufrj ingressaram na Justiça uma ação conjunta inédita contra as normas do governo de corte dos adicionais e auxílio-transporte, em 6 de maio.
• Houve acompanhamento da questão dos terceirizados junto à reitoria e apoio aos professores que sofreram cortes na parcela reembolsada pelo governo no plano de saúde. Assessoria também analisou a reforma administrativa e a Instrução Normativa nº 65, sobre a implantação de programa de gestão no serviço público.
• Mais recentemente, setor apresentou recurso ao TRF contra o corte dos 26,05%.

ENSINO REMOTO
A AdUFRJ divulgou, no fim de agosto, dois documentos para fortalecer a segurança das aulas gravadas, diante do ineditismo do ensino remoto para a maioria dos professores: um termo de confidencialidade: e um sobre como preparar os vídeos no Youtube de modo privado.

NOTAS/MANIFESTAÇÕES DA DIRETORIA
• 16/03 – em nota, criticou realização de reunião presencial do Setor das Federais do Andes nos dias 14 e 15 e ato de rua no mesmo dia 15. E questionou confirmação de um indicativo de greve por tempo indeterminado aprovado no Setor.
• 16/03 – anunciou a suspensão do atendimento presencial na sede.
• 20/03 - solicitou a prorrogação das bolsas a todas as agências de fomento.
• 24/03 - Em nota divulgada no jornal, a direção da AdUFRJ criticou a confusa edição de tantas portarias. sobre a distribuição de bolsas pela Capes. Cobrou a imediata revogação da última norma e a abertura de um canal de diálogo com as universidades para a discussão do modelo de distribuição das bolsas.
• 24/03 – na mesma edição, ressaltou a importância de se manter o vínculo com os estudantes e considerou impossível que uma instituição baseada no ensino presencial se convertesse em uma de educação a distância (EaD), mesmo que temporariamente, como proposto pelo MEC naquele momento, por portaria publicada no dia 18.
• 09/04 – Nota sobre a pandemia da Covid-19 e o pandemônio do Palácio do Planalto.
• 26/04 - divulgou nota sobre aniversário da AdUFRJ comemorado em 26 de abril.
• 30/04 - nota conjunta da Adufrj e Sintufrj em defesa da autonomia e dos direitos fundamentais de todos que trabalham e estudam na UFRJ (contra os cortes de adicionais).
• 14/05 – Em nota ao Consuni, também publicada no jornal de 14 de maio, AdUFRJ criticou portaria do trabalho remoto.
• 21/05 – Nota à comunidade universitária, informando sobre a criação de GT sobre trabalho  remoto. “Seguiremos atentos para que a nova regulamentação seja a mais simples e nítida possível”.
• 10/06 – Nota da Diretoria da AdUFRJ solicitando devolução da MP 979, dos reitores biônicos, publicada no jornal de 13/06. Matéria foi devolvida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
• 04/09 – no jornal de 4 de setembro, foi divulgado que a diretoria enviou aos conselheiros e à presidência do CEG uma carta com as preocupações sobre o calendário apontadas pelos professores presentes à assembleia ocorrida em 28 de agosto.

FÉRIAS
• Sindicato divulgou orientações aos docentes sobre as férias, nas redes sociais e no jornal de 9/10.
• AdUFRJ apresentou recurso ao Consuni sobre férias para acréscimo de uma semana no recesso entre 2020.1 e 2020.2, mas pedido foi rejeitado.

REFORMA ADMINISTRATIVA
Diretoria iniciou, no jornal de 25 de setembro, a divulgação de cards contra a reforma administrativa do governo Bolsonaro.

PARTICIPAÇÃO EM GRUPOS DE TRABALHO NA UFRJ
• Os diretores da AdUFRJ também participam de grupos de trabalho institucionais que discutem temas relacionados aos professores. O GT pós-pandemia e a Comissão de Formas Alternativas de Ensino estão ativos.
• A AdUFRJ e o Sintufrj também fizeram parte de um GT organizado pela reitoria para propor mudanças na regulamentação do trabalho remoto da UFRJ.

DOAÇÕES
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Do início da quarentena até 14 de outubro, a AdUFRJ realizou 55 doações, que somaram R$ 339,6 mil. As maiores foram direcionadas para a compra de: material hospitalar para o IPPMG (R$ 100,1 mil), materiais de informática para o Hospital Universitário (R$ 80 mil), material médico e hospitalar para o campus Macaé (R$ 40 mil) e material de exames do Laboratório de Virologia Molecular (R$ 25,7 mil).

FESTIVAL DO CONHECIMENTO
 A AdUFRJ participou do maior evento da UFRJ durante a pandemia com 3 mesas: Ciência e Tecnologia em afroperspectiva, em 15/07; A pandemia e a participação das mulheres na produção acadêmica e na vida política das universidades, em 20/07; e Aulas remotas em tempos de deepfakes e as inseguranças jurídicas, em 23/07.

OUTROS EVENTOS
• Em junho, a AdUFRJ realizou cinco lives (“Terças de Junho”) em parceria com a ADUR, associação de docentes da Federal Rural do Rio, sobre temas variados.
• Em 11/08, atividade do sindicato reuniu 48 coordenadores de graduação. Carta assinada por 20 coordenadores ao CEG foi publicada no jornal.
• Em 19/08, o Núcleo de Bioética e Ética Aplicada promoveu a mesa ‘Trabalho em tempos de pandemia e as atividades universitárias’, com os três sindicatos da UFRJ – AdUFRJ, Sintufrj e Attufrj.
• Em 25/08, vice-presidente da Adufrj, professor Felipe Rosa, participou do Parangolé da Cultura na Universidade, evento organizado pelo Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas.
• Em 26/08, AdUFRJ organizou um debate entre a Pró-reitoria de Graduação e quatro professores de diferentes cursos sobre o calendário acadêmico.
• 08/09 - AdUFRJ participou de um debate, ao lado do Sintufrj, DCE, APG e ATTUFRJ, nas comemorações oficiais do centenário da universidade.
• No fim de setembro, a direção da Adufrj reuniu-se com representantes do grupo de docentes pais e mães do campus Macaé que reivindicam uma política universitária equânime durante a pandemia. O sindicato apoiou e ajudou a expandir a campanha.

WhatsApp Image 2020 10 24 at 00.54.53Está chegando a hora. Em menos de duas semanas, os professores das instituições de ensino superior de todo o país irão às urnas (virtuais) para escolher a nova direção do Andes - Sindicato Nacional. Inicialmente previstas para maio, e adiadas por conta da pandemia do coronavírus, as eleições ocorrerão entre 3 e 6 de novembro. A atual gestão, que teve seu mandato prorrogado até novembro por conta do adiamento do pleito, cederá lugar a uma nova diretoria, que comandará a entidade nacional dos docentes no biênio 2020/2022. A posse dos eleitos está prevista para dezembro, na plenária de abertura do 10º Conad (Conselho do Andes-SN) Extraordinário.

É a primeira eleição do Andes que contempla a paridade de gênero na formação das chapas concorrentes, como foi aprovado no 38º Congresso do sindicato, em 2018. São duas chapas na disputa. Na Chapa 1 (Unidade para Lutar), as professoras Rivânia Moura (UERN) e Maria Regina Ávila (UFSC) são candidatas aos cargos de presidente e secretária-geral, respectivamente, enquanto Amauri Fragoso Junior (UFCG) concorre ao cargo de 1º tesoureiro. Na Chapa 2 (Renova Andes), a candidata a presidente é a professora Celi Taffarel (UFBA), tendo a companhia dos professores Luis Antônio Pasquetti (UnB), como secretário-geral, e Paulo Opuszka (UFPR), como 1º tesoureiro. As nominatas completas e as cartas de princípios de cada chapa podem ser acessadas AQUI.

VOTAÇÃO TELEPRESENCIAL
Em virtude da pandemia, os delegados participantes do 9º Conad Extradordinário, realizado entre os dias 28 e 30 de setembro, descartaram a votação presencial e optaram por maioria pelo formato remoto, em modo telepresencial. Ele funciona da seguinte forma: o professor sindicalizado se apresenta, via câmera, em uma sala eleitoral virtual com um documento de identificação. Só então ele recebe um link com limite de tempo para acesso e registro do voto. As salas virtuais contarão com a presença de fiscais de ambas as chapas.

PARTICIPAÇÃO É FUNDAMENTAL
Para a professora Eleonora Ziller, presidente da AdUFRJ, é fundamental a participação maciça dos docentes nas eleições do Andes-SN, sobretudo porque a nova direção vai atravessar os dois últimos anos do governo Bolsonaro, marcado pelo projeto de destruição do ensino público de qualidade no país. “Apesar de o formato da votação não ser o ideal, pois dificulta o acesso dos eleitores, a AdUFRJ ressalta a importância do voto para o fortalecimento de nossa entidade nacional, nesse momento em que as universidades públicas são alvo de vários ataques por parte do governo federal”.  

Segundo circular divulgada na terça-feira (20/10) pela Comissão Eleitoral Central do Andes-SN, estão aptos a votar 68.618 docentes em todo o país. O maior colégio eleitoral entre as universidades públicas brasileiras é o da UFRJ, com 3.847 sindicalizados.


Muita coisa realizada em pouco tempo e muito mais por fazer em menos tempo. É assim que a diretoria da Adufrj avalia os primeiros 12 meses de gestão. Levantamento sobre as atividades realizadas durante a pandemia mostra que a diretoria convocou 13 vezes o Conselho de Representantes. A comunicação com os sindicalizados foi priorizada. O jornal aumentou. Foram 33 edições e 280 páginas. As ações nas redes sociais também cresceram, com quase 160 mil acessos no Facebook. No cotidiano da universidade, a AdUFRJ atuou fortemente em todos os debates sobre o calendário acadêmico e os dilemas do ensino remoto. A convicção da diretoria é de que todo esse esforço fortalece o sindicato e é a melhor forma de defender a Educação dos ataques sistemáticos do governo federal.



Muito além dos ventos de maio
Diretoria da AdUFRJ (2019-2021)

WhatsApp Image 2020 10 24 at 00.20.54Quando tomamos posse em 15 de outubro de 2019, tínhamos a clara noção de que as coisas não seriam fáceis para a nossa chapa Ventos de Maio – uma homenagem e um compromisso com a força das ruas que, em maio de 2019, foram tomadas por uma intensa mobilização contra a truculência e os cortes na Educação impostos pelo governo Bolsonaro. Após várias sequências de impropérios do pior ministro da história, que ocupava a pasta da Educação, e a apresentação do Future-se, não havia nenhuma dúvida quanto ao caráter belicoso e destrutivo de quem estava no Palácio do Planalto a nos governar. O nosso primeiro entendimento era o de que, mais do que nunca, a AdUFRJ seria necessária. Necessária em suas tradicionais funções sindicais, mas não só. Era preciso ampliar e aprofundar os laços de solidariedade entre nós, chegar até os jovens docentes recém-concursados e decifrar quais novos papéis poderíamos desempenhar. Se estávamos diante de um governo que atuava de modo sem paralelo em nossa história, seria preciso também encontrar novas respostas para enfrentá-lo.

E para isso começamos a nos preparar, retomando uma rotina de reuniões do Conselho de Representantes e preparando visitas às unidades que estavam sem representação. Também começamos a preparar um Censo que abarcaria a totalidade dos professores que estão ativos na UFRJ. Um Censo que nos trouxesse um perfil renovado e preciso de quem somos, mas principalmente, o que esperamos da universidade e de nosso sindicato. Também iniciamos uma ampla campanha em defesa da Educação Pública, integramos com os outros sindicatos da área, além de estudantes e técnicos, uma ampla frente para organizarmos nossa resposta de modo unitário, fortalecendo e buscando repetir a boa lição dos ventos de 15 maio de 2019: todos juntos em defesa da Educação, da democracia e da vida. Nossa última participação nas ruas foi no dia 9 março, na marcha unificada das mulheres. Estávamos preparados para mais uma jornada de mobilização no dia 18 de março quando, no dia 16, iniciamos esse longo período de quarentena, isolamento, e agora, distanciamento social.

Inicialmente ficaríamos em casa 15 dias, o que já parecia um longo tempo. Depois, suspenso qualquer prazo, os mais pessimistas falavam de três ou até mesmo em longuíssimos seis meses, o que parecia a todos nós algo impensável. Mas é precisamente isso que caracteriza 2020: estamos vivendo o impensável. No impacto inicial das primeiras medidas, nos preparamos o mais rápido possível para garantir uma presença real na vida da UFRJ, participar de algum modo e contribuir com o grande esforço que a universidade começava a fazer para enfrentar uma pandemia que não sabíamos ainda a extensão nem a intensidade com que ela se abateria sobre nós. Os prognósticos eram os mais preocupantes e não poderíamos nos manter à margem de todos esses acontecimentos.

De imediato, adquirimos duas assinaturas do Zoom, que em pouco tempo iria se consolidar como a plataforma mais utilizada para as reuniões de todo o tipo. Foram duas assinaturas porque disponibilizamos uma para todos os docentes que a solicitassem, seja para a manutenção de grupos de pesquisa, reunião das unidades, e até mesmo congregações e outras atividades institucionais. Não era hora de parar, nem de nos afastar. A segunda assinatura ficou disponível para as atividades da AdUFRJ.  

A primeira preocupação: ninguém solta a mão de ninguém! Como estariam os professores? Precisariam de algum apoio? E aqueles que vivem sozinhos, como estariam passando? E nós, como estamos no meio desse vendaval? Assim nasceu o “Tamo Junto”, encontro informal, happy hour de sexta-feira, para conversar fiado, ouvir histórias, manter a possibilidade do encontro e do afeto em meio a tanta dificuldade.

Dessa primeira conversa, convocamos também o nosso Conselho de Representantes. Inicialmente tivemos reuniões semanais, com a presença em vários encontros do Vice-reitor, da Reitora e Pró-reitores de diversas áreas. Desde logo, a UFRJ se posicionou como uma das instituições líderes no combate ao novo coronavírus, seja no acesso hospitalar aos doentes mais graves, seja na produção de testes diagnósticos e na pesquisa continuada em possíveis tratamentos. No entanto – como bem sabe quem vive o cotidiano da universidade – há um déficit estrutural em muitas unidades, fazendo com que o desenvolvimento dessas atividades (ainda mais em época de crise) ficasse comprometido. Nós nos propusemos então a ajudar financeiramente muitas iniciativas durante a pandemia, como a doação de vários equipamentos de TI para o Hospital Universitário, assim como a compra de equipamento essencial para o IPPMG e apoio com suprimentos a vários laboratórios. Embora o sindicato tenha algum dinheiro, ele nada mais é do que uma gota no oceano de necessidades que essas ações exigem.

Entretanto, entendemos que tínhamos uma carta na manga que poderia ser muito útil: a agilidade e rapidez nas compras emergenciais, acelerando a resolução de problemas. E foi desse modo que atuamos.

Não eram só as nossas questões que nos preocupavam. As parcelas mais vulneráveis da universidade também precisavam de ajuda, mas não daríamos conta de fazer tudo isso sozinhos. E nem estávamos sós. Todas as entidades da UFRJ se mobilizaram para dar alguma assistência emergencial aos mais vulneráveis e foi da união de nossos esforços que nasceu o FORMAS – Fórum de Mobilização e Ação Solidária – que reúne as nossas 5 entidades representativas: AdUFRJ, DCE, SINTUFRJ, APG e ATTUFRJ. Realizamos inúmeras doações de cestas básicas, apoiamos diversas campanhas de solidariedade, e ainda organizamos alguns eventos para arrecadarmos recursos, como as lives da “Arte de ficar em casa”.

Durante esses primeiros meses de pandemia, todas as atividades on-line que realizamos tiveram um número grande de participantes. O fato de termos agido com rapidez, permitiu que criássemos um importante polo de informação e debates na nossa UFRJ. Nosso jornal semanal ampliou seu conteúdo: tivemos 33 edições, com 280 páginas de conteúdo de qualidade. Tudo isso confirma o que pensávamos lá atrás, quando tomamos posse: o sindicato é mais necessário que nunca. Mas não podíamos imaginar o quanto. Não realizamos o nosso censo, embora tenhamos a esperança de que ainda possamos vê-lo de pé no próximo ano. Mas a vida nos obrigou a colocar em prática novas formas de lutas, novas possibilidades de interação e atuação sindical.

O reinício das aulas de forma remota, primeiro no PLE e em breve de modo regular, está a nos exigir um esforço ainda maior. Já sentimos o efeito disso em todos nós: menos pessoas nas reuniões, mais dificuldade de ajustarmos as agendas. Todos muito mais cansados, e poucas respostas sobre como isso tudo terminará. Completamos sete meses de suspensão das atividades presenciais na UFRJ, mas o cenário para um retorno “à normalidade” é ainda muito nebuloso. O governo também não nos deu trégua, mas tivemos algumas vitórias ainda que parciais. Fizemos o que foi possível. Sentimos que é hora de um pequeno balanço para entendermos melhor o que se passa e como poderemos caminhar daqui para frente.

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