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A Chapa 1 – Unidade Para Lutar venceu a disputa pela diretoria do Andes. A chapa, encabeçada pela professora Rivânia Moura, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, obteve 7.086 votos. A Chapa 2 – Renova Andes, de oposição à diretoria nacional, foi a escolhida por 5.658 docentes. A chapa trazia como candidata a presidente a professora Celi Taffarel, da Universidade Federal da Bahia. Brancos e nulos somaram 112 votos.
A vitória da Chapa 1 aconteceu num cenário de queda tanto do colégio eleitoral geral, quanto de participantes. Apenas 12.856 professores votaram, o que representa 16,2% do universo de 68.618 docentes aptos. Para se ter uma ideia, em 2018, o Andes tinha 69.152 eleitores e 24,4% deles compareceram às urnas, ou seja, foram 16.887 votantes. Foi a primeira vez em que houve eleição telepresencial, por conta da pandemia.
Na UFRJ, o cenário foi o oposto. Houve aumento da participação de votantes e uma inversão do resultado. A Chapa 2 venceu a disputa por 396 votos contra 364 da Chapa 1. Não houve votos em branco e apenas 2 nulos. Este foi o maior quórum de votação para o Andes da AdUFRJ, que conseguiu levar às urnas 762 votantes. Um aumento de 40,2% em relação à eleição passada. Ainda assim, considerando o colégio eleitoral, o número de eleitores alcançou apenas 19,8% dos 3.847 aptos a votar.
A cobertura completa e entrevistas com as chapas você encontra na próxima edição do Jornal da AdUFRJ.

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Team working at the clean bench

Silvana Sá
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A UFRJ quer mapear quem da comunidade acadêmica já teve coronavírus e, para isso, vai montar um posto de coleta de amostras para testagem. O teste rastreará mesmo quem teve contato com o vírus, mas permaneceu assintomático. A expectativa é de que o posto seja instalado entre dezembro e janeiro e deve funcionar no Grêmio da Coppe.

O modelo de teste foi desenvolvido em parceria entre a Coppe e Instituto de Biofísica, e nasceu de pesquisa coordenada pelos professores Leda Castilho, do Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares, e André Vale, do Laboratório de Biologia de Linfócitos. Contou, ainda, com a participação de docentes da Biologia e da Medicina.

“Alguns insumos ainda estão sendo adquiridos, para que então a gente possa colocar o posto em atividade”, conta a professora Leda. Num primeiro momento, o teste será voltado para o corpo social que segue em trabalho presencial durante a pandemia. “Depois de atender a este público mais específico, conforme demanda da reitoria, a testagem deve ser ampliada para outros setores”, conta a pesquisadora.

O teste é sorológico, ou seja, feito a partir de amostras de sangue. Para participar, a pessoa não pode estar com os sintomas, já que o exame não é do tipo que detecta a infecção ativa, mas sim os anticorpos que o organismo passa a produzir cerca de 15 dias após o contato com o vírus. “A amostra será coletada por meio de um furo no dedo e as gotas de sangue serão absorvidas em uma tira com papel filtro”, explica Leda. “Essa metodologia simplifica e barateia o teste do tipo ELISA (do inglês Enzyme Linked Immunosorbent Assay), que tradicionalmente é feito com amostra de sangue tirado da veia”, informa a cientista.

A ideia é que além do resultado – positivo ou negativo para anticorpos – a investigação também sirva como fonte de dados para outras pesquisas sobre o novo coronavírus, já que os participantes responderão um questionário com perguntas relacionadas à covid-19 e questões sócioeconômicas. “Essa testagem poderá subsidiar estudos nas mais diversas áreas, da Saúde Coletiva à Economia”, garante a cientista. As amostras serão processadas no Instituto de Biofísica, em uma iniciativa liderada pelo professor Leonardo Travassos.

Reitora da UFRJ, a professora Denise Pires de Carvalho destaca que a testagem será “um excelente estudo epidemiológico de exposição da comunidade acadêmica”. Apesar de o teste ser capaz de determinar se um indivíduo foi ou não exposto ao vírus, os dados científicos disponíveis até o momento não permitem afirmar se uma pessoa que tem anticorpos para o novo coronavírus está imune e nem por quanto tempo. “Também não pode dizer se os indivíduos ainda podem transmitir o vírus. E, por isso, não garante retorno ao (ensino) presencial, infelizmente”, lamenta a reitora.

Proteína S
Onze meses depois do primeiro caso confirmado no mundo, ainda há muito para se entender sobre o novo coronavírus. Os cientistas correm contra o tempo em busca de vacinas, testes mais baratos e eficazes, além de medicamentos que possam combater a pandemia. A UFRJ atua em todas essas frentes, com resultados promissores. Muitas destas pesquisas existem graças à produção em laboratório da Proteína S do coronavírus, que é a base do desenvolvimento do teste da universidade.

A Proteína S é produzida desde fevereiro no laboratório coordenado pela professora Leda. Agora, a equipe trabalha na implementação do processo em escala. O “S” vem do termo em inglês spike, ou espícula, em português. “Essa proteína está presente na superfície do vírus, nas ‘pontinhas’”, resume a professora. “Nossa ideia foi modificar células geneticamente para que passassem a produzir a proteína S, que é um alvo preferencial para a resposta imunológica do organismo”, explica.

Em julho, a equipe anunciou a criação de um teste capaz de medir anticorpos, cujo valor é muito inferior aos testes encontrados no mercado. Produzido na universidade, o teste pode custar, em média, 70 vezes menos que os mais comuns disponíveis no mercado. “Nosso teste é extremamente confiável e barato. Se realizado na universidade, gasta-se menos de R$ 2 por teste, com insumos. Se for feito em outro tipo de instituição, incidem também outros custos, mas mesmo assim o custo total fica entre R$ 5 e R$ 6 por amostra”, afirma a pesquisadora.

O professor André Vale expica como foi a sua participação no trabalho. “Meu laboratório estuda a resposta do sistema imune e utiliza a metodologia ELISA para diversas finalidades”, conta o pesquisador. “Num primeiro momento, padronizamos o método, inclusive comparando a proteína com diferentes graus de pureza. Alcançado esse resultado, passamos à etapa de validação do teste, com mais de mil amostras”, resume Vale.

“Dar respostas de excelência num tempo tão curto foi o maior desafio”, afirma o pesquisador. “Em junho nós já estávamos com o teste totalmente validado, e em julho submetemos o artigo para publicação”, revela. “O rigor científico foi amplamente perseguido, mas há enorme demora na publicação. Acredito que para a indústria e para determinados grupos não seja interessante que a universidade pública produza um teste tão bom e tão barato”.

O docente também critica a falta de apoio à ciência. “Não queremos comercializar. A única coisa que a gente quer é que a população tenha acesso ao teste. Se a gente tivesse mais apoio, as várias esferas de governo poderiam economizar bilhões gastos em testes caríssimos e ruins. A gente lamenta isso, mas segue trabalhando”.

 

NOVIDADES NO TRATAMENTO E PREVENÇÃO

A professora Leda Castilho foi a convidada do Café com Ciência e Arte, quadro do programa semanal da PQ Leda 0 1140AdUFRJ na Rádio UFRJ. O episódio, apresentado pelo professor Felipe Rosa, do Instituto de Física, foi ao ar nesta sexta-feira, às 10h. E pode ser conferido no site radio.ufrj.br. A seguir, alguns trechos.

Felipe Rosa – Vocês estão pensando em prover testes para o Rio de Janeiro, para o Brasil ou exterior?
Leda Castilho – O que viabiliza o teste é a produção da Proteína S, que estamos desenvolvendo na UFRJ. Realmente a gente já tem enviado essa proteína para inúmeras universidades, empresas e institutos Brasil afora. A ideia é dar a ferramenta para que se possa implementar os testes em qualquer lugar do mundo. Além do teste, os cavalos do Instituto Vital Brasil passaram a ser vacinados com a nossa Proteína S e os resultados foram surpreendentes. Eles desenvolveram anticorpos numa concentração muito alta, capazes de neutralizar o coronavírus em células infectadas em laboratório. A gente espera que até o final deste ano tenha mais resultados nessa área.

Esse trabalho é mais na linha de tratamento pós-infecção ou de vacina?

O trabalho com os cavalos é para tratamento e pretendemos oferecer o soro a pessoas bem no início da infecção. Mas a Proteína S pode ser utilizada também como vacina. Estamos testando em camundongos. Esperamos que em alguns meses os ensaios já tenham sido feitos em outras espécies. Também é preciso fazer estudos de toxicologia, normalmente em ratos e em coelhos. Depois de tudo isso, poderemos partir para ensaios em humanos. É o sonho da vacina tendo origem na UFRJ.

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Elisa Monteiro
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O corte de 16,5%, previsto para o orçamento do ano que vem, pode reduzir a pó um esforço gradual da UFRJ para colocar as contas em dia. Segundo a pró-reitoria de Planejamento e Finanças, a universidade deve fechar 2020 com um déficit operacional (anual) na casa dos R$ 20 milhões, contra o saldo negativo de R$ 50 milhões do ano anterior. “O corte fará o déficit explodir novamente, chegando a R$ 75 milhões”, alertou o pró-reitor, professor Eduardo Raupp. A informação foi compartilhada durante a Plenária de Diretores e Decanos do último dia 27.

 “Se em 2021 tivéssemos o mesmo orçamento de 2020, chegaríamos a um déficit de R$ 12 milhões para 2022”, disse Raupp. A projeção da reitoria era de uma dívida ainda menor em 2023, algo em torno de R$ 7 milhões. Renegociações com a Light e a Cedae – grandes credoras da UFRJ – e a otimização da captação de receitas próprias, como aluguéis, foram algumas iniciativas citadas para a redução do passivo.  “O corte orçamentário do ano que vem coloca todo esse esforço a perder”, reforçou Raupp.

Os valores atualizados dos orçamentos de 2011 e de 2012 equivalem ao dobro do atual, com aceleração das perdas a partir de 2016 e sem sinal de recuperação, explicou o pró-reitor. As negociações para secar “gorduras” não foram em vão: “Se não tivéssemos feito ajustes e se tivéssemos arrastado dívidas de dois meses, como vinha se fazendo, provavelmente a universidade estaria insolvente em março ou abril”.

A forma do repasse do orçamento em 2021 também preocupa Raupp. “A proposta orçamentária do governo (PLOA) só libera 44% dos recursos. Os outros 56% dependem da liberação de créditos suplementares do Congresso Nacional”, observou. Na prática, a universidade daria a partida em 2021 com um valor que “não cobre mais do que um terço do ano”. “Em 2020, tivemos um maior clamor de complementação em função da pandemia. Mas não sabemos como ficará”, avaliou. O dirigente disse que a proposta ao Consuni para reorganização e realocação de gastos levará em conta todos esses fatores.

A pró-reitoria de Gestão e Governança anunciou a redução de contratos de limpeza, alimentação e segurança a partir do mês de outubro. Segundo o pró-reitor André Esteves, ao todo, dez contratos foram revistos. Por solicitação das unidades, o pró-reitor esclareceu que “não houve de fato encolhimento das despesas durante a quarentena” em função dos termos de contratos, que não são diretamente vinculados ao consumo real.  A administração disse não descartar a judicialização nos casos de fornecimento de água e luz.

Alguns representantes de unidades manifestaram preocupação com a preservação de patrimônio, especialmente, equipamentos laboratoriais, diante da redução das verbas. Além da manutenção, foram relatados problemas com furtos ou ameaças de furtos. “Nós tivemos três aparelhos de ar-condicionado roubados em outubro. O parque computacional está ali. Se perdermos mais um, cai toda a rede da UFRJ”, relatou Henrique Serdeira, do  Núcleo de Computação Eletrônica (NCE). “Estamos com o mato alto e parcialmente na escuridão de frente para a Washington Luiz”, alertou Daniele Silva sobre o polo Geraldo Cidade (UFRJ Caxias).

A adaptação das instalações da universidade ao cenário pandêmico também foi questionada durante a reunião. “Prevendo um modelo híbrido para 2021, precisamos nos preparar para uma possível volta. E isso é caro. Nós temos um prédio da década de 1970”, argumentou o diretor do Instituto de Química, Claudio Mota. “Com uma vacinação, no horizonte de junho, temos que pensar como trabalhar esse retorno não só acadêmico, mas administrativo”, completou o decano do CCJE, Flávio Martins.

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