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WEBapgCOMEMORAÇÃO Alguns integrantes da Chapa 2, com apoiadores - Foto: DivulgaçãoA Associação de Pós-Graduandos será comandada pela oposição no próximo ano. A vitória da Chapa 2, “Mãos à obra”, ocorreu no último dia 5. Foram 217 votos contra 182 da Chapa 1. Houve ainda três votos em branco e um nulo.
“O resultado mostra o quanto os pós-graduandos querem se organizar. Infelizmente, as pessoas da gestão anterior não abriam espaço para pessoas novas e com ideias diferentes. Blindavam a APG”, avalia a nova secretária-geral da associação, Kemily Toledo, da Faculdade de Educação.
Kemily divide a secretaria-geral com outros quatro colegas: Igor Alves, Gustavo Diniz, Andret Chagas e Jorge Marçal. O número é maior do que o da gestão anterior, composta por apenas dois nomes.
A ideia de formar uma chapa de oposição surgiu a partir da assembleia realizada em 4 de novembro, que definiu o calendário eleitoral da associação.
“Não concordamos com a eleição no final do semestre, quando a universidade já está esvaziada, aulas da pós encerradas e com defesas de teses e dissertações acontecendo”, argumenta Kemily. “Tivemos apenas uma semana para fazer campanha, já que as chapas puderam se inscrever até 26 de novembro e a eleição aconteceu nos dias 4 e 5 de dezembro”, critica.
As principais bandeiras da nova gestão são: ampliar a democracia nos espaços de decisão da associação e atuar pela promoção da saúde – sobretudo mental – dos estudantes de pós-graduação.
A primeira ação do grupo será formar um seminário de gestão aberto a todos os pós-graduandos. “Nossa ideia é montar um calendário de ações com a participação de todos os nossos representados, estreitar a comunicação e ampliar a presença dos estudantes de pós-graduação na APG”, conta Kemily.
O seminário está previsto para acontecer no início do próximo semestre letivo.

WEBlixoFoto: João LaetNa última terça-feira, dia 10, aconteceu um mutirão de limpeza na Ilha do Fundão. O evento foi organizado pela Polen, empresa que funciona na incubadora de empresas da Coppe, em parceria com a UFRJ, Ambev e L’Óreal. Cerca de 60 voluntários, entre técnicos e alunos da universidade e funcionários das empresas, dividiram-se em duas frentes de trabalho: uma na Escola de Educação Física e outra na orla do Parque Tecnológico.
O mutirão tinha dois objetivos. O primeiro era limpar – no que fosse possível – parte das áreas onde aconteceu o trabalho. O segundo era propor aos participantes uma reflexão sobre a produção de lixo e seu principal efeito direto, a poluição. Ao mesmo tempo, explicar as vantagens da reciclagem.
A ação no Fundão é parte do projeto ReciclaOrla, organizado pela empresa em parceria com a concessionária Orla Rio, que administra quiosques nas praias cariocas. O projeto já realizou mutirões de limpeza na orla da Zona Sul, e tem postos de coleta fixos nas praias de Ipanema e do Leblon.
A estudante de mestrado da UFRJ, Mariana Menezes, formada em biologia marinha, participou do mutirão como voluntária. Para ela, a poluição, especialmente dos mares, é um problema real e deve ser enfrentado pela sociedade. “A ação da maré traz todo tipo de lixo para cá, especialmente os de grande volume”, explicou. “A população mundial cresce, e a poluição cresce junto. Essa iniciativa é importante para mostrar, pelo menos para quem está aqui, que é importante reciclar”.
Garrafas, copos e sacos plásticos, pneus, tapetes e até uma televisão foram coletados. Depois foi feita uma pré-triagem, com a separação por tipo de matéria-prima. A Prefeitura Universitária cedeu um caminhão para transportar todo o resíduo até uma central de triagem. Lá será dada a destinação para cada material, que pode ser o descarte ou a reciclagem. Para Fernanda Barreiros, aluna de Arquitetura, participar do mutirão foi uma oportunidade de ver de perto o impacto do lixo no meio ambiente. “São praias muito bonitas, mas nós nem conseguimos ver isso por baixo de todo o lixo”, falou a jovem. Ela revelou que já tinha preocupação com os resíduos que produz em casa. “Acho que todo mundo devia participar de uma limpeza como essa, para – quem sabe – repensar em quanto lixo a gente produz”, concluiu.
A Polen é uma startup que atua na área de manejo e comercialização de resíduos. “A gente agora vem trabalhando para impactar áreas degradadas, e o Fundão é uma dessas áreas, que sofre muito com o descarte irregular de resíduos, tanto o que chega com a maré, quanto de frequentadores da região”, explicou Lucas Sarmento, diretor de operações da empresa. “Esses mutirões são importantes, porque quando as pessoas colocam a mão na massa, elas acabam repensando a sua relação com esse material”, contou.
O lixo ao redor da Ilha do Fundão é um problema grave, e uma das consequências da poluição da Baía de Guanabara. Entre as regiões mais afetadas do campus, estão a Escola de Educação Física e o Parque Tecnológico, não por acaso os locais escolhidos para a realização da ação.

CONFIRA A TV ADUFRJ SOBRE O MUTIRÃO DE LIMPEZA EM: https://www.youtube.com/watch?v=Az9ttdkhh28

WEBcircuito2Experimentos educam e divertem - Foto: DivulgaçãoA Casa da Ciência vai abrir as portas para uma atividade do projeto de extensão “Tem Menina no Circuito”. Oficinas, bate-papo com professoras da Física e experimentos vão tomar conta do local, entre 13h e 18h, no sábado (7). O objetivo é incentivar as alunas das escolas a ingressarem em carreiras de ciências exatas.
Duas linhas de trabalho são seguidas pelo projeto. Uma delas é feita nas próprias escolas; a outra é a divulgação científica para o público em geral, realizada em diferentes lugares. Atividades como as programadas para a Casa da Ciência já ocorreram no Museu do Amanhã, no Museu de Astronomia e Ciências Afins e até no meio da rua: na Cinelândia, no Largo do Machado e na Quinta da Boa Vista.
“No início do ano, vamos às escolas, visitamos todas as turmas de primeiro ano e fazemos uma atividade com a turma toda”, conta a professora Thereza Paiva, que integra o projeto ao lado das docentes Elis Sinnecker e Tatiana Rappoport. “Nesse encontro, conhecemos as meninas e apresentamos o projeto, explicando que temos essa atividade semanal e quem quiser vir é bem-vindo”.
O primeiro “fruto” foi colhido em 2016. Gabriella Galdino, ex-aluna do Colégio Alfredo Neves, de Nova Iguaçu, onde o projeto começou, foi a primeira menina participante do Tem Menina no Circuito a ingressar na universidade. A estudante iniciou seus estudos no Instituto de Física em 2016.
“Eu nunca faria Física, mas com as atividades que realizávamos no projeto, comecei a me familiarizar mais com o curso”, conta. “Sempre quis a UFRJ e hoje eu sei que isso foi por conta do vínculo que criei visitando a instituição com o grupo”.
“A expectativa nessas escolas é de que o ensino médio seja terminal. Os alunos já saem de lá em busca de um emprego”, observa a professora Thereza. “Quando conseguimos trazer uma menina dessas escolas para a UFRJ ou para qualquer outra universidade, já é um conquista enorme. Esse contato é muito importante”, completa.

SERVIÇO
A entrada na Casa da Ciência é gratuita e as vagas são limitadas, senhas serão distribuídas no local 20 minutos antes do início do evento.

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WEBPALACIOFoto: ETU-UFRJFalta de sinalização sonora para pessoas cegas, poucas rampas para cadeirantes e reduzido número de intérpretes da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras). Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência (3), a UFRJ mostra estar distante da plena inclusão de todos os seus estudantes e servidores na vida acadêmica. A situação também expõe uma das consequências mais graves da asfixia orçamentária a que estão submetidas as universidades federais.
A UFRJ conta com uma Diretoria de Acessibilidade (Dirac), ligada ao gabinete da reitora. Criada no final de 2017, atua como instância de acolhimento e integração de alunos, técnicos e professores que tenham necessidades específicas, e executa ações que promovam a acessibilidade, como o replanejamento de espaços ou campanhas de conscientização a respeito do tema. A diretoria não tem os dados completos das pessoas com deficiência ligadas à UFRJ. Um censo começou a ser feito no começo deste mês.
Mas, de acordo com a diretora Amélia Rosauro, a atuação do Dirac acaba limitada por restrições orçamentárias, especialmente para obras de adaptação dos espaços dos campi. Outro problema é a falta de mão de obra, principalmente dos intérpretes de libras. “São apenas quatro intérpretes para atender a toda a universidade, e por questões legais, eles só podem trabalhar quatro horas por dia, em revezamento com outro colega”, explica. Enquanto não supera a barreira do dinheiro, a universidade faz o que pode: um dos programas da Dirac é o de facilitadores de aprendizagem, alunos que recebem um auxílio para se dedicar 20 horas por semana na atenção de um colega com deficiência que precise de suporte para exercer algumas atividades. Hoje são 32 facilitadores atuando para um público estimado de 500 estudantes.
Outras iniciativas são mais antigas. Em 1993, a presença de um aluno cego no curso de computação gráfica provocou o professor José Antonio Borges. Ali começou a pesquisa que criou o Dosvox, sistema que permite aos cegos utilizarem um computador. “O Dosvox é um conjunto de soluções. Na época, os computadores não tinham placas de som. Então criamos um conjunto que transformasse bits em sons”, contou o professor. “Depois começamos a criar novas soluções, para navegação em internet, para jogos, e hoje ele é um sistema muito mais rico e complexo do que o que criamos em 1993”. A experiência foi transformadora para Borges. que hoje é chefe do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva, o Tecnoassist. “Minha sensibilidade para pessoas com deficiência aumentou”, revelou.
Mais de 20 anos depois da criação do Dosvox, os benefícios proporcionados pelo sistema fazem diferença na vida de alunos da universidade. Um deles é Patrick Silva Barboza, de 21 anos, aluno do curso de engenharia de computação e informação e integrante do grupo de pesquisa do professor Borges. Patrick perdeu a visão ainda nos primeiros meses de vida. Em 2009, ainda na escola, começou a usar um computador graças ao sistema criado na UFRJ.
Mas, mesmo contando com tecnologias que o ajudam na vida acadêmica, Patrick afirma que há muito espaço para melhorias. Algumas delas dependem dos professores, que precisam repensar os cursos ao lidar com alunos cegos. “A matemática como estudamos ainda é muito visual, então é importante ter adaptações”, explicou.
Patrick mora em Quintino e vem para o campus sozinho. Mesmo assim, ainda passa por dificuldades ao se deslocar nas dependências da universidade. “Não falo só de buracos nas calçadas, porque esse problema afeta a todos, deficientes ou não, mas faz falta uma sinalização melhor para pessoas cegas, como semáforos sonoros e piso tátil”, contou. “Eu sempre preciso de ajuda, por exemplo, para saber onde fica a minha sala de aula ou o banheiro” conta.
Além da falta de sinalização para pessoas cegas, a falta de acessos para cadeirantes é outro grave problema nas instalações dos campi. Nem todos os acessos aos prédios contam com rampas, e em alguns casos, como no CCMN, a rampa só é acessada pelo estacionamento, obrigando quem chega de transporte público a enfrentar dois lances de escada. Há casos como o do Palácio Universitário, na Praia Vermelha, onde todas as entradas são por escada, sem uma opção acessível.

WEBNASSIFFoto: João LaetUm sistema institucional desregrado nas mãos de figuras públicas sem visão de país. O resumo do cenário político atual foi feito pelo premiado jornalista Luis Nassif na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), na noite de quarta-feira (27). Nassif foi convidado a debater “as ameaças à democracia e à soberania no Brasil”.
O jornalista recapitulou os fatos mais marcantes da história recente do país. E comparou os projetos políticos e econômicos dos últimos governos. Para Nassif, após a crise de 2008, o país governado por Lula cresceu nos dois aspectos. “O Brasil que emerge vira uma subpotência com seu soft power, um articulador internacional”, argumentou. Internamente, na visão de Nassif, também existiu um empoderamento popular por meio de Conselhos e de Conferências. “Havia um modelo de democracia que estava em avanço”, disse.
Já no governo atual, há “uma mudança no eixo econômico para uma desregulamentação”. E a ausência de um projeto de país. “Esse é o ponto: acabar com exigências legais e abrir espaço para a informalidade ou para organizações criminosas”, avaliou.
Nasssif não poupou a mídia no balanço sobre o processo de transição. Para ele, desde a cobertura do caso Mensalão, a imprensa “substituiu informações por factoides”, pavimentando o terreno para as fake news que depois dominaram os novos ambientes das redes sociais e do whatsapp. “Em qualquer país civilizado, a informação é sagrada. Aqui, a imprensa passa a desorganizar a informação”, criticou. “Quando você destrói o sistema de comunicação, a democracia vai para o vinagre”, acrescentou.
A saída seria a construção de um novo pacto ampliado com o centro-direita. “Muita gente me pergunta como fazer aliança com quem apoiou o golpe. Não tem outro jeito. Se fizer autocrítica, não vai sobrar ninguém”, disse.
Cerca de duzentas pessoas acompanharam as reflexões de Nassif no auditório da ABI. A sessão, que contou com transmissão online, foi realizada pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro (Senge-RJ), pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) e pela ABI, com apoio da AdUFRJ – entre outras entidades.
No evento, Nassif conversou com o Jornal da Adufrj. Confira a seguir.

Jornal da Adufrj - O Ministro da Educação associa as universidades ao tráfico de drogas. Como chegamos a isso?
Luis Nassif - No Brasil, houve uma cooptação do discurso da ultradireita, principalmente através da revista Veja, com a geração de factoides. Acharam que iam instrumentalizar essa direita e depois colocar de volta no pote. E a direita ganhou vida própria com as redes sociais e o whatsapp, criando seus factoides. Não tem hierarquia de conhecimento, da análise. Se um catedrático faz uma afirmação e um imbecil faz outra, as duas se equivalem.

Perto do fim do primeiro ano do atual governo, qual é o balanço da democracia no país?
Cada dia de vida do governo Bolsonaro é um dia a menos de democracia. Porque ele está se fortalecendo em cima da ambiguidade dos demais poderes. Você tem no Supremo Tribunal Federal algumas pessoas com posições corajosas: Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello. Mas, como instituição, é contaminada por interesses políticos e pessoais de ministros com menos convicção democrática. No Congresso, Bolsonaro tem condições de cooptar as pessoas. Ele é muito desastrado, não tem experiência, mas vai aprendendo com o tempo. E tem o poder da caneta. Além disso, temos a expansão dos grupos de apoio a ele: as milícias, empresas de segurança, os neopentecostais. Existe o risco claro de caminhar para o fascismo, se as instituições não se pronunciarem de forma decisiva.

Por que o senhor expressou ceticismo em relação ao movimento em curso no Chile?
Um movimento como 2013 é tudo que eles querem. Você vê as provocações que são feitas [pelo governo Bolsonaro]. Essa Garantia da Lei e da Ordem, com autorização para os militares e policiais, com excludentes de ilicitude. Tudo que querem é uma movimentação tipo Chile para justificar uma intervenção e o fim da democracia no Brasil.

Qual é o caminho então?
É preciso um grande pacto nacional que amplie, que saia das esquerdas, que fique junto aos setores democráticos que não são de esquerda. Existem esses setores democráticos. A mídia deve parar com esse jogo de tentar criar polarização entre Lula e Bolsonaro. Não existe isso: o Lula faz parte do jogo institucional, o Bolsonaro é um cara que quer destruir a democracia. O PT tem que abrir espaço, perder essa veleidade de ser o protagonista único. Os demais partidos precisam ter o bom senso de perceber que, se vier a ditadura, perdem todos.

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