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WhatsApp Image 2021 01 28 at 23.02.57 1 O último final de semana foi uma demonstração de que os ventos do impeachment de Bolsonaro começam a mudar. No sábado (23), a esquerda tomou as ruas com milhares de pessoas em carreatas por todo o Brasil. Só no Rio, a fila de carros atingiu quatro quilômetros de extensão.

No dia 31, às 10h, outra carreata organizada pelo Comitê em Defesa da Vida do Rio de Janeiro vai cruzar a Zona Sul da cidade. A concentração será na Glória. A manifestação vai percorrer a orla de Copacabana e terminar no Aterro do Flamengo. Desta vez, além de defender vacina para todos e exigir o impeachment, a manifestação também engloba pautas como o retorno do auxílio emergencial, a defesa dos empregos e a crítica à privatização da Cedae.

Em defesa da vacinação já e contra Bolsonaro, milhares de pessoas realizaram carreatas em todo o país, no sábado (23). No Rio de Janeiro, a mobilização começou no centro da cidade. Confira como foi nos registros do fotógrafo Alessandro Costa.

 

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Diretoria da AdUFRJ

WhatsApp Image 2021 01 22 at 11.22.12Era já esperado que em janeiro houvesse um certo recrudescimento contra o governo Bolsonaro. Aqueles que apoiaram o governo de extrema-direita por considerarem a escolha de 2018 “difícil” sonham com um eventual governo Mourão, mais dócil aos seus projetos, e intensificam a campanha pelo impeachment do presidente. Também muitos vão se enchendo de coragem com o adeus de Trump à Casa Branca. Mas foi a hecatombe sanitária de Manaus que deixou o país em estado de alerta, pois a irresponsabilidade negacionista e o “tratamento precoce”, acrescidos da negligência e inoperância dos governos, geraram uma tragédia sem precedentes em nossa história. Mas, apesar do desgaste crescente, faltam muitos lances até o xeque-mate.
Embora seja óbvio para a comunidade científica o grau de responsabilidade do governo federal nas dificuldades que enfrentamos para a importação dos insumos necessários para a produção de uma quantidade satisfatória de vacinas para imunização em larga escala, essa dimensão ainda não é evidente para uma parcela da população. Nem mesmo a responsabilidade direta do governo nas mortes evitáveis por ausência de oxigênio no norte do país. Parece ser uma questão de tempo para que tudo seja compreendido e digerido pela população, mas a máquina de fake news ainda está ativa, apesar de ter sofrido alguns pequenos reveses.
O jogo pesado mesmo está na Câmara, com a movimentação para a eleição do seu novo presidente. É ali que estão sendo jogados os lances principais que poderão viabilizar ou não a abertura do processo de impeachment. Muito dinheiro e muitos cargos distribuídos, um terreno que Bolsonaro conhece bem, pois foi lá, no chamado baixo clero, que ele fez escola ao longo dos seus trinta anos de vida parlamentar. E, enquanto ele nada de braçada nesse ambiente, entre as chamadas forças progressistas e de esquerda ainda reina a divisão.
Para a nossa sobrevivência, como categoria profissional e mesmo como instituição, é vital derrotar o projeto de destruição nacional que está em andamento. E parece que esse sentimento vem ganhando força entre as diversas correntes que atuam no movimento sindical e nos movimentos sociais. Sábado teremos uma demonstração disso. O Comitê em Defesa da Vida reúne uma boa parte das entidades da área da Educação, que, desde as manifestações de 2019, vem trabalhando de forma unificada no estado do Rio de Janeiro. Um sentimento de urgência toma corpo e impulsiona ações unificadas, superando as divergências. Se pudermos transformar tudo isso em energia nas ruas, aí teremos a entrada em cena do protagonista que falta. A maioria da população ainda está apenas assistindo a tudo. Campanhas sobre a importância da vacina são hoje tão importantes quanto demonstrar o quanto este governo deixou de cumprir. E que deixou de cumprir porque é incompetente sim, mas principalmente porque sempre escolheu os piores caminhos, vendeu ilusões de um “tratamento precoce”, isolou-se internacionalmente e estimulou a desconfiança da população contra as únicas possibilidades de enfrentamento da pandemia, que são o uso de máscaras e a vacinação em massa.
Não estamos diante de um falastrão inofensivo. Ninguém homenageia em público um torturador sem ter em si próprio o desprezo pela vida e a dor do outro.
Que as vítimas de Manaus não sejam esquecidas, que sejam a lição mais dura a ser aprendida por todos nós. E que as imagens das primeiras aplicações da vacina na UFRJ nos tragam a confiança necessária para as batalhas que virão e a certeza da importância de cada um de nós nesse momento. Vida longa ao SUS e viva a universidade pública brasileira!

WhatsApp Image 2021 01 22 at 11.33.17A AdUFRJ se soma aos esforços de movimentos sociais e sindicais em defesa da vacinação imediata, gratuita e universal. O sindicato participa com apoio logístico e financeiro da organização de uma carreata pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, que com sua política negacionista na área da Saúde já provocou a morte de mais de 210 mil brasileiros, e para pressionar pela vacinação de toda a população. O ato acontece no próximo sábado, dia 23. A concentração será em frente ao Monumento de Zumbi, na Praça 11. A atividade é assinada pelo Comitê em Defesa da Vida do Rio de Janeiro.

A AdUFRJ entende que a política genocida do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia tem que ser interrompida, e que cresce na população um sentimento de repulsa à negligência e à incompetência que suscitaram, por exemplo, a tragédia das mortes de pacientes com covid-19 por falta de asfixia em Manaus, e a irrisória quantidade de vacinas disponíveis para a população. “Nós queremos vacinas para todos e queremos que os grupos prioritários, indicados pelos especialistas, sejam respeitados ao longo da vacinação. Além disso, não basta só denunciar a postura negacionista e obscurantista do governo Bolsonaro. Precisamos ter uma ação propositiva para solucionar os problemas do país”, aponta o professor Felipe Rosa, vice-presidente da AdUFRJ. “Há um esforço de construção de uma agenda de atividades para pressionar por vacina para todos. Embora tenhamos iniciado tardiamente a imunização, as doses não são suficientes nem mesmo para os grupos prioritários”, critica o professor .

Outras atividades do movimento serão organizadas para as próximas semanas. Uma delas é o ato nacional, já agendado para o dia 1º de fevereiro. “A pauta deste ato é mais ampla. Além de vacina para todos, é pelo impeachment e também contra a reforma administrativa”, explica Felipe. A AdUFRJ participou da live de lançamento da campanha nacional #AbraceaVacina, que aconteceu no dia 18 e reuniu personalidades, especialistas e lideranças políticas. O movimento tende a crescer nas próximas semanas.

WhatsApp Image 2021 01 22 at 10.58.08Professor Amilcar Tanuri junto à coordenadora do CTD, professora Terezinha Castiñeiras, e voluntáriosFotos: Alessandro Costa

Um alento em meio à pandemia que há quase um ano alterou completamente a rotina da UFRJ e do país, com a perda de mais de 213 mil vidas. A Coronavac, vacina produzida pela chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, chegou à universidade no último dia 20. Neste primeiro momento, somente pessoas que atuam na linha de frente, em áreas de alta exposição ao vírus, serão imunizadas. A seleção tão rigorosa tem um motivo: as 2.150 doses só dão para um terço dos profissionais da saúde. O município do Rio recebeu 231.840 doses, na segunda-feira (18).
“Recebemos 30% das doses, como aconteceu com todo o município. Queremos chegar aos 100%. Espero em breve estar comemorando o final desta primeira fase, que é a imunização de todos os profissionais de saúde”, informou a reitora Denise Pires de Carvalho. Ela explicou que o número de doses cobre apenas quem está na linha de frente. “Quem está na emergência, em ala dedicada à covid-19, em CTI, precisa estar imunizado”, afirmou a dirigente. A vacinação foi iniciada nesta quinta-feira (21).
WhatsApp Image 2021 01 22 at 11.33.11 Alunas levam máscaras do Zé Gotinha e de jacaré para festejar a vacinaA professora Terezinha Marta Castiñeiras, coordenadora do Centro de Triagem e Diagnóstico para a covid-19 (CTD), esclareceu que a Secretaria Estadual de Saúde liberou para a universidade somente a primeira dose da vacina. “A Secretaria decidiu que toda dose que fosse liberada para a primeira fase teria resguardada a segunda dose, então eles liberaram só a metade”, contou. “Nós estamos usando todas as que recebemos, e temos assegurado que a segunda dose está em estoque, com o Governo do Estado”, disse.
Vice-reitor da UFRJ, o professor Carlos Frederico Leão Rocha afirmou que seu sentimento é duplo: de alegria, pelo momento, mas também de frustração pelo Brasil estar tão atrasado na imunização e refém da importação de insumos e vacinas. “Nós dominamos boa parte da tecnologia de produção. Poderíamos estar produzindo as nossas vacinas agora, se houvesse planejamento do governo, que deveria ter começado há um ano”. Ele aponta como um dos graves erros do governo Bolsonaro o voto contra a quebra de patentes de medicamentos para covid. “Na década de 1990, no governo Fernando Henrique Cardoso, assumimos uma posição de liderança mundial junto com a Índia para a quebra de patente para remédios para o HIV. E agora o país toma outro caminho que, sob o ponto de vista de interesse nacional, é injustificável”, lamenta.
WhatsApp Image 2021 01 22 at 11.33.11 1A vacinação está programada para acontecer em quatro locais: Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (1.440 doses); Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (310 doses); Centro de Triagem e Diagnóstico para covid-19 (380 doses); Central de Vacinação de Adultos (20 doses). Profissionais que tiveram diagnóstico positivo para a doença a partir de 1º de outubro não serão imunizados neste primeiro momento.

Um de cada segmento
A administração central escolheu um professor, uma técnica-administrativa, um terceirizado e um estudante para serem os primeiros a receber a vacina. Foi uma forma de simbolizar o corpo social, composto pelos quatro segmentos. O professor Amilcar Tanuri, coordenador do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia, foi a primeira pessoa da universidade a receber o imunizante. “É uma sensação de muita alegria. É uma vitória do povo brasileiro. A vacina é um caminho que a gente vai seguir para ter segurança de que o país volte mais rapidamente à normalidade”, disse o docente, que é especialista em Virologia. Em seu laboratório, Tanuri manipula o SARS-Cov-2. Lá também são feitos os diagnósticos das amostras coletadas no CTD. “Conclamo a sociedade a também se vacinar. A vacina é um meio de cuidado conosco e com a comunidade”.
WhatsApp Image 2021 01 22 at 11.33.15Jéssica dos Santos, enfermeira intensivista do CTI-Covid do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, atua desde março na linha de frente de combate à doença. “Este é um primeiro passo para vencermos essa pandemia. Perdemos muitos pacientes, conseguimos que outros ganhassem alta. É um trabalho de toda uma equipe”, disse a servidora. Visivelmente emocionada, ela relatou que perdeu colegas de profissão e que seu maior medo era de levar o vírus para casa. “Moro com minha mãe, que é idosa e hipertensa, portanto do grupo de risco. Estou aqui muito feliz de representar tantos profissionais. Alguns tiveram que se afastar de suas famílias neste período”, relatou a enfermeira. “Receber a vacina é um alívio”.
WhatsApp Image 2021 01 22 at 11.33.12Terceirizado de limpeza, Gabriel Francisco da Silva atua na higienização da Ala-Covid do Hospital Universitário. Apesar de não ser um profissional de saúde, seu trabalho é feito sob alto risco, pela exposição direta ao ambiente contaminado. “Quero agradecer a todos por esta oportunidade. No início da pandemia, minha esposa tinha acabado de ganhar bebê e eu precisei ficar 15 dias sem ver meu filho, com medo de contaminá-lo e também à minha esposa. Estou muito aliviado em receber a vacina”, disse. “Agora é esperar a segunda dose e vencer essa guerra contra o vírus”.
WhatsApp Image 2021 01 22 at 11.33.12 1Victor Akira Ota foi o primeiro estudante a receber o imunizante. Ele é aluno do décimo período de Medicina e voluntário do CTD, que realiza as coletas para diagnóstico de casos suspeitos de covid-19. “É um momento de muita felicidade. O mundo todo está neste esforço de vacinar suas populações. Sabemos que este é um primeiro passo, precisaremos de grande cobertura vacinal para que a vacinação tenha efeito, mas é uma etapa muito importante”, disse. “Ser escolhido entre tantos voluntários que também atuam aqui desde o início da pandemia é, sem dúvida, uma honra”.

 

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